Um pouco de sujeira faz bem, segundo a ciência; veja ideias de como tirar proveito


Pegar um punhado de terra ou caminhar por uma trilha com lama são hábitos que podem melhorar desde seu humor até a microbiota; entenda

Por Holly Burns

Faz tempo que os cientistas sabem que um pouco de sujeira pode fazer bem. Pesquisas sugerem que as pessoas que crescem em fazendas, por exemplo, têm taxas mais baixas de doença de Crohn, asma e alergias, provavelmente devido à exposição a uma variedade de micróbios.

Na década de 1970, cientistas descobriram que uma bactéria que vive no solo, chamada Mycobacterium vaccae, tem um efeito anti-inflamatório no nosso cérebro, possivelmente diminuindo o estresse e melhorando nossa resposta imunológica a ele.

Mais recentemente, vimos uma explosão de interesse no microbioma humano – com as pessoas tomando probióticos, buscando alimentos com culturas vivas e “reconstruindo” sua microflora. Ao mesmo tempo, cientistas vêm descobrindo o importante papel que os micróbios podem desempenhar em nossa saúde física e mental.

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Quando tocamos a terra ou simplesmente passeamos pela natureza, “estamos respirando uma enorme diversidade microbiana”, diz Christopher A. Lowry, professor de fisiologia integrativa da Universidade do Colorado, em Boulder.

O contato com a terra ou um simples passeio pela natureza podem nos colocar em contato com micro-organismos benéficos à saúde. Foto: tanacha/Adobe Stock

Um experimento finlandês descobriu que as crianças que frequentavam creches urbanas onde havia sido plantado um “chão de floresta” nativa tinham um sistema imunológico mais forte e um microbioma mais saudável do que as crianças que frequentavam creches com pátios de cascalho – e continuavam com bactérias benéficas no intestino e na pele dois anos depois.

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Isso não é bom apenas para as crianças: os adultos também podem se beneficiar da exposição aos micróbios que habitam o solo, diz Lowry. Então, programe um pouco de tempo para sair e se sujar.

Abrace a sujeira ao se exercitar

Atividades como mountain bike, acampamentos e caminhadas são maneiras fáceis de entrar em contato com um ecossistema microbiano diversificado, informa Lowry. “Acho que subestimamos a quantidade de exposição que recebemos por estarmos ao ar livre”.

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O Serviço Florestal dos Estados Unidos permite que você se voluntarie para projetos como manutenção de trilhas e até mesmo escavações arqueológicas. Ou você pode experimentar o banho de floresta – uma maneira consciente e sensorial de caminhar na natureza – e pegar um punhado de terra.

“Passe um tempo olhando ao redor e inalando os aromas”, orienta Amos Clifford, fundador da Associação de Guias e Programas de Terapia Natural e Florestal e autor de Your Guide to Forest Bathing [em tradução livre “Seu guia para o banho florestal”]. “Peneire a terra entre os dedos e depois leve as mãos ao rosto”. Se Clifford se depara com um riacho quando está guiando uma caminhada, ele convida as pessoas a tirarem os calçados e afundarem os pés no “fundo lamacento”, para sentir as texturas.

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Se sujar as mãos e os pés não for suficiente, procure uma corrida na lama, onde os participantes correm pela lama e enfrentam obstáculos ao longo do caminho.

Plante ou colha alguma coisa

A jardinagem há muito tempo é associada à redução da depressão, da ansiedade e do estresse – e exige bastante tempo de trabalho na terra.

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Quando as pessoas lhe perguntam como começar, Leigh Johnstone, jardineiro e ativista de saúde mental em Southampton, Inglaterra, conhecido como “O jardineiro barbudo” entre seus 21 mil seguidores no Instagram, faz uma pergunta: “Bem, o que você gosta de comer?”

