Tecnologia de vacina que levou Nobel será testada pela Fiocruz e é esperança contra o câncer


Nova plataforma tem se mostrado promissora para a produção de medicamentos oncológicos

Por Roberta Jansen
Atualização:

A Fiocruz começa a testar em seres humanos já no ano que vem uma nova vacina contra a covid-19 inteiramente produzida no Brasil com a tecnologia inovadora de RNAm, que garantiu o Nobel de Medicina deste ano aos desenvolvedores da nova plataforma. O objetivo da Fiocruz é dominar a técnica não apenas para a produção de um novo imunizante contra a covid-19, mas também para outras doenças infecciosas e, futuramente, para o tratamento do câncer e outras doenças.

A proposta da Fiocruz foi selecionada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com um projeto da Argentina, entre mais de 30 propostas de toda a América Latina, para a produção de vacinas contra a covid-19 a partir da tecnologia de RNAm. O objetivo da OMS ao abrir o processo seletivo era combater a desigualdade no acesso aos imunizantes de ponta. A Fiocruz foi selecionada por ter infraestrutura de produção e competência técnico-científica.

A Fiocruz quer usar a nova plataforma para o desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose e o vírus sincicial respiratório, cujos testes clínicos devem começar já em 2025. Além disso, a nova plataforma tem se mostrado extremamente promissora para a produção de medicamentos para doenças como o câncer.

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Laboratório do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz tem experiência em produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro Foto: Bernardo Portella/Divulgação

Na verdade, a Fiocruz já vinha estudando o desenvolvimento da plataforma de RNAm desde 2018 (portanto antes do início da pandemia de covid-19) como parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos oncológicos. A partir do chamado da OMS, o enfoque do projeto foi alterado para atender à emergência sanitária e à desigualdade na distribuição de imunizantes. Mas, depois do lançamento das vacinas contra covid, tuberculose e vírus sincicinal, a pesquisa oncológica será retomada.

“É uma tecnologia 100% desenvolvida na Fiocruz, da qual temos muito orgulho”, afirmou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger. “Diante do chamado da OMS, mudamos rapidamente o enfoque da pesquisa para desenvolvermos uma alternativa à nossa vacina.”

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Tradicionalmente, vacinas são feitas com o próprio patógeno que visam a combater, em formas enfraquecidas ou inativadas. A ideia é ensinar o sistema imunológico a reconhecer o invasor e combater a infecção quando ela realmente acontece. Essa tecnologia é usada com sucesso há décadas no combate a várias doenças, como sarampo e pólio, entre tantas outras.

A própria vacina contra a covid-19 desenvolvida inicialmente pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca é uma vacina mais tradicional.

“Entregamos, num primeiro momento, uma vacina de vetor viral contra a covid-19″, lembrou Krieger. “Mas, entendíamos desde então que era importante termos o domínio completo da tecnologia de desenvolvimento de uma plataforma extremamente importante para a produção de novas vacinas e também para podermos dar uma resposta rápida para uma eventual nova emergência sanitária.”

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A nova tecnologia, concluída durante a pandemia de covid-19, consiste em usar microfragmentos de RNAm sintetizados em laboratório. O RNAm é responsável por traduzir as instruções inscritas no DNA e levá-las até os produtores de proteínas dentro das células.

As novas vacinas usam o RNAm sintético para levar instruções sobre como produzir a proteína spike do novo coronavírus. Quando a proteína é produzida pelas células com base nas instruções enviadas ela “ensina” o sistema imunológico a reconhecê-la e combatê-la. Ou seja, em vez de levar fragmentos do próprio patógeno para dentro do organismo, as novas vacinas levam as instruções para a sua produção.

“A nova plataforma foi introduzida num primeiro momento para Covid e outras doenças infectocontagiosas, mas tem todo potencial para ser uma nova fronteira na produção de imunizantes”, afirma Krieger. “Não quer dizer que vamos substituir todas as tecnologias tradicionais, mas o potencial é muito grande não só para vacinas, mas também para doenças crônicas.”

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Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pesquisadora da Fiocruz, a médica Margareth Dalcolmo concorda com o colega: “A tendência é que as vacinas tradicionais sejam substituídas pelas vacinas de RNAm”, diz. “Além disso, já está claro que a tecnologia poderá ser usada também em toda uma nova classe de medicamentos, sobretudo na área oncológica. Não há dúvidas de que essa é uma plataforma que olha para o futuro.”

