Países cumprirão as metas para salvar planeta da catástrofe climática? Cientistas fizeram as contas


Pesquisa aponta dificuldades para que maiores emissores de gases do efeito estufa atinjam balanço líquido de emissões zero -União Europeia, Reino Unido e Nova Zelândia são únicos bem avaliados; plano do Brasil é considerado como de ‘muito baixa confiança’

Por Emilio Sant'Anna

Estudo liderado pelo Imperial College, de Londres, e publicado nesta quinta-feira, 8, na revista Science, mostra que 90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas. O Brasil está entre eles.

As metas estabelecidas pelo Acordo de Paris incluem manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C em relação à temperatura média antes da Revolução Industrial e, idealmente, abaixo de 1,5°C. Atingir o nível de “emissões líquidas zero”, em que além da diminuição de gases do efeito estufa lançados na atmosfera, as emissões remanescentes são compensadas, é a principal maneira de atingir esse objetivo.

Para isso, os países submetem à ONU, suas NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas), ou a meta de redução de emissões de gases do efeito estufa. O Brasil, por exemplo, formalizou a sua em abril de 2022 após reações negativas por ter apresentado meta para 2030 mais baixa do que a o próprio País havia previsto no compromisso firmado em Paris, em 2015.

90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas Foto: Ajay Verma/Reuters

O País tem o compromisso de zerar suas emissões líquidas até 2050, como a maioria das outras nações No entanto, a nova NDC brasileira continuou com as metas para 2030 abaixo da original. O documento foi apresentado durante o governo de Jair Bolsonaro, fortemente criticado no País pelo desmonte dos órgãos ambientais, e no exterior por adotar postura refratária aos compromissos climáticos.

O que a pesquisa publicada nesta quinta-feira na Science faz foi avaliar os compromissos de atingir as “emissões líquidas zero” dentro das NDCs de 34 países e o bloco da União Europeia. Foram analisados 35 planos de reduções de zero líquido abrangendo todos os países com mais de 0,1% das atuais emissões globais de gases de efeito estufa.

Entre os itens analisados estão o ano em que a meta deve ser atingida (a China, por exemplo, estabeleceu o limite de 2060), se esse compromisso traz consequências legais se for descumprido, o quão robusto cientificamente cada plano é e se o país está no “caminho correto” para seu cumprimento.

Confira a classificação a seguir:

Dez maiores emissores, contribuição para o total de emissões globais em 2019 e nível de confiança de seus planos de “emissões líquidas zero”, de acordo com a pesquisa:

  • China (24,2%) - Baixa confiança
  • Estados Unidos (11,6%) - Baixa confiança
  • Índia (6,8%) - Muita baixa confiança
  • União Europeia (6,3%) - Alta confiança
  • Indonésia (3,9%) - Muito baixa confiança
  • Rússia (3,9%) - Baixa confiança
  • Brasil (2,9%) - Muito baixa confiança
  • Japão (2,3%) - Baixa confiança
  • Canadá (1,6%) - Baixa confiança

Além da União Europeia, apenas Reino Unido e Nova Zelândia, tiveram seus planos considerados de Alta Confiança.

Emissões crescem no Brasil

Apesar de seu compromisso, o Brasil, por exemplo, registrou a maior alta nas emissões de gases de efeito estufa em 19 anos, segundo levantamento do Observatório do Clima. A elevação, de 12,2%, ocorreu em 2021 em relação ao ano anterior, e tem como principal causa o desmatamento.

Dos 35 planos analisados, por exemplo, apenas 12 são juridicamente vinculativos (têm consequências legais). O Brasil não está entre eles. Os pesquisadores dizem que aumentar esse número ajudaria a garantir que as políticas sobrevivessem a longo prazo.

Fiscalização nos municípios que mais desmatam em Mato Grosso, na região de Colniza, encontra rastros de destruição em julho de 2021  Foto: Christiano Antonucci/SECOM MT

A partir da avaliação, os pesquisadores classificaram os planos nacionais de muito alta confiança em seu cumprimento à muito baixa confiança. Cinco cenários de futuras emissões de gases de efeito estufa e temperaturas também foram elaborados.

O mais conservador aponta para o aumento da temperatura em uma faixa de 1,7ºC a 3°C, e uma estimativa mediana de 2,6°C acima do nível anterior à industrialização. O cenário mais otimista tem um intervalo de 1,6ºC a 2,1ºC, com uma estimativa mediana de 1,7°C também em relação ao período anterior à Revolução Industrial.

