Sírio-Libanês abre faculdade com simuladores hiper-realistas e módulo de ciência de dados


Instituição inaugura sede na Bela Vista que terá, inicialmente, cursos de psicologia, enfermagem e fisioterapia; alunos terão 10% da carga horária com projeto para a comunidade

Por Fabiana Cambricoli
Atualização:

Com ferramentas tecnológicas como simuladores hiper-realistas e currículo com trilhas de formações complementares em áreas como empreendedorismo e ciência de dados, o Hospital Sírio-Libanês inaugura nesta terça-feira, 28, sua faculdade de ciências da saúde.

A unidade, localizada em um prédio na Bela Vista (região central da cidade de São Paulo), receberá inicialmente alunos de três graduações: psicologia, enfermagem e fisioterapia. O processo seletivo para o ingresso dos 150 primeiros estudantes (50 de cada curso) já está em andamento. O resultado do vestibular será divulgado em dezembro e as aulas serão iniciadas em fevereiro.

O Estadão visitou as instalações e laboratórios da faculdade, que ocupa 11 andares de um edifício reformado na rua Martiniano de Carvalho em uma área total de 9 mil metros quadrados. São 14 salas de aula, 9 laboratórios, 11 salas collab (para atividades em grupo), biblioteca e espaços de confraternização e descanso para os estudantes.

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De acordo com os diretores da instituição, um dos diferenciais do currículo será o foco em atividades práticas e conhecimento aplicado. “O objetivo é integrar conteúdo com habilidades práticas. Tradicionalmente, no ensino de anatomia, por exemplo, o aluno tinha que decorar todos os ossos do corpo humano. Mas faz muito mais sentido ele ter um aprendizado aplicado, entender o sistema locomotor, como ele funciona, por que um osso se movimenta de determinada forma, quais são as doenças relacionadas”, diz Luiz Fernando Lima Reis, diretor de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês.

A tecnologia é uma das principais apostas para diversificar as atividades práticas. A faculdade terá um centro clínico hiper-realístico - uma réplica de um ambiente hospitalar, com leitos e simuladores que reproduzem uma enfermaria real - e os centros de simulação, que imitam diferentes ambientes, como consultórios, quartos de internação, enfermaria hospitalar, entre outros.

Chama a atenção nesses espaços os “bonecos simuladores”, réplicas de um ser humano que podem manifestar diferentes sinais, sintomas e doenças de um paciente. Nos centros de simulação, os estudantes precisam simular o atendimento desses bonecos enquanto o professor fica em uma sala, atrás de um vidro escuro, na qual ele tem controle sobre intercorrências que o “paciente” pode apresentar.

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“O professor pode acionar um botão e fazer o simulador ter um ataque cardíaco ou uma convulsão, por exemplo. O boneco também pode suar, sangrar, tossir, chorar. É uma situação hiper-realista para que o aluno esteja imerso em um cenário muito próximo do real”, explica Reis.

“Até nós, médicos com muitos anos de carreira, ficamos surpresos com o quão realista esses simuladores são”, comenta Fernando Ganem, diretor-geral do Sírio-Libanês. Os centros de simulação, explica ele, serão usados tanto para aulas quanto para a avaliação dos alunos.

Diretores do Sírio-Libanês mostram boneco simulador na faculdade da instituição; equipamento pode simular ataque cardíaco, convulsão e outras condições Foto: Tiago Queiroz
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Entre os bonecos simuladores, há réplicas de pacientes adultos, gestantes em trabalho de parto e bebês. “A vantagem é que podemos simular diferentes condições clínicas. Se essa formação mais prática fosse feita só no período de passagem dos estudantes pelos hospitais reais, os alunos acabam vendo as condições que estão ocorrendo naquela ocasião. Com os simuladores, conseguimos reproduzir uma infinidade de situações”, diz Reis. Nas aulas práticas, também poderão ser contratados atores para que os estudantes treinem habilidades como a comunicação de más notícias.

As salas de aula ainda contam com monitores e tablets com softwares nos quais os alunos podem explorar a fundo os diferentes tecidos e partes do corpo humano, tanto por meio de ilustrações quanto imagens detalhadas e interativas de cadáveres humanos, além de modelos anatômicos em resina.

