Vacina de meningite para crianças de até 10 anos é prorrogada em SP; veja os locais


Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, trabalhadores da saúde também estão aptos para receber a imunização

Por Renata Okumura
Atualização:

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo prorrogou a vacinação contra a meningite para crianças de até 10 anos e trabalhadores da saúde. No caso do público infantil, a faixa etária foi ampliada pela primeira vez em julho de 2021 e, em julho de 2022, a proteção foi estendida aos profissionais de saúde para aumentar o combate à doença. A medida segue orientação federal.

No calendário de rotina, a vacinação com meningocócica C (Conjugada) deve ser realizada em três doses, sendo as duas primeiras aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo de oito semanas entre as doses, e um reforço, preferencialmente, aos 12 meses. Segundo a secretaria, aqueles que não completaram seu esquema vacinal, agora até os 10 anos, podem procurar um posto de saúde mais próximo para atualizar sua carteirinha de vacinação.

“É uma medida importante, considerando a gravidade e a letalidade da doença, independentemente da idade, mas principalmente para crianças e profissionais de saúde. Atualmente, se compararmos com o mesmo período do ano passado, temos aumento de 9% nos casos”, disse Tatiana Lang D’Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado.

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Até o momento, o Estado registrou 1.140 casos de todos os tipos de meningite, 9% a mais se comparado com o mesmo período de 2022, quando foram confirmados 1.040 casos. Em relação aos óbitos por meningite, foram registrados, até o momento, 79 ocorrências este ano. Em 2022 foram computadas 448 mortes e, em 2021, 209.

Em 2022, a cobertura vacinal no Estado paulista para meningocócica C ficou em 77,7%, ante 74,5% de 2021. Neste ano, apenas no mês de janeiro, a cobertura foi de 94,4% no Estado. A meta de cobertura é de 95%.

Na capital paulista, foram registrados 45 casos de meningite em 2021, ante 96 no mesmo período de 2022, o que representou aumento acima de 100%. Em 2023, até o momento, são registradas 32 notificações. Com relação às mortes por meningite, foram registrados três óbitos no município este ano. Em 2022, foram 19 e, em 2021, oito mortes.

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Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo prorrogou a vacinação contra a meningite para crianças até 10 anos e trabalhadores da saúde. Foto: Rafael Arbex/ Estadão

O que é a meningite?

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a meningite é um processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), causado por diversos agentes, tais como bactérias, fungos e vírus.

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Casos de meningite devem ser notificados para os órgãos de vigilância diante da suspeita clínica. “O modo de transmissão da doença meningocócica se dá pelo contato direto entre pessoas, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes”, disse a pasta.

No Brasil, o mais comum é o tipo C (que envolve 80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A, W e Y são menos frequentes. As vacinas são consideradas a melhor forma de prevenção contra a meningite e são específicas para cada sorogrupo.

“Estar com a vacinação em dia é fundamental. A meningite é uma doença, cuja estratégia de prevenção não há outra forma. É imprevisível saber quem pode evoluir para a forma grade da doença. Desta forma, a melhor forma de prevenção é a vacinação”, afirma o pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

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Meningocócica C versus meningocócica ACWY

Na rede pública, a vacina contra a meningocócica C é administrada em duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e reforço preferencialmente aos 12 meses. Conforme extensão de público-alvo, caso a criança até 10 anos não tenha se vacinado, deve tomar uma dose do imunizante. Conforme ampliação, os trabalhadores da saúde também recebem a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Já a vacina meningocócica ACWY está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes entre 11 e 12 anos, mas, até junho de 2023, quem tem entre 13 e 14 anos também poderá receber a dose. Em crianças menores, a meningocócica ACWY não está disponível na rede pública.

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No município de São Paulo, como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C é aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já a vacina meningocócica ACWY é aplicada na faixa etária de 11 a 14 anos de idade. A cobertura vacinal do imunizante no município, até fevereiro foi de 81,98%, enquanto a meta de vacinação preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.

“Reforçamos aos pais e responsáveis a importância de levarem seus filhos para serem vacinados”, disse a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. A vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas AMAs/UBSs Integradas, também das 7h às 19h. Clique aqui para mais informações sobre os endereços.

Na rede privada, a vacina que inclui o tipo C é a conjugada quadrivalente ACWY, ao custo médio de R$ 380 por aplicação. Geralmente, é administrada em três doses até 1 ano de idade, dependendo da marca da fabricante. Também é recomendado reforço entre os 5 e 6 anos e outra dose aos 11 anos. Pode ainda ser aplicada em adultos, em idosos e pessoas imunocomprometidas.

