Vai reunir a família no Natal e ano-novo? Veja como se proteger da covid-19 e da gripe


Detecção da variante Ômicron e avanço da gripe no País preocupam; ventilação e testagem ajudam a reduzir contaminação

Por Julia Marques

SÃO PAULO – Após quase dois anos de restrições por causa da covid-19, famílias que evitaram encontros se planejam para reuniões de fim de ano. O avanço da vacinação no Brasil e a queda de infecções tornam as celebrações de Natal e ano-novo mais seguras do que no ano passado. É bom lembrar, no entanto, que o risco de transmissão do coronavírus, principalmente após detecção da variante Ômicron, não é nulo. O aumento de casos de gripe com a nova cepa do vírus Influenza também preocupa.

“O quadro clínico e epidemiológico se modificou. As pessoas vacinadas (contra a covid) têm menor chance de ter quadros severos e a circulação do vírus no Brasil aparentemente está menor. Hoje o risco é menor, mas não é zero”, diz o infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP)

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A detecção da cepa Ômicron, considerada variante de preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem preocupado. Evidências preliminares indicam que a linhagem é mais transmissível, porém, causa quadros menos graves da doença

Primeiro país a detectar a variante, a África do Sul anunciou viver uma quarta onda da pandemia, em grande parte causada pela nova cepa, após registrar no dia 15 de dezembro, um número recorde de novos casos diários de covid. Foram 26.976 novos casos em 24 horas, ultrapassando a maior marca registrada anteriormente, de 26.485 casos diários, no início de julho, durante uma terceira onda impulsionada pela Delta.

Só a capital de São Paulo, até quarta-feira, 20, registrou 17 casos da Ômicron. A Prefeitura considera que já há transmissão comunitária na cidade. 

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No Brasil, as preocupações com a nova variante do coronavírus se somam às criadas com uma nova cepa do vírus Influenza A H3N2, a Darwin. O aumento de casos da doença se relaciona também com a baixa cobertura vacinal contra a gripe.

Até 16 de dezembro, surtos foram detectados em seis Estados, incluindo Rio e São Paulo. A Secretaria de Saúde da Bahia confirmou o primeiro óbito pelo vírus.

O combate à gripe repete medidas contra o coronavírus. Veja a seguir dicas de especialistas para se proteger no Natal e no ano-novo.

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Vacinação em dia

A melhor forma de se manter seguro e proteger a família durante as festas é se vacinar. Fique atento se todo o grupo que pretende se reunir já tomou as duas doses. No Brasil, a vacina está disponível para pessoas a partir dos 12 anos de idade.

Também é importante que aqueles que já podem tomem a dose de reforço. Todos os adultos que tomaram a segunda dose há mais de cinco meses devem tomar a terceira dose. “Se o status vacinal não está atualizado, precisa atualizar pelo menos 14 dias antes das festas”, diz Stanislau.

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A vacinação contra a gripe também desempenha um importante papel para ter festas mais seguras, mesmo que a nova variante do Influenza aparentemente fuja da imunidade provida pelas vacinas atuais. O Instituto Butantan já iniciou a preparação dos bancos virais para atualizar os imunizantes e tornar os produtos eficazes contra a Darwin. 

Cuidados antes da festa

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Nos dias que antecedem a reunião, capriche nos cuidados contra a covid-19. Se for sair para comprar presentes, por exemplo, lembre-se de usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evite aglomerações. Reduza as chances de se infectar para não colocar outras pessoas em risco. Mesmo pessoas vacinadas ainda podem se infectar e transmitir o vírus.

Movimentação de pedestres na Avenida Paulista; especialistas recomendam usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evitar aglomerações ao sair Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 05/10/21

Viagem e qualidade da máscara

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Se é preciso viajar em ônibus ou avião para chegar até o local da reunião, alguns cuidados adicionais são necessários. “A dica é usar máscara PFF2 (que filtra mais partículas) bem ajustada ao rosto o tempo todo”, diz Vitor Mori, físico e pesquisador da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos.

Encontros de pessoas que moram na mesma cidade ou que envolvem apenas deslocamentos em carros particulares são mais seguros, afirma Mori, membro do Observatório Covid-19 BR.

Avaliação de sintomas

Antes da reunião, avalie se tem sintomas da covid-19 ou gripe. Sintomas leves como coriza e dor de garganta também podem ser sinais das doenças. Em caso de sintomas, não participe da reunião nem receba convidados em casa.

Teste antes da reunião

Fazer testes antes do encontro é uma boa opção mesmo para pessoas assintomáticas e vacinadas, desde que o exame seja adequado para detectar o coronavírus e seja feito no tempo certo. Podem ser feitos testes do tipo PCR ou de antígeno (que tem resultado mais rápido).

Segundo Stanislau, os testes de antígeno para esta situação são os melhores e podem ser feitos por todos, incluindo as crianças. Eles devem ser realizados no dia do encontro. Se a festa é à noite, por exemplo, podem ser feitos de manhã ou à tarde, de modo que a pessoa tenha o resultado antes de se reunir.

