Em 37 anos o Brasil desmatou o equivalente a duas Alemanhas de vegetação nativa; diz estudo


96 milhões de hectares foram devastados entre 1985 e 2022, segundo o Mapbiomas

Por Paula Ferreira
Atualização:

Análise do uso da terra no Brasil nos últimos 37 anos mostra que um território 2,5 vezes maior do que a Alemanha foi desmatado no País nesse período. De acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira, 31, pelo Mapbiomas, 96 milhões de hectares de vegetação nativa foram devastados entre 1985 e 2022 - como base de comparação, o território alemão tem 357 mil km².

O levantamento, que utiliza uma série histórica de dados disponíveis em satélite, mostra que a destruição da vegetação nativa acelerou após a aprovação do Código Florestal, em 2012. Enquanto nos cinco anos que antecederam a aprovação da legislação, de 2008 a 2012, cerca de 5,8 milhões de hectares foram desmatados, nos cinco anos posteriores ao código, de 2013 a 2018, a área saltou para 8 milhões de hectares.

O desmate seguiu em crescimento até a atualidade. Considerando o período mais recente de dados, de 2018 a 2022, houve um aumento de 120% no desmatamento em comparação com o período pré-código (2008-2012): foram 12,8 milhões de hectares de vegetação nativa destruídos.

Ritmo do desmatamento cresceu no País no período de 2018 a 2022 Foto: Gabriela Biló/Estadão

“O objetivo do Código Florestal era proteger nossos recursos. E o que a gente vê é que o quinquênio que tivemos a menor perda de cobertura de vegetação nativa foi o que precedeu o Código Florestal, e após o código aumentou a perda de vegetação nativa. Então, alguma coisa precisa ser ajustada”, afirma Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima conduzida por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

Sancionado em 2012, o Código Florestal, entre outros pontos, concedeu anistia para quem praticou desmatamento ilegal até julho de 2008. Na prática, segundo o especialista, a medida criou uma sensação de permissividade entre os desmatadores, o que pode estar na raiz do aumento da devastação após suas aprovação.

“A minha interpretação é quando se deu uma anistia por meio do Código Florestal, que anistiou tudo que estava para trás, o sinal que ele deu é: sempre dá para anistiar. Você continua fazendo o que está fazendo, até que algum dia alguém vai anistiar”, diz Azevedo.

Segundo ele, a lei, que foi criada para proteger o meio ambiente, se converteu em um marco a favor da devastação. “O Código Florestal abriu uma porteira e uma possibilidade que antes não estava no radar de ninguém. Nunca tivemos uma lei ambiental olhando para trás, sempre as leis ambientais foram andando para frente”, argumenta.

Atualmente, segundo o estudo, cerca de 64% do território brasileiro está coberto por vegetação nativa, mas isso não significa que toda essa área esteja preservada. Aproximadamente 9% da área nativa é composta por vegetação secundária, ou seja, que já foi desmatada pelo menos uma vez e está se regenerando. Em 1985, o País tinha 75% de seu território coberto por vegetação nativa.

O estudo mostra que os tipos de uso da terra que mais expandiram nesses anos foram a agricultura e formação de pastagens, com 61,4 milhões de hectares acumulados e 41,9 milhões de hectares, respectivamente.

Ao longo desses anos, somente 1% do desmatamento ocorreu em áreas indígenas, enquanto nas áreas privadas o porcentual foi de 17%, aponta o Mapbiomas. Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) reinicia o julgamento a respeito da tese do Marco Temporal, que prevê a demarcação de terras somente em áreas ocupadas por indígenas no momento da promulgação da Constituição de 1988. A preservação da terra é um dos argumentos citados por ambientalistas e ativistas da causa indígena para defender o direito dos povos originários.

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que os dados reunidos pelo MapBiomas são importantes para auxiliar no planejamento de políticas públicas. “Não é mais uma questão apenas de definir boas políticas públicas, é uma necessidade de fazer inversões mais radicais no nosso modo de vida, no consumo”, disse.

Análise do uso da terra no Brasil nos últimos 37 anos mostra que um território 2,5 vezes maior do que a Alemanha foi desmatado no País nesse período. De acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira, 31, pelo Mapbiomas, 96 milhões de hectares de vegetação nativa foram devastados entre 1985 e 2022 - como base de comparação, o território alemão tem 357 mil km².

O levantamento, que utiliza uma série histórica de dados disponíveis em satélite, mostra que a destruição da vegetação nativa acelerou após a aprovação do Código Florestal, em 2012. Enquanto nos cinco anos que antecederam a aprovação da legislação, de 2008 a 2012, cerca de 5,8 milhões de hectares foram desmatados, nos cinco anos posteriores ao código, de 2013 a 2018, a área saltou para 8 milhões de hectares.

O desmate seguiu em crescimento até a atualidade. Considerando o período mais recente de dados, de 2018 a 2022, houve um aumento de 120% no desmatamento em comparação com o período pré-código (2008-2012): foram 12,8 milhões de hectares de vegetação nativa destruídos.