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Outras vacinas que protegem contra a meningite na rede pública e privada

Embora esteja atrás somente do tipo C em número de casos, em média 20%, a meningocócica B está disponível apenas na rede particular. Ela custa, em média, R$ 600 e é administrada em três doses entre 3 meses e 1 ano de idade. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também indica a imunização para grupos de alto risco, como portadores de HIV. Pode ser aplicada em adultos até 50 anos. No caso dos idosos, existe a restrição de idade para a aplicação.

Protegendo contra pneumonia e também meningite, a vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13) está disponível na rede privada. Ela custa em torno de R$ 300. Geralmente, é administrada em quatro doses até 1 ano e 3 meses de idade, dependendo da marca da fabricante. Na rede pública, as crianças nesta mesma etária recebem a pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10).

No SUS, a vacina que protege contra 13 sorotipos de pneumococos, está disponível somente para pessoas com idade igual ou maior a 5 anos, incluindo adultos nas seguintes condições: com HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea).

A vacina conjugada contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) está disponível na rede particular e na pública. A proteção contra a meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b pode ser aplicada individualmente, mas geralmente é administrada pela vacina hexavalente, que também protege contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B e poliomielite, ou pela pentavalente, que protege contra as mesmas doenças, exceto a polio. Geralmente é aplicada em crianças até 5 anos. Na rede particular, são quatro doses entre 2 meses e 1 ano e 6 meses.

No SUS, está disponível em três doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade. Pessoas com doenças que comprometem a imunidade ou a função do baço (órgão que tem papel fundamental na proteção contra essa bactéria), ou aquelas que tenham retirado cirurgicamente esse órgão, devem tomar a vacina. O imunizante custa cerca de R$ 160. O preço da pentavalente e hexavalente fica em torno de R$ 260 cada uma.

Na rede privada, a vacina pneumocócica 23-valente (Polissacarídica) é indicada para crianças acima de 2 anos, adolescentes e adultos que tenham algum problema de saúde que aumenta o risco para doença pneumocócica (diabete, doenças cardíacas e respiratórias graves, pessoa sem o baço ou com o funcionamento comprometido do órgão, por exemplo) e para pessoas a partir de 60 anos como rotina.

O preço dela está em torno de R$ 220. No SUS, a vacina está disponível para toda a população indígena acima de 5 anos, sem comprovação da vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10). Para a população a partir de 60, a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada cinco anos após a dose inicial.

Além das vacinas descritas acima, ao nascer toda a criança toma uma dose única da vacina BCG, que protege contra a meningite turberculosa. A imunização impede que o bacilo de Koch, bactéria responsável pela tuberculose, instale-se nas meninges. É dada na rede pública e também na maternidade gratuitamente. Em momentos em que está em falta e é recomendada a aplicação ao sair do hospital, pode ser dada na rede pública ou na particular. O custo na rede privada é em torno de R$ 140.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo prorrogou a vacinação contra a meningite para crianças de até 10 anos e trabalhadores da saúde. No caso do público infantil, a faixa etária foi ampliada pela primeira vez em julho de 2021 e, em julho de 2022, a proteção foi estendida aos profissionais de saúde para aumentar o combate à doença. A medida segue orientação federal.

No calendário de rotina, a vacinação com meningocócica C (Conjugada) deve ser realizada em três doses, sendo as duas primeiras aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo de oito semanas entre as doses, e um reforço, preferencialmente, aos 12 meses. Segundo a secretaria, aqueles que não completaram seu esquema vacinal, agora até os 10 anos, podem procurar um posto de saúde mais próximo para atualizar sua carteirinha de vacinação.

“É uma medida importante, considerando a gravidade e a letalidade da doença, independentemente da idade, mas principalmente para crianças e profissionais de saúde. Atualmente, se compararmos com o mesmo período do ano passado, temos aumento de 9% nos casos”, disse Tatiana Lang D’Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado.

Até o momento, o Estado registrou 1.140 casos de todos os tipos de meningite, 9% a mais se comparado com o mesmo período de 2022, quando foram confirmados 1.040 casos. Em relação aos óbitos por meningite, foram registrados, até o momento, 79 ocorrências este ano. Em 2022 foram computadas 448 mortes e, em 2021, 209.