Os tomates são uma das coisas mais fáceis de cultivar, avisa Johnstone, porque precisam de pouca manutenção e podem ser plantados em vasos ou cestas suspensas na varanda. Ele também sugeriu morangos e ervas, como manjericão, hortelã ou cebolinha.

Ou crie um jardim de habitat, que usa plantas nativas para atrair e alimentar a vida selvagem, indica Mary Phillips, que coordena programas de jardinagem de habitat para a Federação Nacional da Vida Selvagem. Plante erva-leiteira para acolher borboletas e ásteres para atrair abelhas.

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Faça como as crianças

Jill Dreves, fundadora do Centro Natural do Urso Selvagem em Nederland, Colorado, tem uma receita simples para você se sujar: faça uma torta de lama.

Ela sugeriu algo parecido com as oficinas de pintura: peça para os participantes trazerem uma fôrma de bolo velha e serem criativos com a lama.

“Traga pedras e miçangas para enfeitar, pegue umas folhas bonitas, use as mãos ou os pés para dar forma à torta”, ensina Dreves, que já organizou festas da torta de lama com sua equipe. “Guardamos esse tipo de coisa para as crianças pequenas, mas, na verdade, nós adultos também precisamos disso”.

Outra boa opção para as crianças é construir um jardim de fadas, diz Yurich. Junte folhas e musgo para criar uma paisagem mágica em miniatura, usando gravetos, pedras e cascas de árvore para fazer cabanas e móveis de brincadeira.

Johnstone e sua filha de 2 anos gostam de fazer hotéis para insetos, que propiciam que os insetos se abriguem em seu interior. Eles também fazem bombas de sementes, que você pode montar em qualquer época do ano e armazenar até a primavera ou o outono para jogar no quintal, diz Johnstone.

“Muitas pessoas ainda ficam meio tensas de mexer com a terra”, disse ele. “Mas para mim é uma alegria”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Faz tempo que os cientistas sabem que um pouco de sujeira pode fazer bem. Pesquisas sugerem que as pessoas que crescem em fazendas, por exemplo, têm taxas mais baixas de doença de Crohn, asma e alergias, provavelmente devido à exposição a uma variedade de micróbios.

Na década de 1970, cientistas descobriram que uma bactéria que vive no solo, chamada Mycobacterium vaccae, tem um efeito anti-inflamatório no nosso cérebro, possivelmente diminuindo o estresse e melhorando nossa resposta imunológica a ele.

Mais recentemente, vimos uma explosão de interesse no microbioma humano – com as pessoas tomando probióticos, buscando alimentos com culturas vivas e “reconstruindo” sua microflora. Ao mesmo tempo, cientistas vêm descobrindo o importante papel que os micróbios podem desempenhar em nossa saúde física e mental.

Quando tocamos a terra ou simplesmente passeamos pela natureza, “estamos respirando uma enorme diversidade microbiana”, diz Christopher A. Lowry, professor de fisiologia integrativa da Universidade do Colorado, em Boulder.

O contato com a terra ou um simples passeio pela natureza podem nos colocar em contato com micro-organismos benéficos à saúde. Foto: tanacha/Adobe Stock

Um experimento finlandês descobriu que as crianças que frequentavam creches urbanas onde havia sido plantado um “chão de floresta” nativa tinham um sistema imunológico mais forte e um microbioma mais saudável do que as crianças que frequentavam creches com pátios de cascalho – e continuavam com bactérias benéficas no intestino e na pele dois anos depois.

Isso não é bom apenas para as crianças: os adultos também podem se beneficiar da exposição aos micróbios que habitam o solo, diz Lowry. Então, programe um pouco de tempo para sair e se sujar.

Abrace a sujeira ao se exercitar

Atividades como mountain bike, acampamentos e caminhadas são maneiras fáceis de entrar em contato com um ecossistema microbiano diversificado, informa Lowry. “Acho que subestimamos a quantidade de exposição que recebemos por estarmos ao ar livre”.