O estudo, liderado pelo Imperial College, de Londres, tem a participação de pesquisadores do Reino Unido, Áustria, EUA, Holanda, Alemanha e Brasil.

Estudo liderado pelo Imperial College, de Londres, e publicado nesta quinta-feira, 8, na revista Science, mostra que 90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas. O Brasil está entre eles.

As metas estabelecidas pelo Acordo de Paris incluem manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C em relação à temperatura média antes da Revolução Industrial e, idealmente, abaixo de 1,5°C. Atingir o nível de “emissões líquidas zero”, em que além da diminuição de gases do efeito estufa lançados na atmosfera, as emissões remanescentes são compensadas, é a principal maneira de atingir esse objetivo.

Para isso, os países submetem à ONU, suas NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas), ou a meta de redução de emissões de gases do efeito estufa. O Brasil, por exemplo, formalizou a sua em abril de 2022 após reações negativas por ter apresentado meta para 2030 mais baixa do que a o próprio País havia previsto no compromisso firmado em Paris, em 2015.

90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas Foto: Ajay Verma/Reuters

O País tem o compromisso de zerar suas emissões líquidas até 2050, como a maioria das outras nações No entanto, a nova NDC brasileira continuou com as metas para 2030 abaixo da original. O documento foi apresentado durante o governo de Jair Bolsonaro, fortemente criticado no País pelo desmonte dos órgãos ambientais, e no exterior por adotar postura refratária aos compromissos climáticos.

O que a pesquisa publicada nesta quinta-feira na Science faz foi avaliar os compromissos de atingir as “emissões líquidas zero” dentro das NDCs de 34 países e o bloco da União Europeia. Foram analisados 35 planos de reduções de zero líquido abrangendo todos os países com mais de 0,1% das atuais emissões globais de gases de efeito estufa.

Entre os itens analisados estão o ano em que a meta deve ser atingida (a China, por exemplo, estabeleceu o limite de 2060), se esse compromisso traz consequências legais se for descumprido, o quão robusto cientificamente cada plano é e se o país está no “caminho correto” para seu cumprimento.

Confira a classificação a seguir:

Dez maiores emissores, contribuição para o total de emissões globais em 2019 e nível de confiança de seus planos de “emissões líquidas zero”, de acordo com a pesquisa:

  • China (24,2%) - Baixa confiança
  • Estados Unidos (11,6%) - Baixa confiança
  • Índia (6,8%) - Muita baixa confiança
  • União Europeia (6,3%) - Alta confiança
  • Indonésia (3,9%) - Muito baixa confiança
  • Rússia (3,9%) - Baixa confiança
  • Brasil (2,9%) - Muito baixa confiança
  • Japão (2,3%) - Baixa confiança
  • Canadá (1,6%) - Baixa confiança

Além da União Europeia, apenas Reino Unido e Nova Zelândia, tiveram seus planos considerados de Alta Confiança.

Emissões crescem no Brasil

Apesar de seu compromisso, o Brasil, por exemplo, registrou a maior alta nas emissões de gases de efeito estufa em 19 anos, segundo levantamento do Observatório do Clima. A elevação, de 12,2%, ocorreu em 2021 em relação ao ano anterior, e tem como principal causa o desmatamento.

Dos 35 planos analisados, por exemplo, apenas 12 são juridicamente vinculativos (têm consequências legais). O Brasil não está entre eles. Os pesquisadores dizem que aumentar esse número ajudaria a garantir que as políticas sobrevivessem a longo prazo.

Fiscalização nos municípios que mais desmatam em Mato Grosso, na região de Colniza, encontra rastros de destruição em julho de 2021  Foto: Christiano Antonucci/SECOM MT

A partir da avaliação, os pesquisadores classificaram os planos nacionais de muito alta confiança em seu cumprimento à muito baixa confiança. Cinco cenários de futuras emissões de gases de efeito estufa e temperaturas também foram elaborados.

O mais conservador aponta para o aumento da temperatura em uma faixa de 1,7ºC a 3°C, e uma estimativa mediana de 2,6°C acima do nível anterior à industrialização. O cenário mais otimista tem um intervalo de 1,6ºC a 2,1ºC, com uma estimativa mediana de 1,7°C também em relação ao período anterior à Revolução Industrial.

