SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira, 30, que a campanha de vacinação contra a gripe H1N1, antecipada na capital, dependia de "questões técnicas" e não só de "vontade política". A Secretaria Estadual da Saúde anunciou que a vacina será antecipada na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo para o dia 11 de abril. A campanha começará com idosos, gestantes e crianças (com idade entre 6 meses e cinco anos).
"Tem uma questão que é técnica. A antecipação não depende só de vontade política. Depende da produção da vacina, considerando as mutações que o vírus sofre de um ano para o outro. Não é só vontade política. Você tem que ter a vacina disponível. A vacina do ano passado não serve para este ano porque tem efeitos muito reduzidos", afirmou Haddad. Para o prefeito, nos últimos dois dias houve “um alerta um pouco exagerado em relação ao cronograma” da vacina.
No total, cerca de 3,5 milhões de paulistas receberão as doses de forma antecipada. O restante da população-alvo, formadO por doentes crônicos, puérperas, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional - moradores dos demais municípios do Estado -, só poderá tomar a vacina a partir do dia 30 de abril, quando terá início a campanha nacional.
Nesta quarta, o Estado revelou que a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) já tinha o registro de alta do H1N1 desde novembro. A concentração de casos no final do ano é considerada anormal frente aos números dos anos anteriores. Questionado, o prefeito evitou fazer críticas à gestão estadual: “Se houve falha, não sei dizer”.
Haddad já considera que a epidemia da dengue foi vencida na capital paulista, com redução de 47% na capital, e passa a encarar a gripe H1N1 como o "novo desafio". A queda no número de casos confirmados de dengue neste ano, conforme Haddad, é resultado da aplicação de técnicas novas no enfrentamento do mosquito Aedes Aegypti, como o uso de larvicidas e as visitas domiciliares.
No combate à gripe H1N1, o petista destacou a necessidade de trabalho conjunto entre governos federal, estadual e municipal. "Vencemos uma epidemia que prometia ser muito superior à do ano passado. Estamos com esse novo desafio e queremos trabalhar em conjunto com o governo do Estado. Porque União, Estado e municípios têm que trabalhar conjuntamente na área da saúde, sobretudo quando envolve epidemia", pediu.