Cursos terão quatro trilhas de formação complementar

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Os cursos da nova faculdade terão, além das disciplinas básicas, quatro opções de trilhas de formação complementar, de acordo com o interesse e as habilidades: investigação científica, inovação e empreendedorismo, políticas públicas e ciência de dados. Haverá no ciclo básico disciplinas relacionadas a demandas crescentes no campo da saúde, como cirurgia robótica e cuidados paliativos.

O currículo prevê ainda atividades nas quais os alunos desenvolvam uma visão humanista e atuem considerando as necessidades da comunidade. De acordo com a instituição, 10% da carga horária do curso será dedicada ao Projeto de Formação Integral em Saúde, na qual os alunos aprenderão sobre temas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-ONU).

Essas aulas tratarão de problemas contemporâneos, como direitos reprodutivos, determinantes sociais e ambientais da saúde e da doença, violências e seus efeitos, entre outros. Após as aulas teóricas, os alunos visitarão comunidades do entorno da faculdade para conhecer e medir indicadores de saúde. Depois disso, a ideia é que eles criem projetos que possam contribuir para melhorar a saúde dos moradores na região. “Temos bolsões de pobreza no próprio bairro onde está a faculdade, precisamos formar não só bons profissionais, mas que tenham consciência sobre o impacto que devem ter na comunidade”, diz Reis.

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20% dos alunos serão bolsistas integrais

Na tentativa de trazer diversidade e integrar diferentes realidades socioeconômicas, a faculdade definiu que 20% de todos os alunos receberão bolsa integral. “Para definir os bolsistas, a gente avalia não só o desempenho no vestibular, mas parâmetros socioeconômicos. Metade deles terão gratuidade pela própria faculdade e a outra metade será financiada por um fundo de bolsas formado por doações. Há doadores que já ‘adotaram um aluno’, ou seja, vão arcar com o custo de todos os anos da graduação”, conta Denise Jafet, presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.

O processo seletivo da nova faculdade inclui prova, mas também entrevista e envio de uma videobiografia em que o candidato compartilha sua trajetória pessoal e acadêmica, destacando atividades e projetos realizados fora da sala de aula e mostra como pode contribuir para um projeto de responsabilidade social.

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As mensalidades dos cursos variam de R$ 2,4 mil, para enfermagem e fisioterapia, a R$ 3,9 mil, para psicologia. Os três são oferecidos somente na modalidade presencial. Os dois primeiros estão disponíveis no período da manhã e o terceiro, à tarde.

Além das três graduações já anunciadas, está prevista ainda a abertura de cursos de graduação em gestão hospitalar, nutrição, biomedicina e medicina. Este último, o mais concorrido, depende de abertura de edital do Ministério da Educação (MEC), que regula a criação de cursos de Medicina no País por meio da Lei do Mais Médicos. Por isso, embora a infraestrutura e documentação estejam prontas, não há previsão de quando o curso será oferecido na nova instituição de ensino.

De acordo com Paulo Nigro, CEO do Sírio-Libanês, a expectativa é que a faculdade tenha 5 mil alunos de graduação quando todos os cursos e anos de formação estiverem disponíveis. “O investimento do Sírio-Libanês na faculdade foi de R$ 60 milhões. Pode parecer um valor alto, mas já quisemos construir uma sede ampla e com os recursos disponíveis para receber os alunos quando chegarmos à máxima capacidade”, afirma.

Com ferramentas tecnológicas como simuladores hiper-realistas e currículo com trilhas de formações complementares em áreas como empreendedorismo e ciência de dados, o Hospital Sírio-Libanês inaugura nesta terça-feira, 28, sua faculdade de ciências da saúde.

A unidade, localizada em um prédio na Bela Vista (região central da cidade de São Paulo), receberá inicialmente alunos de três graduações: psicologia, enfermagem e fisioterapia. O processo seletivo para o ingresso dos 150 primeiros estudantes (50 de cada curso) já está em andamento. O resultado do vestibular será divulgado em dezembro e as aulas serão iniciadas em fevereiro.