O estudo, liderado pelo Imperial College, de Londres, tem a participação de pesquisadores do Reino Unido, Áustria, EUA, Holanda, Alemanha e Brasil.

Estudo liderado pelo Imperial College, de Londres, e publicado nesta quinta-feira, 8, na revista Science, mostra que 90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas. O Brasil está entre eles.

As metas estabelecidas pelo Acordo de Paris incluem manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C em relação à temperatura média antes da Revolução Industrial e, idealmente, abaixo de 1,5°C. Atingir o nível de “emissões líquidas zero”, em que além da diminuição de gases do efeito estufa lançados na atmosfera, as emissões remanescentes são compensadas, é a principal maneira de atingir esse objetivo.

Para isso, os países submetem à ONU, suas NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas), ou a meta de redução de emissões de gases do efeito estufa. O Brasil, por exemplo, formalizou a sua em abril de 2022 após reações negativas por ter apresentado meta para 2030 mais baixa do que a o próprio País havia previsto no compromisso firmado em Paris, em 2015.

90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas Foto: Ajay Verma/Reuters

O País tem o compromisso de zerar suas emissões líquidas até 2050, como a maioria das outras nações No entanto, a nova NDC brasileira continuou com as metas para 2030 abaixo da original. O documento foi apresentado durante o governo de Jair Bolsonaro, fortemente criticado no País pelo desmonte dos órgãos ambientais, e no exterior por adotar postura refratária aos compromissos climáticos.

O que a pesquisa publicada nesta quinta-feira na Science faz foi avaliar os compromissos de atingir as “emissões líquidas zero” dentro das NDCs de 34 países e o bloco da União Europeia. Foram analisados 35 planos de reduções de zero líquido abrangendo todos os países com mais de 0,1% das atuais emissões globais de gases de efeito estufa.

Entre os itens analisados estão o ano em que a meta deve ser atingida (a China, por exemplo, estabeleceu o limite de 2060), se esse compromisso traz consequências legais se for descumprido, o quão robusto cientificamente cada plano é e se o país está no “caminho correto” para seu cumprimento.

Confira a classificação a seguir:

Dez maiores emissores, contribuição para o total de emissões globais em 2019 e nível de confiança de seus planos de “emissões líquidas zero”, de acordo com a pesquisa:

  • China (24,2%) - Baixa confiança
  • Estados Unidos (11,6%) - Baixa confiança
  • Índia (6,8%) - Muita baixa confiança
  • União Europeia (6,3%) - Alta confiança
  • Indonésia (3,9%) - Muito baixa confiança
  • Rússia (3,9%) - Baixa confiança
  • Brasil (2,9%) - Muito baixa confiança
  • Japão (2,3%) - Baixa confiança
  • Canadá (1,6%) - Baixa confiança

Além da União Europeia, apenas Reino Unido e Nova Zelândia, tiveram seus planos considerados de Alta Confiança.

Emissões crescem no Brasil

Apesar de seu compromisso, o Brasil, por exemplo, registrou a maior alta nas emissões de gases de efeito estufa em 19 anos, segundo levantamento do Observatório do Clima. A elevação, de 12,2%, ocorreu em 2021 em relação ao ano anterior, e tem como principal causa o desmatamento.

Dos 35 planos analisados, por exemplo, apenas 12 são juridicamente vinculativos (têm consequências legais). O Brasil não está entre eles. Os pesquisadores dizem que aumentar esse número ajudaria a garantir que as políticas sobrevivessem a longo prazo.

Fiscalização nos municípios que mais desmatam em Mato Grosso, na região de Colniza, encontra rastros de destruição em julho de 2021  Foto: Christiano Antonucci/SECOM MT

A partir da avaliação, os pesquisadores classificaram os planos nacionais de muito alta confiança em seu cumprimento à muito baixa confiança. Cinco cenários de futuras emissões de gases de efeito estufa e temperaturas também foram elaborados.

O mais conservador aponta para o aumento da temperatura em uma faixa de 1,7ºC a 3°C, e uma estimativa mediana de 2,6°C acima do nível anterior à industrialização. O cenário mais otimista tem um intervalo de 1,6ºC a 2,1ºC, com uma estimativa mediana de 1,7°C também em relação ao período anterior à Revolução Industrial.

O estudo, liderado pelo Imperial College, de Londres, tem a participação de pesquisadores do Reino Unido, Áustria, EUA, Holanda, Alemanha e Brasil.