No Brasil, testes de antígeno estão disponíveis em laboratórios e farmácias. “Quando o teste dá negativo, indica que, naquele momento, mesmo que a pessoa tenha o vírus, a quantidade é insuficiente para transmitir porque, se tivesse em grande quantidade, o resultado seria positivo”, explica o infectologista.

A testagem não deve ser feita dias antes do evento porque o resultado, nesse caso, não indicaria a situação real de carga de vírus do indivíduo no momento da reunião. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças recomendou autotestagem em casa antes das reuniões de fim de ano. No Brasil, testes em casa ainda não estão disponíveis – dependem de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Espaços abertos

A escolha do local onde será realizada a celebração é importante. Os vírus são transmitidos principalmente por partículas suspensas no ar. Por isso, espaços ventilados são mais seguros porque ajudam na dispersão dessas partículas. “Minha principal recomendação é fazer a festa o tempo todo ao ar livre: no jardim, quintal, na laje. E evitar ao máximo espaços internos”, diz Mori.

“Se não for possível fazer a reunião ao ar livre, ventilar o máximo possível o ambiente, abrindo bem as janelas e colocando ventiladores nas janelas (voltados para fora de casa) para fazer trocas com o meio externo”, completa o pesquisador.

Proteção e distanciamento

Em espaços fechados, as máscaras são a melhor forma de se proteger do coronavírus e do Influenza. Se o encontro é realizado em ambiente fechado, avalie a possibilidade de usar máscara ou indicá-la para pessoas mais vulneráveis às doenças quando não estiver comendo ou bebendo. Também é importante manter o distanciamento. Reuniões com menos pessoas são mais seguras.

Disposição das mesas

Em eventos que reúnem vários núcleos familiares, uma opção é acomodar cada uma das famílias em uma mesa – em vez de usar a tradicional grande mesa de refeições. Dessa forma, na hora de comer e beber, estarão próximas e sem máscara apenas as pessoas que já convivem entre si.

Réveillon na praia

A tradicional passagem do ano na praia, para ver os fogos de artifício e pular ondas, não é isenta de riscos. “O risco no ambiente aberto que tem aglomeração existe, mas é um pouco menor do que o ambiente fechado”, diz Stanislau. Segundo ele, nesses lugares, o problema é a proximidade com as outras pessoas e o ideal é continuar usando máscaras.

Monitoramento do cenário

Antes da reunião, avalie a situação da pandemia da covid e se há surto de gripe em sua localidade. Lembre-se que o cenário pode mudar ao longo das próximas semanas, de acordo com a região do País.  Vale lembrar que a vacinação contra covid  não avança de forma uniforme aqui: enquanto alguns Estados, como São Paulo, têm altas coberturas, em outros, há menor alcance.

“Temos de olhar a pandemia de forma regional. Quando olhamos números do Brasil, perdemos as nuances de cada local”, diz Mori. Para ele, o ideal é que essa avaliação seja feita de duas a três semanas antes da data da reunião e, em caso de piora nos indicadores, a celebração seja reavaliada. “Tudo na pandemia é volátil e o cenário pode mudar muito rápido.”

SÃO PAULO – Após quase dois anos de restrições por causa da covid-19, famílias que evitaram encontros se planejam para reuniões de fim de ano. O avanço da vacinação no Brasil e a queda de infecções tornam as celebrações de Natal e ano-novo mais seguras do que no ano passado. É bom lembrar, no entanto, que o risco de transmissão do coronavírus, principalmente após detecção da variante Ômicron, não é nulo. O aumento de casos de gripe com a nova cepa do vírus Influenza também preocupa.

“O quadro clínico e epidemiológico se modificou. As pessoas vacinadas (contra a covid) têm menor chance de ter quadros severos e a circulação do vírus no Brasil aparentemente está menor. Hoje o risco é menor, mas não é zero”, diz o infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP)

A detecção da cepa Ômicron, considerada variante de preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem preocupado. Evidências preliminares indicam que a linhagem é mais transmissível, porém, causa quadros menos graves da doença

Primeiro país a detectar a variante, a África do Sul anunciou viver uma quarta onda da pandemia, em grande parte causada pela nova cepa, após registrar no dia 15 de dezembro, um número recorde de novos casos diários de covid. Foram 26.976 novos casos em 24 horas, ultrapassando a maior marca registrada anteriormente, de 26.485 casos diários, no início de julho, durante uma terceira onda impulsionada pela Delta.

Só a capital de São Paulo, até quarta-feira, 20, registrou 17 casos da Ômicron. A Prefeitura considera que já há transmissão comunitária na cidade. 

No Brasil, as preocupações com a nova variante do coronavírus se somam às criadas com uma nova cepa do vírus Influenza A H3N2, a Darwin. O aumento de casos da doença se relaciona também com a baixa cobertura vacinal contra a gripe.