O Serviço Florestal dos Estados Unidos permite que você se voluntarie para projetos como manutenção de trilhas e até mesmo escavações arqueológicas. Ou você pode experimentar o banho de floresta – uma maneira consciente e sensorial de caminhar na natureza – e pegar um punhado de terra.

“Passe um tempo olhando ao redor e inalando os aromas”, orienta Amos Clifford, fundador da Associação de Guias e Programas de Terapia Natural e Florestal e autor de Your Guide to Forest Bathing [em tradução livre “Seu guia para o banho florestal”]. “Peneire a terra entre os dedos e depois leve as mãos ao rosto”. Se Clifford se depara com um riacho quando está guiando uma caminhada, ele convida as pessoas a tirarem os calçados e afundarem os pés no “fundo lamacento”, para sentir as texturas.

Se sujar as mãos e os pés não for suficiente, procure uma corrida na lama, onde os participantes correm pela lama e enfrentam obstáculos ao longo do caminho.

Plante ou colha alguma coisa

A jardinagem há muito tempo é associada à redução da depressão, da ansiedade e do estresse – e exige bastante tempo de trabalho na terra.

Quando as pessoas lhe perguntam como começar, Leigh Johnstone, jardineiro e ativista de saúde mental em Southampton, Inglaterra, conhecido como “O jardineiro barbudo” entre seus 21 mil seguidores no Instagram, faz uma pergunta: “Bem, o que você gosta de comer?”

Os tomates são uma das coisas mais fáceis de cultivar, avisa Johnstone, porque precisam de pouca manutenção e podem ser plantados em vasos ou cestas suspensas na varanda. Ele também sugeriu morangos e ervas, como manjericão, hortelã ou cebolinha.

Ou crie um jardim de habitat, que usa plantas nativas para atrair e alimentar a vida selvagem, indica Mary Phillips, que coordena programas de jardinagem de habitat para a Federação Nacional da Vida Selvagem. Plante erva-leiteira para acolher borboletas e ásteres para atrair abelhas.

Faça como as crianças

Jill Dreves, fundadora do Centro Natural do Urso Selvagem em Nederland, Colorado, tem uma receita simples para você se sujar: faça uma torta de lama.

Ela sugeriu algo parecido com as oficinas de pintura: peça para os participantes trazerem uma fôrma de bolo velha e serem criativos com a lama.

“Traga pedras e miçangas para enfeitar, pegue umas folhas bonitas, use as mãos ou os pés para dar forma à torta”, ensina Dreves, que já organizou festas da torta de lama com sua equipe. “Guardamos esse tipo de coisa para as crianças pequenas, mas, na verdade, nós adultos também precisamos disso”.

Outra boa opção para as crianças é construir um jardim de fadas, diz Yurich. Junte folhas e musgo para criar uma paisagem mágica em miniatura, usando gravetos, pedras e cascas de árvore para fazer cabanas e móveis de brincadeira.

Johnstone e sua filha de 2 anos gostam de fazer hotéis para insetos, que propiciam que os insetos se abriguem em seu interior. Eles também fazem bombas de sementes, que você pode montar em qualquer época do ano e armazenar até a primavera ou o outono para jogar no quintal, diz Johnstone.

“Muitas pessoas ainda ficam meio tensas de mexer com a terra”, disse ele. “Mas para mim é uma alegria”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Faz tempo que os cientistas sabem que um pouco de sujeira pode fazer bem. Pesquisas sugerem que as pessoas que crescem em fazendas, por exemplo, têm taxas mais baixas de doença de Crohn, asma e alergias, provavelmente devido à exposição a uma variedade de micróbios.

Na década de 1970, cientistas descobriram que uma bactéria que vive no solo, chamada Mycobacterium vaccae, tem um efeito anti-inflamatório no nosso cérebro, possivelmente diminuindo o estresse e melhorando nossa resposta imunológica a ele.

