Vacinação da poliomielite: SP imuniza só metade das crianças e estende campanha até 31 de outubro


Especialistas alertam para risco de a doença voltar a ser registrada no Brasil após mais de 30 anos, preocupação já levantada pela OMS

Por Renata Okumura
Atualização:

O Estado de São Paulo estendeu a campanha de vacinação infantil contra a poliomielite até 31 de outubro por causa da baixa adesão. Menos da metade das crianças (49,2%) do público-alvo (com idade até 4 anos e cinco meses) tomaram o imunizante. No Brasil, o alcance foi de 58,1%, conforme balanço desta sexta-feira, 30. Isso significa que cerca de 4,8 milhões de crianças ainda estão desprotegidas.

O vírus pode atacar o sistema nervoso e causar paralisia irreversível – daí o nome paralisia infantil – em membros como as pernas, e também dos músculos respiratórios, levando o paciente à morte. A poliomielite não tem cura, só prevenção, que é feita com a vacina.

“É mais uma oportunidade para pais e responsáveis procurarem os postos de vacinação e levarem seus filhos para se vacinar. É um momento importante e, infelizmente, com baixas coberturas vacinais, o que pode acarretar na volta de doenças graves que estavam eliminadas”, diz Regiane de Paula, da Coordenadoria de Controle de Doenças da secretaria estadual.

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A campanha nacional já havia sido adiada pelo Ministério da Saúde no início do mês por causa da baixa procura, mas agora o ministério informou que não vai prorrogar o calendário. Mas, reforça a pasta, Estados e municípios terão autonomia para continuar a força-tarefa. Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul são outros Estados que estenderam suas campanhas.

Especialistas alertam para o risco de a pólio voltar ao Brasil, depois de mais de 30 anos, preocupação já levantada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante da baixa imunização no País e o registro de infecções em outras nações - como Estados Unidos e Israel -, a entidade colocou o Brasil entre as áreas com alto risco para ressurgimento da doença.

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A poliomielite, altamente contagiosa, atinge principalmente crianças com menos de 5 anos e que vivem em alta vulnerabilidade social, em locais onde não há tratamento de água e esgoto adequado. “Manter uma alta taxa de cobertura vacinal é a maneira mais eficaz de evitar que o vírus volte a circular”, afirma Sandra Sabino, secretária executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde da pasta municipal de Saúde da capital paulista.

A Prefeitura, por ora, anunciou extensão da campanha até 30 de outubro. Na cidade, a adesão foi de 49,8% e cerca de 312 mil crianças não se receberam a imunização. Também será prorrogada, pelo mesmo período, a Campanha de Multivacinação para crianças e adolescentes, de zero a 15 anos, para prevenir contra outras doenças como meningocócicas C e ACWY, HPV, BCG, hepatites A e B, rotavírus, pentavalente (DTP+Hib+HB), pneumocócica, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, difteria/tétano e influenza (vírus da gripe).

Nesta semana, em razão do atual surto de meningite meningocócica localizado nos distritos da Vila Formosa e Aricanduva, bairros da zona leste da capital paulista, a Prefeitura intensificou a vacinação na população das áreas afetadas.

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O Ministério da Saúde, em nota, informa ainda que seguirá apoiando os Estados nas ações de imunização. E reforça que a vacina da pólio, assim como outras do calendário nacional, estará disponível durante o ano inteiro nos postos.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, uma das formas de incentivar a população é lembrar sobre os riscos da doença. “As pessoas têm a falsa sensação de segurança de que não precisam mais vacinar contra a poliomielite, já que não temos casos da doença no Brasil há mais de 30 anos, mas o vírus pode voltar. Temos de ressaltar essa parte de riscos, assim como a segurança e eficácia da vacina que controlou e eliminou a doença no País”, afirma.

Capital paulista prorroga prazo da imunização contra a poliomielite até 30 de outubro; no estado, a campanha vai a té dia 31.  Foto: Gabriela Biló/Estadão - 18/08/2018
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Ações para intensificar a vacinação na capital paulista

Além de oferecer vacinas em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, de segunda a sexta-feira, e nas AMAs/UBSs Integradas aos sábados, também há ações em parques e na Avenida Paulista aos domingos. Só neste fim de semana, em razão do primeiro turno das eleições, a vacinação estará suspensa.

Além disso, equipes da Prefeitura de São Paulo também intensificam a vacinação de crianças em escolas públicas. Porém, neste caso, é necessária a autorização dos pais ou responsáveis para que a vacinação seja realizada. A pasta orienta que, mesmo que a caderneta de vacinação esteja completa, é importante que pais e responsáveis procurem um dos postos de imunização para avaliar a situação vacinal das crianças.