A mesma tecnologia pode ser usada para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas, por exemplo. Em vez de levar instruções para a produção de uma proteína do vírus, o fármaco contém instruções genéticas para a criação de antígenos do câncer – proteínas presentes na superfície das células tumorais. O grande desafio é a enorme variedade de proteínas. Mas, passada a emergência sanitária da covid, as pesquisas no Brasil e no mundo devem se voltar novamente aos remédios oncológicos.

“As vacinas de RNAm são um divisor de águas na produção de imunizantes”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), o pediatra Renato Kfouri.

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“Ao introduzir códigos genéticos que induzem nosso organismo a produzir proteínas específicas, isso abre uma janela de oportunidades para a prevenção de diversas doenças infecciosas e também para o tratamento de outras como diabetes, Alzheimer, doenças cardíacas. Ou seja, nós temos a possibilidade, através de uma tecnologia muito simples, de criar vacinas sintéticas, de rápida produção, e fazendo com que aumentemos o espectro de proteção contra várias doenças.”

A Fiocruz começa a testar em seres humanos já no ano que vem uma nova vacina contra a covid-19 inteiramente produzida no Brasil com a tecnologia inovadora de RNAm, que garantiu o Nobel de Medicina deste ano aos desenvolvedores da nova plataforma. O objetivo da Fiocruz é dominar a técnica não apenas para a produção de um novo imunizante contra a covid-19, mas também para outras doenças infecciosas e, futuramente, para o tratamento do câncer e outras doenças.

A proposta da Fiocruz foi selecionada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com um projeto da Argentina, entre mais de 30 propostas de toda a América Latina, para a produção de vacinas contra a covid-19 a partir da tecnologia de RNAm. O objetivo da OMS ao abrir o processo seletivo era combater a desigualdade no acesso aos imunizantes de ponta. A Fiocruz foi selecionada por ter infraestrutura de produção e competência técnico-científica.

A Fiocruz quer usar a nova plataforma para o desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose e o vírus sincicial respiratório, cujos testes clínicos devem começar já em 2025. Além disso, a nova plataforma tem se mostrado extremamente promissora para a produção de medicamentos para doenças como o câncer.

Laboratório do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz tem experiência em produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro Foto: Bernardo Portella/Divulgação

Na verdade, a Fiocruz já vinha estudando o desenvolvimento da plataforma de RNAm desde 2018 (portanto antes do início da pandemia de covid-19) como parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos oncológicos. A partir do chamado da OMS, o enfoque do projeto foi alterado para atender à emergência sanitária e à desigualdade na distribuição de imunizantes. Mas, depois do lançamento das vacinas contra covid, tuberculose e vírus sincicinal, a pesquisa oncológica será retomada.

“É uma tecnologia 100% desenvolvida na Fiocruz, da qual temos muito orgulho”, afirmou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger. “Diante do chamado da OMS, mudamos rapidamente o enfoque da pesquisa para desenvolvermos uma alternativa à nossa vacina.”

Tradicionalmente, vacinas são feitas com o próprio patógeno que visam a combater, em formas enfraquecidas ou inativadas. A ideia é ensinar o sistema imunológico a reconhecer o invasor e combater a infecção quando ela realmente acontece. Essa tecnologia é usada com sucesso há décadas no combate a várias doenças, como sarampo e pólio, entre tantas outras.

A própria vacina contra a covid-19 desenvolvida inicialmente pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca é uma vacina mais tradicional.

“Entregamos, num primeiro momento, uma vacina de vetor viral contra a covid-19″, lembrou Krieger. “Mas, entendíamos desde então que era importante termos o domínio completo da tecnologia de desenvolvimento de uma plataforma extremamente importante para a produção de novas vacinas e também para podermos dar uma resposta rápida para uma eventual nova emergência sanitária.”

A nova tecnologia, concluída durante a pandemia de covid-19, consiste em usar microfragmentos de RNAm sintetizados em laboratório. O RNAm é responsável por traduzir as instruções inscritas no DNA e levá-las até os produtores de proteínas dentro das células.

As novas vacinas usam o RNAm sintético para levar instruções sobre como produzir a proteína spike do novo coronavírus. Quando a proteína é produzida pelas células com base nas instruções enviadas ela “ensina” o sistema imunológico a reconhecê-la e combatê-la. Ou seja, em vez de levar fragmentos do próprio patógeno para dentro do organismo, as novas vacinas levam as instruções para a sua produção.