Estudo liderado pelo Imperial College, de Londres, e publicado nesta quinta-feira, 8, na revista Science, mostra que 90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas. O Brasil está entre eles.

As metas estabelecidas pelo Acordo de Paris incluem manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C em relação à temperatura média antes da Revolução Industrial e, idealmente, abaixo de 1,5°C. Atingir o nível de “emissões líquidas zero”, em que além da diminuição de gases do efeito estufa lançados na atmosfera, as emissões remanescentes são compensadas, é a principal maneira de atingir esse objetivo.

Para isso, os países submetem à ONU, suas NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas), ou a meta de redução de emissões de gases do efeito estufa. O Brasil, por exemplo, formalizou a sua em abril de 2022 após reações negativas por ter apresentado meta para 2030 mais baixa do que a o próprio País havia previsto no compromisso firmado em Paris, em 2015.

90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas Foto: Ajay Verma/Reuters

O País tem o compromisso de zerar suas emissões líquidas até 2050, como a maioria das outras nações No entanto, a nova NDC brasileira continuou com as metas para 2030 abaixo da original. O documento foi apresentado durante o governo de Jair Bolsonaro, fortemente criticado no País pelo desmonte dos órgãos ambientais, e no exterior por adotar postura refratária aos compromissos climáticos.

O que a pesquisa publicada nesta quinta-feira na Science faz foi avaliar os compromissos de atingir as “emissões líquidas zero” dentro das NDCs de 34 países e o bloco da União Europeia. Foram analisados 35 planos de reduções de zero líquido abrangendo todos os países com mais de 0,1% das atuais emissões globais de gases de efeito estufa.

Entre os itens analisados estão o ano em que a meta deve ser atingida (a China, por exemplo, estabeleceu o limite de 2060), se esse compromisso traz consequências legais se for descumprido, o quão robusto cientificamente cada plano é e se o país está no “caminho correto” para seu cumprimento.

Confira a classificação a seguir:

Dez maiores emissores, contribuição para o total de emissões globais em 2019 e nível de confiança de seus planos de “emissões líquidas zero”, de acordo com a pesquisa:

  • China (24,2%) - Baixa confiança
  • Estados Unidos (11,6%) - Baixa confiança
  • Índia (6,8%) - Muita baixa confiança
  • União Europeia (6,3%) - Alta confiança
  • Indonésia (3,9%) - Muito baixa confiança
  • Rússia (3,9%) - Baixa confiança
  • Brasil (2,9%) - Muito baixa confiança
  • Japão (2,3%) - Baixa confiança
  • Canadá (1,6%) - Baixa confiança

Além da União Europeia, apenas Reino Unido e Nova Zelândia, tiveram seus planos considerados de Alta Confiança.

Emissões crescem no Brasil

Apesar de seu compromisso, o Brasil, por exemplo, registrou a maior alta nas emissões de gases de efeito estufa em 19 anos, segundo levantamento do Observatório do Clima. A elevação, de 12,2%, ocorreu em 2021 em relação ao ano anterior, e tem como principal causa o desmatamento.

Dos 35 planos analisados, por exemplo, apenas 12 são juridicamente vinculativos (têm consequências legais). O Brasil não está entre eles. Os pesquisadores dizem que aumentar esse número ajudaria a garantir que as políticas sobrevivessem a longo prazo.

Fiscalização nos municípios que mais desmatam em Mato Grosso, na região de Colniza, encontra rastros de destruição em julho de 2021  Foto: Christiano Antonucci/SECOM MT

A partir da avaliação, os pesquisadores classificaram os planos nacionais de muito alta confiança em seu cumprimento à muito baixa confiança. Cinco cenários de futuras emissões de gases de efeito estufa e temperaturas também foram elaborados.

O mais conservador aponta para o aumento da temperatura em uma faixa de 1,7ºC a 3°C, e uma estimativa mediana de 2,6°C acima do nível anterior à industrialização. O cenário mais otimista tem um intervalo de 1,6ºC a 2,1ºC, com uma estimativa mediana de 1,7°C também em relação ao período anterior à Revolução Industrial.

O estudo, liderado pelo Imperial College, de Londres, tem a participação de pesquisadores do Reino Unido, Áustria, EUA, Holanda, Alemanha e Brasil.