Em 2022, a cobertura vacinal no Estado paulista para meningocócica C ficou em 77,7%, ante 74,5% de 2021. Neste ano, apenas no mês de janeiro, a cobertura foi de 94,4% no Estado. A meta de cobertura é de 95%.

Na capital paulista, foram registrados 45 casos de meningite em 2021, ante 96 no mesmo período de 2022, o que representou aumento acima de 100%. Em 2023, até o momento, são registradas 32 notificações. Com relação às mortes por meningite, foram registrados três óbitos no município este ano. Em 2022, foram 19 e, em 2021, oito mortes.

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo prorrogou a vacinação contra a meningite para crianças até 10 anos e trabalhadores da saúde. Foto: Rafael Arbex/ Estadão

O que é a meningite?

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a meningite é um processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), causado por diversos agentes, tais como bactérias, fungos e vírus.

Casos de meningite devem ser notificados para os órgãos de vigilância diante da suspeita clínica. “O modo de transmissão da doença meningocócica se dá pelo contato direto entre pessoas, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes”, disse a pasta.

No Brasil, o mais comum é o tipo C (que envolve 80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A, W e Y são menos frequentes. As vacinas são consideradas a melhor forma de prevenção contra a meningite e são específicas para cada sorogrupo.

“Estar com a vacinação em dia é fundamental. A meningite é uma doença, cuja estratégia de prevenção não há outra forma. É imprevisível saber quem pode evoluir para a forma grade da doença. Desta forma, a melhor forma de prevenção é a vacinação”, afirma o pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Meningocócica C versus meningocócica ACWY

Na rede pública, a vacina contra a meningocócica C é administrada em duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e reforço preferencialmente aos 12 meses. Conforme extensão de público-alvo, caso a criança até 10 anos não tenha se vacinado, deve tomar uma dose do imunizante. Conforme ampliação, os trabalhadores da saúde também recebem a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Já a vacina meningocócica ACWY está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes entre 11 e 12 anos, mas, até junho de 2023, quem tem entre 13 e 14 anos também poderá receber a dose. Em crianças menores, a meningocócica ACWY não está disponível na rede pública.

No município de São Paulo, como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C é aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já a vacina meningocócica ACWY é aplicada na faixa etária de 11 a 14 anos de idade. A cobertura vacinal do imunizante no município, até fevereiro foi de 81,98%, enquanto a meta de vacinação preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.

“Reforçamos aos pais e responsáveis a importância de levarem seus filhos para serem vacinados”, disse a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. A vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas AMAs/UBSs Integradas, também das 7h às 19h. Clique aqui para mais informações sobre os endereços.

Na rede privada, a vacina que inclui o tipo C é a conjugada quadrivalente ACWY, ao custo médio de R$ 380 por aplicação. Geralmente, é administrada em três doses até 1 ano de idade, dependendo da marca da fabricante. Também é recomendado reforço entre os 5 e 6 anos e outra dose aos 11 anos. Pode ainda ser aplicada em adultos, em idosos e pessoas imunocomprometidas.

Outras vacinas que protegem contra a meningite na rede pública e privada

Embora esteja atrás somente do tipo C em número de casos, em média 20%, a meningocócica B está disponível apenas na rede particular. Ela custa, em média, R$ 600 e é administrada em três doses entre 3 meses e 1 ano de idade. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também indica a imunização para grupos de alto risco, como portadores de HIV. Pode ser aplicada em adultos até 50 anos. No caso dos idosos, existe a restrição de idade para a aplicação.

Protegendo contra pneumonia e também meningite, a vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13) está disponível na rede privada. Ela custa em torno de R$ 300. Geralmente, é administrada em quatro doses até 1 ano e 3 meses de idade, dependendo da marca da fabricante. Na rede pública, as crianças nesta mesma etária recebem a pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10).

No SUS, a vacina que protege contra 13 sorotipos de pneumococos, está disponível somente para pessoas com idade igual ou maior a 5 anos, incluindo adultos nas seguintes condições: com HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea).

A vacina conjugada contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) está disponível na rede particular e na pública. A proteção contra a meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b pode ser aplicada individualmente, mas geralmente é administrada pela vacina hexavalente, que também protege contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B e poliomielite, ou pela pentavalente, que protege contra as mesmas doenças, exceto a polio. Geralmente é aplicada em crianças até 5 anos. Na rede particular, são quatro doses entre 2 meses e 1 ano e 6 meses.