“A nova plataforma foi introduzida num primeiro momento para Covid e outras doenças infectocontagiosas, mas tem todo potencial para ser uma nova fronteira na produção de imunizantes”, afirma Krieger. “Não quer dizer que vamos substituir todas as tecnologias tradicionais, mas o potencial é muito grande não só para vacinas, mas também para doenças crônicas.”

Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pesquisadora da Fiocruz, a médica Margareth Dalcolmo concorda com o colega: “A tendência é que as vacinas tradicionais sejam substituídas pelas vacinas de RNAm”, diz. “Além disso, já está claro que a tecnologia poderá ser usada também em toda uma nova classe de medicamentos, sobretudo na área oncológica. Não há dúvidas de que essa é uma plataforma que olha para o futuro.”

A mesma tecnologia pode ser usada para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas, por exemplo. Em vez de levar instruções para a produção de uma proteína do vírus, o fármaco contém instruções genéticas para a criação de antígenos do câncer – proteínas presentes na superfície das células tumorais. O grande desafio é a enorme variedade de proteínas. Mas, passada a emergência sanitária da covid, as pesquisas no Brasil e no mundo devem se voltar novamente aos remédios oncológicos.

“As vacinas de RNAm são um divisor de águas na produção de imunizantes”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), o pediatra Renato Kfouri.

“Ao introduzir códigos genéticos que induzem nosso organismo a produzir proteínas específicas, isso abre uma janela de oportunidades para a prevenção de diversas doenças infecciosas e também para o tratamento de outras como diabetes, Alzheimer, doenças cardíacas. Ou seja, nós temos a possibilidade, através de uma tecnologia muito simples, de criar vacinas sintéticas, de rápida produção, e fazendo com que aumentemos o espectro de proteção contra várias doenças.”

A Fiocruz começa a testar em seres humanos já no ano que vem uma nova vacina contra a covid-19 inteiramente produzida no Brasil com a tecnologia inovadora de RNAm, que garantiu o Nobel de Medicina deste ano aos desenvolvedores da nova plataforma. O objetivo da Fiocruz é dominar a técnica não apenas para a produção de um novo imunizante contra a covid-19, mas também para outras doenças infecciosas e, futuramente, para o tratamento do câncer e outras doenças.

A proposta da Fiocruz foi selecionada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com um projeto da Argentina, entre mais de 30 propostas de toda a América Latina, para a produção de vacinas contra a covid-19 a partir da tecnologia de RNAm. O objetivo da OMS ao abrir o processo seletivo era combater a desigualdade no acesso aos imunizantes de ponta. A Fiocruz foi selecionada por ter infraestrutura de produção e competência técnico-científica.

A Fiocruz quer usar a nova plataforma para o desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose e o vírus sincicial respiratório, cujos testes clínicos devem começar já em 2025. Além disso, a nova plataforma tem se mostrado extremamente promissora para a produção de medicamentos para doenças como o câncer.

Laboratório do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz tem experiência em produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro Foto: Bernardo Portella/Divulgação

Na verdade, a Fiocruz já vinha estudando o desenvolvimento da plataforma de RNAm desde 2018 (portanto antes do início da pandemia de covid-19) como parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos oncológicos. A partir do chamado da OMS, o enfoque do projeto foi alterado para atender à emergência sanitária e à desigualdade na distribuição de imunizantes. Mas, depois do lançamento das vacinas contra covid, tuberculose e vírus sincicinal, a pesquisa oncológica será retomada.

“É uma tecnologia 100% desenvolvida na Fiocruz, da qual temos muito orgulho”, afirmou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger. “Diante do chamado da OMS, mudamos rapidamente o enfoque da pesquisa para desenvolvermos uma alternativa à nossa vacina.”

Tradicionalmente, vacinas são feitas com o próprio patógeno que visam a combater, em formas enfraquecidas ou inativadas. A ideia é ensinar o sistema imunológico a reconhecer o invasor e combater a infecção quando ela realmente acontece. Essa tecnologia é usada com sucesso há décadas no combate a várias doenças, como sarampo e pólio, entre tantas outras.

A própria vacina contra a covid-19 desenvolvida inicialmente pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca é uma vacina mais tradicional.