Até 16 de dezembro, surtos foram detectados em seis Estados, incluindo Rio e São Paulo. A Secretaria de Saúde da Bahia confirmou o primeiro óbito pelo vírus.

O combate à gripe repete medidas contra o coronavírus. Veja a seguir dicas de especialistas para se proteger no Natal e no ano-novo.

Vacinação em dia

A melhor forma de se manter seguro e proteger a família durante as festas é se vacinar. Fique atento se todo o grupo que pretende se reunir já tomou as duas doses. No Brasil, a vacina está disponível para pessoas a partir dos 12 anos de idade.

Também é importante que aqueles que já podem tomem a dose de reforço. Todos os adultos que tomaram a segunda dose há mais de cinco meses devem tomar a terceira dose. “Se o status vacinal não está atualizado, precisa atualizar pelo menos 14 dias antes das festas”, diz Stanislau.

A vacinação contra a gripe também desempenha um importante papel para ter festas mais seguras, mesmo que a nova variante do Influenza aparentemente fuja da imunidade provida pelas vacinas atuais. O Instituto Butantan já iniciou a preparação dos bancos virais para atualizar os imunizantes e tornar os produtos eficazes contra a Darwin. 

Cuidados antes da festa

Nos dias que antecedem a reunião, capriche nos cuidados contra a covid-19. Se for sair para comprar presentes, por exemplo, lembre-se de usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evite aglomerações. Reduza as chances de se infectar para não colocar outras pessoas em risco. Mesmo pessoas vacinadas ainda podem se infectar e transmitir o vírus.

Movimentação de pedestres na Avenida Paulista; especialistas recomendam usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evitar aglomerações ao sair Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 05/10/21

Viagem e qualidade da máscara

Se é preciso viajar em ônibus ou avião para chegar até o local da reunião, alguns cuidados adicionais são necessários. “A dica é usar máscara PFF2 (que filtra mais partículas) bem ajustada ao rosto o tempo todo”, diz Vitor Mori, físico e pesquisador da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos.

Encontros de pessoas que moram na mesma cidade ou que envolvem apenas deslocamentos em carros particulares são mais seguros, afirma Mori, membro do Observatório Covid-19 BR.

Avaliação de sintomas

Antes da reunião, avalie se tem sintomas da covid-19 ou gripe. Sintomas leves como coriza e dor de garganta também podem ser sinais das doenças. Em caso de sintomas, não participe da reunião nem receba convidados em casa.

Teste antes da reunião

Fazer testes antes do encontro é uma boa opção mesmo para pessoas assintomáticas e vacinadas, desde que o exame seja adequado para detectar o coronavírus e seja feito no tempo certo. Podem ser feitos testes do tipo PCR ou de antígeno (que tem resultado mais rápido).

Segundo Stanislau, os testes de antígeno para esta situação são os melhores e podem ser feitos por todos, incluindo as crianças. Eles devem ser realizados no dia do encontro. Se a festa é à noite, por exemplo, podem ser feitos de manhã ou à tarde, de modo que a pessoa tenha o resultado antes de se reunir.

No Brasil, testes de antígeno estão disponíveis em laboratórios e farmácias. “Quando o teste dá negativo, indica que, naquele momento, mesmo que a pessoa tenha o vírus, a quantidade é insuficiente para transmitir porque, se tivesse em grande quantidade, o resultado seria positivo”, explica o infectologista.

A testagem não deve ser feita dias antes do evento porque o resultado, nesse caso, não indicaria a situação real de carga de vírus do indivíduo no momento da reunião. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças recomendou autotestagem em casa antes das reuniões de fim de ano. No Brasil, testes em casa ainda não estão disponíveis – dependem de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Espaços abertos

A escolha do local onde será realizada a celebração é importante. Os vírus são transmitidos principalmente por partículas suspensas no ar. Por isso, espaços ventilados são mais seguros porque ajudam na dispersão dessas partículas. “Minha principal recomendação é fazer a festa o tempo todo ao ar livre: no jardim, quintal, na laje. E evitar ao máximo espaços internos”, diz Mori.

“Se não for possível fazer a reunião ao ar livre, ventilar o máximo possível o ambiente, abrindo bem as janelas e colocando ventiladores nas janelas (voltados para fora de casa) para fazer trocas com o meio externo”, completa o pesquisador.

Proteção e distanciamento

Em espaços fechados, as máscaras são a melhor forma de se proteger do coronavírus e do Influenza. Se o encontro é realizado em ambiente fechado, avalie a possibilidade de usar máscara ou indicá-la para pessoas mais vulneráveis às doenças quando não estiver comendo ou bebendo. Também é importante manter o distanciamento. Reuniões com menos pessoas são mais seguras.

Disposição das mesas

Em eventos que reúnem vários núcleos familiares, uma opção é acomodar cada uma das famílias em uma mesa – em vez de usar a tradicional grande mesa de refeições. Dessa forma, na hora de comer e beber, estarão próximas e sem máscara apenas as pessoas que já convivem entre si.

