Sarampo: saiba o que é, os sintomas, como prevenir e se há risco de o surto chegar ao Brasil


A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento de casos de sarampo no mundo; baixo índice de vacinação contra a doença no Brasil é uma preocupação

Por Giovanna Castro

O sarampo voltou a ser uma preocupação ao redor do mundo e no Brasil. No dia 26 de janeiro, o Rio Grande do Sul confirmou o primeiro caso importado da doença, após mais de um ano sem registro dela no País. Nesta segunda-feira, 29, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento do número de casos em diferentes países do mundo. O motivo seria uma baixa generalizada na cobertura vacinal.

O surto teria começado na Europa, mas já há casos importados em países do continente americano, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a exemplo do menino paquistanês de três anos que foi diagnosticado na semana passada no Rio Grande do Sul – o Paquistão tem circulação endêmica da doença. Na província de Salta, na Argentina, uma criança de 19 meses morreu em decorrência da doença nos últimos meses, de acordo com a Agência Brasil.

“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia”, alertou a OMS.

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A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e é aplicada pelo SUS a partir do 1 ano de idade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Brasil, a taxa de aplicação da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), está abaixo do esperado. Ela é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1 ano até os 59 anos de idade, em duas doses. Mas apenas 61% da população estava totalmente imunizada até o fim de 2023, segundo o Ministério da Saúde, e 85% tinham tomado pelo menos a primeira dose. A taxa mínima para uma cobertura eficiente é de 95% com as duas doses.

“O Brasil precisa melhorar as suas coberturas vacinais e este trabalho vem sendo feito. De 2016 para cá, as coberturas vacinais vêm caindo e isso colocou a nossa população em extrema vulnerabilidade. Agora, nós estamos trabalhando para recuperar essas coberturas. No ano de 2023, registramos já uma melhoria no índice de coberturas vacinais e precisamos melhorar ainda mais”, disse o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em um comunicado à imprensa na semana passada.

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Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que a cobertura vacinal contra o sarampo em 2023 foi de 93,79% para a primeira dose (SCR 1) e 79,76% para a segunda dose (SCR 2). “Para aumentar a taxa de cobertura vacinal, a SMS intensifica a busca ativa de faltosos à vacinação, estratégia já adotada rotineiramente pelas unidades”, disse a pasta.

Há risco de surto no Brasil ou os casos tendem a não se espalhar?

Segundo membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) escutados pelo Estadão, é possível, sim, que o Brasil enfrente um surto de sarampo, assim como tem acontecido em alguns países europeus. “É um fenômeno decorrente da hesitação vacinal”, afirma Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da SBI.

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Marcelo Otsuka, pediatra e infectologista que coordena o Comitê de Infectologia Pediátrica da SBI, diz que o risco da volta da circulação do vírus que provoca a doença no País é ainda maior agora, por conta do Carnaval. Além disso, a maior parte da população não vacinada hoje tende a ser de crianças e, junto a imunossuprimidos e pessoas com comorbidades (doenças respiratórias, cardiovasculares etc), elas são as mais frágeis contra a doença.

“Por enquanto, o quadro está controlado, mas nós temos esse aumento do número de casos ao redor do mundo e uma cobertura vacinal abaixo do esperado (...). Temos o Carnaval chegando, com muita gente de fora visitando o Brasil. Isso aumenta a chance de introdução de várias doenças, inclusive o sarampo”, diz Otsuka. A volta às aulas também pode favorecer maior transmissão de doenças.

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O que é o sarampo? Quais os sintomas e as possíveis complicações?

O Ministério da Saúde define o sarampo como “uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte”. Os principais sinais e sintomas são:

  • Exantema (manchas vermelhas) no corpo;
  • Febre alta (acima de 38,5°);
  • Tosse seca;
  • Irritação nos olhos (conjuntivite);
  • Nariz escorrendo ou entupido;
  • Mal-estar intenso;
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Um dos principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas pelo corpo. Foto: Aleksandr - stock.adobe.com

Segundo Otsuka, os primeiros sintomas começam poucos dias após a infecção do vírus e são similares aos de uma gripe forte. É só cerca de dois a cinco dias depois desses sintomas iniciais que começam a aparecer manchas pelo corpo, uma das características mais marcantes do quadro. “Precisamos estar atentos a todos os casos que podem ser de sarampo e testá-los, para monitorar a doença”, afirma.

