Sobrevida para pacientes com câncer de pâncreas aumenta em até 358% nos últimos 20 anos


Diagnóstico precoce, novas tecnologias e protocolos são os principais fatores para este crescimento exponencial

Por A.C.Camargo Cancer Center e Estadão Blue Studio

O câncer de pâncreas é um dos mais temidos pela população por não apresentar sintomas em estágios iniciais, ter uma rápida progressão, resultando em alta taxa de letalidade. Felizmente, o avanço nas tecnologias de diagnóstico, novos protocolos de tratamento e cirurgias robóticas vêm melhorando as perspectivas. Estudos recentes publicados pelo A.C.Camargo Cancer Center apontam que, nos últimos 20 anos, as taxas de sobrevida para pacientes tratados na instituição cresceram em até 358%.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de pâncreas já representa 2% do total de casos de câncer diagnosticados no país e 4% do total de óbitos. Por isso, o A.C.Camargo, maior centro privado do país em produção científica sobre oncologia e referência internacional em ensino e pesquisa, está engajado em alertar e educar a população sobre a doença.

Órgão vital

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O pâncreas é essencial para nosso organismo. “Ele tem duas funções principais: produzir insulina, o hormônio que controla a glicose no nosso corpo, e enzimas, que são importantes no processo de digestão e absorção da gordura e outros nutrientes que consumimos”, explica dr. Tiago Felismino, líder clínico do Centro de Referência do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

A maioria dos casos desse tipo de câncer é de adenocarcinomas (tumores malignos), que têm origem nas células que revestem os ductos por onde enzimas digestivas são liberadas.

Progressão silenciosa

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Um dos fatores que torna o câncer de pâncreas perigoso é que ele normalmente avança silenciosamente, sem apresentar sintomas evidentes em estágio inicial. Ou seja, a pessoa não sabe que está doente enquanto o tumor evolui rapidamente.

“Em média, até 60% dos pacientes não têm sintomas ou não os percebem. Por isso, o objetivo do A.C.Camargo também é fazer com que as pessoas notem sintomas que antes eram ignorados”, revela dr. Felismino.

Apesar da progressão quase imperceptível, na maioria dos casos, alguns sintomas podem chamar a atenção do paciente e merecem ser avaliados: “Podemos citar, por exemplo, dor na região abdominal superior, dor nas costas e perda de peso significativa sem dieta. Nos casos avançados, o paciente pode apresentar icterícia, quando os olhos e a pele ganham tom amarelado”, afirma o oncologista, que destaca que o aparecimento ou a descompensação de uma diabetes já existente também pode ser um sintoma.

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Fatores de risco

O principal deles é o tabagismo. Quem fuma tem risco aumentado de 2 a 6 vezes em relação aos não fumantes. “Quando a fumaça é inalada e chega ao pulmão, parte dos agentes carcinogênicos que causam câncer cai na corrente sanguínea e circula, chegando a outras áreas do corpo, como o pâncreas”, explica dr. Felipe Coimbra, líder cirúrgico do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

Além do cigarro, há outros fatores de risco, como histórico de casos de câncer na família, mutações genéticas hereditárias, obesidade e diabetes tipo 2.

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O envelhecimento também pode ser uma causa, mas isso não quer dizer que pessoas mais jovens não possam ter a doença. “Há estudos que mostram aumento desse câncer na população na faixa dos 35 anos. E o motivo é o estilo de vida desse grupo, por conta de tabagismo e alimentos ultraprocessados, por exemplo”, enfatiza dr. Coimbra.

Como é detectado

Quando há suspeita da doença, o paciente deve fazer exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética de abdômen. “Se a imagem for muito suspeita, nem sempre é preciso fazer biópsia: o cirurgião já pode operar”, explica dr. Felipe. No entanto, se houver dúvida no diagnóstico, é necessário fazer biópsia.

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A.C. Camargo inova com diagnóstico rápido

Normalmente, os resultados de exames que detectam esse câncer demoram semanas, o que pode comprometer o tratamento.

Para mitigar o problema, o A.C.Camargo desenvolveu um programa chamado Diagnóstico Rápido para Câncer de Pâncreas, que reduz drasticamente esse tempo de espera.