No SUS, está disponível em três doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade. Pessoas com doenças que comprometem a imunidade ou a função do baço (órgão que tem papel fundamental na proteção contra essa bactéria), ou aquelas que tenham retirado cirurgicamente esse órgão, devem tomar a vacina. O imunizante custa cerca de R$ 160. O preço da pentavalente e hexavalente fica em torno de R$ 260 cada uma.

Na rede privada, a vacina pneumocócica 23-valente (Polissacarídica) é indicada para crianças acima de 2 anos, adolescentes e adultos que tenham algum problema de saúde que aumenta o risco para doença pneumocócica (diabete, doenças cardíacas e respiratórias graves, pessoa sem o baço ou com o funcionamento comprometido do órgão, por exemplo) e para pessoas a partir de 60 anos como rotina.

O preço dela está em torno de R$ 220. No SUS, a vacina está disponível para toda a população indígena acima de 5 anos, sem comprovação da vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10). Para a população a partir de 60, a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada cinco anos após a dose inicial.

Além das vacinas descritas acima, ao nascer toda a criança toma uma dose única da vacina BCG, que protege contra a meningite turberculosa. A imunização impede que o bacilo de Koch, bactéria responsável pela tuberculose, instale-se nas meninges. É dada na rede pública e também na maternidade gratuitamente. Em momentos em que está em falta e é recomendada a aplicação ao sair do hospital, pode ser dada na rede pública ou na particular. O custo na rede privada é em torno de R$ 140.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo prorrogou a vacinação contra a meningite para crianças de até 10 anos e trabalhadores da saúde. No caso do público infantil, a faixa etária foi ampliada pela primeira vez em julho de 2021 e, em julho de 2022, a proteção foi estendida aos profissionais de saúde para aumentar o combate à doença. A medida segue orientação federal.

No calendário de rotina, a vacinação com meningocócica C (Conjugada) deve ser realizada em três doses, sendo as duas primeiras aos 3 e 5 meses de idade, com intervalo de oito semanas entre as doses, e um reforço, preferencialmente, aos 12 meses. Segundo a secretaria, aqueles que não completaram seu esquema vacinal, agora até os 10 anos, podem procurar um posto de saúde mais próximo para atualizar sua carteirinha de vacinação.

“É uma medida importante, considerando a gravidade e a letalidade da doença, independentemente da idade, mas principalmente para crianças e profissionais de saúde. Atualmente, se compararmos com o mesmo período do ano passado, temos aumento de 9% nos casos”, disse Tatiana Lang D’Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado.

Até o momento, o Estado registrou 1.140 casos de todos os tipos de meningite, 9% a mais se comparado com o mesmo período de 2022, quando foram confirmados 1.040 casos. Em relação aos óbitos por meningite, foram registrados, até o momento, 79 ocorrências este ano. Em 2022 foram computadas 448 mortes e, em 2021, 209.

Em 2022, a cobertura vacinal no Estado paulista para meningocócica C ficou em 77,7%, ante 74,5% de 2021. Neste ano, apenas no mês de janeiro, a cobertura foi de 94,4% no Estado. A meta de cobertura é de 95%.

Na capital paulista, foram registrados 45 casos de meningite em 2021, ante 96 no mesmo período de 2022, o que representou aumento acima de 100%. Em 2023, até o momento, são registradas 32 notificações. Com relação às mortes por meningite, foram registrados três óbitos no município este ano. Em 2022, foram 19 e, em 2021, oito mortes.

Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo prorrogou a vacinação contra a meningite para crianças até 10 anos e trabalhadores da saúde. Foto: Rafael Arbex/ Estadão

O que é a meningite?

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a meningite é um processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal), causado por diversos agentes, tais como bactérias, fungos e vírus.

Casos de meningite devem ser notificados para os órgãos de vigilância diante da suspeita clínica. “O modo de transmissão da doença meningocócica se dá pelo contato direto entre pessoas, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes”, disse a pasta.

No Brasil, o mais comum é o tipo C (que envolve 80% dos casos), seguido do tipo B. Os tipos A, W e Y são menos frequentes. As vacinas são consideradas a melhor forma de prevenção contra a meningite e são específicas para cada sorogrupo.