O Estadão visitou as instalações e laboratórios da faculdade, que ocupa 11 andares de um edifício reformado na rua Martiniano de Carvalho em uma área total de 9 mil metros quadrados. São 14 salas de aula, 9 laboratórios, 11 salas collab (para atividades em grupo), biblioteca e espaços de confraternização e descanso para os estudantes.

De acordo com os diretores da instituição, um dos diferenciais do currículo será o foco em atividades práticas e conhecimento aplicado. “O objetivo é integrar conteúdo com habilidades práticas. Tradicionalmente, no ensino de anatomia, por exemplo, o aluno tinha que decorar todos os ossos do corpo humano. Mas faz muito mais sentido ele ter um aprendizado aplicado, entender o sistema locomotor, como ele funciona, por que um osso se movimenta de determinada forma, quais são as doenças relacionadas”, diz Luiz Fernando Lima Reis, diretor de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês.

A tecnologia é uma das principais apostas para diversificar as atividades práticas. A faculdade terá um centro clínico hiper-realístico - uma réplica de um ambiente hospitalar, com leitos e simuladores que reproduzem uma enfermaria real - e os centros de simulação, que imitam diferentes ambientes, como consultórios, quartos de internação, enfermaria hospitalar, entre outros.

Chama a atenção nesses espaços os “bonecos simuladores”, réplicas de um ser humano que podem manifestar diferentes sinais, sintomas e doenças de um paciente. Nos centros de simulação, os estudantes precisam simular o atendimento desses bonecos enquanto o professor fica em uma sala, atrás de um vidro escuro, na qual ele tem controle sobre intercorrências que o “paciente” pode apresentar.

“O professor pode acionar um botão e fazer o simulador ter um ataque cardíaco ou uma convulsão, por exemplo. O boneco também pode suar, sangrar, tossir, chorar. É uma situação hiper-realista para que o aluno esteja imerso em um cenário muito próximo do real”, explica Reis.

“Até nós, médicos com muitos anos de carreira, ficamos surpresos com o quão realista esses simuladores são”, comenta Fernando Ganem, diretor-geral do Sírio-Libanês. Os centros de simulação, explica ele, serão usados tanto para aulas quanto para a avaliação dos alunos.

Diretores do Sírio-Libanês mostram boneco simulador na faculdade da instituição; equipamento pode simular ataque cardíaco, convulsão e outras condições Foto: Tiago Queiroz

Entre os bonecos simuladores, há réplicas de pacientes adultos, gestantes em trabalho de parto e bebês. “A vantagem é que podemos simular diferentes condições clínicas. Se essa formação mais prática fosse feita só no período de passagem dos estudantes pelos hospitais reais, os alunos acabam vendo as condições que estão ocorrendo naquela ocasião. Com os simuladores, conseguimos reproduzir uma infinidade de situações”, diz Reis. Nas aulas práticas, também poderão ser contratados atores para que os estudantes treinem habilidades como a comunicação de más notícias.

As salas de aula ainda contam com monitores e tablets com softwares nos quais os alunos podem explorar a fundo os diferentes tecidos e partes do corpo humano, tanto por meio de ilustrações quanto imagens detalhadas e interativas de cadáveres humanos, além de modelos anatômicos em resina.

Cursos terão quatro trilhas de formação complementar

Os cursos da nova faculdade terão, além das disciplinas básicas, quatro opções de trilhas de formação complementar, de acordo com o interesse e as habilidades: investigação científica, inovação e empreendedorismo, políticas públicas e ciência de dados. Haverá no ciclo básico disciplinas relacionadas a demandas crescentes no campo da saúde, como cirurgia robótica e cuidados paliativos.

O currículo prevê ainda atividades nas quais os alunos desenvolvam uma visão humanista e atuem considerando as necessidades da comunidade. De acordo com a instituição, 10% da carga horária do curso será dedicada ao Projeto de Formação Integral em Saúde, na qual os alunos aprenderão sobre temas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-ONU).

Essas aulas tratarão de problemas contemporâneos, como direitos reprodutivos, determinantes sociais e ambientais da saúde e da doença, violências e seus efeitos, entre outros. Após as aulas teóricas, os alunos visitarão comunidades do entorno da faculdade para conhecer e medir indicadores de saúde. Depois disso, a ideia é que eles criem projetos que possam contribuir para melhorar a saúde dos moradores na região. “Temos bolsões de pobreza no próprio bairro onde está a faculdade, precisamos formar não só bons profissionais, mas que tenham consciência sobre o impacto que devem ter na comunidade”, diz Reis.