As manchas vermelhas podem aparecer primeiro no rosto e atrás das orelhas para, em seguida, se espalhar pelo restante do corpo. “Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade”, diz o Ministério da Saúde.

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Em casos graves, o sarampo pode levar à encefalite, uma infecção no cérebro capaz de causar a morte. Também pode acometer órgãos e, por levar a uma diminuição do sistema imunológico do paciente, favorece o desenvolvimento de outras doenças.

Como o sarampo é transmitido?

A transmissão do sarampo ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo a outras pessoas. “É um vírus extremamente fácil de ser disseminado”, diz Otsuka.

Por isso, é importante que quem está com sintomas evite o contato com outras pessoas e utilize máscara caso precise sair de casa.

Há tratamento?

Não existe tratamento para o sarampo, somente contra os sintomas causados por ele. Nesse sentido, analgésicos e antitérmicos, por exemplo, podem ser usados.

De acordo com Otsuka, é importante que o doente se mantenha hidratado, em repouso e com boa alimentação. Dessa maneira, pode evitar um comprometimento grave no sistema imunológico a ponto de outras doenças se instalarem.

Como se prevenir?

A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação. “É preciso verificar as carteiras vacinais dos filhos e deixar ela completamente atualizada, com todas as vacinas disponíveis no PNI [Plano Nacional de Imunizações], que é exemplo de cobertura vacinal no mundo, com o oferecimento de uma grande variedade de vacinas”, diz Naime Barbosa. Os adultos também precisam conferir se estão com as doses em dia.

De acordo com o especialista, é preciso relembrar os pais da importância de vacinar as crianças. Uma maneira de fazer isso, segundo ele, seria uma campanha de verificação das carteiras vacinais de crianças nas escolas, além de campanhas e medidas locais de vigilância, cobrando que os pais sejam mais responsáveis em relação à carteira vacinal dos filhos, como tem feito a Prefeitura de São Paulo.

A vacinação em massa é considerada a melhor medida contra o sarampo porque, quando a pessoa está vacinada, cai o risco de ela contrair o vírus que provoca a doença (da família Paramyxoviridae e membro do subgrupo Morbillivirus). Ela ainda tem uma menor chance de desenvolver casos graves da doença.

Além disso, a probabilidade de uma pessoa vacinada transmitir o vírus para outra é muito baixo. “Com a vacina, não tem viremia, que é a infecção, e nem a replicação viral no organismo, um fator necessário para transmitir”, diz Otsuka.

Otsuka também recomenda que as pessoas mantenham a vigilância sobre sua saúde em dia, fazendo exames para identificar uma possível deficiência de vitaminas para, então, suplementar e reforçar o sistema imunológico. Evitar contato próximo com pessoas sintomáticas também é essencial.

O sarampo voltou a ser uma preocupação ao redor do mundo e no Brasil. No dia 26 de janeiro, o Rio Grande do Sul confirmou o primeiro caso importado da doença, após mais de um ano sem registro dela no País. Nesta segunda-feira, 29, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento do número de casos em diferentes países do mundo. O motivo seria uma baixa generalizada na cobertura vacinal.

O surto teria começado na Europa, mas já há casos importados em países do continente americano, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a exemplo do menino paquistanês de três anos que foi diagnosticado na semana passada no Rio Grande do Sul – o Paquistão tem circulação endêmica da doença. Na província de Salta, na Argentina, uma criança de 19 meses morreu em decorrência da doença nos últimos meses, de acordo com a Agência Brasil.

“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia”, alertou a OMS.

A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e é aplicada pelo SUS a partir do 1 ano de idade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Brasil, a taxa de aplicação da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), está abaixo do esperado. Ela é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1 ano até os 59 anos de idade, em duas doses. Mas apenas 61% da população estava totalmente imunizada até o fim de 2023, segundo o Ministério da Saúde, e 85% tinham tomado pelo menos a primeira dose. A taxa mínima para uma cobertura eficiente é de 95% com as duas doses.

“O Brasil precisa melhorar as suas coberturas vacinais e este trabalho vem sendo feito. De 2016 para cá, as coberturas vacinais vêm caindo e isso colocou a nossa população em extrema vulnerabilidade. Agora, nós estamos trabalhando para recuperar essas coberturas. No ano de 2023, registramos já uma melhoria no índice de coberturas vacinais e precisamos melhorar ainda mais”, disse o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em um comunicado à imprensa na semana passada.