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“Quando um paciente chega ao A.C.Camargo com lesão suspeita no pâncreas, imediatamente entra em um fluxo de tratamento com exames e consultas para que, em até 72 horas, tenha um diagnóstico e possa ser tratado”, conta dr. Felipe.

Esse tempo recorde de diagnóstico ocorre graças à integração eficiente de todas as equipes multidisciplinares (que incluem especialistas como cirurgiões, clínicos e gastroenterologistas) aliada à tecnologia de ponta que otimiza todas as etapas desse processo.

Cura e diagnóstico precoce

É importante destacar que as chances de cura estão diretamente relacionadas ao diagnóstico precoce e a um tratamento eficiente. E dentre as opções terapêuticas, a cirurgia é a mais indicada.

Além disso, todo paciente deve também passar por quimioterapia no pós-operatório para destruir as células tumorais que ainda estiverem vivas.

Em pacientes com tumores avançados, é realizada a quimioterapia pré-cirúrgica para reduzir o tumor e facilitar o procedimento. Há situações em que ainda há necessidade de radioterapia como reforço ao tratamento.

Cirurgia robótica

Há três tipos de cirurgia para o câncer de pâncreas: a convencional (em que se faz um corte normal na região), a laparoscópica e a robótica, já realizada na maioria dos pacientes do A.C. Camargo.

Desde que adotou essa tecnologia em 2013, o Cancer Center, que hoje é um dos principais da América Latina especializados em cirurgia robótica oncológica, já realizou mais de cinco mil procedimentos.

O robô utilizado conta com quatro braços manipuláveis. Em um deles está a câmera e, nos demais, os instrumentos da cirurgia. O cirurgião pode fazer até cinco pequenos cortes no local a ser operado. A câmera e os instrumentos são colocados por meio de pequenas incisões. O cirurgião fica posicionado na unidade de controle e enxerga a área de operação em uma tela que permite uma visão 3D (com noção de profundidade, ao contrário da laparoscopia, que é 2D).

Esta tecnologia 3D pode ampliar de 10 a 12 vezes a imagem para observar pequenos detalhes. Essa precisão do equipamento transforma qualquer movimento que o cirurgião faça em movimentos muito mais precisos na máquina, reduzindo inclusive tremores. Além disso, o robô reproduz e permite maior amplitude de alguns movimentos das mãos dos cirurgiões.

As vantagens desse tipo de cirurgia são enormes: “Ela proporciona uma visualização excepcional, que não apenas aumenta a precisão do procedimento, mas também reduz significativamente os riscos de sangramento”, afirma dr. Coimbra.

Além disso, resulta em menos dor, menor risco de infecção e alta em tempo reduzido, permitindo ao paciente voltar mais rapidamente à sua rotina.

É importante também destacar que todos os pacientes recebem suporte pré-cirúrgico para mitigar qualquer risco, além de apoio psicológico e acompanhamento pós-cirúrgico.

“Eu não apresentava sintomas”

O engenheiro civil Ricardo Dias da Silva, 72 anos, trata, desde 2021, um câncer de pâncreas com resultados promissores.

“Em 2021, recebi o diagnóstico de câncer de pâncreas por acaso, após um pico de pressão e glicemia me levar a um pronto-socorro próximo de casa. Os exames revelaram que eu tinha câncer de pâncreas. A notícia foi um choque, já que não apresentava sintomas e não tenho histórico familiar da doença. Decidi, então, me tratar no A.C.Camargo por me sentir mais confiante na instituição.

Após consultar especialistas do Cancer Center, optei por iniciar o tratamento com quimioterapia e radioterapia antes de uma tentativa de cirurgia.

A primeira cirurgia foi interrompida por complicações de sangramento. Um ano depois tentamos novamente e, após 13 horas de procedimento, os médicos removeram a área afetada e, para minha alegria, nenhum sinal de contaminação foi encontrado nos tecidos removidos. Os índices tumorais caíram e passei a monitorar meu estado de perto.

Em 2023, o câncer voltou em um ponto pequeno, e recomecei a quimioterapia. Mesmo enfrentando o cansaço das sessões, tenho muita confiança nos médicos e na fé que me guia. Sigo esperançoso e otimista, com exames recentes que indicam regressão do câncer e possibilidade de retomar a normalidade em breve.”

