Saúde mental é tão importante quanto a física


Tema não pode ser tratado com apenas uma conversa com os profissionais de saúde

Por Estadão Blue Studio
Atualização:

Parte do sucesso do procedimento bariátrico depende de aspectos emocionais e psicológicos, que muitas vezes acabam sendo deixados de lado pelos pacientes. A avaliação da saúde mental é uma etapa crítica e extremamente necessária no processo de preparação. Isso porque obesidade também está ligada a fatores emocionais, transtornos alimentares, quadros de depressão, ansiedade e traumas – o suporte psicológico ou psiquiátrico é essencial na identificação precoce desses fatores.

A questão não se resolve a partir de uma única conversa com o psicólogo ou psiquiatra. O profissional de saúde mental vai realizar uma entrevista clínica detalhada com o paciente, explorando o seu histórico médico, emocional e de saúde mental. Em alguns casos, são realizados testes específicos para avaliar a existência de depressão, ansiedade, dependência de álcool, ou de transtornos alimentares que podem levar o paciente a comer por compulsão.

Divulgação Foto: Getty Images
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“O maior problema é que não fazemos prevenção da obesidade. Muitas vezes, o paciente chega para avaliação pré-operatória ansioso, só para pegar o laudo recomendando a cirurgia [uma exigência das operadoras de saúde para autorizar o procedimento]. Ele não percebe que é preciso avaliar o que está acontecendo e o que o levou ao quadro de obesidade”, explicou o psiquiatra Maurício Rossini, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Cuidados no pré-operatório

Antes da cirurgia é o momento para o psicólogo ou o psiquiatra identificar se o paciente tem algum transtorno emocional que precise ser olhado com maior cautela durante todo o processo preparatório. É comum que o paciente com obesidade tenha algum transtorno identificado na fase pré-operatória.

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Receber esse diagnóstico, no entanto, não é critério impeditivo para a cirurgia, mas vai exigir um monitoramento mais de perto e, talvez, pode ser necessário adiar a bariátrica por alguns meses até que o quadro esteja estabilizado. “Esse tratamento anterior é extremamente importante porque tanto um quadro depressivo quanto um quadro ansioso podem atrapalhar a recuperação pós-operatória”, alerta Rossini.

A importância dos cuidados pós-cirurgia

Além da perda de peso, a cirurgia bariátrica promove uma transformação emocional profunda – a trajetória toda envolve mudanças de perspectivas, alterações na autoimagem corporal, autoaceitação do novo corpo e a construção de uma relação saudável com a comida. Em geral, essas consultas ocorrem semanalmente no primeiro mês e vão se espaçando à medida que o paciente se sente mais seguro. O problema é que muitos costumam abandonar o acompanhamento quando começam a se sentir melhor. “Mas novos hábitos vão surgir, novas questões comportamentais vão aparecer e eu recomendaria manter a terapia por tempo indeterminado”, orienta Rossini.

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Mudanças na percepção corporal

A operação promove uma perda de peso muito grande e rápida e, em um primeiro momento, pode elevar a autoestima do paciente, melhorar sua vida social e seus relacionamentos. Mas há casos em que o paciente não se reconhece nesse novo peso, especialmente aqueles que perdem mais de 50 ou 60 quilos. “Essa pessoa se olha no espelho e não se reconhece. Se isso não for cuidado, poderá se transformar num transtorno psiquiátrico”, afirma Rossini.

Além disso, há o risco de o ganho de peso voltar – não é incomum, e é até esperado, o paciente ganhar por volta de 10% do peso perdido. No entanto, há pacientes que engordam mais do que o aguardado e há aqueles que desenvolvem quadros ansiosos justamente pelo medo de voltar a ganhar peso. Quando isso ocorre, geralmente é porque o paciente deixou de manter o acompanhamento regular, interrompendo o tratamento psicológico por conta própria.

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Risco de dependência química

Uma das principais “pedras no sapato” após a cirurgia bariátrica é o risco aumentado de desenvolvimento de alguma dependência química – especialmente por abuso de álcool. “Pacientes operados têm 30% mais risco de desenvolver dependência de álcool em comparação com a população geral”, segundo Rossini.

Embora o senso comum acredite que a dependência do álcool no bariátrico surge porque a pessoa “substitui” o vício da comida pelo da bebida, o psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz derruba esse mito. “A cirurgia muda o processo de como o intestino absorve o álcool e de como o cérebro processa a substância. Não existe limite seguro de consumo de álcool. Trata-se de uma caloria vazia, que atrapalha a perda de peso. O mundo ideal seria não consumir nunca mais. Mas sabemos que essa é uma meta irreal. A orientação é que a pessoa operada não coloque nenhuma gota de álcool na boca por pelo menos seis meses após a cirurgia”, analisa Rossini. Tudo isso, segundo o médico, pode ser contornado com apoio emocional ao paciente para que ele viva de forma plena o processo de mudança da vida.