Ritmo do desmatamento cresceu no País no período de 2018 a 2022 Foto: Gabriela Biló/Estadão

“O objetivo do Código Florestal era proteger nossos recursos. E o que a gente vê é que o quinquênio que tivemos a menor perda de cobertura de vegetação nativa foi o que precedeu o Código Florestal, e após o código aumentou a perda de vegetação nativa. Então, alguma coisa precisa ser ajustada”, afirma Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima conduzida por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

Sancionado em 2012, o Código Florestal, entre outros pontos, concedeu anistia para quem praticou desmatamento ilegal até julho de 2008. Na prática, segundo o especialista, a medida criou uma sensação de permissividade entre os desmatadores, o que pode estar na raiz do aumento da devastação após suas aprovação.

“A minha interpretação é quando se deu uma anistia por meio do Código Florestal, que anistiou tudo que estava para trás, o sinal que ele deu é: sempre dá para anistiar. Você continua fazendo o que está fazendo, até que algum dia alguém vai anistiar”, diz Azevedo.

Segundo ele, a lei, que foi criada para proteger o meio ambiente, se converteu em um marco a favor da devastação. “O Código Florestal abriu uma porteira e uma possibilidade que antes não estava no radar de ninguém. Nunca tivemos uma lei ambiental olhando para trás, sempre as leis ambientais foram andando para frente”, argumenta.

Atualmente, segundo o estudo, cerca de 64% do território brasileiro está coberto por vegetação nativa, mas isso não significa que toda essa área esteja preservada. Aproximadamente 9% da área nativa é composta por vegetação secundária, ou seja, que já foi desmatada pelo menos uma vez e está se regenerando. Em 1985, o País tinha 75% de seu território coberto por vegetação nativa.

O estudo mostra que os tipos de uso da terra que mais expandiram nesses anos foram a agricultura e formação de pastagens, com 61,4 milhões de hectares acumulados e 41,9 milhões de hectares, respectivamente.

Ao longo desses anos, somente 1% do desmatamento ocorreu em áreas indígenas, enquanto nas áreas privadas o porcentual foi de 17%, aponta o Mapbiomas. Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) reinicia o julgamento a respeito da tese do Marco Temporal, que prevê a demarcação de terras somente em áreas ocupadas por indígenas no momento da promulgação da Constituição de 1988. A preservação da terra é um dos argumentos citados por ambientalistas e ativistas da causa indígena para defender o direito dos povos originários.

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que os dados reunidos pelo MapBiomas são importantes para auxiliar no planejamento de políticas públicas. “Não é mais uma questão apenas de definir boas políticas públicas, é uma necessidade de fazer inversões mais radicais no nosso modo de vida, no consumo”, disse.

Análise do uso da terra no Brasil nos últimos 37 anos mostra que um território 2,5 vezes maior do que a Alemanha foi desmatado no País nesse período. De acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira, 31, pelo Mapbiomas, 96 milhões de hectares de vegetação nativa foram devastados entre 1985 e 2022 - como base de comparação, o território alemão tem 357 mil km².

O levantamento, que utiliza uma série histórica de dados disponíveis em satélite, mostra que a destruição da vegetação nativa acelerou após a aprovação do Código Florestal, em 2012. Enquanto nos cinco anos que antecederam a aprovação da legislação, de 2008 a 2012, cerca de 5,8 milhões de hectares foram desmatados, nos cinco anos posteriores ao código, de 2013 a 2018, a área saltou para 8 milhões de hectares.

O desmate seguiu em crescimento até a atualidade. Considerando o período mais recente de dados, de 2018 a 2022, houve um aumento de 120% no desmatamento em comparação com o período pré-código (2008-2012): foram 12,8 milhões de hectares de vegetação nativa destruídos.

Ritmo do desmatamento cresceu no País no período de 2018 a 2022 Foto: Gabriela Biló/Estadão

“O objetivo do Código Florestal era proteger nossos recursos. E o que a gente vê é que o quinquênio que tivemos a menor perda de cobertura de vegetação nativa foi o que precedeu o Código Florestal, e após o código aumentou a perda de vegetação nativa. Então, alguma coisa precisa ser ajustada”, afirma Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima conduzida por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

Sancionado em 2012, o Código Florestal, entre outros pontos, concedeu anistia para quem praticou desmatamento ilegal até julho de 2008. Na prática, segundo o especialista, a medida criou uma sensação de permissividade entre os desmatadores, o que pode estar na raiz do aumento da devastação após suas aprovação.

“A minha interpretação é quando se deu uma anistia por meio do Código Florestal, que anistiou tudo que estava para trás, o sinal que ele deu é: sempre dá para anistiar. Você continua fazendo o que está fazendo, até que algum dia alguém vai anistiar”, diz Azevedo.

Segundo ele, a lei, que foi criada para proteger o meio ambiente, se converteu em um marco a favor da devastação. “O Código Florestal abriu uma porteira e uma possibilidade que antes não estava no radar de ninguém. Nunca tivemos uma lei ambiental olhando para trás, sempre as leis ambientais foram andando para frente”, argumenta.

