Amazônia está perto de ponto irreversível e pode virar deserto, dizem cientistas


Reunidos na COP-26, especialistas alertam que desmatamento, queimadas e mudanças climáticas tornarão inviável a regeneração da mata

Por Roberta Jansen

RIO - O desmatamento, as queimadas e as mudanças climáticas deixam a Amazônia cada vez mais perto de um ponto irreversível, a partir do qual a regeneração da floresta se tornará inviável, e a área tenderá a se transformar num grande deserto. A desertificação da floresta terá impactos “catastróficos” para o clima do planeta. O alerta foi feito nesta sexta-feira, 12, na COP-26, em Glasgow, na Escócia, pelo Painel Científico para a Amazônia.

As análises fazem parte do primeiro relatório do painel, que reúne 200 cientistas - a maioria deles de países amazônicos Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. O documento ressalta a importância da ciência para a tomada de decisões na região. Também encoraja a inovação tecnológica e as soluções baseadas na natureza, juntamente com as soluções sustentadas pelo conhecimento tradicional de indígenas e populações ribeirinhas. Para evitar a catástrofe iminente, o relatório recomenda a suspensão imediata do desmatamento nas áreas mais degradadas. Seria um plano escalonado para atingir o desmatamento zero até o fim desta década e um novo modelo econômico para a região.

Perda vegetal na Amazônia paraense:especialistas defendem desmatamento zero Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

“O atual modelo de desenvolvimento está alimentando o desmatamento e a perda de biodiversidade, levando à devastação e mudanças irreversíveis”, afirmou o climatologista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, e um dos coordenadores do painel. “Para que a Amazônia sobreviva, precisamos mostrar como ela pode ser transformada de forma a gerar benefícios econômicos e ambientais como resultado de uma colaboração entre cientistas, povos indígenas, comunidades locais, setor privado e governos.”

O atual modelo de desenvolvimento está alimentando o desmatamento e a perda de biodiversidade

Carlos Nobre, climatologista

Pelo menos 17% da floresta já foram totalmente destruídos e outros 17% são compostos de áreas já degradadas. Especialistas estimam que 366,3 mil quilômetros quadrados de mata foram desmatados entre 1995 e 2017. A cada ano, apontam, centenas de milhares de hectares são queimados para abrir espaço para a agricultura, a pecuária e o garimpo.

Pesquisadores afirmam que é preciso agir o mais rapidamente possível para que seja possível zerar o desmatamento na região antes de 2030, conforme foi acordado na COP-26 por mais de cem países, o Brasil entre eles, além de recuperar áreas degradadas. A preservação da floresta, alertam, é crucial para a redução das emissões de gases do efeito estufa, uma vez que ela atua como um sumidouro de CO2. São de 150 a 200 bilhões de toneladas de carbono armazenadas no solo e na vegetação.

A floresta amazônica é um dos elementos mais importantes do sistema climático da Terra. A mata exerce um papel crucial nos ciclos globais da água e na regulação da variabilidade climática.Um volume significativo de água evaporada pela floresta vai para sul por meio dos chamados “rios voadores”. É uma das principais fontes de água a alimentar outros ecossistemas e cultivos agrícolas do Centro-Oeste e do Sudeste do País. Além disso, a Bacia Amazônica é fonte de de 16% a 22% de toda a água lançada anualmente nos oceanos.

Cerca de 47 milhões de pessoas vivem na região amazônica. Entre elas, estão 2,2 milhões de indígenas distribuídos em mais de 400 grupos, falantes de 300 línguas diferentes. Segundo o relatório, os indígenas são cruciais para a conservação e para o desenvolvimento sustentável da floresta e sua biodiversidade. No entanto, alerta, estão sob ameaça. O documento diz que parte das populações perderam direitos nos últimos anos.

Com os aumentos recentes no desmatamento da maior floresta tropical da Terra, nós precisamos acender o sinal vermelho

Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da UnB

“Com os aumentos recentes no desmatamento da maior floresta tropical da Terra, nós precisamos acender o sinal vermelho”, afirmou Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e também integrante do painel. “Salvar as florestas existentes do desmatamento e da degradação e recuperar os ecossistemas é uma das tarefas mais urgentes de nosso tempo para preservar a Amazônia e seu povo e para lidar com o risco global e os impactos das mudanças climáticas.”

À frente da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, o líder indígena equatoriano Gregório Marabal fez um apelo emocionado ao fim da apresentação do relatório:

"A Amazônia é nossa casa, vivemos lá há milhares de anos", disse Marabal. "A floresta é um ser vivo, tem espírito, e ela está gritando por uma nova oportunidade para continuar respirando com a ajuda de todos. Temos que seguir respirando junto. Não é possível viver sem árvores, sem biodiversidade, sem montanhas, sem selva amazônica."

