Nesta semana, uma enfermeira foi afastada em Goiânia após falha na aplicação de vacina em uma idosa de 88 anos. A profissional de saúde injetou a agulha no braço da mulher, mas não inoculou o imunizante. A filha estava filmando, afirmou ter visto o líquido ainda na seringa e a enfermeira aplicou a dose. A prefeitura diz investigar o caso, mas aponta que não houve má-fé. Casos semelhantes foram relatados em Manaus e Maceió, mas também circulam vídeos com manipulação de imagens para insinuar problemas no momento da vacinação.
Isso tem feito as pessoas se perguntarem sobre os pontos que merecem atenção no momento da vacinação. Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde não informou quais são os protocolos de imunização. Documentos técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde da pasta federal enviados aos gestores e profissionais de saúde dos Estados e do Distrito Federal tratam de alguns pontos. Leia sobre dúvidas comuns:
Como saber com que vacina fui imunizado?
As vacinas usadas no Programa Nacional de Imunização são a Coronavac, dos laboratórios Sinovac/Butantan, e a de Oxford, dos laboratórios AstraZeneca/Fiocruz e devem ser administradas por via intramuscular em duas doses, com intervalo de duas a quatro semanas para a Sinovac e de até doze semanas para a AstraZeneca. É importante que a pessoa saia da primeira vacinação com a segunda já agendada.
Como sei que fui vacinado corretamente?
A pessoa a ser vacinada pode questionar o servidor se tiver dúvida sobre o acondicionamento da vacina que, segundo a Anvisa, devem ser armazenadas entre 2°C e 8°C. O frasco deve ser retirado da refrigeração no momento da aplicação, que deve ser feita assim que o frasco for aberto. Na sequência, a seringa precisa ser descartada. Em alguns cidades, como Maceió, a orientação é mostrar ao paciente a seringa cheia antes da aplicação, e vazia após o procedimento para a convicção de que a seringa foi esvaziada. O Conselho Federal de Enfermagem tem destacado o papel desses profissionais na campanha de vacinação e o treinamento dado para os trabalhadores da área.
Posso acompanhar a vacinação de um parente idoso?
A regra geral é de que se permita que um acompanhante da pessoa idosa esteja presente no ato de vacinação.
Como fazer denúncia de suspeita ou irregularidade?
Em caso de suspeita, a população pode fazer a denúncia por meio do endereço eletrônico vacinapiratacncp@mj.gov.br, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Secretarias também têm canais de denúncias ou tira-dúvidas para saber sobre problemas na aplicação de doses.
Quais são os grupos prioritários a serem vacinados neste momento?
Nessa primeira etapa, compõem o público alvo da campanha os trabalhadores da saúde públicos e privados, trabalhadores e internos de Instituições para Idosos de Longa Permanência e acamados, pessoas a partir de 18 anos com deficiência em residências inclusivas, indígenas e pessoas com mais de 60 anos, partindo da maior para a menor faixa etária.
Posso exigir o registro da vacinação?
O registro é obrigatório e será feito no sistema de informação do Programa Nacional de Imunização, devendo o vacinado receber um certificado ou ter a vacinação registrada em sua carteira.
E sobre o uso de máscara no momento da vacinação?
A pessoa deve comparecer ao posto de vacinação de máscara e observar se os aplicadores estão usando máscara cirúrgica, proteção ocular e avental descartável ou de tecido higienizável.
Como sei se recebi a quantia certa de vacina?
A dose recomendada é de 0,5 ml em suspensão injetável, equivalente a um décimo do conteúdo de uma colher de chá. Esse conteúdo normalmente preenche de 0,5 cm a 1 cm da seringa descartável padrão. Cada dose contém 600 SU (unidade padrão) do vírus inativado Sars-CoV-2.