O câncer de pâncreas é um dos mais temidos pela população por não apresentar sintomas em estágios iniciais, ter uma rápida progressão, resultando em alta taxa de letalidade. Felizmente, o avanço nas tecnologias de diagnóstico, novos protocolos de tratamento e cirurgias robóticas vêm melhorando as perspectivas. Estudos recentes publicados pelo A.C.Camargo Cancer Center apontam que, nos últimos 20 anos, as taxas de sobrevida para pacientes tratados na instituição cresceram em até 358%.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de pâncreas já representa 2% do total de casos de câncer diagnosticados no país e 4% do total de óbitos. Por isso, o A.C.Camargo, maior centro privado do país em produção científica sobre oncologia e referência internacional em ensino e pesquisa, está engajado em alertar e educar a população sobre a doença.

Órgão vital

O pâncreas é essencial para nosso organismo. “Ele tem duas funções principais: produzir insulina, o hormônio que controla a glicose no nosso corpo, e enzimas, que são importantes no processo de digestão e absorção da gordura e outros nutrientes que consumimos”, explica dr. Tiago Felismino, líder clínico do Centro de Referência do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

A maioria dos casos desse tipo de câncer é de adenocarcinomas (tumores malignos), que têm origem nas células que revestem os ductos por onde enzimas digestivas são liberadas.

Progressão silenciosa

Um dos fatores que torna o câncer de pâncreas perigoso é que ele normalmente avança silenciosamente, sem apresentar sintomas evidentes em estágio inicial. Ou seja, a pessoa não sabe que está doente enquanto o tumor evolui rapidamente.

“Em média, até 60% dos pacientes não têm sintomas ou não os percebem. Por isso, o objetivo do A.C.Camargo também é fazer com que as pessoas notem sintomas que antes eram ignorados”, revela dr. Felismino.

Apesar da progressão quase imperceptível, na maioria dos casos, alguns sintomas podem chamar a atenção do paciente e merecem ser avaliados: “Podemos citar, por exemplo, dor na região abdominal superior, dor nas costas e perda de peso significativa sem dieta. Nos casos avançados, o paciente pode apresentar icterícia, quando os olhos e a pele ganham tom amarelado”, afirma o oncologista, que destaca que o aparecimento ou a descompensação de uma diabetes já existente também pode ser um sintoma.

Fatores de risco

O principal deles é o tabagismo. Quem fuma tem risco aumentado de 2 a 6 vezes em relação aos não fumantes. “Quando a fumaça é inalada e chega ao pulmão, parte dos agentes carcinogênicos que causam câncer cai na corrente sanguínea e circula, chegando a outras áreas do corpo, como o pâncreas”, explica dr. Felipe Coimbra, líder cirúrgico do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

Além do cigarro, há outros fatores de risco, como histórico de casos de câncer na família, mutações genéticas hereditárias, obesidade e diabetes tipo 2.

O envelhecimento também pode ser uma causa, mas isso não quer dizer que pessoas mais jovens não possam ter a doença. “Há estudos que mostram aumento desse câncer na população na faixa dos 35 anos. E o motivo é o estilo de vida desse grupo, por conta de tabagismo e alimentos ultraprocessados, por exemplo”, enfatiza dr. Coimbra.

Como é detectado

Quando há suspeita da doença, o paciente deve fazer exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética de abdômen. “Se a imagem for muito suspeita, nem sempre é preciso fazer biópsia: o cirurgião já pode operar”, explica dr. Felipe. No entanto, se houver dúvida no diagnóstico, é necessário fazer biópsia.

A.C. Camargo inova com diagnóstico rápido

Normalmente, os resultados de exames que detectam esse câncer demoram semanas, o que pode comprometer o tratamento.

Para mitigar o problema, o A.C.Camargo desenvolveu um programa chamado Diagnóstico Rápido para Câncer de Pâncreas, que reduz drasticamente esse tempo de espera.