Estudo liderado pelo Imperial College, de Londres, e publicado nesta quinta-feira, 8, na revista Science, mostra que 90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas. O Brasil está entre eles.

As metas estabelecidas pelo Acordo de Paris incluem manter o aumento da temperatura abaixo de 2°C em relação à temperatura média antes da Revolução Industrial e, idealmente, abaixo de 1,5°C. Atingir o nível de “emissões líquidas zero”, em que além da diminuição de gases do efeito estufa lançados na atmosfera, as emissões remanescentes são compensadas, é a principal maneira de atingir esse objetivo.

Para isso, os países submetem à ONU, suas NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas), ou a meta de redução de emissões de gases do efeito estufa. O Brasil, por exemplo, formalizou a sua em abril de 2022 após reações negativas por ter apresentado meta para 2030 mais baixa do que a o próprio País havia previsto no compromisso firmado em Paris, em 2015.

90% dos países com as maiores emissões de gases do efeito estufa têm metas climáticas para zerar suas emissões com baixa ou muita baixa probabilidade de serem cumpridas Foto: Ajay Verma/Reuters

O País tem o compromisso de zerar suas emissões líquidas até 2050, como a maioria das outras nações No entanto, a nova NDC brasileira continuou com as metas para 2030 abaixo da original. O documento foi apresentado durante o governo de Jair Bolsonaro, fortemente criticado no País pelo desmonte dos órgãos ambientais, e no exterior por adotar postura refratária aos compromissos climáticos.

O que a pesquisa publicada nesta quinta-feira na Science faz foi avaliar os compromissos de atingir as “emissões líquidas zero” dentro das NDCs de 34 países e o bloco da União Europeia. Foram analisados 35 planos de reduções de zero líquido abrangendo todos os países com mais de 0,1% das atuais emissões globais de gases de efeito estufa.

Entre os itens analisados estão o ano em que a meta deve ser atingida (a China, por exemplo, estabeleceu o limite de 2060), se esse compromisso traz consequências legais se for descumprido, o quão robusto cientificamente cada plano é e se o país está no “caminho correto” para seu cumprimento.

Confira a classificação a seguir:

Dez maiores emissores, contribuição para o total de emissões globais em 2019 e nível de confiança de seus planos de “emissões líquidas zero”, de acordo com a pesquisa:

  • China (24,2%) - Baixa confiança
  • Estados Unidos (11,6%) - Baixa confiança
  • Índia (6,8%) - Muita baixa confiança
  • União Europeia (6,3%) - Alta confiança
  • Indonésia (3,9%) - Muito baixa confiança
  • Rússia (3,9%) - Baixa confiança
  • Brasil (2,9%) - Muito baixa confiança
  • Japão (2,3%) - Baixa confiança
  • Canadá (1,6%) - Baixa confiança

Além da União Europeia, apenas Reino Unido e Nova Zelândia, tiveram seus planos considerados de Alta Confiança.

Emissões crescem no Brasil

Apesar de seu compromisso, o Brasil, por exemplo, registrou a maior alta nas emissões de gases de efeito estufa em 19 anos, segundo levantamento do Observatório do Clima. A elevação, de 12,2%, ocorreu em 2021 em relação ao ano anterior, e tem como principal causa o desmatamento.

Dos 35 planos analisados, por exemplo, apenas 12 são juridicamente vinculativos (têm consequências legais). O Brasil não está entre eles. Os pesquisadores dizem que aumentar esse número ajudaria a garantir que as políticas sobrevivessem a longo prazo.

Fiscalização nos municípios que mais desmatam em Mato Grosso, na região de Colniza, encontra rastros de destruição em julho de 2021  Foto: Christiano Antonucci/SECOM MT

A partir da avaliação, os pesquisadores classificaram os planos nacionais de muito alta confiança em seu cumprimento à muito baixa confiança. Cinco cenários de futuras emissões de gases de efeito estufa e temperaturas também foram elaborados.

O mais conservador aponta para o aumento da temperatura em uma faixa de 1,7ºC a 3°C, e uma estimativa mediana de 2,6°C acima do nível anterior à industrialização. O cenário mais otimista tem um intervalo de 1,6ºC a 2,1ºC, com uma estimativa mediana de 1,7°C também em relação ao período anterior à Revolução Industrial.

O estudo, liderado pelo Imperial College, de Londres, tem a participação de pesquisadores do Reino Unido, Áustria, EUA, Holanda, Alemanha e Brasil.

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