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A campanha da pólio tem o objetivo de imunizar com a vacina oral contra a poliomielite (VOP), as crianças de um a quatro anos e 11 meses que tenham recebido as três doses injetáveis de vacina inativada poliomielite (VIP) do esquema básico. Na vacinação de rotina do calendário, a VIP deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade, e a VOP - duas doses de reforço com gotinhas - uma aos 15 meses (1 ano e três meses) e outra aos 4 anos.

Não podem receber gotinhas as crianças que não estão com as três doses da vacina inativada (injetável) em dia. Mesmo que tenham passado da idade, elas devem colocar em dia o esquema de vacinação das injeções, antes de receberem as doses de gotinha.

Meta de vacinação contra a pólio no Brasil

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Embora o Brasil tenha recebido o certificado de eliminação da doença em 1994, a baixa adesão faz o Programa Nacional de Imunizações (PNI) alertar sobre a importância e o benefício da vacinação, para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no País. Atualmente, menos de 70% das crianças até um ano estão com toda a vacinação de rotina em dia no Brasil.

Nesta sexta-feira, 26, segundo dados do Ministério da Saúde, 58,1% das crianças na faixa etária de 1 a menores de 5 anos de idade convocadas para uma dose extra ou para completar o esquema vacinal tinham comparecido para a campanha contra a pólio.

“Ter pouco menos de 70% de cobertura na rotina e em uma campanha contra a poliomielite – que é para recuperar o atraso – aparecem somente 50% das crianças são dados que mostram que o País não está bem”, diz o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri.

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a poliomielite - as que são administradas em bebês com menos de 1 ano de idade - atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29%. Desde 2016, o País não ultrapassa a linha de 90% de crianças vacinadas e, conforme especialistas, a pandemia da covid-19 agravou ainda mais o problema do não comparecimento nos postos de saúde.

O Estado de São Paulo estendeu a campanha de vacinação infantil contra a poliomielite até 31 de outubro por causa da baixa adesão. Menos da metade das crianças (49,2%) do público-alvo (com idade até 4 anos e cinco meses) tomaram o imunizante. No Brasil, o alcance foi de 58,1%, conforme balanço desta sexta-feira, 30. Isso significa que cerca de 4,8 milhões de crianças ainda estão desprotegidas.

O vírus pode atacar o sistema nervoso e causar paralisia irreversível – daí o nome paralisia infantil – em membros como as pernas, e também dos músculos respiratórios, levando o paciente à morte. A poliomielite não tem cura, só prevenção, que é feita com a vacina.

“É mais uma oportunidade para pais e responsáveis procurarem os postos de vacinação e levarem seus filhos para se vacinar. É um momento importante e, infelizmente, com baixas coberturas vacinais, o que pode acarretar na volta de doenças graves que estavam eliminadas”, diz Regiane de Paula, da Coordenadoria de Controle de Doenças da secretaria estadual.

A campanha nacional já havia sido adiada pelo Ministério da Saúde no início do mês por causa da baixa procura, mas agora o ministério informou que não vai prorrogar o calendário. Mas, reforça a pasta, Estados e municípios terão autonomia para continuar a força-tarefa. Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul são outros Estados que estenderam suas campanhas.

Especialistas alertam para o risco de a pólio voltar ao Brasil, depois de mais de 30 anos, preocupação já levantada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante da baixa imunização no País e o registro de infecções em outras nações - como Estados Unidos e Israel -, a entidade colocou o Brasil entre as áreas com alto risco para ressurgimento da doença.

A poliomielite, altamente contagiosa, atinge principalmente crianças com menos de 5 anos e que vivem em alta vulnerabilidade social, em locais onde não há tratamento de água e esgoto adequado. “Manter uma alta taxa de cobertura vacinal é a maneira mais eficaz de evitar que o vírus volte a circular”, afirma Sandra Sabino, secretária executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde da pasta municipal de Saúde da capital paulista.

A Prefeitura, por ora, anunciou extensão da campanha até 30 de outubro. Na cidade, a adesão foi de 49,8% e cerca de 312 mil crianças não se receberam a imunização. Também será prorrogada, pelo mesmo período, a Campanha de Multivacinação para crianças e adolescentes, de zero a 15 anos, para prevenir contra outras doenças como meningocócicas C e ACWY, HPV, BCG, hepatites A e B, rotavírus, pentavalente (DTP+Hib+HB), pneumocócica, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, difteria/tétano e influenza (vírus da gripe).

Nesta semana, em razão do atual surto de meningite meningocócica localizado nos distritos da Vila Formosa e Aricanduva, bairros da zona leste da capital paulista, a Prefeitura intensificou a vacinação na população das áreas afetadas.