“Quando um paciente chega ao A.C.Camargo com lesão suspeita no pâncreas, imediatamente entra em um fluxo de tratamento com exames e consultas para que, em até 72 horas, tenha um diagnóstico e possa ser tratado”, conta dr. Felipe.

Esse tempo recorde de diagnóstico ocorre graças à integração eficiente de todas as equipes multidisciplinares (que incluem especialistas como cirurgiões, clínicos e gastroenterologistas) aliada à tecnologia de ponta que otimiza todas as etapas desse processo.

Cura e diagnóstico precoce

É importante destacar que as chances de cura estão diretamente relacionadas ao diagnóstico precoce e a um tratamento eficiente. E dentre as opções terapêuticas, a cirurgia é a mais indicada.

Além disso, todo paciente deve também passar por quimioterapia no pós-operatório para destruir as células tumorais que ainda estiverem vivas.

Em pacientes com tumores avançados, é realizada a quimioterapia pré-cirúrgica para reduzir o tumor e facilitar o procedimento. Há situações em que ainda há necessidade de radioterapia como reforço ao tratamento.

Cirurgia robótica

Há três tipos de cirurgia para o câncer de pâncreas: a convencional (em que se faz um corte normal na região), a laparoscópica e a robótica, já realizada na maioria dos pacientes do A.C. Camargo.

Desde que adotou essa tecnologia em 2013, o Cancer Center, que hoje é um dos principais da América Latina especializados em cirurgia robótica oncológica, já realizou mais de cinco mil procedimentos.

O robô utilizado conta com quatro braços manipuláveis. Em um deles está a câmera e, nos demais, os instrumentos da cirurgia. O cirurgião pode fazer até cinco pequenos cortes no local a ser operado. A câmera e os instrumentos são colocados por meio de pequenas incisões. O cirurgião fica posicionado na unidade de controle e enxerga a área de operação em uma tela que permite uma visão 3D (com noção de profundidade, ao contrário da laparoscopia, que é 2D).

Esta tecnologia 3D pode ampliar de 10 a 12 vezes a imagem para observar pequenos detalhes. Essa precisão do equipamento transforma qualquer movimento que o cirurgião faça em movimentos muito mais precisos na máquina, reduzindo inclusive tremores. Além disso, o robô reproduz e permite maior amplitude de alguns movimentos das mãos dos cirurgiões.

As vantagens desse tipo de cirurgia são enormes: “Ela proporciona uma visualização excepcional, que não apenas aumenta a precisão do procedimento, mas também reduz significativamente os riscos de sangramento”, afirma dr. Coimbra.

Além disso, resulta em menos dor, menor risco de infecção e alta em tempo reduzido, permitindo ao paciente voltar mais rapidamente à sua rotina.

É importante também destacar que todos os pacientes recebem suporte pré-cirúrgico para mitigar qualquer risco, além de apoio psicológico e acompanhamento pós-cirúrgico.

“Eu não apresentava sintomas”

O engenheiro civil Ricardo Dias da Silva, 72 anos, trata, desde 2021, um câncer de pâncreas com resultados promissores.

“Em 2021, recebi o diagnóstico de câncer de pâncreas por acaso, após um pico de pressão e glicemia me levar a um pronto-socorro próximo de casa. Os exames revelaram que eu tinha câncer de pâncreas. A notícia foi um choque, já que não apresentava sintomas e não tenho histórico familiar da doença. Decidi, então, me tratar no A.C.Camargo por me sentir mais confiante na instituição.

Após consultar especialistas do Cancer Center, optei por iniciar o tratamento com quimioterapia e radioterapia antes de uma tentativa de cirurgia.

A primeira cirurgia foi interrompida por complicações de sangramento. Um ano depois tentamos novamente e, após 13 horas de procedimento, os médicos removeram a área afetada e, para minha alegria, nenhum sinal de contaminação foi encontrado nos tecidos removidos. Os índices tumorais caíram e passei a monitorar meu estado de perto.

Em 2023, o câncer voltou em um ponto pequeno, e recomecei a quimioterapia. Mesmo enfrentando o cansaço das sessões, tenho muita confiança nos médicos e na fé que me guia. Sigo esperançoso e otimista, com exames recentes que indicam regressão do câncer e possibilidade de retomar a normalidade em breve.”