“Entregamos, num primeiro momento, uma vacina de vetor viral contra a covid-19″, lembrou Krieger. “Mas, entendíamos desde então que era importante termos o domínio completo da tecnologia de desenvolvimento de uma plataforma extremamente importante para a produção de novas vacinas e também para podermos dar uma resposta rápida para uma eventual nova emergência sanitária.”

A nova tecnologia, concluída durante a pandemia de covid-19, consiste em usar microfragmentos de RNAm sintetizados em laboratório. O RNAm é responsável por traduzir as instruções inscritas no DNA e levá-las até os produtores de proteínas dentro das células.

As novas vacinas usam o RNAm sintético para levar instruções sobre como produzir a proteína spike do novo coronavírus. Quando a proteína é produzida pelas células com base nas instruções enviadas ela “ensina” o sistema imunológico a reconhecê-la e combatê-la. Ou seja, em vez de levar fragmentos do próprio patógeno para dentro do organismo, as novas vacinas levam as instruções para a sua produção.

“A nova plataforma foi introduzida num primeiro momento para Covid e outras doenças infectocontagiosas, mas tem todo potencial para ser uma nova fronteira na produção de imunizantes”, afirma Krieger. “Não quer dizer que vamos substituir todas as tecnologias tradicionais, mas o potencial é muito grande não só para vacinas, mas também para doenças crônicas.”

Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pesquisadora da Fiocruz, a médica Margareth Dalcolmo concorda com o colega: “A tendência é que as vacinas tradicionais sejam substituídas pelas vacinas de RNAm”, diz. “Além disso, já está claro que a tecnologia poderá ser usada também em toda uma nova classe de medicamentos, sobretudo na área oncológica. Não há dúvidas de que essa é uma plataforma que olha para o futuro.”

A mesma tecnologia pode ser usada para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas, por exemplo. Em vez de levar instruções para a produção de uma proteína do vírus, o fármaco contém instruções genéticas para a criação de antígenos do câncer – proteínas presentes na superfície das células tumorais. O grande desafio é a enorme variedade de proteínas. Mas, passada a emergência sanitária da covid, as pesquisas no Brasil e no mundo devem se voltar novamente aos remédios oncológicos.

“As vacinas de RNAm são um divisor de águas na produção de imunizantes”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), o pediatra Renato Kfouri.

“Ao introduzir códigos genéticos que induzem nosso organismo a produzir proteínas específicas, isso abre uma janela de oportunidades para a prevenção de diversas doenças infecciosas e também para o tratamento de outras como diabetes, Alzheimer, doenças cardíacas. Ou seja, nós temos a possibilidade, através de uma tecnologia muito simples, de criar vacinas sintéticas, de rápida produção, e fazendo com que aumentemos o espectro de proteção contra várias doenças.”

A Fiocruz começa a testar em seres humanos já no ano que vem uma nova vacina contra a covid-19 inteiramente produzida no Brasil com a tecnologia inovadora de RNAm, que garantiu o Nobel de Medicina deste ano aos desenvolvedores da nova plataforma. O objetivo da Fiocruz é dominar a técnica não apenas para a produção de um novo imunizante contra a covid-19, mas também para outras doenças infecciosas e, futuramente, para o tratamento do câncer e outras doenças.

A proposta da Fiocruz foi selecionada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com um projeto da Argentina, entre mais de 30 propostas de toda a América Latina, para a produção de vacinas contra a covid-19 a partir da tecnologia de RNAm. O objetivo da OMS ao abrir o processo seletivo era combater a desigualdade no acesso aos imunizantes de ponta. A Fiocruz foi selecionada por ter infraestrutura de produção e competência técnico-científica.

A Fiocruz quer usar a nova plataforma para o desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose e o vírus sincicial respiratório, cujos testes clínicos devem começar já em 2025. Além disso, a nova plataforma tem se mostrado extremamente promissora para a produção de medicamentos para doenças como o câncer.

Laboratório do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz tem experiência em produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro Foto: Bernardo Portella/Divulgação

Na verdade, a Fiocruz já vinha estudando o desenvolvimento da plataforma de RNAm desde 2018 (portanto antes do início da pandemia de covid-19) como parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos oncológicos. A partir do chamado da OMS, o enfoque do projeto foi alterado para atender à emergência sanitária e à desigualdade na distribuição de imunizantes. Mas, depois do lançamento das vacinas contra covid, tuberculose e vírus sincicinal, a pesquisa oncológica será retomada.