RIO - O desmatamento, as queimadas e as mudanças climáticas deixam a Amazônia cada vez mais perto de um ponto irreversível, a partir do qual a regeneração da floresta se tornará inviável, e a área tenderá a se transformar num grande deserto. A desertificação da floresta terá impactos “catastróficos” para o clima do planeta. O alerta foi feito nesta sexta-feira, 12, na COP-26, em Glasgow, na Escócia, pelo Painel Científico para a Amazônia.

As análises fazem parte do primeiro relatório do painel, que reúne 200 cientistas - a maioria deles de países amazônicos Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. O documento ressalta a importância da ciência para a tomada de decisões na região. Também encoraja a inovação tecnológica e as soluções baseadas na natureza, juntamente com as soluções sustentadas pelo conhecimento tradicional de indígenas e populações ribeirinhas. Para evitar a catástrofe iminente, o relatório recomenda a suspensão imediata do desmatamento nas áreas mais degradadas. Seria um plano escalonado para atingir o desmatamento zero até o fim desta década e um novo modelo econômico para a região.

Perda vegetal na Amazônia paraense:especialistas defendem desmatamento zero Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

“O atual modelo de desenvolvimento está alimentando o desmatamento e a perda de biodiversidade, levando à devastação e mudanças irreversíveis”, afirmou o climatologista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, e um dos coordenadores do painel. “Para que a Amazônia sobreviva, precisamos mostrar como ela pode ser transformada de forma a gerar benefícios econômicos e ambientais como resultado de uma colaboração entre cientistas, povos indígenas, comunidades locais, setor privado e governos.”

O atual modelo de desenvolvimento está alimentando o desmatamento e a perda de biodiversidade

Carlos Nobre, climatologista

Pelo menos 17% da floresta já foram totalmente destruídos e outros 17% são compostos de áreas já degradadas. Especialistas estimam que 366,3 mil quilômetros quadrados de mata foram desmatados entre 1995 e 2017. A cada ano, apontam, centenas de milhares de hectares são queimados para abrir espaço para a agricultura, a pecuária e o garimpo.

Pesquisadores afirmam que é preciso agir o mais rapidamente possível para que seja possível zerar o desmatamento na região antes de 2030, conforme foi acordado na COP-26 por mais de cem países, o Brasil entre eles, além de recuperar áreas degradadas. A preservação da floresta, alertam, é crucial para a redução das emissões de gases do efeito estufa, uma vez que ela atua como um sumidouro de CO2. São de 150 a 200 bilhões de toneladas de carbono armazenadas no solo e na vegetação.

A floresta amazônica é um dos elementos mais importantes do sistema climático da Terra. A mata exerce um papel crucial nos ciclos globais da água e na regulação da variabilidade climática.Um volume significativo de água evaporada pela floresta vai para sul por meio dos chamados “rios voadores”. É uma das principais fontes de água a alimentar outros ecossistemas e cultivos agrícolas do Centro-Oeste e do Sudeste do País. Além disso, a Bacia Amazônica é fonte de de 16% a 22% de toda a água lançada anualmente nos oceanos.

Cerca de 47 milhões de pessoas vivem na região amazônica. Entre elas, estão 2,2 milhões de indígenas distribuídos em mais de 400 grupos, falantes de 300 línguas diferentes. Segundo o relatório, os indígenas são cruciais para a conservação e para o desenvolvimento sustentável da floresta e sua biodiversidade. No entanto, alerta, estão sob ameaça. O documento diz que parte das populações perderam direitos nos últimos anos.

Com os aumentos recentes no desmatamento da maior floresta tropical da Terra, nós precisamos acender o sinal vermelho

Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da UnB

“Com os aumentos recentes no desmatamento da maior floresta tropical da Terra, nós precisamos acender o sinal vermelho”, afirmou Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e também integrante do painel. “Salvar as florestas existentes do desmatamento e da degradação e recuperar os ecossistemas é uma das tarefas mais urgentes de nosso tempo para preservar a Amazônia e seu povo e para lidar com o risco global e os impactos das mudanças climáticas.”

À frente da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, o líder indígena equatoriano Gregório Marabal fez um apelo emocionado ao fim da apresentação do relatório:

"A Amazônia é nossa casa, vivemos lá há milhares de anos", disse Marabal. "A floresta é um ser vivo, tem espírito, e ela está gritando por uma nova oportunidade para continuar respirando com a ajuda de todos. Temos que seguir respirando junto. Não é possível viver sem árvores, sem biodiversidade, sem montanhas, sem selva amazônica."