Réveillon na praia

A tradicional passagem do ano na praia, para ver os fogos de artifício e pular ondas, não é isenta de riscos. “O risco no ambiente aberto que tem aglomeração existe, mas é um pouco menor do que o ambiente fechado”, diz Stanislau. Segundo ele, nesses lugares, o problema é a proximidade com as outras pessoas e o ideal é continuar usando máscaras.

Monitoramento do cenário

Antes da reunião, avalie a situação da pandemia da covid e se há surto de gripe em sua localidade. Lembre-se que o cenário pode mudar ao longo das próximas semanas, de acordo com a região do País.  Vale lembrar que a vacinação contra covid  não avança de forma uniforme aqui: enquanto alguns Estados, como São Paulo, têm altas coberturas, em outros, há menor alcance.

“Temos de olhar a pandemia de forma regional. Quando olhamos números do Brasil, perdemos as nuances de cada local”, diz Mori. Para ele, o ideal é que essa avaliação seja feita de duas a três semanas antes da data da reunião e, em caso de piora nos indicadores, a celebração seja reavaliada. “Tudo na pandemia é volátil e o cenário pode mudar muito rápido.”

SÃO PAULO – Após quase dois anos de restrições por causa da covid-19, famílias que evitaram encontros se planejam para reuniões de fim de ano. O avanço da vacinação no Brasil e a queda de infecções tornam as celebrações de Natal e ano-novo mais seguras do que no ano passado. É bom lembrar, no entanto, que o risco de transmissão do coronavírus, principalmente após detecção da variante Ômicron, não é nulo. O aumento de casos de gripe com a nova cepa do vírus Influenza também preocupa.

“O quadro clínico e epidemiológico se modificou. As pessoas vacinadas (contra a covid) têm menor chance de ter quadros severos e a circulação do vírus no Brasil aparentemente está menor. Hoje o risco é menor, mas não é zero”, diz o infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP)

A detecção da cepa Ômicron, considerada variante de preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem preocupado. Evidências preliminares indicam que a linhagem é mais transmissível, porém, causa quadros menos graves da doença

Primeiro país a detectar a variante, a África do Sul anunciou viver uma quarta onda da pandemia, em grande parte causada pela nova cepa, após registrar no dia 15 de dezembro, um número recorde de novos casos diários de covid. Foram 26.976 novos casos em 24 horas, ultrapassando a maior marca registrada anteriormente, de 26.485 casos diários, no início de julho, durante uma terceira onda impulsionada pela Delta.

Só a capital de São Paulo, até quarta-feira, 20, registrou 17 casos da Ômicron. A Prefeitura considera que já há transmissão comunitária na cidade. 

No Brasil, as preocupações com a nova variante do coronavírus se somam às criadas com uma nova cepa do vírus Influenza A H3N2, a Darwin. O aumento de casos da doença se relaciona também com a baixa cobertura vacinal contra a gripe.

Até 16 de dezembro, surtos foram detectados em seis Estados, incluindo Rio e São Paulo. A Secretaria de Saúde da Bahia confirmou o primeiro óbito pelo vírus.

O combate à gripe repete medidas contra o coronavírus. Veja a seguir dicas de especialistas para se proteger no Natal e no ano-novo.

Vacinação em dia

A melhor forma de se manter seguro e proteger a família durante as festas é se vacinar. Fique atento se todo o grupo que pretende se reunir já tomou as duas doses. No Brasil, a vacina está disponível para pessoas a partir dos 12 anos de idade.

Também é importante que aqueles que já podem tomem a dose de reforço. Todos os adultos que tomaram a segunda dose há mais de cinco meses devem tomar a terceira dose. “Se o status vacinal não está atualizado, precisa atualizar pelo menos 14 dias antes das festas”, diz Stanislau.

A vacinação contra a gripe também desempenha um importante papel para ter festas mais seguras, mesmo que a nova variante do Influenza aparentemente fuja da imunidade provida pelas vacinas atuais. O Instituto Butantan já iniciou a preparação dos bancos virais para atualizar os imunizantes e tornar os produtos eficazes contra a Darwin. 

Cuidados antes da festa

Nos dias que antecedem a reunião, capriche nos cuidados contra a covid-19. Se for sair para comprar presentes, por exemplo, lembre-se de usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evite aglomerações. Reduza as chances de se infectar para não colocar outras pessoas em risco. Mesmo pessoas vacinadas ainda podem se infectar e transmitir o vírus.

Movimentação de pedestres na Avenida Paulista; especialistas recomendam usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evitar aglomerações ao sair Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 05/10/21

Viagem e qualidade da máscara

Se é preciso viajar em ônibus ou avião para chegar até o local da reunião, alguns cuidados adicionais são necessários. “A dica é usar máscara PFF2 (que filtra mais partículas) bem ajustada ao rosto o tempo todo”, diz Vitor Mori, físico e pesquisador da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos.

Encontros de pessoas que moram na mesma cidade ou que envolvem apenas deslocamentos em carros particulares são mais seguros, afirma Mori, membro do Observatório Covid-19 BR.