“É uma tecnologia 100% desenvolvida na Fiocruz, da qual temos muito orgulho”, afirmou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger. “Diante do chamado da OMS, mudamos rapidamente o enfoque da pesquisa para desenvolvermos uma alternativa à nossa vacina.”

Tradicionalmente, vacinas são feitas com o próprio patógeno que visam a combater, em formas enfraquecidas ou inativadas. A ideia é ensinar o sistema imunológico a reconhecer o invasor e combater a infecção quando ela realmente acontece. Essa tecnologia é usada com sucesso há décadas no combate a várias doenças, como sarampo e pólio, entre tantas outras.

A própria vacina contra a covid-19 desenvolvida inicialmente pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca é uma vacina mais tradicional.

“Entregamos, num primeiro momento, uma vacina de vetor viral contra a covid-19″, lembrou Krieger. “Mas, entendíamos desde então que era importante termos o domínio completo da tecnologia de desenvolvimento de uma plataforma extremamente importante para a produção de novas vacinas e também para podermos dar uma resposta rápida para uma eventual nova emergência sanitária.”

A nova tecnologia, concluída durante a pandemia de covid-19, consiste em usar microfragmentos de RNAm sintetizados em laboratório. O RNAm é responsável por traduzir as instruções inscritas no DNA e levá-las até os produtores de proteínas dentro das células.

As novas vacinas usam o RNAm sintético para levar instruções sobre como produzir a proteína spike do novo coronavírus. Quando a proteína é produzida pelas células com base nas instruções enviadas ela “ensina” o sistema imunológico a reconhecê-la e combatê-la. Ou seja, em vez de levar fragmentos do próprio patógeno para dentro do organismo, as novas vacinas levam as instruções para a sua produção.

“A nova plataforma foi introduzida num primeiro momento para Covid e outras doenças infectocontagiosas, mas tem todo potencial para ser uma nova fronteira na produção de imunizantes”, afirma Krieger. “Não quer dizer que vamos substituir todas as tecnologias tradicionais, mas o potencial é muito grande não só para vacinas, mas também para doenças crônicas.”

Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pesquisadora da Fiocruz, a médica Margareth Dalcolmo concorda com o colega: “A tendência é que as vacinas tradicionais sejam substituídas pelas vacinas de RNAm”, diz. “Além disso, já está claro que a tecnologia poderá ser usada também em toda uma nova classe de medicamentos, sobretudo na área oncológica. Não há dúvidas de que essa é uma plataforma que olha para o futuro.”

A mesma tecnologia pode ser usada para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas, por exemplo. Em vez de levar instruções para a produção de uma proteína do vírus, o fármaco contém instruções genéticas para a criação de antígenos do câncer – proteínas presentes na superfície das células tumorais. O grande desafio é a enorme variedade de proteínas. Mas, passada a emergência sanitária da covid, as pesquisas no Brasil e no mundo devem se voltar novamente aos remédios oncológicos.

“As vacinas de RNAm são um divisor de águas na produção de imunizantes”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), o pediatra Renato Kfouri.

“Ao introduzir códigos genéticos que induzem nosso organismo a produzir proteínas específicas, isso abre uma janela de oportunidades para a prevenção de diversas doenças infecciosas e também para o tratamento de outras como diabetes, Alzheimer, doenças cardíacas. Ou seja, nós temos a possibilidade, através de uma tecnologia muito simples, de criar vacinas sintéticas, de rápida produção, e fazendo com que aumentemos o espectro de proteção contra várias doenças.”

A Fiocruz começa a testar em seres humanos já no ano que vem uma nova vacina contra a covid-19 inteiramente produzida no Brasil com a tecnologia inovadora de RNAm, que garantiu o Nobel de Medicina deste ano aos desenvolvedores da nova plataforma. O objetivo da Fiocruz é dominar a técnica não apenas para a produção de um novo imunizante contra a covid-19, mas também para outras doenças infecciosas e, futuramente, para o tratamento do câncer e outras doenças.

A proposta da Fiocruz foi selecionada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com um projeto da Argentina, entre mais de 30 propostas de toda a América Latina, para a produção de vacinas contra a covid-19 a partir da tecnologia de RNAm. O objetivo da OMS ao abrir o processo seletivo era combater a desigualdade no acesso aos imunizantes de ponta. A Fiocruz foi selecionada por ter infraestrutura de produção e competência técnico-científica.