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que a cobertura vacinal contra o sarampo em 2023 foi de 93,79% para a primeira dose (SCR 1) e 79,76% para a segunda dose (SCR 2). “Para aumentar a taxa de cobertura vacinal, a SMS intensifica a busca ativa de faltosos à vacinação, estratégia já adotada rotineiramente pelas unidades”, disse a pasta.

Há risco de surto no Brasil ou os casos tendem a não se espalhar?

Segundo membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) escutados pelo Estadão, é possível, sim, que o Brasil enfrente um surto de sarampo, assim como tem acontecido em alguns países europeus. “É um fenômeno decorrente da hesitação vacinal”, afirma Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da SBI.

Marcelo Otsuka, pediatra e infectologista que coordena o Comitê de Infectologia Pediátrica da SBI, diz que o risco da volta da circulação do vírus que provoca a doença no País é ainda maior agora, por conta do Carnaval. Além disso, a maior parte da população não vacinada hoje tende a ser de crianças e, junto a imunossuprimidos e pessoas com comorbidades (doenças respiratórias, cardiovasculares etc), elas são as mais frágeis contra a doença.

“Por enquanto, o quadro está controlado, mas nós temos esse aumento do número de casos ao redor do mundo e uma cobertura vacinal abaixo do esperado (...). Temos o Carnaval chegando, com muita gente de fora visitando o Brasil. Isso aumenta a chance de introdução de várias doenças, inclusive o sarampo”, diz Otsuka. A volta às aulas também pode favorecer maior transmissão de doenças.

O que é o sarampo? Quais os sintomas e as possíveis complicações?

O Ministério da Saúde define o sarampo como “uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte”. Os principais sinais e sintomas são:

  • Exantema (manchas vermelhas) no corpo;
  • Febre alta (acima de 38,5°);
  • Tosse seca;
  • Irritação nos olhos (conjuntivite);
  • Nariz escorrendo ou entupido;
  • Mal-estar intenso;
Um dos principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas pelo corpo. Foto: Aleksandr - stock.adobe.com

Segundo Otsuka, os primeiros sintomas começam poucos dias após a infecção do vírus e são similares aos de uma gripe forte. É só cerca de dois a cinco dias depois desses sintomas iniciais que começam a aparecer manchas pelo corpo, uma das características mais marcantes do quadro. “Precisamos estar atentos a todos os casos que podem ser de sarampo e testá-los, para monitorar a doença”, afirma.

As manchas vermelhas podem aparecer primeiro no rosto e atrás das orelhas para, em seguida, se espalhar pelo restante do corpo. “Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade”, diz o Ministério da Saúde.

Em casos graves, o sarampo pode levar à encefalite, uma infecção no cérebro capaz de causar a morte. Também pode acometer órgãos e, por levar a uma diminuição do sistema imunológico do paciente, favorece o desenvolvimento de outras doenças.

Como o sarampo é transmitido?

A transmissão do sarampo ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo a outras pessoas. “É um vírus extremamente fácil de ser disseminado”, diz Otsuka.

Por isso, é importante que quem está com sintomas evite o contato com outras pessoas e utilize máscara caso precise sair de casa.

Há tratamento?

Não existe tratamento para o sarampo, somente contra os sintomas causados por ele. Nesse sentido, analgésicos e antitérmicos, por exemplo, podem ser usados.

De acordo com Otsuka, é importante que o doente se mantenha hidratado, em repouso e com boa alimentação. Dessa maneira, pode evitar um comprometimento grave no sistema imunológico a ponto de outras doenças se instalarem.

Como se prevenir?

A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação. “É preciso verificar as carteiras vacinais dos filhos e deixar ela completamente atualizada, com todas as vacinas disponíveis no PNI [Plano Nacional de Imunizações], que é exemplo de cobertura vacinal no mundo, com o oferecimento de uma grande variedade de vacinas”, diz Naime Barbosa. Os adultos também precisam conferir se estão com as doses em dia.

De acordo com o especialista, é preciso relembrar os pais da importância de vacinar as crianças. Uma maneira de fazer isso, segundo ele, seria uma campanha de verificação das carteiras vacinais de crianças nas escolas, além de campanhas e medidas locais de vigilância, cobrando que os pais sejam mais responsáveis em relação à carteira vacinal dos filhos, como tem feito a Prefeitura de São Paulo.

