Os Estados devem receber até esta sexta-feira, 11, um milhão de doses pediátricas da Pfizer para crianças com comorbidades entre 6 meses e menores de 3 anos de idade para a proteção contra a covid-19. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quinta, 10. O anúncio da distribuição acontece quase dois meses após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso do imunizante. Nas últimas semanas, o Brasil e o mundo têm registrado uma nova onda de casos.
As doses pediátricas, conforme o comunicado da pasta, serão distribuídas “de forma proporcional e igualitária”. Para São Paulo, está prevista a chegada de 206,3 mil doses do imunizante. O total, no entanto, é menor do que as 615 mil solicitadas pela Secretaria de Saúde do Estado.
Atualmente, a campanha de vacinação contra covid-19 em São Paulo contempla todas as crianças de 3 e 4 anos de idade, que estão aptas a tomar a Coronavac. Em setembro, o Instituto Butantan doou 2 milhões de doses para o Estado.
Até o momento, há duas vacinas pediátricas disponíveis para todas as crianças: a da Pfizer, que pode ser aplicada para quem tem mais de 5 anos, e a da Coronavac, disponível para faixa etária de 3 a 4 anos.
A ampliação do uso da vacina para crianças que não são imunocomprometidas será avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no SUS (Conitec), segundo o Ministério da Saúde. De acordo com os dados da pasta, 938,4 mil crianças entre 3 e 4 anos tomaram a primeira dose da vacina e 323,9 mil receberam a segunda aplicação do imunizante em todo o País.
O Ministério da Saúde recomenda que as vacinas contra o coronavírus sejam administradas nas crianças simultaneamente aos demais imunizantes do calendário vacinal ou em qualquer intervalo na faixa etária de 6 meses de idade ou mais.
Aumento de casos
A chegada da vacina pediátrica aos braços dos mais novos acontece em um período de recrudescimento da doença e aumento de casos da covid-19 no Brasil e em demais países do mundo, como Estados Unidos e China. O país asiático, que pratica a política de zero contaminação, contabilizou na semana passada o maior número de infectados dos últimos seis meses.
De acordo com os especialistas, o crescimento pode estar associado ao surgimento de duas novas subvariantes da variante Ômicron, a BQ.1 e XBB. No Brasil, as equipes de vigilância dos Estados já rastrearam a presença dessa linhagem do vírus em novos pacientes. Em São Paulo, a Secretaria de Saúde confirmou, na última terça-feira, 9, a primeira morte de uma paciente de 72 anos contaminada pela BQ.1.
Na maioria dos casos, as pessoas que estão contraindo a covid-19 não têm apresentado quadros graves da doença. Mesmo assim, especialistas reforçam a necessidade de usar máscaras em locais fechados e atualizar e completar o esquema vacinal para todos os que estão aptos a receber algum imunizante contra a covid-19.