SÃO PAULO - Como será o hospital do futuro? Com atendimento personalizado, aplicativos no celular que monitoram as informações vitais do paciente e com ferramentas cada vez menores. É o que prevê Francesco Fazio, sócio diretor da Doblin, consultoria de inovação da Deloitte, e um dos palestrantes do Summit Saúde Brasil, organizado pelo Estado.
"Vivemos em tempos extraordinários de mudança. A inovação é cada vez mais imperativa do que antes, diz o especialista.Dados apresentados por ele mostram que, embora a inovação esteja em 1 de 4 prioridades entre os empresários, só 5% delas dão certo.
A empresa criou um método que divide em três principais tópicos para avaliar como uma inovação funcionou ou não: configuração (modelo de lucro, network, estrutura, processos), oferta (performance do produto e sistema do produto) e experiência (canais, marca, engajamento dos clientes).
"A maioria dos empresários foca na performance do produto, mas nossos estudos mostram que esteé um dos tópicos que menos traz retorno. O produto pode ser imitado. Mas o serviço completo, não", destaca o especialista.
Partindo de exemplos fora da área da saúde, como o Spotify ("eles vendem o acesso à música, não a música") e Tesla ("vendem a mobilidade, não o carro"), ele destacou uma série de experiências inovadoras na saúde que se baseiam não só no produto, mas no serviço completo.
O Minute Clinic, por exemplo, oferece atendimento de saúde primária com preços acessíveis e atendimento rápido nos Estados Unidos.
O programa trata de sintomas mais leves, como dor de garganta e ouvido e infecção no pulmão. As unidades ficam dentro de farmácias e ficam abertas sete dias por semana, sem necessidade de agendamento.
"É um modelo muito sustentável e inteligente. Não há gastos com equipamentos de alto custo, usa-se enfermeiras experientes e evita que o paciente precise ir ao hospital sem necessidade", destacou.