Avaliação de sintomas

Antes da reunião, avalie se tem sintomas da covid-19 ou gripe. Sintomas leves como coriza e dor de garganta também podem ser sinais das doenças. Em caso de sintomas, não participe da reunião nem receba convidados em casa.

Teste antes da reunião

Fazer testes antes do encontro é uma boa opção mesmo para pessoas assintomáticas e vacinadas, desde que o exame seja adequado para detectar o coronavírus e seja feito no tempo certo. Podem ser feitos testes do tipo PCR ou de antígeno (que tem resultado mais rápido).

Segundo Stanislau, os testes de antígeno para esta situação são os melhores e podem ser feitos por todos, incluindo as crianças. Eles devem ser realizados no dia do encontro. Se a festa é à noite, por exemplo, podem ser feitos de manhã ou à tarde, de modo que a pessoa tenha o resultado antes de se reunir.

No Brasil, testes de antígeno estão disponíveis em laboratórios e farmácias. “Quando o teste dá negativo, indica que, naquele momento, mesmo que a pessoa tenha o vírus, a quantidade é insuficiente para transmitir porque, se tivesse em grande quantidade, o resultado seria positivo”, explica o infectologista.

A testagem não deve ser feita dias antes do evento porque o resultado, nesse caso, não indicaria a situação real de carga de vírus do indivíduo no momento da reunião. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças recomendou autotestagem em casa antes das reuniões de fim de ano. No Brasil, testes em casa ainda não estão disponíveis – dependem de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Espaços abertos

A escolha do local onde será realizada a celebração é importante. Os vírus são transmitidos principalmente por partículas suspensas no ar. Por isso, espaços ventilados são mais seguros porque ajudam na dispersão dessas partículas. “Minha principal recomendação é fazer a festa o tempo todo ao ar livre: no jardim, quintal, na laje. E evitar ao máximo espaços internos”, diz Mori.

“Se não for possível fazer a reunião ao ar livre, ventilar o máximo possível o ambiente, abrindo bem as janelas e colocando ventiladores nas janelas (voltados para fora de casa) para fazer trocas com o meio externo”, completa o pesquisador.

Proteção e distanciamento

Em espaços fechados, as máscaras são a melhor forma de se proteger do coronavírus e do Influenza. Se o encontro é realizado em ambiente fechado, avalie a possibilidade de usar máscara ou indicá-la para pessoas mais vulneráveis às doenças quando não estiver comendo ou bebendo. Também é importante manter o distanciamento. Reuniões com menos pessoas são mais seguras.

Disposição das mesas

Em eventos que reúnem vários núcleos familiares, uma opção é acomodar cada uma das famílias em uma mesa – em vez de usar a tradicional grande mesa de refeições. Dessa forma, na hora de comer e beber, estarão próximas e sem máscara apenas as pessoas que já convivem entre si.

Réveillon na praia

A tradicional passagem do ano na praia, para ver os fogos de artifício e pular ondas, não é isenta de riscos. “O risco no ambiente aberto que tem aglomeração existe, mas é um pouco menor do que o ambiente fechado”, diz Stanislau. Segundo ele, nesses lugares, o problema é a proximidade com as outras pessoas e o ideal é continuar usando máscaras.

Monitoramento do cenário

Antes da reunião, avalie a situação da pandemia da covid e se há surto de gripe em sua localidade. Lembre-se que o cenário pode mudar ao longo das próximas semanas, de acordo com a região do País.  Vale lembrar que a vacinação contra covid  não avança de forma uniforme aqui: enquanto alguns Estados, como São Paulo, têm altas coberturas, em outros, há menor alcance.

“Temos de olhar a pandemia de forma regional. Quando olhamos números do Brasil, perdemos as nuances de cada local”, diz Mori. Para ele, o ideal é que essa avaliação seja feita de duas a três semanas antes da data da reunião e, em caso de piora nos indicadores, a celebração seja reavaliada. “Tudo na pandemia é volátil e o cenário pode mudar muito rápido.”

SÃO PAULO – Após quase dois anos de restrições por causa da covid-19, famílias que evitaram encontros se planejam para reuniões de fim de ano. O avanço da vacinação no Brasil e a queda de infecções tornam as celebrações de Natal e ano-novo mais seguras do que no ano passado. É bom lembrar, no entanto, que o risco de transmissão do coronavírus, principalmente após detecção da variante Ômicron, não é nulo. O aumento de casos de gripe com a nova cepa do vírus Influenza também preocupa.

“O quadro clínico e epidemiológico se modificou. As pessoas vacinadas (contra a covid) têm menor chance de ter quadros severos e a circulação do vírus no Brasil aparentemente está menor. Hoje o risco é menor, mas não é zero”, diz o infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP)

A detecção da cepa Ômicron, considerada variante de preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem preocupado. Evidências preliminares indicam que a linhagem é mais transmissível, porém, causa quadros menos graves da doença

Primeiro país a detectar a variante, a África do Sul anunciou viver uma quarta onda da pandemia, em grande parte causada pela nova cepa, após registrar no dia 15 de dezembro, um número recorde de novos casos diários de covid. Foram 26.976 novos casos em 24 horas, ultrapassando a maior marca registrada anteriormente, de 26.485 casos diários, no início de julho, durante uma terceira onda impulsionada pela Delta.