20% dos alunos serão bolsistas integrais

Na tentativa de trazer diversidade e integrar diferentes realidades socioeconômicas, a faculdade definiu que 20% de todos os alunos receberão bolsa integral. “Para definir os bolsistas, a gente avalia não só o desempenho no vestibular, mas parâmetros socioeconômicos. Metade deles terão gratuidade pela própria faculdade e a outra metade será financiada por um fundo de bolsas formado por doações. Há doadores que já ‘adotaram um aluno’, ou seja, vão arcar com o custo de todos os anos da graduação”, conta Denise Jafet, presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.

O processo seletivo da nova faculdade inclui prova, mas também entrevista e envio de uma videobiografia em que o candidato compartilha sua trajetória pessoal e acadêmica, destacando atividades e projetos realizados fora da sala de aula e mostra como pode contribuir para um projeto de responsabilidade social.

As mensalidades dos cursos variam de R$ 2,4 mil, para enfermagem e fisioterapia, a R$ 3,9 mil, para psicologia. Os três são oferecidos somente na modalidade presencial. Os dois primeiros estão disponíveis no período da manhã e o terceiro, à tarde.

Além das três graduações já anunciadas, está prevista ainda a abertura de cursos de graduação em gestão hospitalar, nutrição, biomedicina e medicina. Este último, o mais concorrido, depende de abertura de edital do Ministério da Educação (MEC), que regula a criação de cursos de Medicina no País por meio da Lei do Mais Médicos. Por isso, embora a infraestrutura e documentação estejam prontas, não há previsão de quando o curso será oferecido na nova instituição de ensino.

De acordo com Paulo Nigro, CEO do Sírio-Libanês, a expectativa é que a faculdade tenha 5 mil alunos de graduação quando todos os cursos e anos de formação estiverem disponíveis. “O investimento do Sírio-Libanês na faculdade foi de R$ 60 milhões. Pode parecer um valor alto, mas já quisemos construir uma sede ampla e com os recursos disponíveis para receber os alunos quando chegarmos à máxima capacidade”, afirma.

Com ferramentas tecnológicas como simuladores hiper-realistas e currículo com trilhas de formações complementares em áreas como empreendedorismo e ciência de dados, o Hospital Sírio-Libanês inaugura nesta terça-feira, 28, sua faculdade de ciências da saúde.

A unidade, localizada em um prédio na Bela Vista (região central da cidade de São Paulo), receberá inicialmente alunos de três graduações: psicologia, enfermagem e fisioterapia. O processo seletivo para o ingresso dos 150 primeiros estudantes (50 de cada curso) já está em andamento. O resultado do vestibular será divulgado em dezembro e as aulas serão iniciadas em fevereiro.

O Estadão visitou as instalações e laboratórios da faculdade, que ocupa 11 andares de um edifício reformado na rua Martiniano de Carvalho em uma área total de 9 mil metros quadrados. São 14 salas de aula, 9 laboratórios, 11 salas collab (para atividades em grupo), biblioteca e espaços de confraternização e descanso para os estudantes.

De acordo com os diretores da instituição, um dos diferenciais do currículo será o foco em atividades práticas e conhecimento aplicado. “O objetivo é integrar conteúdo com habilidades práticas. Tradicionalmente, no ensino de anatomia, por exemplo, o aluno tinha que decorar todos os ossos do corpo humano. Mas faz muito mais sentido ele ter um aprendizado aplicado, entender o sistema locomotor, como ele funciona, por que um osso se movimenta de determinada forma, quais são as doenças relacionadas”, diz Luiz Fernando Lima Reis, diretor de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês.

A tecnologia é uma das principais apostas para diversificar as atividades práticas. A faculdade terá um centro clínico hiper-realístico - uma réplica de um ambiente hospitalar, com leitos e simuladores que reproduzem uma enfermaria real - e os centros de simulação, que imitam diferentes ambientes, como consultórios, quartos de internação, enfermaria hospitalar, entre outros.