A vacinação em massa é considerada a melhor medida contra o sarampo porque, quando a pessoa está vacinada, cai o risco de ela contrair o vírus que provoca a doença (da família Paramyxoviridae e membro do subgrupo Morbillivirus). Ela ainda tem uma menor chance de desenvolver casos graves da doença.

Além disso, a probabilidade de uma pessoa vacinada transmitir o vírus para outra é muito baixo. “Com a vacina, não tem viremia, que é a infecção, e nem a replicação viral no organismo, um fator necessário para transmitir”, diz Otsuka.

Otsuka também recomenda que as pessoas mantenham a vigilância sobre sua saúde em dia, fazendo exames para identificar uma possível deficiência de vitaminas para, então, suplementar e reforçar o sistema imunológico. Evitar contato próximo com pessoas sintomáticas também é essencial.

O sarampo voltou a ser uma preocupação ao redor do mundo e no Brasil. No dia 26 de janeiro, o Rio Grande do Sul confirmou o primeiro caso importado da doença, após mais de um ano sem registro dela no País. Nesta segunda-feira, 29, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento do número de casos em diferentes países do mundo. O motivo seria uma baixa generalizada na cobertura vacinal.

O surto teria começado na Europa, mas já há casos importados em países do continente americano, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a exemplo do menino paquistanês de três anos que foi diagnosticado na semana passada no Rio Grande do Sul – o Paquistão tem circulação endêmica da doença. Na província de Salta, na Argentina, uma criança de 19 meses morreu em decorrência da doença nos últimos meses, de acordo com a Agência Brasil.

“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia”, alertou a OMS.

A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e é aplicada pelo SUS a partir do 1 ano de idade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Brasil, a taxa de aplicação da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), está abaixo do esperado. Ela é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1 ano até os 59 anos de idade, em duas doses. Mas apenas 61% da população estava totalmente imunizada até o fim de 2023, segundo o Ministério da Saúde, e 85% tinham tomado pelo menos a primeira dose. A taxa mínima para uma cobertura eficiente é de 95% com as duas doses.

“O Brasil precisa melhorar as suas coberturas vacinais e este trabalho vem sendo feito. De 2016 para cá, as coberturas vacinais vêm caindo e isso colocou a nossa população em extrema vulnerabilidade. Agora, nós estamos trabalhando para recuperar essas coberturas. No ano de 2023, registramos já uma melhoria no índice de coberturas vacinais e precisamos melhorar ainda mais”, disse o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em um comunicado à imprensa na semana passada.

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que a cobertura vacinal contra o sarampo em 2023 foi de 93,79% para a primeira dose (SCR 1) e 79,76% para a segunda dose (SCR 2). “Para aumentar a taxa de cobertura vacinal, a SMS intensifica a busca ativa de faltosos à vacinação, estratégia já adotada rotineiramente pelas unidades”, disse a pasta.

Há risco de surto no Brasil ou os casos tendem a não se espalhar?

Segundo membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) escutados pelo Estadão, é possível, sim, que o Brasil enfrente um surto de sarampo, assim como tem acontecido em alguns países europeus. “É um fenômeno decorrente da hesitação vacinal”, afirma Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da SBI.

Marcelo Otsuka, pediatra e infectologista que coordena o Comitê de Infectologia Pediátrica da SBI, diz que o risco da volta da circulação do vírus que provoca a doença no País é ainda maior agora, por conta do Carnaval. Além disso, a maior parte da população não vacinada hoje tende a ser de crianças e, junto a imunossuprimidos e pessoas com comorbidades (doenças respiratórias, cardiovasculares etc), elas são as mais frágeis contra a doença.

“Por enquanto, o quadro está controlado, mas nós temos esse aumento do número de casos ao redor do mundo e uma cobertura vacinal abaixo do esperado (...). Temos o Carnaval chegando, com muita gente de fora visitando o Brasil. Isso aumenta a chance de introdução de várias doenças, inclusive o sarampo”, diz Otsuka. A volta às aulas também pode favorecer maior transmissão de doenças.

O que é o sarampo? Quais os sintomas e as possíveis complicações?