Parte do sucesso do procedimento bariátrico depende de aspectos emocionais e psicológicos, que muitas vezes acabam sendo deixados de lado pelos pacientes. A avaliação da saúde mental é uma etapa crítica e extremamente necessária no processo de preparação. Isso porque obesidade também está ligada a fatores emocionais, transtornos alimentares, quadros de depressão, ansiedade e traumas – o suporte psicológico ou psiquiátrico é essencial na identificação precoce desses fatores.

A questão não se resolve a partir de uma única conversa com o psicólogo ou psiquiatra. O profissional de saúde mental vai realizar uma entrevista clínica detalhada com o paciente, explorando o seu histórico médico, emocional e de saúde mental. Em alguns casos, são realizados testes específicos para avaliar a existência de depressão, ansiedade, dependência de álcool, ou de transtornos alimentares que podem levar o paciente a comer por compulsão.

Divulgação Foto: Getty Images

“O maior problema é que não fazemos prevenção da obesidade. Muitas vezes, o paciente chega para avaliação pré-operatória ansioso, só para pegar o laudo recomendando a cirurgia [uma exigência das operadoras de saúde para autorizar o procedimento]. Ele não percebe que é preciso avaliar o que está acontecendo e o que o levou ao quadro de obesidade”, explicou o psiquiatra Maurício Rossini, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Cuidados no pré-operatório

Antes da cirurgia é o momento para o psicólogo ou o psiquiatra identificar se o paciente tem algum transtorno emocional que precise ser olhado com maior cautela durante todo o processo preparatório. É comum que o paciente com obesidade tenha algum transtorno identificado na fase pré-operatória.

Receber esse diagnóstico, no entanto, não é critério impeditivo para a cirurgia, mas vai exigir um monitoramento mais de perto e, talvez, pode ser necessário adiar a bariátrica por alguns meses até que o quadro esteja estabilizado. “Esse tratamento anterior é extremamente importante porque tanto um quadro depressivo quanto um quadro ansioso podem atrapalhar a recuperação pós-operatória”, alerta Rossini.

A importância dos cuidados pós-cirurgia

Além da perda de peso, a cirurgia bariátrica promove uma transformação emocional profunda – a trajetória toda envolve mudanças de perspectivas, alterações na autoimagem corporal, autoaceitação do novo corpo e a construção de uma relação saudável com a comida. Em geral, essas consultas ocorrem semanalmente no primeiro mês e vão se espaçando à medida que o paciente se sente mais seguro. O problema é que muitos costumam abandonar o acompanhamento quando começam a se sentir melhor. “Mas novos hábitos vão surgir, novas questões comportamentais vão aparecer e eu recomendaria manter a terapia por tempo indeterminado”, orienta Rossini.

Mudanças na percepção corporal

A operação promove uma perda de peso muito grande e rápida e, em um primeiro momento, pode elevar a autoestima do paciente, melhorar sua vida social e seus relacionamentos. Mas há casos em que o paciente não se reconhece nesse novo peso, especialmente aqueles que perdem mais de 50 ou 60 quilos. “Essa pessoa se olha no espelho e não se reconhece. Se isso não for cuidado, poderá se transformar num transtorno psiquiátrico”, afirma Rossini.

Além disso, há o risco de o ganho de peso voltar – não é incomum, e é até esperado, o paciente ganhar por volta de 10% do peso perdido. No entanto, há pacientes que engordam mais do que o aguardado e há aqueles que desenvolvem quadros ansiosos justamente pelo medo de voltar a ganhar peso. Quando isso ocorre, geralmente é porque o paciente deixou de manter o acompanhamento regular, interrompendo o tratamento psicológico por conta própria.

Risco de dependência química

Uma das principais “pedras no sapato” após a cirurgia bariátrica é o risco aumentado de desenvolvimento de alguma dependência química – especialmente por abuso de álcool. “Pacientes operados têm 30% mais risco de desenvolver dependência de álcool em comparação com a população geral”, segundo Rossini.

Embora o senso comum acredite que a dependência do álcool no bariátrico surge porque a pessoa “substitui” o vício da comida pelo da bebida, o psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz derruba esse mito. “A cirurgia muda o processo de como o intestino absorve o álcool e de como o cérebro processa a substância. Não existe limite seguro de consumo de álcool. Trata-se de uma caloria vazia, que atrapalha a perda de peso. O mundo ideal seria não consumir nunca mais. Mas sabemos que essa é uma meta irreal. A orientação é que a pessoa operada não coloque nenhuma gota de álcool na boca por pelo menos seis meses após a cirurgia”, analisa Rossini. Tudo isso, segundo o médico, pode ser contornado com apoio emocional ao paciente para que ele viva de forma plena o processo de mudança da vida.