Mais recentemente, vimos uma explosão de interesse no microbioma humano – com as pessoas tomando probióticos, buscando alimentos com culturas vivas e “reconstruindo” sua microflora. Ao mesmo tempo, cientistas vêm descobrindo o importante papel que os micróbios podem desempenhar em nossa saúde física e mental.

Quando tocamos a terra ou simplesmente passeamos pela natureza, “estamos respirando uma enorme diversidade microbiana”, diz Christopher A. Lowry, professor de fisiologia integrativa da Universidade do Colorado, em Boulder.

O contato com a terra ou um simples passeio pela natureza podem nos colocar em contato com micro-organismos benéficos à saúde. Foto: tanacha/Adobe Stock

Um experimento finlandês descobriu que as crianças que frequentavam creches urbanas onde havia sido plantado um “chão de floresta” nativa tinham um sistema imunológico mais forte e um microbioma mais saudável do que as crianças que frequentavam creches com pátios de cascalho – e continuavam com bactérias benéficas no intestino e na pele dois anos depois.

Isso não é bom apenas para as crianças: os adultos também podem se beneficiar da exposição aos micróbios que habitam o solo, diz Lowry. Então, programe um pouco de tempo para sair e se sujar.

Abrace a sujeira ao se exercitar

Atividades como mountain bike, acampamentos e caminhadas são maneiras fáceis de entrar em contato com um ecossistema microbiano diversificado, informa Lowry. “Acho que subestimamos a quantidade de exposição que recebemos por estarmos ao ar livre”.

O Serviço Florestal dos Estados Unidos permite que você se voluntarie para projetos como manutenção de trilhas e até mesmo escavações arqueológicas. Ou você pode experimentar o banho de floresta – uma maneira consciente e sensorial de caminhar na natureza – e pegar um punhado de terra.

“Passe um tempo olhando ao redor e inalando os aromas”, orienta Amos Clifford, fundador da Associação de Guias e Programas de Terapia Natural e Florestal e autor de Your Guide to Forest Bathing [em tradução livre “Seu guia para o banho florestal”]. “Peneire a terra entre os dedos e depois leve as mãos ao rosto”. Se Clifford se depara com um riacho quando está guiando uma caminhada, ele convida as pessoas a tirarem os calçados e afundarem os pés no “fundo lamacento”, para sentir as texturas.

Se sujar as mãos e os pés não for suficiente, procure uma corrida na lama, onde os participantes correm pela lama e enfrentam obstáculos ao longo do caminho.

Plante ou colha alguma coisa

A jardinagem há muito tempo é associada à redução da depressão, da ansiedade e do estresse – e exige bastante tempo de trabalho na terra.

Quando as pessoas lhe perguntam como começar, Leigh Johnstone, jardineiro e ativista de saúde mental em Southampton, Inglaterra, conhecido como “O jardineiro barbudo” entre seus 21 mil seguidores no Instagram, faz uma pergunta: “Bem, o que você gosta de comer?”

Os tomates são uma das coisas mais fáceis de cultivar, avisa Johnstone, porque precisam de pouca manutenção e podem ser plantados em vasos ou cestas suspensas na varanda. Ele também sugeriu morangos e ervas, como manjericão, hortelã ou cebolinha.

Ou crie um jardim de habitat, que usa plantas nativas para atrair e alimentar a vida selvagem, indica Mary Phillips, que coordena programas de jardinagem de habitat para a Federação Nacional da Vida Selvagem. Plante erva-leiteira para acolher borboletas e ásteres para atrair abelhas.

Faça como as crianças

Jill Dreves, fundadora do Centro Natural do Urso Selvagem em Nederland, Colorado, tem uma receita simples para você se sujar: faça uma torta de lama.

Ela sugeriu algo parecido com as oficinas de pintura: peça para os participantes trazerem uma fôrma de bolo velha e serem criativos com a lama.