O câncer de pâncreas é um dos mais temidos pela população por não apresentar sintomas em estágios iniciais, ter uma rápida progressão, resultando em alta taxa de letalidade. Felizmente, o avanço nas tecnologias de diagnóstico, novos protocolos de tratamento e cirurgias robóticas vêm melhorando as perspectivas. Estudos recentes publicados pelo A.C.Camargo Cancer Center apontam que, nos últimos 20 anos, as taxas de sobrevida para pacientes tratados na instituição cresceram em até 358%.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de pâncreas já representa 2% do total de casos de câncer diagnosticados no país e 4% do total de óbitos. Por isso, o A.C.Camargo, maior centro privado do país em produção científica sobre oncologia e referência internacional em ensino e pesquisa, está engajado em alertar e educar a população sobre a doença.

Órgão vital

O pâncreas é essencial para nosso organismo. “Ele tem duas funções principais: produzir insulina, o hormônio que controla a glicose no nosso corpo, e enzimas, que são importantes no processo de digestão e absorção da gordura e outros nutrientes que consumimos”, explica dr. Tiago Felismino, líder clínico do Centro de Referência do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

A maioria dos casos desse tipo de câncer é de adenocarcinomas (tumores malignos), que têm origem nas células que revestem os ductos por onde enzimas digestivas são liberadas.

Progressão silenciosa

Um dos fatores que torna o câncer de pâncreas perigoso é que ele normalmente avança silenciosamente, sem apresentar sintomas evidentes em estágio inicial. Ou seja, a pessoa não sabe que está doente enquanto o tumor evolui rapidamente.

“Em média, até 60% dos pacientes não têm sintomas ou não os percebem. Por isso, o objetivo do A.C.Camargo também é fazer com que as pessoas notem sintomas que antes eram ignorados”, revela dr. Felismino.

Apesar da progressão quase imperceptível, na maioria dos casos, alguns sintomas podem chamar a atenção do paciente e merecem ser avaliados: “Podemos citar, por exemplo, dor na região abdominal superior, dor nas costas e perda de peso significativa sem dieta. Nos casos avançados, o paciente pode apresentar icterícia, quando os olhos e a pele ganham tom amarelado”, afirma o oncologista, que destaca que o aparecimento ou a descompensação de uma diabetes já existente também pode ser um sintoma.

Fatores de risco

O principal deles é o tabagismo. Quem fuma tem risco aumentado de 2 a 6 vezes em relação aos não fumantes. “Quando a fumaça é inalada e chega ao pulmão, parte dos agentes carcinogênicos que causam câncer cai na corrente sanguínea e circula, chegando a outras áreas do corpo, como o pâncreas”, explica dr. Felipe Coimbra, líder cirúrgico do Centro de Referência de Tumores do Aparelho Digestivo Alto do A.C.Camargo Cancer Center.

Além do cigarro, há outros fatores de risco, como histórico de casos de câncer na família, mutações genéticas hereditárias, obesidade e diabetes tipo 2.

O envelhecimento também pode ser uma causa, mas isso não quer dizer que pessoas mais jovens não possam ter a doença. “Há estudos que mostram aumento desse câncer na população na faixa dos 35 anos. E o motivo é o estilo de vida desse grupo, por conta de tabagismo e alimentos ultraprocessados, por exemplo”, enfatiza dr. Coimbra.

Como é detectado

Quando há suspeita da doença, o paciente deve fazer exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética de abdômen. “Se a imagem for muito suspeita, nem sempre é preciso fazer biópsia: o cirurgião já pode operar”, explica dr. Felipe. No entanto, se houver dúvida no diagnóstico, é necessário fazer biópsia.

A.C. Camargo inova com diagnóstico rápido

Normalmente, os resultados de exames que detectam esse câncer demoram semanas, o que pode comprometer o tratamento.

Para mitigar o problema, o A.C.Camargo desenvolveu um programa chamado Diagnóstico Rápido para Câncer de Pâncreas, que reduz drasticamente esse tempo de espera.