Atualmente, segundo o estudo, cerca de 64% do território brasileiro está coberto por vegetação nativa, mas isso não significa que toda essa área esteja preservada. Aproximadamente 9% da área nativa é composta por vegetação secundária, ou seja, que já foi desmatada pelo menos uma vez e está se regenerando. Em 1985, o País tinha 75% de seu território coberto por vegetação nativa.

O estudo mostra que os tipos de uso da terra que mais expandiram nesses anos foram a agricultura e formação de pastagens, com 61,4 milhões de hectares acumulados e 41,9 milhões de hectares, respectivamente.

Ao longo desses anos, somente 1% do desmatamento ocorreu em áreas indígenas, enquanto nas áreas privadas o porcentual foi de 17%, aponta o Mapbiomas. Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) reinicia o julgamento a respeito da tese do Marco Temporal, que prevê a demarcação de terras somente em áreas ocupadas por indígenas no momento da promulgação da Constituição de 1988. A preservação da terra é um dos argumentos citados por ambientalistas e ativistas da causa indígena para defender o direito dos povos originários.

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que os dados reunidos pelo MapBiomas são importantes para auxiliar no planejamento de políticas públicas. “Não é mais uma questão apenas de definir boas políticas públicas, é uma necessidade de fazer inversões mais radicais no nosso modo de vida, no consumo”, disse.

Análise do uso da terra no Brasil nos últimos 37 anos mostra que um território 2,5 vezes maior do que a Alemanha foi desmatado no País nesse período. De acordo com o estudo divulgado nesta quinta-feira, 31, pelo Mapbiomas, 96 milhões de hectares de vegetação nativa foram devastados entre 1985 e 2022 - como base de comparação, o território alemão tem 357 mil km².

O levantamento, que utiliza uma série histórica de dados disponíveis em satélite, mostra que a destruição da vegetação nativa acelerou após a aprovação do Código Florestal, em 2012. Enquanto nos cinco anos que antecederam a aprovação da legislação, de 2008 a 2012, cerca de 5,8 milhões de hectares foram desmatados, nos cinco anos posteriores ao código, de 2013 a 2018, a área saltou para 8 milhões de hectares.

O desmate seguiu em crescimento até a atualidade. Considerando o período mais recente de dados, de 2018 a 2022, houve um aumento de 120% no desmatamento em comparação com o período pré-código (2008-2012): foram 12,8 milhões de hectares de vegetação nativa destruídos.

Ritmo do desmatamento cresceu no País no período de 2018 a 2022 Foto: Gabriela Biló/Estadão

“O objetivo do Código Florestal era proteger nossos recursos. E o que a gente vê é que o quinquênio que tivemos a menor perda de cobertura de vegetação nativa foi o que precedeu o Código Florestal, e após o código aumentou a perda de vegetação nativa. Então, alguma coisa precisa ser ajustada”, afirma Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima conduzida por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia.

Sancionado em 2012, o Código Florestal, entre outros pontos, concedeu anistia para quem praticou desmatamento ilegal até julho de 2008. Na prática, segundo o especialista, a medida criou uma sensação de permissividade entre os desmatadores, o que pode estar na raiz do aumento da devastação após suas aprovação.

“A minha interpretação é quando se deu uma anistia por meio do Código Florestal, que anistiou tudo que estava para trás, o sinal que ele deu é: sempre dá para anistiar. Você continua fazendo o que está fazendo, até que algum dia alguém vai anistiar”, diz Azevedo.

Segundo ele, a lei, que foi criada para proteger o meio ambiente, se converteu em um marco a favor da devastação. “O Código Florestal abriu uma porteira e uma possibilidade que antes não estava no radar de ninguém. Nunca tivemos uma lei ambiental olhando para trás, sempre as leis ambientais foram andando para frente”, argumenta.

Atualmente, segundo o estudo, cerca de 64% do território brasileiro está coberto por vegetação nativa, mas isso não significa que toda essa área esteja preservada. Aproximadamente 9% da área nativa é composta por vegetação secundária, ou seja, que já foi desmatada pelo menos uma vez e está se regenerando. Em 1985, o País tinha 75% de seu território coberto por vegetação nativa.

O estudo mostra que os tipos de uso da terra que mais expandiram nesses anos foram a agricultura e formação de pastagens, com 61,4 milhões de hectares acumulados e 41,9 milhões de hectares, respectivamente.

Ao longo desses anos, somente 1% do desmatamento ocorreu em áreas indígenas, enquanto nas áreas privadas o porcentual foi de 17%, aponta o Mapbiomas. Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) reinicia o julgamento a respeito da tese do Marco Temporal, que prevê a demarcação de terras somente em áreas ocupadas por indígenas no momento da promulgação da Constituição de 1988. A preservação da terra é um dos argumentos citados por ambientalistas e ativistas da causa indígena para defender o direito dos povos originários.

O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que os dados reunidos pelo MapBiomas são importantes para auxiliar no planejamento de políticas públicas. “Não é mais uma questão apenas de definir boas políticas públicas, é uma necessidade de fazer inversões mais radicais no nosso modo de vida, no consumo”, disse.

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