RIO - O desmatamento, as queimadas e as mudanças climáticas deixam a Amazônia cada vez mais perto de um ponto irreversível, a partir do qual a regeneração da floresta se tornará inviável, e a área tenderá a se transformar num grande deserto. A desertificação da floresta terá impactos “catastróficos” para o clima do planeta. O alerta foi feito nesta sexta-feira, 12, na COP-26, em Glasgow, na Escócia, pelo Painel Científico para a Amazônia.

As análises fazem parte do primeiro relatório do painel, que reúne 200 cientistas - a maioria deles de países amazônicos Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. O documento ressalta a importância da ciência para a tomada de decisões na região. Também encoraja a inovação tecnológica e as soluções baseadas na natureza, juntamente com as soluções sustentadas pelo conhecimento tradicional de indígenas e populações ribeirinhas. Para evitar a catástrofe iminente, o relatório recomenda a suspensão imediata do desmatamento nas áreas mais degradadas. Seria um plano escalonado para atingir o desmatamento zero até o fim desta década e um novo modelo econômico para a região.

Perda vegetal na Amazônia paraense:especialistas defendem desmatamento zero Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

“O atual modelo de desenvolvimento está alimentando o desmatamento e a perda de biodiversidade, levando à devastação e mudanças irreversíveis”, afirmou o climatologista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, e um dos coordenadores do painel. “Para que a Amazônia sobreviva, precisamos mostrar como ela pode ser transformada de forma a gerar benefícios econômicos e ambientais como resultado de uma colaboração entre cientistas, povos indígenas, comunidades locais, setor privado e governos.”

O atual modelo de desenvolvimento está alimentando o desmatamento e a perda de biodiversidade

Carlos Nobre, climatologista

Pelo menos 17% da floresta já foram totalmente destruídos e outros 17% são compostos de áreas já degradadas. Especialistas estimam que 366,3 mil quilômetros quadrados de mata foram desmatados entre 1995 e 2017. A cada ano, apontam, centenas de milhares de hectares são queimados para abrir espaço para a agricultura, a pecuária e o garimpo.

Pesquisadores afirmam que é preciso agir o mais rapidamente possível para que seja possível zerar o desmatamento na região antes de 2030, conforme foi acordado na COP-26 por mais de cem países, o Brasil entre eles, além de recuperar áreas degradadas. A preservação da floresta, alertam, é crucial para a redução das emissões de gases do efeito estufa, uma vez que ela atua como um sumidouro de CO2. São de 150 a 200 bilhões de toneladas de carbono armazenadas no solo e na vegetação.

A floresta amazônica é um dos elementos mais importantes do sistema climático da Terra. A mata exerce um papel crucial nos ciclos globais da água e na regulação da variabilidade climática.Um volume significativo de água evaporada pela floresta vai para sul por meio dos chamados “rios voadores”. É uma das principais fontes de água a alimentar outros ecossistemas e cultivos agrícolas do Centro-Oeste e do Sudeste do País. Além disso, a Bacia Amazônica é fonte de de 16% a 22% de toda a água lançada anualmente nos oceanos.

Cerca de 47 milhões de pessoas vivem na região amazônica. Entre elas, estão 2,2 milhões de indígenas distribuídos em mais de 400 grupos, falantes de 300 línguas diferentes. Segundo o relatório, os indígenas são cruciais para a conservação e para o desenvolvimento sustentável da floresta e sua biodiversidade. No entanto, alerta, estão sob ameaça. O documento diz que parte das populações perderam direitos nos últimos anos.

Com os aumentos recentes no desmatamento da maior floresta tropical da Terra, nós precisamos acender o sinal vermelho

Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da UnB

“Com os aumentos recentes no desmatamento da maior floresta tropical da Terra, nós precisamos acender o sinal vermelho”, afirmou Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e também integrante do painel. “Salvar as florestas existentes do desmatamento e da degradação e recuperar os ecossistemas é uma das tarefas mais urgentes de nosso tempo para preservar a Amazônia e seu povo e para lidar com o risco global e os impactos das mudanças climáticas.”

À frente da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, o líder indígena equatoriano Gregório Marabal fez um apelo emocionado ao fim da apresentação do relatório:

"A Amazônia é nossa casa, vivemos lá há milhares de anos", disse Marabal. "A floresta é um ser vivo, tem espírito, e ela está gritando por uma nova oportunidade para continuar respirando com a ajuda de todos. Temos que seguir respirando junto. Não é possível viver sem árvores, sem biodiversidade, sem montanhas, sem selva amazônica."

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.