Chama a atenção nesses espaços os “bonecos simuladores”, réplicas de um ser humano que podem manifestar diferentes sinais, sintomas e doenças de um paciente. Nos centros de simulação, os estudantes precisam simular o atendimento desses bonecos enquanto o professor fica em uma sala, atrás de um vidro escuro, na qual ele tem controle sobre intercorrências que o “paciente” pode apresentar.

“O professor pode acionar um botão e fazer o simulador ter um ataque cardíaco ou uma convulsão, por exemplo. O boneco também pode suar, sangrar, tossir, chorar. É uma situação hiper-realista para que o aluno esteja imerso em um cenário muito próximo do real”, explica Reis.

“Até nós, médicos com muitos anos de carreira, ficamos surpresos com o quão realista esses simuladores são”, comenta Fernando Ganem, diretor-geral do Sírio-Libanês. Os centros de simulação, explica ele, serão usados tanto para aulas quanto para a avaliação dos alunos.

Diretores do Sírio-Libanês mostram boneco simulador na faculdade da instituição; equipamento pode simular ataque cardíaco, convulsão e outras condições Foto: Tiago Queiroz

Entre os bonecos simuladores, há réplicas de pacientes adultos, gestantes em trabalho de parto e bebês. “A vantagem é que podemos simular diferentes condições clínicas. Se essa formação mais prática fosse feita só no período de passagem dos estudantes pelos hospitais reais, os alunos acabam vendo as condições que estão ocorrendo naquela ocasião. Com os simuladores, conseguimos reproduzir uma infinidade de situações”, diz Reis. Nas aulas práticas, também poderão ser contratados atores para que os estudantes treinem habilidades como a comunicação de más notícias.

As salas de aula ainda contam com monitores e tablets com softwares nos quais os alunos podem explorar a fundo os diferentes tecidos e partes do corpo humano, tanto por meio de ilustrações quanto imagens detalhadas e interativas de cadáveres humanos, além de modelos anatômicos em resina.

Cursos terão quatro trilhas de formação complementar

Os cursos da nova faculdade terão, além das disciplinas básicas, quatro opções de trilhas de formação complementar, de acordo com o interesse e as habilidades: investigação científica, inovação e empreendedorismo, políticas públicas e ciência de dados. Haverá no ciclo básico disciplinas relacionadas a demandas crescentes no campo da saúde, como cirurgia robótica e cuidados paliativos.

O currículo prevê ainda atividades nas quais os alunos desenvolvam uma visão humanista e atuem considerando as necessidades da comunidade. De acordo com a instituição, 10% da carga horária do curso será dedicada ao Projeto de Formação Integral em Saúde, na qual os alunos aprenderão sobre temas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-ONU).

Essas aulas tratarão de problemas contemporâneos, como direitos reprodutivos, determinantes sociais e ambientais da saúde e da doença, violências e seus efeitos, entre outros. Após as aulas teóricas, os alunos visitarão comunidades do entorno da faculdade para conhecer e medir indicadores de saúde. Depois disso, a ideia é que eles criem projetos que possam contribuir para melhorar a saúde dos moradores na região. “Temos bolsões de pobreza no próprio bairro onde está a faculdade, precisamos formar não só bons profissionais, mas que tenham consciência sobre o impacto que devem ter na comunidade”, diz Reis.

20% dos alunos serão bolsistas integrais

Na tentativa de trazer diversidade e integrar diferentes realidades socioeconômicas, a faculdade definiu que 20% de todos os alunos receberão bolsa integral. “Para definir os bolsistas, a gente avalia não só o desempenho no vestibular, mas parâmetros socioeconômicos. Metade deles terão gratuidade pela própria faculdade e a outra metade será financiada por um fundo de bolsas formado por doações. Há doadores que já ‘adotaram um aluno’, ou seja, vão arcar com o custo de todos os anos da graduação”, conta Denise Jafet, presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.

O processo seletivo da nova faculdade inclui prova, mas também entrevista e envio de uma videobiografia em que o candidato compartilha sua trajetória pessoal e acadêmica, destacando atividades e projetos realizados fora da sala de aula e mostra como pode contribuir para um projeto de responsabilidade social.