O Ministério da Saúde define o sarampo como “uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte”. Os principais sinais e sintomas são:

  • Exantema (manchas vermelhas) no corpo;
  • Febre alta (acima de 38,5°);
  • Tosse seca;
  • Irritação nos olhos (conjuntivite);
  • Nariz escorrendo ou entupido;
  • Mal-estar intenso;
Um dos principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas pelo corpo. Foto: Aleksandr - stock.adobe.com

Segundo Otsuka, os primeiros sintomas começam poucos dias após a infecção do vírus e são similares aos de uma gripe forte. É só cerca de dois a cinco dias depois desses sintomas iniciais que começam a aparecer manchas pelo corpo, uma das características mais marcantes do quadro. “Precisamos estar atentos a todos os casos que podem ser de sarampo e testá-los, para monitorar a doença”, afirma.

As manchas vermelhas podem aparecer primeiro no rosto e atrás das orelhas para, em seguida, se espalhar pelo restante do corpo. “Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade”, diz o Ministério da Saúde.

Em casos graves, o sarampo pode levar à encefalite, uma infecção no cérebro capaz de causar a morte. Também pode acometer órgãos e, por levar a uma diminuição do sistema imunológico do paciente, favorece o desenvolvimento de outras doenças.

Como o sarampo é transmitido?

A transmissão do sarampo ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo a outras pessoas. “É um vírus extremamente fácil de ser disseminado”, diz Otsuka.

Por isso, é importante que quem está com sintomas evite o contato com outras pessoas e utilize máscara caso precise sair de casa.

Há tratamento?

Não existe tratamento para o sarampo, somente contra os sintomas causados por ele. Nesse sentido, analgésicos e antitérmicos, por exemplo, podem ser usados.

De acordo com Otsuka, é importante que o doente se mantenha hidratado, em repouso e com boa alimentação. Dessa maneira, pode evitar um comprometimento grave no sistema imunológico a ponto de outras doenças se instalarem.

Como se prevenir?

A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação. “É preciso verificar as carteiras vacinais dos filhos e deixar ela completamente atualizada, com todas as vacinas disponíveis no PNI [Plano Nacional de Imunizações], que é exemplo de cobertura vacinal no mundo, com o oferecimento de uma grande variedade de vacinas”, diz Naime Barbosa. Os adultos também precisam conferir se estão com as doses em dia.

De acordo com o especialista, é preciso relembrar os pais da importância de vacinar as crianças. Uma maneira de fazer isso, segundo ele, seria uma campanha de verificação das carteiras vacinais de crianças nas escolas, além de campanhas e medidas locais de vigilância, cobrando que os pais sejam mais responsáveis em relação à carteira vacinal dos filhos, como tem feito a Prefeitura de São Paulo.

A vacinação em massa é considerada a melhor medida contra o sarampo porque, quando a pessoa está vacinada, cai o risco de ela contrair o vírus que provoca a doença (da família Paramyxoviridae e membro do subgrupo Morbillivirus). Ela ainda tem uma menor chance de desenvolver casos graves da doença.

Além disso, a probabilidade de uma pessoa vacinada transmitir o vírus para outra é muito baixo. “Com a vacina, não tem viremia, que é a infecção, e nem a replicação viral no organismo, um fator necessário para transmitir”, diz Otsuka.

Otsuka também recomenda que as pessoas mantenham a vigilância sobre sua saúde em dia, fazendo exames para identificar uma possível deficiência de vitaminas para, então, suplementar e reforçar o sistema imunológico. Evitar contato próximo com pessoas sintomáticas também é essencial.

O sarampo voltou a ser uma preocupação ao redor do mundo e no Brasil. No dia 26 de janeiro, o Rio Grande do Sul confirmou o primeiro caso importado da doença, após mais de um ano sem registro dela no País. Nesta segunda-feira, 29, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento do número de casos em diferentes países do mundo. O motivo seria uma baixa generalizada na cobertura vacinal.

O surto teria começado na Europa, mas já há casos importados em países do continente americano, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a exemplo do menino paquistanês de três anos que foi diagnosticado na semana passada no Rio Grande do Sul – o Paquistão tem circulação endêmica da doença. Na província de Salta, na Argentina, uma criança de 19 meses morreu em decorrência da doença nos últimos meses, de acordo com a Agência Brasil.

“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia”, alertou a OMS.