“Traga pedras e miçangas para enfeitar, pegue umas folhas bonitas, use as mãos ou os pés para dar forma à torta”, ensina Dreves, que já organizou festas da torta de lama com sua equipe. “Guardamos esse tipo de coisa para as crianças pequenas, mas, na verdade, nós adultos também precisamos disso”.

Outra boa opção para as crianças é construir um jardim de fadas, diz Yurich. Junte folhas e musgo para criar uma paisagem mágica em miniatura, usando gravetos, pedras e cascas de árvore para fazer cabanas e móveis de brincadeira.

Johnstone e sua filha de 2 anos gostam de fazer hotéis para insetos, que propiciam que os insetos se abriguem em seu interior. Eles também fazem bombas de sementes, que você pode montar em qualquer época do ano e armazenar até a primavera ou o outono para jogar no quintal, diz Johnstone.

“Muitas pessoas ainda ficam meio tensas de mexer com a terra”, disse ele. “Mas para mim é uma alegria”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Faz tempo que os cientistas sabem que um pouco de sujeira pode fazer bem. Pesquisas sugerem que as pessoas que crescem em fazendas, por exemplo, têm taxas mais baixas de doença de Crohn, asma e alergias, provavelmente devido à exposição a uma variedade de micróbios.

Na década de 1970, cientistas descobriram que uma bactéria que vive no solo, chamada Mycobacterium vaccae, tem um efeito anti-inflamatório no nosso cérebro, possivelmente diminuindo o estresse e melhorando nossa resposta imunológica a ele.

Mais recentemente, vimos uma explosão de interesse no microbioma humano – com as pessoas tomando probióticos, buscando alimentos com culturas vivas e “reconstruindo” sua microflora. Ao mesmo tempo, cientistas vêm descobrindo o importante papel que os micróbios podem desempenhar em nossa saúde física e mental.

Quando tocamos a terra ou simplesmente passeamos pela natureza, “estamos respirando uma enorme diversidade microbiana”, diz Christopher A. Lowry, professor de fisiologia integrativa da Universidade do Colorado, em Boulder.

O contato com a terra ou um simples passeio pela natureza podem nos colocar em contato com micro-organismos benéficos à saúde. Foto: tanacha/Adobe Stock

Um experimento finlandês descobriu que as crianças que frequentavam creches urbanas onde havia sido plantado um “chão de floresta” nativa tinham um sistema imunológico mais forte e um microbioma mais saudável do que as crianças que frequentavam creches com pátios de cascalho – e continuavam com bactérias benéficas no intestino e na pele dois anos depois.

Isso não é bom apenas para as crianças: os adultos também podem se beneficiar da exposição aos micróbios que habitam o solo, diz Lowry. Então, programe um pouco de tempo para sair e se sujar.

Abrace a sujeira ao se exercitar

Atividades como mountain bike, acampamentos e caminhadas são maneiras fáceis de entrar em contato com um ecossistema microbiano diversificado, informa Lowry. “Acho que subestimamos a quantidade de exposição que recebemos por estarmos ao ar livre”.

O Serviço Florestal dos Estados Unidos permite que você se voluntarie para projetos como manutenção de trilhas e até mesmo escavações arqueológicas. Ou você pode experimentar o banho de floresta – uma maneira consciente e sensorial de caminhar na natureza – e pegar um punhado de terra.

“Passe um tempo olhando ao redor e inalando os aromas”, orienta Amos Clifford, fundador da Associação de Guias e Programas de Terapia Natural e Florestal e autor de Your Guide to Forest Bathing [em tradução livre “Seu guia para o banho florestal”]. “Peneire a terra entre os dedos e depois leve as mãos ao rosto”. Se Clifford se depara com um riacho quando está guiando uma caminhada, ele convida as pessoas a tirarem os calçados e afundarem os pés no “fundo lamacento”, para sentir as texturas.

Se sujar as mãos e os pés não for suficiente, procure uma corrida na lama, onde os participantes correm pela lama e enfrentam obstáculos ao longo do caminho.

