Sublinhagens da Ômicron estão por trás da alta de casos da covid no Brasil


BA.4 e BA.5 passam a representar 44% das amostras, diz estudo; instituto estima que o pico de transmissão seja nesta semana

Por Leon Ferrari

Em um mês, as sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron passaram a representar 44% das amostras positivas de covid-19 no Brasil, de acordo com relatório do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). A taxa antes era de apenas 10,4%. Por isso, aponta o ITpS, houve avanço de casos e internações. O instituto estima que haja pico de transmissão de BA.4 e BA.5 nesta semana e, ao longo de junho e julho, queda de positividade dos testes e, consequentemente, de casos. Após chegarem em maio no País, as duas cepas já foram identificadas em 198 municípios de 12 Estados e no Distrito Federal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BA.4 e a BA.5 carregam mutação que parece estar relacionada a maior transmissibilidade e escape imune – seja de infecções anteriores ou da vacina. Evidências de vários países, porém, indicam que elas não proporcionaram aumento na gravidade dos casos. A maior transmissibilidade é explicada pelo aumento da capacidade de ligação do vírus à célula humana. Isso permite que mesmo uma menor carga viral consiga provocar infecção.

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A média móvel de infecções aumentou 114,8% nas últimas duas semanas, conforme mostram dados do consórcio de veículos de imprensa. Na quinta-feira, o número ficou em 37.191, o que mostra o retorno aos níveis vistos no fim de março, porém distante do pico da Ômicron “original”, a BA.1. O recrudescimento pode estar subnotificado por causa dos autotestes e de problemas na divulgação pelos Estados. O avanço de casos e das sublinhagens ocorre em momento de estagnação das taxas de vacinação e temperaturas frias, quando pessoas tendem a ficar em espaços fechados, mais próximas e com circulação de outros vírus respiratórios preocupantes. Para evitar um possível aumento de hospitalizações e na mortalidade, especialistas indicam a necessidade de estímulo à imunização, principalmente nas doses de reforço e pediátricas, e do retorno da obrigatoriedade de máscaras em locais fechados. Entre 1.º de março e 4 de junho, o ITpS analisou mais de 123,8 mil testes RT PCR, feitos por laboratórios privados. Cerca de 90% das amostras são do Sudeste e Centro-Oeste. A taxa de positividade atual é de 38,9%.

Casos de covid-19 têm tendência de aumento no País Foto: André Coelho/ EFE

Virologista e pesquisador do ITpS, Anderson Brito destaca que os dados não vêm de sequenciamento, mas sim de genotipagem. Eles analisam a detecção do gene S do vírus, que permite dizer qual a provável sublinhagem da Ômicron.  A BA.1 chegou no País em dezembro. Ela substituiu a variante Delta e foi dominante entre janeiro e fevereiro. A partir de março, a BA.2 ganhou espaço lentamente e atingiu o ápice em meados de maio, quando BA.4 e BA.5 entraram em cena. Conforme explica Brito, a BA.4 e a BA.5 têm uma vantagem evolutiva sobre a BA.2. As duas têm uma maior capacidade de transmissão e também de escape da resposta imune. “Até meados do mês passado (com a BA.2), estávamos basicamente vivendo uma onda de pequenas dimensões, porque o número de casos não subiu tanto.” A onda de casos puxadas pelas sublinhagens, afirma ele, “serve de alerta”. No entanto, Brito destaca que há um “ponto positivo”. “A África do Sul foi o primeiro país que enfrentou todas essas subvariantes. E a recente onda (puxada pela BA.4 e BA.5), que se finalizou há poucos dias, foi a de menor duração e a que teve o menor impacto em saúde pública”, conta, destacando o mérito da vacinação. “Isso nos aponta um cenário menos desfavorável comparado com ondas que a gente já enfrentou.”

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Em um mês, as sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron passaram a representar 44% das amostras positivas de covid-19 no Brasil, de acordo com relatório do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). A taxa antes era de apenas 10,4%. Por isso, aponta o ITpS, houve avanço de casos e internações. O instituto estima que haja pico de transmissão de BA.4 e BA.5 nesta semana e, ao longo de junho e julho, queda de positividade dos testes e, consequentemente, de casos. Após chegarem em maio no País, as duas cepas já foram identificadas em 198 municípios de 12 Estados e no Distrito Federal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BA.4 e a BA.5 carregam mutação que parece estar relacionada a maior transmissibilidade e escape imune – seja de infecções anteriores ou da vacina. Evidências de vários países, porém, indicam que elas não proporcionaram aumento na gravidade dos casos. A maior transmissibilidade é explicada pelo aumento da capacidade de ligação do vírus à célula humana. Isso permite que mesmo uma menor carga viral consiga provocar infecção.

A média móvel de infecções aumentou 114,8% nas últimas duas semanas, conforme mostram dados do consórcio de veículos de imprensa. Na quinta-feira, o número ficou em 37.191, o que mostra o retorno aos níveis vistos no fim de março, porém distante do pico da Ômicron “original”, a BA.1. O recrudescimento pode estar subnotificado por causa dos autotestes e de problemas na divulgação pelos Estados. O avanço de casos e das sublinhagens ocorre em momento de estagnação das taxas de vacinação e temperaturas frias, quando pessoas tendem a ficar em espaços fechados, mais próximas e com circulação de outros vírus respiratórios preocupantes. Para evitar um possível aumento de hospitalizações e na mortalidade, especialistas indicam a necessidade de estímulo à imunização, principalmente nas doses de reforço e pediátricas, e do retorno da obrigatoriedade de máscaras em locais fechados. Entre 1.º de março e 4 de junho, o ITpS analisou mais de 123,8 mil testes RT PCR, feitos por laboratórios privados. Cerca de 90% das amostras são do Sudeste e Centro-Oeste. A taxa de positividade atual é de 38,9%.