A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e é aplicada pelo SUS a partir do 1 ano de idade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Brasil, a taxa de aplicação da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), está abaixo do esperado. Ela é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1 ano até os 59 anos de idade, em duas doses. Mas apenas 61% da população estava totalmente imunizada até o fim de 2023, segundo o Ministério da Saúde, e 85% tinham tomado pelo menos a primeira dose. A taxa mínima para uma cobertura eficiente é de 95% com as duas doses.

“O Brasil precisa melhorar as suas coberturas vacinais e este trabalho vem sendo feito. De 2016 para cá, as coberturas vacinais vêm caindo e isso colocou a nossa população em extrema vulnerabilidade. Agora, nós estamos trabalhando para recuperar essas coberturas. No ano de 2023, registramos já uma melhoria no índice de coberturas vacinais e precisamos melhorar ainda mais”, disse o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em um comunicado à imprensa na semana passada.

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que a cobertura vacinal contra o sarampo em 2023 foi de 93,79% para a primeira dose (SCR 1) e 79,76% para a segunda dose (SCR 2). “Para aumentar a taxa de cobertura vacinal, a SMS intensifica a busca ativa de faltosos à vacinação, estratégia já adotada rotineiramente pelas unidades”, disse a pasta.

Há risco de surto no Brasil ou os casos tendem a não se espalhar?

Segundo membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) escutados pelo Estadão, é possível, sim, que o Brasil enfrente um surto de sarampo, assim como tem acontecido em alguns países europeus. “É um fenômeno decorrente da hesitação vacinal”, afirma Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da SBI.

Marcelo Otsuka, pediatra e infectologista que coordena o Comitê de Infectologia Pediátrica da SBI, diz que o risco da volta da circulação do vírus que provoca a doença no País é ainda maior agora, por conta do Carnaval. Além disso, a maior parte da população não vacinada hoje tende a ser de crianças e, junto a imunossuprimidos e pessoas com comorbidades (doenças respiratórias, cardiovasculares etc), elas são as mais frágeis contra a doença.

“Por enquanto, o quadro está controlado, mas nós temos esse aumento do número de casos ao redor do mundo e uma cobertura vacinal abaixo do esperado (...). Temos o Carnaval chegando, com muita gente de fora visitando o Brasil. Isso aumenta a chance de introdução de várias doenças, inclusive o sarampo”, diz Otsuka. A volta às aulas também pode favorecer maior transmissão de doenças.

O que é o sarampo? Quais os sintomas e as possíveis complicações?

O Ministério da Saúde define o sarampo como “uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte”. Os principais sinais e sintomas são:

  • Exantema (manchas vermelhas) no corpo;
  • Febre alta (acima de 38,5°);
  • Tosse seca;
  • Irritação nos olhos (conjuntivite);
  • Nariz escorrendo ou entupido;
  • Mal-estar intenso;
Um dos principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas pelo corpo. Foto: Aleksandr - stock.adobe.com

Segundo Otsuka, os primeiros sintomas começam poucos dias após a infecção do vírus e são similares aos de uma gripe forte. É só cerca de dois a cinco dias depois desses sintomas iniciais que começam a aparecer manchas pelo corpo, uma das características mais marcantes do quadro. “Precisamos estar atentos a todos os casos que podem ser de sarampo e testá-los, para monitorar a doença”, afirma.

As manchas vermelhas podem aparecer primeiro no rosto e atrás das orelhas para, em seguida, se espalhar pelo restante do corpo. “Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade”, diz o Ministério da Saúde.

Em casos graves, o sarampo pode levar à encefalite, uma infecção no cérebro capaz de causar a morte. Também pode acometer órgãos e, por levar a uma diminuição do sistema imunológico do paciente, favorece o desenvolvimento de outras doenças.

Como o sarampo é transmitido?

A transmissão do sarampo ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo a outras pessoas. “É um vírus extremamente fácil de ser disseminado”, diz Otsuka.

Por isso, é importante que quem está com sintomas evite o contato com outras pessoas e utilize máscara caso precise sair de casa.

Há tratamento?

Não existe tratamento para o sarampo, somente contra os sintomas causados por ele. Nesse sentido, analgésicos e antitérmicos, por exemplo, podem ser usados.