Parte do sucesso do procedimento bariátrico depende de aspectos emocionais e psicológicos, que muitas vezes acabam sendo deixados de lado pelos pacientes. A avaliação da saúde mental é uma etapa crítica e extremamente necessária no processo de preparação. Isso porque obesidade também está ligada a fatores emocionais, transtornos alimentares, quadros de depressão, ansiedade e traumas – o suporte psicológico ou psiquiátrico é essencial na identificação precoce desses fatores.

A questão não se resolve a partir de uma única conversa com o psicólogo ou psiquiatra. O profissional de saúde mental vai realizar uma entrevista clínica detalhada com o paciente, explorando o seu histórico médico, emocional e de saúde mental. Em alguns casos, são realizados testes específicos para avaliar a existência de depressão, ansiedade, dependência de álcool, ou de transtornos alimentares que podem levar o paciente a comer por compulsão.

Divulgação Foto: Getty Images

“O maior problema é que não fazemos prevenção da obesidade. Muitas vezes, o paciente chega para avaliação pré-operatória ansioso, só para pegar o laudo recomendando a cirurgia [uma exigência das operadoras de saúde para autorizar o procedimento]. Ele não percebe que é preciso avaliar o que está acontecendo e o que o levou ao quadro de obesidade”, explicou o psiquiatra Maurício Rossini, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Cuidados no pré-operatório

Antes da cirurgia é o momento para o psicólogo ou o psiquiatra identificar se o paciente tem algum transtorno emocional que precise ser olhado com maior cautela durante todo o processo preparatório. É comum que o paciente com obesidade tenha algum transtorno identificado na fase pré-operatória.

Receber esse diagnóstico, no entanto, não é critério impeditivo para a cirurgia, mas vai exigir um monitoramento mais de perto e, talvez, pode ser necessário adiar a bariátrica por alguns meses até que o quadro esteja estabilizado. “Esse tratamento anterior é extremamente importante porque tanto um quadro depressivo quanto um quadro ansioso podem atrapalhar a recuperação pós-operatória”, alerta Rossini.

A importância dos cuidados pós-cirurgia

Além da perda de peso, a cirurgia bariátrica promove uma transformação emocional profunda – a trajetória toda envolve mudanças de perspectivas, alterações na autoimagem corporal, autoaceitação do novo corpo e a construção de uma relação saudável com a comida. Em geral, essas consultas ocorrem semanalmente no primeiro mês e vão se espaçando à medida que o paciente se sente mais seguro. O problema é que muitos costumam abandonar o acompanhamento quando começam a se sentir melhor. “Mas novos hábitos vão surgir, novas questões comportamentais vão aparecer e eu recomendaria manter a terapia por tempo indeterminado”, orienta Rossini.

Mudanças na percepção corporal

A operação promove uma perda de peso muito grande e rápida e, em um primeiro momento, pode elevar a autoestima do paciente, melhorar sua vida social e seus relacionamentos. Mas há casos em que o paciente não se reconhece nesse novo peso, especialmente aqueles que perdem mais de 50 ou 60 quilos. “Essa pessoa se olha no espelho e não se reconhece. Se isso não for cuidado, poderá se transformar num transtorno psiquiátrico”, afirma Rossini.

Além disso, há o risco de o ganho de peso voltar – não é incomum, e é até esperado, o paciente ganhar por volta de 10% do peso perdido. No entanto, há pacientes que engordam mais do que o aguardado e há aqueles que desenvolvem quadros ansiosos justamente pelo medo de voltar a ganhar peso. Quando isso ocorre, geralmente é porque o paciente deixou de manter o acompanhamento regular, interrompendo o tratamento psicológico por conta própria.

Risco de dependência química

Uma das principais “pedras no sapato” após a cirurgia bariátrica é o risco aumentado de desenvolvimento de alguma dependência química – especialmente por abuso de álcool. “Pacientes operados têm 30% mais risco de desenvolver dependência de álcool em comparação com a população geral”, segundo Rossini.

Embora o senso comum acredite que a dependência do álcool no bariátrico surge porque a pessoa “substitui” o vício da comida pelo da bebida, o psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz derruba esse mito. “A cirurgia muda o processo de como o intestino absorve o álcool e de como o cérebro processa a substância. Não existe limite seguro de consumo de álcool. Trata-se de uma caloria vazia, que atrapalha a perda de peso. O mundo ideal seria não consumir nunca mais. Mas sabemos que essa é uma meta irreal. A orientação é que a pessoa operada não coloque nenhuma gota de álcool na boca por pelo menos seis meses após a cirurgia”, analisa Rossini. Tudo isso, segundo o médico, pode ser contornado com apoio emocional ao paciente para que ele viva de forma plena o processo de mudança da vida.

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