Segurar o xixi faz mal para adultos e crianças; veja riscos e a frequência ideal de ida ao banheiro


Em casos mais extremos, a retenção de urina pode causar danos renais e complicações urológicas; confira 5 dicas para preservar a saúde do sistema urinário

Por Úrsula Neves

Em dias muito corridos, esvaziar a bexiga é um hábito que acaba negligenciado. Mas segurar o xixi não é, nem de longe, uma boa decisão. Além de trazer incômodo, inchaço, dor e facilitar escapes indesejados, prender a urina regularmente pode aumentar o risco de desenvolver infecções do trato urinário e disfunções da bexiga. “Em casos mais extremos, pode até causar danos renais e complicações urológicas, como a formação de cálculos urinários”, alerta o urologista Rodrigo Wilson Andrade, coordenador do setor de urologia do Hospital Albert Sabin.

Ainda de acordo com o médico, até a função cognitiva pode ser abalada, devido à dor e ao desconforto associados à necessidade extrema de urinar.

O hábito de prender a urina pode levar a diversos malefícios, desde infecção urinária a danos na bexiga e nos rins. Foto: estradaanton/Adobe Stock
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As mulheres têm mais chances de sofrer com infecções urinárias repetidas vezes, o que causa uma série de transtornos. Em longo prazo, o quadro pode levar à diminuição da capacidade de contração da bexiga por causa de uma distensão crônica.

Já os homens, que normalmente têm uma maior dificuldade de urinar em idades mais avançadas por problemas de próstata, possuem maior probabilidade de encarar uma obstrução na saída da bexiga. “E caso eles tenham uma redução da capacidade de contração e na sensibilidade da bexiga, isso pode prejudicá-los ainda mais no final da vida”, pontua o urologista Alexandre Fornari, coordenador do Departamento de Disfunção Miccional da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

No entanto, o grupo mais sensível a questões de retenção de urina são as crianças, principalmente no início do aprendizado da micção, com um ou dois anos de idade. “Geralmente, os pais tentam tirar as fraldas o quanto antes e, algumas vezes, as crianças são forçadas a segurar o xixi. É importante ressaltar que isso pode acarretar em uma disfunção do aprendizado da micção, levando à diminuição da sensibilidade da bexiga e da capacidade de esvaziamento do órgão”, adverte Fornari.

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Bexiga em risco

A bexiga possui duas funções essenciais: de armazenamento e esvaziamento da urina. Toda vez que essas tarefas não são utilizadas de maneira adequada, o órgão pode sofrer alterações. O urologista Danilo Galante Moreno, que faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Alemão Oswaldo Cruz e São Luiz Itaim, esclarece que a bexiga consegue armazenar de 400 a 500 ml de urina sem sofrer um aumento de pressão. Mas quando o indivíduo passa três, quatro horas sem fazer xixi, ela vai distendendo.

“O problema é que, ao passarmos vários anos com o hábito de segurar a urina e não esvaziar completamente a bexiga, o órgão vai perdendo a capacidade de contração e a propriedade de esvaziamento. Aí, começa a ser apenas um reservatório de urina”, descreve Moreno. “A bexiga continua funcionando, mas perde a sua eficiência. Resumindo: a pessoa passa a ter dificuldade de esvaziá-la completamente, tem um fluxo urinário baixo, um jato urinário fraco e uma urgência para urinar, além de muitas vezes sofrer de retenção urinária”, acrescenta.

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Por outro lado, os especialistas lembram que não se deve forçar a micção regularmente, pois isso também pode levar a disfunções da bexiga e a outros problemas urinários. A micção deve ocorrer naturalmente e quando há necessidade. “A frequência normal de micção varia, mas, geralmente, é de seis a oito vezes por dia, dependendo da quantidade de ingestão de líquidos e outros fatores individuais”, explica Andrade.

“A regularidade ideal é a cada duas ou três horas. Se precisarmos fazer força para urinar, algo está errado”, complementa Moreno.