A Fiocruz quer usar a nova plataforma para o desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose e o vírus sincicial respiratório, cujos testes clínicos devem começar já em 2025. Além disso, a nova plataforma tem se mostrado extremamente promissora para a produção de medicamentos para doenças como o câncer.

Laboratório do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fiocruz tem experiência em produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro Foto: Bernardo Portella/Divulgação

Na verdade, a Fiocruz já vinha estudando o desenvolvimento da plataforma de RNAm desde 2018 (portanto antes do início da pandemia de covid-19) como parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos oncológicos. A partir do chamado da OMS, o enfoque do projeto foi alterado para atender à emergência sanitária e à desigualdade na distribuição de imunizantes. Mas, depois do lançamento das vacinas contra covid, tuberculose e vírus sincicinal, a pesquisa oncológica será retomada.

“É uma tecnologia 100% desenvolvida na Fiocruz, da qual temos muito orgulho”, afirmou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger. “Diante do chamado da OMS, mudamos rapidamente o enfoque da pesquisa para desenvolvermos uma alternativa à nossa vacina.”

Tradicionalmente, vacinas são feitas com o próprio patógeno que visam a combater, em formas enfraquecidas ou inativadas. A ideia é ensinar o sistema imunológico a reconhecer o invasor e combater a infecção quando ela realmente acontece. Essa tecnologia é usada com sucesso há décadas no combate a várias doenças, como sarampo e pólio, entre tantas outras.

A própria vacina contra a covid-19 desenvolvida inicialmente pela Fiocruz em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca é uma vacina mais tradicional.

“Entregamos, num primeiro momento, uma vacina de vetor viral contra a covid-19″, lembrou Krieger. “Mas, entendíamos desde então que era importante termos o domínio completo da tecnologia de desenvolvimento de uma plataforma extremamente importante para a produção de novas vacinas e também para podermos dar uma resposta rápida para uma eventual nova emergência sanitária.”

A nova tecnologia, concluída durante a pandemia de covid-19, consiste em usar microfragmentos de RNAm sintetizados em laboratório. O RNAm é responsável por traduzir as instruções inscritas no DNA e levá-las até os produtores de proteínas dentro das células.

As novas vacinas usam o RNAm sintético para levar instruções sobre como produzir a proteína spike do novo coronavírus. Quando a proteína é produzida pelas células com base nas instruções enviadas ela “ensina” o sistema imunológico a reconhecê-la e combatê-la. Ou seja, em vez de levar fragmentos do próprio patógeno para dentro do organismo, as novas vacinas levam as instruções para a sua produção.

“A nova plataforma foi introduzida num primeiro momento para Covid e outras doenças infectocontagiosas, mas tem todo potencial para ser uma nova fronteira na produção de imunizantes”, afirma Krieger. “Não quer dizer que vamos substituir todas as tecnologias tradicionais, mas o potencial é muito grande não só para vacinas, mas também para doenças crônicas.”

Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e pesquisadora da Fiocruz, a médica Margareth Dalcolmo concorda com o colega: “A tendência é que as vacinas tradicionais sejam substituídas pelas vacinas de RNAm”, diz. “Além disso, já está claro que a tecnologia poderá ser usada também em toda uma nova classe de medicamentos, sobretudo na área oncológica. Não há dúvidas de que essa é uma plataforma que olha para o futuro.”

A mesma tecnologia pode ser usada para estimular o sistema imunológico a reconhecer e destruir células cancerígenas, por exemplo. Em vez de levar instruções para a produção de uma proteína do vírus, o fármaco contém instruções genéticas para a criação de antígenos do câncer – proteínas presentes na superfície das células tumorais. O grande desafio é a enorme variedade de proteínas. Mas, passada a emergência sanitária da covid, as pesquisas no Brasil e no mundo devem se voltar novamente aos remédios oncológicos.

“As vacinas de RNAm são um divisor de águas na produção de imunizantes”, afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), o pediatra Renato Kfouri.

“Ao introduzir códigos genéticos que induzem nosso organismo a produzir proteínas específicas, isso abre uma janela de oportunidades para a prevenção de diversas doenças infecciosas e também para o tratamento de outras como diabetes, Alzheimer, doenças cardíacas. Ou seja, nós temos a possibilidade, através de uma tecnologia muito simples, de criar vacinas sintéticas, de rápida produção, e fazendo com que aumentemos o espectro de proteção contra várias doenças.”

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