“Estar com a vacinação em dia é fundamental. A meningite é uma doença, cuja estratégia de prevenção não há outra forma. É imprevisível saber quem pode evoluir para a forma grade da doença. Desta forma, a melhor forma de prevenção é a vacinação”, afirma o pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Meningocócica C versus meningocócica ACWY

Na rede pública, a vacina contra a meningocócica C é administrada em duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e reforço preferencialmente aos 12 meses. Conforme extensão de público-alvo, caso a criança até 10 anos não tenha se vacinado, deve tomar uma dose do imunizante. Conforme ampliação, os trabalhadores da saúde também recebem a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Já a vacina meningocócica ACWY está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para adolescentes entre 11 e 12 anos, mas, até junho de 2023, quem tem entre 13 e 14 anos também poderá receber a dose. Em crianças menores, a meningocócica ACWY não está disponível na rede pública.

No município de São Paulo, como parte do calendário vacinal de rotina, o imunizante contra a meningite meningocócica C é aplicado em bebês de 3, 5 e 12 meses. Já a vacina meningocócica ACWY é aplicada na faixa etária de 11 a 14 anos de idade. A cobertura vacinal do imunizante no município, até fevereiro foi de 81,98%, enquanto a meta de vacinação preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%.

“Reforçamos aos pais e responsáveis a importância de levarem seus filhos para serem vacinados”, disse a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. A vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados nas AMAs/UBSs Integradas, também das 7h às 19h. Clique aqui para mais informações sobre os endereços.

Na rede privada, a vacina que inclui o tipo C é a conjugada quadrivalente ACWY, ao custo médio de R$ 380 por aplicação. Geralmente, é administrada em três doses até 1 ano de idade, dependendo da marca da fabricante. Também é recomendado reforço entre os 5 e 6 anos e outra dose aos 11 anos. Pode ainda ser aplicada em adultos, em idosos e pessoas imunocomprometidas.

Outras vacinas que protegem contra a meningite na rede pública e privada

Embora esteja atrás somente do tipo C em número de casos, em média 20%, a meningocócica B está disponível apenas na rede particular. Ela custa, em média, R$ 600 e é administrada em três doses entre 3 meses e 1 ano de idade. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também indica a imunização para grupos de alto risco, como portadores de HIV. Pode ser aplicada em adultos até 50 anos. No caso dos idosos, existe a restrição de idade para a aplicação.

Protegendo contra pneumonia e também meningite, a vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13) está disponível na rede privada. Ela custa em torno de R$ 300. Geralmente, é administrada em quatro doses até 1 ano e 3 meses de idade, dependendo da marca da fabricante. Na rede pública, as crianças nesta mesma etária recebem a pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10).

No SUS, a vacina que protege contra 13 sorotipos de pneumococos, está disponível somente para pessoas com idade igual ou maior a 5 anos, incluindo adultos nas seguintes condições: com HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea).

A vacina conjugada contra Haemophilus influenzae tipo b (Hib) está disponível na rede particular e na pública. A proteção contra a meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b pode ser aplicada individualmente, mas geralmente é administrada pela vacina hexavalente, que também protege contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B e poliomielite, ou pela pentavalente, que protege contra as mesmas doenças, exceto a polio. Geralmente é aplicada em crianças até 5 anos. Na rede particular, são quatro doses entre 2 meses e 1 ano e 6 meses.

No SUS, está disponível em três doses: aos 2, 4 e 6 meses de idade. Pessoas com doenças que comprometem a imunidade ou a função do baço (órgão que tem papel fundamental na proteção contra essa bactéria), ou aquelas que tenham retirado cirurgicamente esse órgão, devem tomar a vacina. O imunizante custa cerca de R$ 160. O preço da pentavalente e hexavalente fica em torno de R$ 260 cada uma.

Na rede privada, a vacina pneumocócica 23-valente (Polissacarídica) é indicada para crianças acima de 2 anos, adolescentes e adultos que tenham algum problema de saúde que aumenta o risco para doença pneumocócica (diabete, doenças cardíacas e respiratórias graves, pessoa sem o baço ou com o funcionamento comprometido do órgão, por exemplo) e para pessoas a partir de 60 anos como rotina.

O preço dela está em torno de R$ 220. No SUS, a vacina está disponível para toda a população indígena acima de 5 anos, sem comprovação da vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10). Para a população a partir de 60, a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada cinco anos após a dose inicial.

Além das vacinas descritas acima, ao nascer toda a criança toma uma dose única da vacina BCG, que protege contra a meningite turberculosa. A imunização impede que o bacilo de Koch, bactéria responsável pela tuberculose, instale-se nas meninges. É dada na rede pública e também na maternidade gratuitamente. Em momentos em que está em falta e é recomendada a aplicação ao sair do hospital, pode ser dada na rede pública ou na particular. O custo na rede privada é em torno de R$ 140.

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