A Defesa Civil do Estado de São Paulo informa sobre a possibilidade de “chuva preta” no território paulista. O contato com a água proveniente do fenômeno deve ser evitado, já que ela é tóxica, diz o órgão.
A chuva preta ocorre quando partículas de fumaça geradas pelas queimadas sobem para a atmosfera e se misturam com as gotas de chuva, gerando essa coloração escura, explicou, em vídeo, a policial militar (PM) Suellen.
As queimadas pelo Estado afetam a qualidade do ar. A chegada da chuva tende a limpar essa fuligem da atmosfera, reduzindo a poluição e aumentando a umidade do ar.
“As gotas carregam partículas finas de substâncias poluentes. Por esse motivo, a água não deve ser utilizada e o contato com a chuva deve ser evitado”, diz a PM.
Especialistas ouvidos pelo Estadão recomendam que, tanto pessoas como animais, não tenham contato e, muito menos, façam a ingestão dessa água ou uso para outras finalidades.
Os dois órgãos que mais têm contato com esse material tóxico são a pele e os pulmões. Na pele, pode gerar quadros de dermatite e conjuntivite. Já no pulmão, as partículas tóxicas vão direto para a corrente sanguínea.
Por conta das queimadas, houve um aumento na procura de pacientes em hospitais por demandas de doenças respiratórias, exacerbação de asma e doenças cardiovasculares, como angina, infarto e também derrames.
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Apesar da chuva causar uma sensação de alívio por trazer mais umidade, também acaba por espalhar micropartículas prejudiciais à saúde em rios, lagos, plantações e em alimentos consumidos por famílias e seres domésticos, alertam.
A água da “chuva preta” não deve ser ingerida pelos animais, podendo provocar quadros de irritação na boca e em partes internas do organismo, como o esôfago, além de outros sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, perda de apetite e até câncer, no longo prazo, se a ingestão for contínua.
Também não pode ser usada na agricultura, que deve ser, inclusive, protegida do material, pois a fuligem contamina os alimentos plantados.