Em certas situações, cumprir essa meta não é possível, como no caso de uma viagem mais longa ou participação em eventos lotados. Segundo o coordenador do setor de urologia do Hospital Albert Sabin, segurar o xixi uma vez ou outra não tem problema. O perigo está ligado à repetição do comportamento.

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Em shows, há quem recorra a fraldas para conseguir fazer xixi sem perder o lugar. Andrade afirma que isso não afeta a saúde de forma considerável, embora possa ser desconfortável e causar assaduras. “Mas o uso prolongado de fraldas aumenta o risco de infecções e abscessos na região perineal e nas nádegas”, aponta.

5 dicas para manter a saúde do sistema urinário

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É importante promover hábitos saudáveis de micção e evitar a retenção voluntária prolongada para manter a saúde do trato urinário. Confira as principais orientações:

  • Cultive o hábito de urinar no dia a dia, a cada duas ou três horas;
  • Procure urinar logo após as refeições e antes de entrar em reuniões ou sair ao ar livre, sobretudo se não houver acesso fácil ao banheiro;
  • Atividades físicas, principalmente exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, são excelentes para prevenir incontinência e outros distúrbios urinários;
  • Visitas médicas regulares são essenciais para detectar problemas e adotar medidas preventivas. Sintomas como dor ao urinar ou aumento da frequência urinária, por exemplo, devem ser avaliados por um urologista;
  • Beba a quantidade de água indicada para o seu peso corporal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é de 35 ml de água por cada quilo de peso corporal. Por exemplo: se você pesa 60 kg, deve beber cerca de 2,1 litros de água por dia.

Em dias muito corridos, esvaziar a bexiga é um hábito que acaba negligenciado. Mas segurar o xixi não é, nem de longe, uma boa decisão. Além de trazer incômodo, inchaço, dor e facilitar escapes indesejados, prender a urina regularmente pode aumentar o risco de desenvolver infecções do trato urinário e disfunções da bexiga. “Em casos mais extremos, pode até causar danos renais e complicações urológicas, como a formação de cálculos urinários”, alerta o urologista Rodrigo Wilson Andrade, coordenador do setor de urologia do Hospital Albert Sabin.

Ainda de acordo com o médico, até a função cognitiva pode ser abalada, devido à dor e ao desconforto associados à necessidade extrema de urinar.

O hábito de prender a urina pode levar a diversos malefícios, desde infecção urinária a danos na bexiga e nos rins. Foto: estradaanton/Adobe Stock

As mulheres têm mais chances de sofrer com infecções urinárias repetidas vezes, o que causa uma série de transtornos. Em longo prazo, o quadro pode levar à diminuição da capacidade de contração da bexiga por causa de uma distensão crônica.

Já os homens, que normalmente têm uma maior dificuldade de urinar em idades mais avançadas por problemas de próstata, possuem maior probabilidade de encarar uma obstrução na saída da bexiga. “E caso eles tenham uma redução da capacidade de contração e na sensibilidade da bexiga, isso pode prejudicá-los ainda mais no final da vida”, pontua o urologista Alexandre Fornari, coordenador do Departamento de Disfunção Miccional da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

No entanto, o grupo mais sensível a questões de retenção de urina são as crianças, principalmente no início do aprendizado da micção, com um ou dois anos de idade. “Geralmente, os pais tentam tirar as fraldas o quanto antes e, algumas vezes, as crianças são forçadas a segurar o xixi. É importante ressaltar que isso pode acarretar em uma disfunção do aprendizado da micção, levando à diminuição da sensibilidade da bexiga e da capacidade de esvaziamento do órgão”, adverte Fornari.

Bexiga em risco

A bexiga possui duas funções essenciais: de armazenamento e esvaziamento da urina. Toda vez que essas tarefas não são utilizadas de maneira adequada, o órgão pode sofrer alterações. O urologista Danilo Galante Moreno, que faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Alemão Oswaldo Cruz e São Luiz Itaim, esclarece que a bexiga consegue armazenar de 400 a 500 ml de urina sem sofrer um aumento de pressão. Mas quando o indivíduo passa três, quatro horas sem fazer xixi, ela vai distendendo.