“Quando um paciente chega ao A.C.Camargo com lesão suspeita no pâncreas, imediatamente entra em um fluxo de tratamento com exames e consultas para que, em até 72 horas, tenha um diagnóstico e possa ser tratado”, conta dr. Felipe.

Esse tempo recorde de diagnóstico ocorre graças à integração eficiente de todas as equipes multidisciplinares (que incluem especialistas como cirurgiões, clínicos e gastroenterologistas) aliada à tecnologia de ponta que otimiza todas as etapas desse processo.

Cura e diagnóstico precoce

É importante destacar que as chances de cura estão diretamente relacionadas ao diagnóstico precoce e a um tratamento eficiente. E dentre as opções terapêuticas, a cirurgia é a mais indicada.

Além disso, todo paciente deve também passar por quimioterapia no pós-operatório para destruir as células tumorais que ainda estiverem vivas.

Em pacientes com tumores avançados, é realizada a quimioterapia pré-cirúrgica para reduzir o tumor e facilitar o procedimento. Há situações em que ainda há necessidade de radioterapia como reforço ao tratamento.

Cirurgia robótica

Há três tipos de cirurgia para o câncer de pâncreas: a convencional (em que se faz um corte normal na região), a laparoscópica e a robótica, já realizada na maioria dos pacientes do A.C. Camargo.

Desde que adotou essa tecnologia em 2013, o Cancer Center, que hoje é um dos principais da América Latina especializados em cirurgia robótica oncológica, já realizou mais de cinco mil procedimentos.

O robô utilizado conta com quatro braços manipuláveis. Em um deles está a câmera e, nos demais, os instrumentos da cirurgia. O cirurgião pode fazer até cinco pequenos cortes no local a ser operado. A câmera e os instrumentos são colocados por meio de pequenas incisões. O cirurgião fica posicionado na unidade de controle e enxerga a área de operação em uma tela que permite uma visão 3D (com noção de profundidade, ao contrário da laparoscopia, que é 2D).

Esta tecnologia 3D pode ampliar de 10 a 12 vezes a imagem para observar pequenos detalhes. Essa precisão do equipamento transforma qualquer movimento que o cirurgião faça em movimentos muito mais precisos na máquina, reduzindo inclusive tremores. Além disso, o robô reproduz e permite maior amplitude de alguns movimentos das mãos dos cirurgiões.

As vantagens desse tipo de cirurgia são enormes: “Ela proporciona uma visualização excepcional, que não apenas aumenta a precisão do procedimento, mas também reduz significativamente os riscos de sangramento”, afirma dr. Coimbra.

Além disso, resulta em menos dor, menor risco de infecção e alta em tempo reduzido, permitindo ao paciente voltar mais rapidamente à sua rotina.

É importante também destacar que todos os pacientes recebem suporte pré-cirúrgico para mitigar qualquer risco, além de apoio psicológico e acompanhamento pós-cirúrgico.

“Eu não apresentava sintomas”

O engenheiro civil Ricardo Dias da Silva, 72 anos, trata, desde 2021, um câncer de pâncreas com resultados promissores.

“Em 2021, recebi o diagnóstico de câncer de pâncreas por acaso, após um pico de pressão e glicemia me levar a um pronto-socorro próximo de casa. Os exames revelaram que eu tinha câncer de pâncreas. A notícia foi um choque, já que não apresentava sintomas e não tenho histórico familiar da doença. Decidi, então, me tratar no A.C.Camargo por me sentir mais confiante na instituição.

Após consultar especialistas do Cancer Center, optei por iniciar o tratamento com quimioterapia e radioterapia antes de uma tentativa de cirurgia.

A primeira cirurgia foi interrompida por complicações de sangramento. Um ano depois tentamos novamente e, após 13 horas de procedimento, os médicos removeram a área afetada e, para minha alegria, nenhum sinal de contaminação foi encontrado nos tecidos removidos. Os índices tumorais caíram e passei a monitorar meu estado de perto.

Em 2023, o câncer voltou em um ponto pequeno, e recomecei a quimioterapia. Mesmo enfrentando o cansaço das sessões, tenho muita confiança nos médicos e na fé que me guia. Sigo esperançoso e otimista, com exames recentes que indicam regressão do câncer e possibilidade de retomar a normalidade em breve.”

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