Só a capital de São Paulo, até quarta-feira, 20, registrou 17 casos da Ômicron. A Prefeitura considera que já há transmissão comunitária na cidade. 

No Brasil, as preocupações com a nova variante do coronavírus se somam às criadas com uma nova cepa do vírus Influenza A H3N2, a Darwin. O aumento de casos da doença se relaciona também com a baixa cobertura vacinal contra a gripe.

Até 16 de dezembro, surtos foram detectados em seis Estados, incluindo Rio e São Paulo. A Secretaria de Saúde da Bahia confirmou o primeiro óbito pelo vírus.

O combate à gripe repete medidas contra o coronavírus. Veja a seguir dicas de especialistas para se proteger no Natal e no ano-novo.

Vacinação em dia

A melhor forma de se manter seguro e proteger a família durante as festas é se vacinar. Fique atento se todo o grupo que pretende se reunir já tomou as duas doses. No Brasil, a vacina está disponível para pessoas a partir dos 12 anos de idade.

Também é importante que aqueles que já podem tomem a dose de reforço. Todos os adultos que tomaram a segunda dose há mais de cinco meses devem tomar a terceira dose. “Se o status vacinal não está atualizado, precisa atualizar pelo menos 14 dias antes das festas”, diz Stanislau.

A vacinação contra a gripe também desempenha um importante papel para ter festas mais seguras, mesmo que a nova variante do Influenza aparentemente fuja da imunidade provida pelas vacinas atuais. O Instituto Butantan já iniciou a preparação dos bancos virais para atualizar os imunizantes e tornar os produtos eficazes contra a Darwin. 

Cuidados antes da festa

Nos dias que antecedem a reunião, capriche nos cuidados contra a covid-19. Se for sair para comprar presentes, por exemplo, lembre-se de usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evite aglomerações. Reduza as chances de se infectar para não colocar outras pessoas em risco. Mesmo pessoas vacinadas ainda podem se infectar e transmitir o vírus.

Movimentação de pedestres na Avenida Paulista; especialistas recomendam usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evitar aglomerações ao sair Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 05/10/21

Viagem e qualidade da máscara

Se é preciso viajar em ônibus ou avião para chegar até o local da reunião, alguns cuidados adicionais são necessários. “A dica é usar máscara PFF2 (que filtra mais partículas) bem ajustada ao rosto o tempo todo”, diz Vitor Mori, físico e pesquisador da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos.

Encontros de pessoas que moram na mesma cidade ou que envolvem apenas deslocamentos em carros particulares são mais seguros, afirma Mori, membro do Observatório Covid-19 BR.

Avaliação de sintomas

Antes da reunião, avalie se tem sintomas da covid-19 ou gripe. Sintomas leves como coriza e dor de garganta também podem ser sinais das doenças. Em caso de sintomas, não participe da reunião nem receba convidados em casa.

Teste antes da reunião

Fazer testes antes do encontro é uma boa opção mesmo para pessoas assintomáticas e vacinadas, desde que o exame seja adequado para detectar o coronavírus e seja feito no tempo certo. Podem ser feitos testes do tipo PCR ou de antígeno (que tem resultado mais rápido).

Segundo Stanislau, os testes de antígeno para esta situação são os melhores e podem ser feitos por todos, incluindo as crianças. Eles devem ser realizados no dia do encontro. Se a festa é à noite, por exemplo, podem ser feitos de manhã ou à tarde, de modo que a pessoa tenha o resultado antes de se reunir.

No Brasil, testes de antígeno estão disponíveis em laboratórios e farmácias. “Quando o teste dá negativo, indica que, naquele momento, mesmo que a pessoa tenha o vírus, a quantidade é insuficiente para transmitir porque, se tivesse em grande quantidade, o resultado seria positivo”, explica o infectologista.

A testagem não deve ser feita dias antes do evento porque o resultado, nesse caso, não indicaria a situação real de carga de vírus do indivíduo no momento da reunião. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças recomendou autotestagem em casa antes das reuniões de fim de ano. No Brasil, testes em casa ainda não estão disponíveis – dependem de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Espaços abertos

A escolha do local onde será realizada a celebração é importante. Os vírus são transmitidos principalmente por partículas suspensas no ar. Por isso, espaços ventilados são mais seguros porque ajudam na dispersão dessas partículas. “Minha principal recomendação é fazer a festa o tempo todo ao ar livre: no jardim, quintal, na laje. E evitar ao máximo espaços internos”, diz Mori.