De acordo com Otsuka, é importante que o doente se mantenha hidratado, em repouso e com boa alimentação. Dessa maneira, pode evitar um comprometimento grave no sistema imunológico a ponto de outras doenças se instalarem.

Como se prevenir?

A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação. “É preciso verificar as carteiras vacinais dos filhos e deixar ela completamente atualizada, com todas as vacinas disponíveis no PNI [Plano Nacional de Imunizações], que é exemplo de cobertura vacinal no mundo, com o oferecimento de uma grande variedade de vacinas”, diz Naime Barbosa. Os adultos também precisam conferir se estão com as doses em dia.

De acordo com o especialista, é preciso relembrar os pais da importância de vacinar as crianças. Uma maneira de fazer isso, segundo ele, seria uma campanha de verificação das carteiras vacinais de crianças nas escolas, além de campanhas e medidas locais de vigilância, cobrando que os pais sejam mais responsáveis em relação à carteira vacinal dos filhos, como tem feito a Prefeitura de São Paulo.

A vacinação em massa é considerada a melhor medida contra o sarampo porque, quando a pessoa está vacinada, cai o risco de ela contrair o vírus que provoca a doença (da família Paramyxoviridae e membro do subgrupo Morbillivirus). Ela ainda tem uma menor chance de desenvolver casos graves da doença.

Além disso, a probabilidade de uma pessoa vacinada transmitir o vírus para outra é muito baixo. “Com a vacina, não tem viremia, que é a infecção, e nem a replicação viral no organismo, um fator necessário para transmitir”, diz Otsuka.

Otsuka também recomenda que as pessoas mantenham a vigilância sobre sua saúde em dia, fazendo exames para identificar uma possível deficiência de vitaminas para, então, suplementar e reforçar o sistema imunológico. Evitar contato próximo com pessoas sintomáticas também é essencial.

O sarampo voltou a ser uma preocupação ao redor do mundo e no Brasil. No dia 26 de janeiro, o Rio Grande do Sul confirmou o primeiro caso importado da doença, após mais de um ano sem registro dela no País. Nesta segunda-feira, 29, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o aumento do número de casos em diferentes países do mundo. O motivo seria uma baixa generalizada na cobertura vacinal.

O surto teria começado na Europa, mas já há casos importados em países do continente americano, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a exemplo do menino paquistanês de três anos que foi diagnosticado na semana passada no Rio Grande do Sul – o Paquistão tem circulação endêmica da doença. Na província de Salta, na Argentina, uma criança de 19 meses morreu em decorrência da doença nos últimos meses, de acordo com a Agência Brasil.

“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia”, alertou a OMS.

A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e é aplicada pelo SUS a partir do 1 ano de idade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Brasil, a taxa de aplicação da vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba), está abaixo do esperado. Ela é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 1 ano até os 59 anos de idade, em duas doses. Mas apenas 61% da população estava totalmente imunizada até o fim de 2023, segundo o Ministério da Saúde, e 85% tinham tomado pelo menos a primeira dose. A taxa mínima para uma cobertura eficiente é de 95% com as duas doses.

“O Brasil precisa melhorar as suas coberturas vacinais e este trabalho vem sendo feito. De 2016 para cá, as coberturas vacinais vêm caindo e isso colocou a nossa população em extrema vulnerabilidade. Agora, nós estamos trabalhando para recuperar essas coberturas. No ano de 2023, registramos já uma melhoria no índice de coberturas vacinais e precisamos melhorar ainda mais”, disse o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em um comunicado à imprensa na semana passada.

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que a cobertura vacinal contra o sarampo em 2023 foi de 93,79% para a primeira dose (SCR 1) e 79,76% para a segunda dose (SCR 2). “Para aumentar a taxa de cobertura vacinal, a SMS intensifica a busca ativa de faltosos à vacinação, estratégia já adotada rotineiramente pelas unidades”, disse a pasta.

Há risco de surto no Brasil ou os casos tendem a não se espalhar?

Segundo membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) escutados pelo Estadão, é possível, sim, que o Brasil enfrente um surto de sarampo, assim como tem acontecido em alguns países europeus. “É um fenômeno decorrente da hesitação vacinal”, afirma Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador científico da SBI.