Plante ou colha alguma coisa

A jardinagem há muito tempo é associada à redução da depressão, da ansiedade e do estresse – e exige bastante tempo de trabalho na terra.

Quando as pessoas lhe perguntam como começar, Leigh Johnstone, jardineiro e ativista de saúde mental em Southampton, Inglaterra, conhecido como “O jardineiro barbudo” entre seus 21 mil seguidores no Instagram, faz uma pergunta: “Bem, o que você gosta de comer?”

Os tomates são uma das coisas mais fáceis de cultivar, avisa Johnstone, porque precisam de pouca manutenção e podem ser plantados em vasos ou cestas suspensas na varanda. Ele também sugeriu morangos e ervas, como manjericão, hortelã ou cebolinha.

Ou crie um jardim de habitat, que usa plantas nativas para atrair e alimentar a vida selvagem, indica Mary Phillips, que coordena programas de jardinagem de habitat para a Federação Nacional da Vida Selvagem. Plante erva-leiteira para acolher borboletas e ásteres para atrair abelhas.

Faça como as crianças

Jill Dreves, fundadora do Centro Natural do Urso Selvagem em Nederland, Colorado, tem uma receita simples para você se sujar: faça uma torta de lama.

Ela sugeriu algo parecido com as oficinas de pintura: peça para os participantes trazerem uma fôrma de bolo velha e serem criativos com a lama.

“Traga pedras e miçangas para enfeitar, pegue umas folhas bonitas, use as mãos ou os pés para dar forma à torta”, ensina Dreves, que já organizou festas da torta de lama com sua equipe. “Guardamos esse tipo de coisa para as crianças pequenas, mas, na verdade, nós adultos também precisamos disso”.

Outra boa opção para as crianças é construir um jardim de fadas, diz Yurich. Junte folhas e musgo para criar uma paisagem mágica em miniatura, usando gravetos, pedras e cascas de árvore para fazer cabanas e móveis de brincadeira.

Johnstone e sua filha de 2 anos gostam de fazer hotéis para insetos, que propiciam que os insetos se abriguem em seu interior. Eles também fazem bombas de sementes, que você pode montar em qualquer época do ano e armazenar até a primavera ou o outono para jogar no quintal, diz Johnstone.

“Muitas pessoas ainda ficam meio tensas de mexer com a terra”, disse ele. “Mas para mim é uma alegria”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Faz tempo que os cientistas sabem que um pouco de sujeira pode fazer bem. Pesquisas sugerem que as pessoas que crescem em fazendas, por exemplo, têm taxas mais baixas de doença de Crohn, asma e alergias, provavelmente devido à exposição a uma variedade de micróbios.

Na década de 1970, cientistas descobriram que uma bactéria que vive no solo, chamada Mycobacterium vaccae, tem um efeito anti-inflamatório no nosso cérebro, possivelmente diminuindo o estresse e melhorando nossa resposta imunológica a ele.

Mais recentemente, vimos uma explosão de interesse no microbioma humano – com as pessoas tomando probióticos, buscando alimentos com culturas vivas e “reconstruindo” sua microflora. Ao mesmo tempo, cientistas vêm descobrindo o importante papel que os micróbios podem desempenhar em nossa saúde física e mental.

Quando tocamos a terra ou simplesmente passeamos pela natureza, “estamos respirando uma enorme diversidade microbiana”, diz Christopher A. Lowry, professor de fisiologia integrativa da Universidade do Colorado, em Boulder.

O contato com a terra ou um simples passeio pela natureza podem nos colocar em contato com micro-organismos benéficos à saúde. Foto: tanacha/Adobe Stock

Um experimento finlandês descobriu que as crianças que frequentavam creches urbanas onde havia sido plantado um “chão de floresta” nativa tinham um sistema imunológico mais forte e um microbioma mais saudável do que as crianças que frequentavam creches com pátios de cascalho – e continuavam com bactérias benéficas no intestino e na pele dois anos depois.