“O problema é que, ao passarmos vários anos com o hábito de segurar a urina e não esvaziar completamente a bexiga, o órgão vai perdendo a capacidade de contração e a propriedade de esvaziamento. Aí, começa a ser apenas um reservatório de urina”, descreve Moreno. “A bexiga continua funcionando, mas perde a sua eficiência. Resumindo: a pessoa passa a ter dificuldade de esvaziá-la completamente, tem um fluxo urinário baixo, um jato urinário fraco e uma urgência para urinar, além de muitas vezes sofrer de retenção urinária”, acrescenta.

Por outro lado, os especialistas lembram que não se deve forçar a micção regularmente, pois isso também pode levar a disfunções da bexiga e a outros problemas urinários. A micção deve ocorrer naturalmente e quando há necessidade. “A frequência normal de micção varia, mas, geralmente, é de seis a oito vezes por dia, dependendo da quantidade de ingestão de líquidos e outros fatores individuais”, explica Andrade.

“A regularidade ideal é a cada duas ou três horas. Se precisarmos fazer força para urinar, algo está errado”, complementa Moreno.

Em certas situações, cumprir essa meta não é possível, como no caso de uma viagem mais longa ou participação em eventos lotados. Segundo o coordenador do setor de urologia do Hospital Albert Sabin, segurar o xixi uma vez ou outra não tem problema. O perigo está ligado à repetição do comportamento.

Em shows, há quem recorra a fraldas para conseguir fazer xixi sem perder o lugar. Andrade afirma que isso não afeta a saúde de forma considerável, embora possa ser desconfortável e causar assaduras. “Mas o uso prolongado de fraldas aumenta o risco de infecções e abscessos na região perineal e nas nádegas”, aponta.

5 dicas para manter a saúde do sistema urinário

É importante promover hábitos saudáveis de micção e evitar a retenção voluntária prolongada para manter a saúde do trato urinário. Confira as principais orientações:

  • Cultive o hábito de urinar no dia a dia, a cada duas ou três horas;
  • Procure urinar logo após as refeições e antes de entrar em reuniões ou sair ao ar livre, sobretudo se não houver acesso fácil ao banheiro;
  • Atividades físicas, principalmente exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, são excelentes para prevenir incontinência e outros distúrbios urinários;
  • Visitas médicas regulares são essenciais para detectar problemas e adotar medidas preventivas. Sintomas como dor ao urinar ou aumento da frequência urinária, por exemplo, devem ser avaliados por um urologista;
  • Beba a quantidade de água indicada para o seu peso corporal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é de 35 ml de água por cada quilo de peso corporal. Por exemplo: se você pesa 60 kg, deve beber cerca de 2,1 litros de água por dia.

Em dias muito corridos, esvaziar a bexiga é um hábito que acaba negligenciado. Mas segurar o xixi não é, nem de longe, uma boa decisão. Além de trazer incômodo, inchaço, dor e facilitar escapes indesejados, prender a urina regularmente pode aumentar o risco de desenvolver infecções do trato urinário e disfunções da bexiga. “Em casos mais extremos, pode até causar danos renais e complicações urológicas, como a formação de cálculos urinários”, alerta o urologista Rodrigo Wilson Andrade, coordenador do setor de urologia do Hospital Albert Sabin.

Ainda de acordo com o médico, até a função cognitiva pode ser abalada, devido à dor e ao desconforto associados à necessidade extrema de urinar.

O hábito de prender a urina pode levar a diversos malefícios, desde infecção urinária a danos na bexiga e nos rins. Foto: estradaanton/Adobe Stock

As mulheres têm mais chances de sofrer com infecções urinárias repetidas vezes, o que causa uma série de transtornos. Em longo prazo, o quadro pode levar à diminuição da capacidade de contração da bexiga por causa de uma distensão crônica.