Casos de covid-19 têm tendência de aumento no País Foto: André Coelho/ EFE

Virologista e pesquisador do ITpS, Anderson Brito destaca que os dados não vêm de sequenciamento, mas sim de genotipagem. Eles analisam a detecção do gene S do vírus, que permite dizer qual a provável sublinhagem da Ômicron.  A BA.1 chegou no País em dezembro. Ela substituiu a variante Delta e foi dominante entre janeiro e fevereiro. A partir de março, a BA.2 ganhou espaço lentamente e atingiu o ápice em meados de maio, quando BA.4 e BA.5 entraram em cena. Conforme explica Brito, a BA.4 e a BA.5 têm uma vantagem evolutiva sobre a BA.2. As duas têm uma maior capacidade de transmissão e também de escape da resposta imune. “Até meados do mês passado (com a BA.2), estávamos basicamente vivendo uma onda de pequenas dimensões, porque o número de casos não subiu tanto.” A onda de casos puxadas pelas sublinhagens, afirma ele, “serve de alerta”. No entanto, Brito destaca que há um “ponto positivo”. “A África do Sul foi o primeiro país que enfrentou todas essas subvariantes. E a recente onda (puxada pela BA.4 e BA.5), que se finalizou há poucos dias, foi a de menor duração e a que teve o menor impacto em saúde pública”, conta, destacando o mérito da vacinação. “Isso nos aponta um cenário menos desfavorável comparado com ondas que a gente já enfrentou.”

Em um mês, as sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron passaram a representar 44% das amostras positivas de covid-19 no Brasil, de acordo com relatório do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). A taxa antes era de apenas 10,4%. Por isso, aponta o ITpS, houve avanço de casos e internações. O instituto estima que haja pico de transmissão de BA.4 e BA.5 nesta semana e, ao longo de junho e julho, queda de positividade dos testes e, consequentemente, de casos. Após chegarem em maio no País, as duas cepas já foram identificadas em 198 municípios de 12 Estados e no Distrito Federal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BA.4 e a BA.5 carregam mutação que parece estar relacionada a maior transmissibilidade e escape imune – seja de infecções anteriores ou da vacina. Evidências de vários países, porém, indicam que elas não proporcionaram aumento na gravidade dos casos. A maior transmissibilidade é explicada pelo aumento da capacidade de ligação do vírus à célula humana. Isso permite que mesmo uma menor carga viral consiga provocar infecção.

A média móvel de infecções aumentou 114,8% nas últimas duas semanas, conforme mostram dados do consórcio de veículos de imprensa. Na quinta-feira, o número ficou em 37.191, o que mostra o retorno aos níveis vistos no fim de março, porém distante do pico da Ômicron “original”, a BA.1. O recrudescimento pode estar subnotificado por causa dos autotestes e de problemas na divulgação pelos Estados. O avanço de casos e das sublinhagens ocorre em momento de estagnação das taxas de vacinação e temperaturas frias, quando pessoas tendem a ficar em espaços fechados, mais próximas e com circulação de outros vírus respiratórios preocupantes. Para evitar um possível aumento de hospitalizações e na mortalidade, especialistas indicam a necessidade de estímulo à imunização, principalmente nas doses de reforço e pediátricas, e do retorno da obrigatoriedade de máscaras em locais fechados. Entre 1.º de março e 4 de junho, o ITpS analisou mais de 123,8 mil testes RT PCR, feitos por laboratórios privados. Cerca de 90% das amostras são do Sudeste e Centro-Oeste. A taxa de positividade atual é de 38,9%.

Casos de covid-19 têm tendência de aumento no País Foto: André Coelho/ EFE

Virologista e pesquisador do ITpS, Anderson Brito destaca que os dados não vêm de sequenciamento, mas sim de genotipagem. Eles analisam a detecção do gene S do vírus, que permite dizer qual a provável sublinhagem da Ômicron.  A BA.1 chegou no País em dezembro. Ela substituiu a variante Delta e foi dominante entre janeiro e fevereiro. A partir de março, a BA.2 ganhou espaço lentamente e atingiu o ápice em meados de maio, quando BA.4 e BA.5 entraram em cena. Conforme explica Brito, a BA.4 e a BA.5 têm uma vantagem evolutiva sobre a BA.2. As duas têm uma maior capacidade de transmissão e também de escape da resposta imune. “Até meados do mês passado (com a BA.2), estávamos basicamente vivendo uma onda de pequenas dimensões, porque o número de casos não subiu tanto.” A onda de casos puxadas pelas sublinhagens, afirma ele, “serve de alerta”. No entanto, Brito destaca que há um “ponto positivo”. “A África do Sul foi o primeiro país que enfrentou todas essas subvariantes. E a recente onda (puxada pela BA.4 e BA.5), que se finalizou há poucos dias, foi a de menor duração e a que teve o menor impacto em saúde pública”, conta, destacando o mérito da vacinação. “Isso nos aponta um cenário menos desfavorável comparado com ondas que a gente já enfrentou.”

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