As mensalidades dos cursos variam de R$ 2,4 mil, para enfermagem e fisioterapia, a R$ 3,9 mil, para psicologia. Os três são oferecidos somente na modalidade presencial. Os dois primeiros estão disponíveis no período da manhã e o terceiro, à tarde.

Além das três graduações já anunciadas, está prevista ainda a abertura de cursos de graduação em gestão hospitalar, nutrição, biomedicina e medicina. Este último, o mais concorrido, depende de abertura de edital do Ministério da Educação (MEC), que regula a criação de cursos de Medicina no País por meio da Lei do Mais Médicos. Por isso, embora a infraestrutura e documentação estejam prontas, não há previsão de quando o curso será oferecido na nova instituição de ensino.

De acordo com Paulo Nigro, CEO do Sírio-Libanês, a expectativa é que a faculdade tenha 5 mil alunos de graduação quando todos os cursos e anos de formação estiverem disponíveis. “O investimento do Sírio-Libanês na faculdade foi de R$ 60 milhões. Pode parecer um valor alto, mas já quisemos construir uma sede ampla e com os recursos disponíveis para receber os alunos quando chegarmos à máxima capacidade”, afirma.

Com ferramentas tecnológicas como simuladores hiper-realistas e currículo com trilhas de formações complementares em áreas como empreendedorismo e ciência de dados, o Hospital Sírio-Libanês inaugura nesta terça-feira, 28, sua faculdade de ciências da saúde.

A unidade, localizada em um prédio na Bela Vista (região central da cidade de São Paulo), receberá inicialmente alunos de três graduações: psicologia, enfermagem e fisioterapia. O processo seletivo para o ingresso dos 150 primeiros estudantes (50 de cada curso) já está em andamento. O resultado do vestibular será divulgado em dezembro e as aulas serão iniciadas em fevereiro.

O Estadão visitou as instalações e laboratórios da faculdade, que ocupa 11 andares de um edifício reformado na rua Martiniano de Carvalho em uma área total de 9 mil metros quadrados. São 14 salas de aula, 9 laboratórios, 11 salas collab (para atividades em grupo), biblioteca e espaços de confraternização e descanso para os estudantes.

De acordo com os diretores da instituição, um dos diferenciais do currículo será o foco em atividades práticas e conhecimento aplicado. “O objetivo é integrar conteúdo com habilidades práticas. Tradicionalmente, no ensino de anatomia, por exemplo, o aluno tinha que decorar todos os ossos do corpo humano. Mas faz muito mais sentido ele ter um aprendizado aplicado, entender o sistema locomotor, como ele funciona, por que um osso se movimenta de determinada forma, quais são as doenças relacionadas”, diz Luiz Fernando Lima Reis, diretor de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês.

A tecnologia é uma das principais apostas para diversificar as atividades práticas. A faculdade terá um centro clínico hiper-realístico - uma réplica de um ambiente hospitalar, com leitos e simuladores que reproduzem uma enfermaria real - e os centros de simulação, que imitam diferentes ambientes, como consultórios, quartos de internação, enfermaria hospitalar, entre outros.

Chama a atenção nesses espaços os “bonecos simuladores”, réplicas de um ser humano que podem manifestar diferentes sinais, sintomas e doenças de um paciente. Nos centros de simulação, os estudantes precisam simular o atendimento desses bonecos enquanto o professor fica em uma sala, atrás de um vidro escuro, na qual ele tem controle sobre intercorrências que o “paciente” pode apresentar.

“O professor pode acionar um botão e fazer o simulador ter um ataque cardíaco ou uma convulsão, por exemplo. O boneco também pode suar, sangrar, tossir, chorar. É uma situação hiper-realista para que o aluno esteja imerso em um cenário muito próximo do real”, explica Reis.

“Até nós, médicos com muitos anos de carreira, ficamos surpresos com o quão realista esses simuladores são”, comenta Fernando Ganem, diretor-geral do Sírio-Libanês. Os centros de simulação, explica ele, serão usados tanto para aulas quanto para a avaliação dos alunos.