“Se não for possível fazer a reunião ao ar livre, ventilar o máximo possível o ambiente, abrindo bem as janelas e colocando ventiladores nas janelas (voltados para fora de casa) para fazer trocas com o meio externo”, completa o pesquisador.

Proteção e distanciamento

Em espaços fechados, as máscaras são a melhor forma de se proteger do coronavírus e do Influenza. Se o encontro é realizado em ambiente fechado, avalie a possibilidade de usar máscara ou indicá-la para pessoas mais vulneráveis às doenças quando não estiver comendo ou bebendo. Também é importante manter o distanciamento. Reuniões com menos pessoas são mais seguras.

Disposição das mesas

Em eventos que reúnem vários núcleos familiares, uma opção é acomodar cada uma das famílias em uma mesa – em vez de usar a tradicional grande mesa de refeições. Dessa forma, na hora de comer e beber, estarão próximas e sem máscara apenas as pessoas que já convivem entre si.

Réveillon na praia

A tradicional passagem do ano na praia, para ver os fogos de artifício e pular ondas, não é isenta de riscos. “O risco no ambiente aberto que tem aglomeração existe, mas é um pouco menor do que o ambiente fechado”, diz Stanislau. Segundo ele, nesses lugares, o problema é a proximidade com as outras pessoas e o ideal é continuar usando máscaras.

Monitoramento do cenário

Antes da reunião, avalie a situação da pandemia da covid e se há surto de gripe em sua localidade. Lembre-se que o cenário pode mudar ao longo das próximas semanas, de acordo com a região do País.  Vale lembrar que a vacinação contra covid  não avança de forma uniforme aqui: enquanto alguns Estados, como São Paulo, têm altas coberturas, em outros, há menor alcance.

“Temos de olhar a pandemia de forma regional. Quando olhamos números do Brasil, perdemos as nuances de cada local”, diz Mori. Para ele, o ideal é que essa avaliação seja feita de duas a três semanas antes da data da reunião e, em caso de piora nos indicadores, a celebração seja reavaliada. “Tudo na pandemia é volátil e o cenário pode mudar muito rápido.”

SÃO PAULO – Após quase dois anos de restrições por causa da covid-19, famílias que evitaram encontros se planejam para reuniões de fim de ano. O avanço da vacinação no Brasil e a queda de infecções tornam as celebrações de Natal e ano-novo mais seguras do que no ano passado. É bom lembrar, no entanto, que o risco de transmissão do coronavírus, principalmente após detecção da variante Ômicron, não é nulo. O aumento de casos de gripe com a nova cepa do vírus Influenza também preocupa.

“O quadro clínico e epidemiológico se modificou. As pessoas vacinadas (contra a covid) têm menor chance de ter quadros severos e a circulação do vírus no Brasil aparentemente está menor. Hoje o risco é menor, mas não é zero”, diz o infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP)

A detecção da cepa Ômicron, considerada variante de preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem preocupado. Evidências preliminares indicam que a linhagem é mais transmissível, porém, causa quadros menos graves da doença

Primeiro país a detectar a variante, a África do Sul anunciou viver uma quarta onda da pandemia, em grande parte causada pela nova cepa, após registrar no dia 15 de dezembro, um número recorde de novos casos diários de covid. Foram 26.976 novos casos em 24 horas, ultrapassando a maior marca registrada anteriormente, de 26.485 casos diários, no início de julho, durante uma terceira onda impulsionada pela Delta.

Só a capital de São Paulo, até quarta-feira, 20, registrou 17 casos da Ômicron. A Prefeitura considera que já há transmissão comunitária na cidade. 

No Brasil, as preocupações com a nova variante do coronavírus se somam às criadas com uma nova cepa do vírus Influenza A H3N2, a Darwin. O aumento de casos da doença se relaciona também com a baixa cobertura vacinal contra a gripe.

Até 16 de dezembro, surtos foram detectados em seis Estados, incluindo Rio e São Paulo. A Secretaria de Saúde da Bahia confirmou o primeiro óbito pelo vírus.

O combate à gripe repete medidas contra o coronavírus. Veja a seguir dicas de especialistas para se proteger no Natal e no ano-novo.

Vacinação em dia

A melhor forma de se manter seguro e proteger a família durante as festas é se vacinar. Fique atento se todo o grupo que pretende se reunir já tomou as duas doses. No Brasil, a vacina está disponível para pessoas a partir dos 12 anos de idade.

Também é importante que aqueles que já podem tomem a dose de reforço. Todos os adultos que tomaram a segunda dose há mais de cinco meses devem tomar a terceira dose. “Se o status vacinal não está atualizado, precisa atualizar pelo menos 14 dias antes das festas”, diz Stanislau.

A vacinação contra a gripe também desempenha um importante papel para ter festas mais seguras, mesmo que a nova variante do Influenza aparentemente fuja da imunidade provida pelas vacinas atuais. O Instituto Butantan já iniciou a preparação dos bancos virais para atualizar os imunizantes e tornar os produtos eficazes contra a Darwin. 