Marcelo Otsuka, pediatra e infectologista que coordena o Comitê de Infectologia Pediátrica da SBI, diz que o risco da volta da circulação do vírus que provoca a doença no País é ainda maior agora, por conta do Carnaval. Além disso, a maior parte da população não vacinada hoje tende a ser de crianças e, junto a imunossuprimidos e pessoas com comorbidades (doenças respiratórias, cardiovasculares etc), elas são as mais frágeis contra a doença.

“Por enquanto, o quadro está controlado, mas nós temos esse aumento do número de casos ao redor do mundo e uma cobertura vacinal abaixo do esperado (...). Temos o Carnaval chegando, com muita gente de fora visitando o Brasil. Isso aumenta a chance de introdução de várias doenças, inclusive o sarampo”, diz Otsuka. A volta às aulas também pode favorecer maior transmissão de doenças.

O que é o sarampo? Quais os sintomas e as possíveis complicações?

O Ministério da Saúde define o sarampo como “uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode levar à morte”. Os principais sinais e sintomas são:

  • Exantema (manchas vermelhas) no corpo;
  • Febre alta (acima de 38,5°);
  • Tosse seca;
  • Irritação nos olhos (conjuntivite);
  • Nariz escorrendo ou entupido;
  • Mal-estar intenso;
Um dos principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas pelo corpo. Foto: Aleksandr - stock.adobe.com

Segundo Otsuka, os primeiros sintomas começam poucos dias após a infecção do vírus e são similares aos de uma gripe forte. É só cerca de dois a cinco dias depois desses sintomas iniciais que começam a aparecer manchas pelo corpo, uma das características mais marcantes do quadro. “Precisamos estar atentos a todos os casos que podem ser de sarampo e testá-los, para monitorar a doença”, afirma.

As manchas vermelhas podem aparecer primeiro no rosto e atrás das orelhas para, em seguida, se espalhar pelo restante do corpo. “Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade”, diz o Ministério da Saúde.

Em casos graves, o sarampo pode levar à encefalite, uma infecção no cérebro capaz de causar a morte. Também pode acometer órgãos e, por levar a uma diminuição do sistema imunológico do paciente, favorece o desenvolvimento de outras doenças.

Como o sarampo é transmitido?

A transmissão do sarampo ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo a outras pessoas. “É um vírus extremamente fácil de ser disseminado”, diz Otsuka.

Por isso, é importante que quem está com sintomas evite o contato com outras pessoas e utilize máscara caso precise sair de casa.

Há tratamento?

Não existe tratamento para o sarampo, somente contra os sintomas causados por ele. Nesse sentido, analgésicos e antitérmicos, por exemplo, podem ser usados.

De acordo com Otsuka, é importante que o doente se mantenha hidratado, em repouso e com boa alimentação. Dessa maneira, pode evitar um comprometimento grave no sistema imunológico a ponto de outras doenças se instalarem.

Como se prevenir?

A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é por meio da vacinação. “É preciso verificar as carteiras vacinais dos filhos e deixar ela completamente atualizada, com todas as vacinas disponíveis no PNI [Plano Nacional de Imunizações], que é exemplo de cobertura vacinal no mundo, com o oferecimento de uma grande variedade de vacinas”, diz Naime Barbosa. Os adultos também precisam conferir se estão com as doses em dia.

De acordo com o especialista, é preciso relembrar os pais da importância de vacinar as crianças. Uma maneira de fazer isso, segundo ele, seria uma campanha de verificação das carteiras vacinais de crianças nas escolas, além de campanhas e medidas locais de vigilância, cobrando que os pais sejam mais responsáveis em relação à carteira vacinal dos filhos, como tem feito a Prefeitura de São Paulo.

A vacinação em massa é considerada a melhor medida contra o sarampo porque, quando a pessoa está vacinada, cai o risco de ela contrair o vírus que provoca a doença (da família Paramyxoviridae e membro do subgrupo Morbillivirus). Ela ainda tem uma menor chance de desenvolver casos graves da doença.

Além disso, a probabilidade de uma pessoa vacinada transmitir o vírus para outra é muito baixo. “Com a vacina, não tem viremia, que é a infecção, e nem a replicação viral no organismo, um fator necessário para transmitir”, diz Otsuka.

Otsuka também recomenda que as pessoas mantenham a vigilância sobre sua saúde em dia, fazendo exames para identificar uma possível deficiência de vitaminas para, então, suplementar e reforçar o sistema imunológico. Evitar contato próximo com pessoas sintomáticas também é essencial.

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