O Ministério da Saúde, em nota, informa ainda que seguirá apoiando os Estados nas ações de imunização. E reforça que a vacina da pólio, assim como outras do calendário nacional, estará disponível durante o ano inteiro nos postos.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, uma das formas de incentivar a população é lembrar sobre os riscos da doença. “As pessoas têm a falsa sensação de segurança de que não precisam mais vacinar contra a poliomielite, já que não temos casos da doença no Brasil há mais de 30 anos, mas o vírus pode voltar. Temos de ressaltar essa parte de riscos, assim como a segurança e eficácia da vacina que controlou e eliminou a doença no País”, afirma.

Capital paulista prorroga prazo da imunização contra a poliomielite até 30 de outubro; no estado, a campanha vai a té dia 31.  Foto: Gabriela Biló/Estadão - 18/08/2018

Ações para intensificar a vacinação na capital paulista

Além de oferecer vacinas em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, de segunda a sexta-feira, e nas AMAs/UBSs Integradas aos sábados, também há ações em parques e na Avenida Paulista aos domingos. Só neste fim de semana, em razão do primeiro turno das eleições, a vacinação estará suspensa.

Além disso, equipes da Prefeitura de São Paulo também intensificam a vacinação de crianças em escolas públicas. Porém, neste caso, é necessária a autorização dos pais ou responsáveis para que a vacinação seja realizada. A pasta orienta que, mesmo que a caderneta de vacinação esteja completa, é importante que pais e responsáveis procurem um dos postos de imunização para avaliar a situação vacinal das crianças.

A campanha da pólio tem o objetivo de imunizar com a vacina oral contra a poliomielite (VOP), as crianças de um a quatro anos e 11 meses que tenham recebido as três doses injetáveis de vacina inativada poliomielite (VIP) do esquema básico. Na vacinação de rotina do calendário, a VIP deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade, e a VOP - duas doses de reforço com gotinhas - uma aos 15 meses (1 ano e três meses) e outra aos 4 anos.

Não podem receber gotinhas as crianças que não estão com as três doses da vacina inativada (injetável) em dia. Mesmo que tenham passado da idade, elas devem colocar em dia o esquema de vacinação das injeções, antes de receberem as doses de gotinha.

Meta de vacinação contra a pólio no Brasil

Embora o Brasil tenha recebido o certificado de eliminação da doença em 1994, a baixa adesão faz o Programa Nacional de Imunizações (PNI) alertar sobre a importância e o benefício da vacinação, para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no País. Atualmente, menos de 70% das crianças até um ano estão com toda a vacinação de rotina em dia no Brasil.

Nesta sexta-feira, 26, segundo dados do Ministério da Saúde, 58,1% das crianças na faixa etária de 1 a menores de 5 anos de idade convocadas para uma dose extra ou para completar o esquema vacinal tinham comparecido para a campanha contra a pólio.

“Ter pouco menos de 70% de cobertura na rotina e em uma campanha contra a poliomielite – que é para recuperar o atraso – aparecem somente 50% das crianças são dados que mostram que o País não está bem”, diz o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri.

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a poliomielite - as que são administradas em bebês com menos de 1 ano de idade - atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29%. Desde 2016, o País não ultrapassa a linha de 90% de crianças vacinadas e, conforme especialistas, a pandemia da covid-19 agravou ainda mais o problema do não comparecimento nos postos de saúde.

O Estado de São Paulo estendeu a campanha de vacinação infantil contra a poliomielite até 31 de outubro por causa da baixa adesão. Menos da metade das crianças (49,2%) do público-alvo (com idade até 4 anos e cinco meses) tomaram o imunizante. No Brasil, o alcance foi de 58,1%, conforme balanço desta sexta-feira, 30. Isso significa que cerca de 4,8 milhões de crianças ainda estão desprotegidas.

O vírus pode atacar o sistema nervoso e causar paralisia irreversível – daí o nome paralisia infantil – em membros como as pernas, e também dos músculos respiratórios, levando o paciente à morte. A poliomielite não tem cura, só prevenção, que é feita com a vacina.

“É mais uma oportunidade para pais e responsáveis procurarem os postos de vacinação e levarem seus filhos para se vacinar. É um momento importante e, infelizmente, com baixas coberturas vacinais, o que pode acarretar na volta de doenças graves que estavam eliminadas”, diz Regiane de Paula, da Coordenadoria de Controle de Doenças da secretaria estadual.

A campanha nacional já havia sido adiada pelo Ministério da Saúde no início do mês por causa da baixa procura, mas agora o ministério informou que não vai prorrogar o calendário. Mas, reforça a pasta, Estados e municípios terão autonomia para continuar a força-tarefa. Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul são outros Estados que estenderam suas campanhas.

Especialistas alertam para o risco de a pólio voltar ao Brasil, depois de mais de 30 anos, preocupação já levantada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante da baixa imunização no País e o registro de infecções em outras nações - como Estados Unidos e Israel -, a entidade colocou o Brasil entre as áreas com alto risco para ressurgimento da doença.