Já os homens, que normalmente têm uma maior dificuldade de urinar em idades mais avançadas por problemas de próstata, possuem maior probabilidade de encarar uma obstrução na saída da bexiga. “E caso eles tenham uma redução da capacidade de contração e na sensibilidade da bexiga, isso pode prejudicá-los ainda mais no final da vida”, pontua o urologista Alexandre Fornari, coordenador do Departamento de Disfunção Miccional da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

No entanto, o grupo mais sensível a questões de retenção de urina são as crianças, principalmente no início do aprendizado da micção, com um ou dois anos de idade. “Geralmente, os pais tentam tirar as fraldas o quanto antes e, algumas vezes, as crianças são forçadas a segurar o xixi. É importante ressaltar que isso pode acarretar em uma disfunção do aprendizado da micção, levando à diminuição da sensibilidade da bexiga e da capacidade de esvaziamento do órgão”, adverte Fornari.

Bexiga em risco

A bexiga possui duas funções essenciais: de armazenamento e esvaziamento da urina. Toda vez que essas tarefas não são utilizadas de maneira adequada, o órgão pode sofrer alterações. O urologista Danilo Galante Moreno, que faz parte do corpo clínico dos hospitais Israelita Albert Einstein, Alemão Oswaldo Cruz e São Luiz Itaim, esclarece que a bexiga consegue armazenar de 400 a 500 ml de urina sem sofrer um aumento de pressão. Mas quando o indivíduo passa três, quatro horas sem fazer xixi, ela vai distendendo.

“O problema é que, ao passarmos vários anos com o hábito de segurar a urina e não esvaziar completamente a bexiga, o órgão vai perdendo a capacidade de contração e a propriedade de esvaziamento. Aí, começa a ser apenas um reservatório de urina”, descreve Moreno. “A bexiga continua funcionando, mas perde a sua eficiência. Resumindo: a pessoa passa a ter dificuldade de esvaziá-la completamente, tem um fluxo urinário baixo, um jato urinário fraco e uma urgência para urinar, além de muitas vezes sofrer de retenção urinária”, acrescenta.

Por outro lado, os especialistas lembram que não se deve forçar a micção regularmente, pois isso também pode levar a disfunções da bexiga e a outros problemas urinários. A micção deve ocorrer naturalmente e quando há necessidade. “A frequência normal de micção varia, mas, geralmente, é de seis a oito vezes por dia, dependendo da quantidade de ingestão de líquidos e outros fatores individuais”, explica Andrade.

“A regularidade ideal é a cada duas ou três horas. Se precisarmos fazer força para urinar, algo está errado”, complementa Moreno.

Em certas situações, cumprir essa meta não é possível, como no caso de uma viagem mais longa ou participação em eventos lotados. Segundo o coordenador do setor de urologia do Hospital Albert Sabin, segurar o xixi uma vez ou outra não tem problema. O perigo está ligado à repetição do comportamento.

Em shows, há quem recorra a fraldas para conseguir fazer xixi sem perder o lugar. Andrade afirma que isso não afeta a saúde de forma considerável, embora possa ser desconfortável e causar assaduras. “Mas o uso prolongado de fraldas aumenta o risco de infecções e abscessos na região perineal e nas nádegas”, aponta.

5 dicas para manter a saúde do sistema urinário

É importante promover hábitos saudáveis de micção e evitar a retenção voluntária prolongada para manter a saúde do trato urinário. Confira as principais orientações:

  • Cultive o hábito de urinar no dia a dia, a cada duas ou três horas;
  • Procure urinar logo após as refeições e antes de entrar em reuniões ou sair ao ar livre, sobretudo se não houver acesso fácil ao banheiro;
  • Atividades físicas, principalmente exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, são excelentes para prevenir incontinência e outros distúrbios urinários;
  • Visitas médicas regulares são essenciais para detectar problemas e adotar medidas preventivas. Sintomas como dor ao urinar ou aumento da frequência urinária, por exemplo, devem ser avaliados por um urologista;
  • Beba a quantidade de água indicada para o seu peso corporal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a recomendação é de 35 ml de água por cada quilo de peso corporal. Por exemplo: se você pesa 60 kg, deve beber cerca de 2,1 litros de água por dia.

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