Diretores do Sírio-Libanês mostram boneco simulador na faculdade da instituição; equipamento pode simular ataque cardíaco, convulsão e outras condições Foto: Tiago Queiroz

Entre os bonecos simuladores, há réplicas de pacientes adultos, gestantes em trabalho de parto e bebês. “A vantagem é que podemos simular diferentes condições clínicas. Se essa formação mais prática fosse feita só no período de passagem dos estudantes pelos hospitais reais, os alunos acabam vendo as condições que estão ocorrendo naquela ocasião. Com os simuladores, conseguimos reproduzir uma infinidade de situações”, diz Reis. Nas aulas práticas, também poderão ser contratados atores para que os estudantes treinem habilidades como a comunicação de más notícias.

As salas de aula ainda contam com monitores e tablets com softwares nos quais os alunos podem explorar a fundo os diferentes tecidos e partes do corpo humano, tanto por meio de ilustrações quanto imagens detalhadas e interativas de cadáveres humanos, além de modelos anatômicos em resina.

Cursos terão quatro trilhas de formação complementar

Os cursos da nova faculdade terão, além das disciplinas básicas, quatro opções de trilhas de formação complementar, de acordo com o interesse e as habilidades: investigação científica, inovação e empreendedorismo, políticas públicas e ciência de dados. Haverá no ciclo básico disciplinas relacionadas a demandas crescentes no campo da saúde, como cirurgia robótica e cuidados paliativos.

O currículo prevê ainda atividades nas quais os alunos desenvolvam uma visão humanista e atuem considerando as necessidades da comunidade. De acordo com a instituição, 10% da carga horária do curso será dedicada ao Projeto de Formação Integral em Saúde, na qual os alunos aprenderão sobre temas relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS-ONU).

Essas aulas tratarão de problemas contemporâneos, como direitos reprodutivos, determinantes sociais e ambientais da saúde e da doença, violências e seus efeitos, entre outros. Após as aulas teóricas, os alunos visitarão comunidades do entorno da faculdade para conhecer e medir indicadores de saúde. Depois disso, a ideia é que eles criem projetos que possam contribuir para melhorar a saúde dos moradores na região. “Temos bolsões de pobreza no próprio bairro onde está a faculdade, precisamos formar não só bons profissionais, mas que tenham consciência sobre o impacto que devem ter na comunidade”, diz Reis.

20% dos alunos serão bolsistas integrais

Na tentativa de trazer diversidade e integrar diferentes realidades socioeconômicas, a faculdade definiu que 20% de todos os alunos receberão bolsa integral. “Para definir os bolsistas, a gente avalia não só o desempenho no vestibular, mas parâmetros socioeconômicos. Metade deles terão gratuidade pela própria faculdade e a outra metade será financiada por um fundo de bolsas formado por doações. Há doadores que já ‘adotaram um aluno’, ou seja, vão arcar com o custo de todos os anos da graduação”, conta Denise Jafet, presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.

O processo seletivo da nova faculdade inclui prova, mas também entrevista e envio de uma videobiografia em que o candidato compartilha sua trajetória pessoal e acadêmica, destacando atividades e projetos realizados fora da sala de aula e mostra como pode contribuir para um projeto de responsabilidade social.

As mensalidades dos cursos variam de R$ 2,4 mil, para enfermagem e fisioterapia, a R$ 3,9 mil, para psicologia. Os três são oferecidos somente na modalidade presencial. Os dois primeiros estão disponíveis no período da manhã e o terceiro, à tarde.

Além das três graduações já anunciadas, está prevista ainda a abertura de cursos de graduação em gestão hospitalar, nutrição, biomedicina e medicina. Este último, o mais concorrido, depende de abertura de edital do Ministério da Educação (MEC), que regula a criação de cursos de Medicina no País por meio da Lei do Mais Médicos. Por isso, embora a infraestrutura e documentação estejam prontas, não há previsão de quando o curso será oferecido na nova instituição de ensino.

De acordo com Paulo Nigro, CEO do Sírio-Libanês, a expectativa é que a faculdade tenha 5 mil alunos de graduação quando todos os cursos e anos de formação estiverem disponíveis. “O investimento do Sírio-Libanês na faculdade foi de R$ 60 milhões. Pode parecer um valor alto, mas já quisemos construir uma sede ampla e com os recursos disponíveis para receber os alunos quando chegarmos à máxima capacidade”, afirma.

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