Cuidados antes da festa

Nos dias que antecedem a reunião, capriche nos cuidados contra a covid-19. Se for sair para comprar presentes, por exemplo, lembre-se de usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evite aglomerações. Reduza as chances de se infectar para não colocar outras pessoas em risco. Mesmo pessoas vacinadas ainda podem se infectar e transmitir o vírus.

Movimentação de pedestres na Avenida Paulista; especialistas recomendam usar máscaras bem ajustadas ao rosto e evitar aglomerações ao sair Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 05/10/21

Viagem e qualidade da máscara

Se é preciso viajar em ônibus ou avião para chegar até o local da reunião, alguns cuidados adicionais são necessários. “A dica é usar máscara PFF2 (que filtra mais partículas) bem ajustada ao rosto o tempo todo”, diz Vitor Mori, físico e pesquisador da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos.

Encontros de pessoas que moram na mesma cidade ou que envolvem apenas deslocamentos em carros particulares são mais seguros, afirma Mori, membro do Observatório Covid-19 BR.

Avaliação de sintomas

Antes da reunião, avalie se tem sintomas da covid-19 ou gripe. Sintomas leves como coriza e dor de garganta também podem ser sinais das doenças. Em caso de sintomas, não participe da reunião nem receba convidados em casa.

Teste antes da reunião

Fazer testes antes do encontro é uma boa opção mesmo para pessoas assintomáticas e vacinadas, desde que o exame seja adequado para detectar o coronavírus e seja feito no tempo certo. Podem ser feitos testes do tipo PCR ou de antígeno (que tem resultado mais rápido).

Segundo Stanislau, os testes de antígeno para esta situação são os melhores e podem ser feitos por todos, incluindo as crianças. Eles devem ser realizados no dia do encontro. Se a festa é à noite, por exemplo, podem ser feitos de manhã ou à tarde, de modo que a pessoa tenha o resultado antes de se reunir.

No Brasil, testes de antígeno estão disponíveis em laboratórios e farmácias. “Quando o teste dá negativo, indica que, naquele momento, mesmo que a pessoa tenha o vírus, a quantidade é insuficiente para transmitir porque, se tivesse em grande quantidade, o resultado seria positivo”, explica o infectologista.

A testagem não deve ser feita dias antes do evento porque o resultado, nesse caso, não indicaria a situação real de carga de vírus do indivíduo no momento da reunião. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças recomendou autotestagem em casa antes das reuniões de fim de ano. No Brasil, testes em casa ainda não estão disponíveis – dependem de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Espaços abertos

A escolha do local onde será realizada a celebração é importante. Os vírus são transmitidos principalmente por partículas suspensas no ar. Por isso, espaços ventilados são mais seguros porque ajudam na dispersão dessas partículas. “Minha principal recomendação é fazer a festa o tempo todo ao ar livre: no jardim, quintal, na laje. E evitar ao máximo espaços internos”, diz Mori.

“Se não for possível fazer a reunião ao ar livre, ventilar o máximo possível o ambiente, abrindo bem as janelas e colocando ventiladores nas janelas (voltados para fora de casa) para fazer trocas com o meio externo”, completa o pesquisador.

Proteção e distanciamento

Em espaços fechados, as máscaras são a melhor forma de se proteger do coronavírus e do Influenza. Se o encontro é realizado em ambiente fechado, avalie a possibilidade de usar máscara ou indicá-la para pessoas mais vulneráveis às doenças quando não estiver comendo ou bebendo. Também é importante manter o distanciamento. Reuniões com menos pessoas são mais seguras.

Disposição das mesas

Em eventos que reúnem vários núcleos familiares, uma opção é acomodar cada uma das famílias em uma mesa – em vez de usar a tradicional grande mesa de refeições. Dessa forma, na hora de comer e beber, estarão próximas e sem máscara apenas as pessoas que já convivem entre si.

Réveillon na praia

A tradicional passagem do ano na praia, para ver os fogos de artifício e pular ondas, não é isenta de riscos. “O risco no ambiente aberto que tem aglomeração existe, mas é um pouco menor do que o ambiente fechado”, diz Stanislau. Segundo ele, nesses lugares, o problema é a proximidade com as outras pessoas e o ideal é continuar usando máscaras.

Monitoramento do cenário

Antes da reunião, avalie a situação da pandemia da covid e se há surto de gripe em sua localidade. Lembre-se que o cenário pode mudar ao longo das próximas semanas, de acordo com a região do País.  Vale lembrar que a vacinação contra covid  não avança de forma uniforme aqui: enquanto alguns Estados, como São Paulo, têm altas coberturas, em outros, há menor alcance.

“Temos de olhar a pandemia de forma regional. Quando olhamos números do Brasil, perdemos as nuances de cada local”, diz Mori. Para ele, o ideal é que essa avaliação seja feita de duas a três semanas antes da data da reunião e, em caso de piora nos indicadores, a celebração seja reavaliada. “Tudo na pandemia é volátil e o cenário pode mudar muito rápido.”

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