A poliomielite, altamente contagiosa, atinge principalmente crianças com menos de 5 anos e que vivem em alta vulnerabilidade social, em locais onde não há tratamento de água e esgoto adequado. “Manter uma alta taxa de cobertura vacinal é a maneira mais eficaz de evitar que o vírus volte a circular”, afirma Sandra Sabino, secretária executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde da pasta municipal de Saúde da capital paulista.

A Prefeitura, por ora, anunciou extensão da campanha até 30 de outubro. Na cidade, a adesão foi de 49,8% e cerca de 312 mil crianças não se receberam a imunização. Também será prorrogada, pelo mesmo período, a Campanha de Multivacinação para crianças e adolescentes, de zero a 15 anos, para prevenir contra outras doenças como meningocócicas C e ACWY, HPV, BCG, hepatites A e B, rotavírus, pentavalente (DTP+Hib+HB), pneumocócica, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, difteria/tétano e influenza (vírus da gripe).

Nesta semana, em razão do atual surto de meningite meningocócica localizado nos distritos da Vila Formosa e Aricanduva, bairros da zona leste da capital paulista, a Prefeitura intensificou a vacinação na população das áreas afetadas.

O Ministério da Saúde, em nota, informa ainda que seguirá apoiando os Estados nas ações de imunização. E reforça que a vacina da pólio, assim como outras do calendário nacional, estará disponível durante o ano inteiro nos postos.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, uma das formas de incentivar a população é lembrar sobre os riscos da doença. “As pessoas têm a falsa sensação de segurança de que não precisam mais vacinar contra a poliomielite, já que não temos casos da doença no Brasil há mais de 30 anos, mas o vírus pode voltar. Temos de ressaltar essa parte de riscos, assim como a segurança e eficácia da vacina que controlou e eliminou a doença no País”, afirma.

Capital paulista prorroga prazo da imunização contra a poliomielite até 30 de outubro; no estado, a campanha vai a té dia 31.  Foto: Gabriela Biló/Estadão - 18/08/2018

Ações para intensificar a vacinação na capital paulista

Além de oferecer vacinas em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas, de segunda a sexta-feira, e nas AMAs/UBSs Integradas aos sábados, também há ações em parques e na Avenida Paulista aos domingos. Só neste fim de semana, em razão do primeiro turno das eleições, a vacinação estará suspensa.

Além disso, equipes da Prefeitura de São Paulo também intensificam a vacinação de crianças em escolas públicas. Porém, neste caso, é necessária a autorização dos pais ou responsáveis para que a vacinação seja realizada. A pasta orienta que, mesmo que a caderneta de vacinação esteja completa, é importante que pais e responsáveis procurem um dos postos de imunização para avaliar a situação vacinal das crianças.

A campanha da pólio tem o objetivo de imunizar com a vacina oral contra a poliomielite (VOP), as crianças de um a quatro anos e 11 meses que tenham recebido as três doses injetáveis de vacina inativada poliomielite (VIP) do esquema básico. Na vacinação de rotina do calendário, a VIP deve ser aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade, e a VOP - duas doses de reforço com gotinhas - uma aos 15 meses (1 ano e três meses) e outra aos 4 anos.

Não podem receber gotinhas as crianças que não estão com as três doses da vacina inativada (injetável) em dia. Mesmo que tenham passado da idade, elas devem colocar em dia o esquema de vacinação das injeções, antes de receberem as doses de gotinha.

Meta de vacinação contra a pólio no Brasil

Embora o Brasil tenha recebido o certificado de eliminação da doença em 1994, a baixa adesão faz o Programa Nacional de Imunizações (PNI) alertar sobre a importância e o benefício da vacinação, para evitar a reintrodução do vírus da poliomielite no País. Atualmente, menos de 70% das crianças até um ano estão com toda a vacinação de rotina em dia no Brasil.

Nesta sexta-feira, 26, segundo dados do Ministério da Saúde, 58,1% das crianças na faixa etária de 1 a menores de 5 anos de idade convocadas para uma dose extra ou para completar o esquema vacinal tinham comparecido para a campanha contra a pólio.

“Ter pouco menos de 70% de cobertura na rotina e em uma campanha contra a poliomielite – que é para recuperar o atraso – aparecem somente 50% das crianças são dados que mostram que o País não está bem”, diz o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri.

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a poliomielite - as que são administradas em bebês com menos de 1 ano de idade - atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29%. Desde 2016, o País não ultrapassa a linha de 90% de crianças vacinadas e, conforme especialistas, a pandemia da covid-19 agravou ainda mais o problema do não comparecimento nos postos de saúde.

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