Isso não é bom apenas para as crianças: os adultos também podem se beneficiar da exposição aos micróbios que habitam o solo, diz Lowry. Então, programe um pouco de tempo para sair e se sujar.

Abrace a sujeira ao se exercitar

Atividades como mountain bike, acampamentos e caminhadas são maneiras fáceis de entrar em contato com um ecossistema microbiano diversificado, informa Lowry. “Acho que subestimamos a quantidade de exposição que recebemos por estarmos ao ar livre”.

O Serviço Florestal dos Estados Unidos permite que você se voluntarie para projetos como manutenção de trilhas e até mesmo escavações arqueológicas. Ou você pode experimentar o banho de floresta – uma maneira consciente e sensorial de caminhar na natureza – e pegar um punhado de terra.

“Passe um tempo olhando ao redor e inalando os aromas”, orienta Amos Clifford, fundador da Associação de Guias e Programas de Terapia Natural e Florestal e autor de Your Guide to Forest Bathing [em tradução livre “Seu guia para o banho florestal”]. “Peneire a terra entre os dedos e depois leve as mãos ao rosto”. Se Clifford se depara com um riacho quando está guiando uma caminhada, ele convida as pessoas a tirarem os calçados e afundarem os pés no “fundo lamacento”, para sentir as texturas.

Se sujar as mãos e os pés não for suficiente, procure uma corrida na lama, onde os participantes correm pela lama e enfrentam obstáculos ao longo do caminho.

Plante ou colha alguma coisa

A jardinagem há muito tempo é associada à redução da depressão, da ansiedade e do estresse – e exige bastante tempo de trabalho na terra.

Quando as pessoas lhe perguntam como começar, Leigh Johnstone, jardineiro e ativista de saúde mental em Southampton, Inglaterra, conhecido como “O jardineiro barbudo” entre seus 21 mil seguidores no Instagram, faz uma pergunta: “Bem, o que você gosta de comer?”

Os tomates são uma das coisas mais fáceis de cultivar, avisa Johnstone, porque precisam de pouca manutenção e podem ser plantados em vasos ou cestas suspensas na varanda. Ele também sugeriu morangos e ervas, como manjericão, hortelã ou cebolinha.

Ou crie um jardim de habitat, que usa plantas nativas para atrair e alimentar a vida selvagem, indica Mary Phillips, que coordena programas de jardinagem de habitat para a Federação Nacional da Vida Selvagem. Plante erva-leiteira para acolher borboletas e ásteres para atrair abelhas.

Faça como as crianças

Jill Dreves, fundadora do Centro Natural do Urso Selvagem em Nederland, Colorado, tem uma receita simples para você se sujar: faça uma torta de lama.

Ela sugeriu algo parecido com as oficinas de pintura: peça para os participantes trazerem uma fôrma de bolo velha e serem criativos com a lama.

“Traga pedras e miçangas para enfeitar, pegue umas folhas bonitas, use as mãos ou os pés para dar forma à torta”, ensina Dreves, que já organizou festas da torta de lama com sua equipe. “Guardamos esse tipo de coisa para as crianças pequenas, mas, na verdade, nós adultos também precisamos disso”.

Outra boa opção para as crianças é construir um jardim de fadas, diz Yurich. Junte folhas e musgo para criar uma paisagem mágica em miniatura, usando gravetos, pedras e cascas de árvore para fazer cabanas e móveis de brincadeira.

Johnstone e sua filha de 2 anos gostam de fazer hotéis para insetos, que propiciam que os insetos se abriguem em seu interior. Eles também fazem bombas de sementes, que você pode montar em qualquer época do ano e armazenar até a primavera ou o outono para jogar no quintal, diz Johnstone.

“Muitas pessoas ainda ficam meio tensas de mexer com a terra”, disse ele. “Mas para mim é uma alegria”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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