Ciclone: ‘Caíam pedras de granizo do tamanho de laranjas’, relata morador do Rio Grande do Sul


Cidades gaúchas estão sendo afetadas pelo fenômeno, que traz ventania, fortes chuvas e ocorrências de granizo. ‘A gente batalha tanto para as coisas e em questão de minutos perde tudo’, lamenta atingido

Por Adele Robichez
Atualização:

Um barulho alto acordou no susto a família de Fábio Araújo por volta das 5h30 desta quinta-feira, 13. O servidor público de 52 anos deu um pulo da cama e, junto com a esposa e a filha, correu para proteger os móveis. O som veio de pedras de granizo que destruíam as telhas da residência, enquanto a água corria pelas paredes e alagava o chão. “Acabou com o teto, encharcou tudo”, disse o morador de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul.

O Estado sofreu nesta quinta-feira com os efeitos de um ciclone extratropical que passa pela região. O fenômeno deixou um idoso morto e outras 20 pessoas feridas. Impactos são esperados até o fim de semana. Cidades gaúchas e catarinenses observaram a intensidade de tempestades desde a noite desta quarta-feira, 12. Desde o litoral gaúcho até a costa do Rio de Janeiro, deve haver vento forte e chuva e a frente fria avança até parte do Centro-Oeste.

A cidade de Vera Cruz está em situação de emergência. A casa de Araújo é uma dentre as 3 mil que foram danificadas no município, segundo a Defesa Civil local. “É muito dolorido. A gente batalha tanto para as coisas, e em questão de minutos perde tudo”, lamenta. O funcionário diz que comprou telhas para tentar substituir a lona que ocupa agora o lugar do teto. Mas o medo persiste. “A gente não sabe o que está por vir”, explica o gaúcho.

Em Coronel Bicaco, ventania destruiu estruturas Foto: Defesa Civil-RS

“Caíam pedras do tamanho de laranjas”, relembra Alfeu Flores, de 46 anos. O morador do bairro do Arco-Íris, um dos mais atingidos pelo temporal em Vera Cruz, terá que trocar integralmente o telhado da casa. As telhas foram perfuradas pela chuva de granizo que caiu na cidade gaúcha na quarta-feira, 12. “Quebrou tudo, molhou tudo, o bairro todo está destruído. Foram pancadas enormes, um susto fora do comum”, relata.

Flores trabalha com ônibus escolares em Vera Cruz. Nesta quinta, 13, ele ficou em casa para tentar reformar uma parte do prejuízo. O forro do teto, de madeira, também estragou com a água escoada pelos buracos. “Está chovendo lá fora agora. A gente fica torcendo para não acontecer de novo”, diz.

Ao Estadão, o prefeito de Vera Cruz, Gilson Backer, informou que “o maior problema são os telhados”. As fortes chuvas e ventania se concentraram especialmente na área urbana da cidade.

O gestor estima que cerca de 10 mil habitantes foram atingidos pela precipitação de granizo na região. “Mobilizamos lonas para uma cobertura emergencial, já que muitos móveis já foram danificados dentro das residências. Com o decreto (da situação de emergência), estamos buscando meios de comprar telhas”, anunciou.

Em Concórdia, Santa Catarina, efeitos do ciclone também foram sentidos Foto: Defesa Civil-SC

Sem energia e água em casa, Evelyn Alves, de 19 anos, atendeu a reportagem do Estadão dentro de um mercado. A estudante aproveitou o gerador do estabelecimento para carregar um pouco o seu celular. A conversa foi interrompida algumas vezes, ora pelo sinal de telefonia inconsistente, ora pelo forte barulho da ventania.

Estudante de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), em Rio Grande, Evelyn não tem aula desde quarta-feira, 12. Segundo ela, que estava em semana de provas, não há nenhuma perspectiva de volta. Até porque a estrutura do local foi parcialmente destruída pelo vento e chuvas. Logo na entrada, o letreiro que leva o nome da universidade aparece deformado. Os corredores do Centro de Convivência estão tomados por destroços das janelas, destruídas. Na porta de entrada, os vidros foram estilhaçados.

Ane e Matheus Mancio, de 41 e 42 anos, vivem a reprise de um pesadelo. No mês passado, o casal já tinha ficado sem luz e água durante um ciclone que afetou o Estado. Eles moram na região de Itapuã, no distrito de Viamão, em Porto Alegre - uma das cidades mais atingidas pelo temporal. Novamente sem energia em casa desde as 6h da manhã desta quinta-feira, 13, eles já esperam pelo fim da água. “Temos uma caixa d’água, mas tem mil litros e não dura muito”, teme Matheus.

Entre idas e vindas ao mercado de um amigo, com gerador de energia, o comerciante Mancio tenta se atualizar sobre a situação e manter contato com familiares e clientes. “Aqui tem energia ainda, apesar de ter caído árvores e postes na fiação próxima”, conta. Enquanto isso, Ana não pode sair de casa para não deixar sozinhos o sogro aposentado, Cláudio, de 74 anos, e as filhas Betina e Cora, de 7 e 2 anos, respectivamente.

Também moradora de Vera Cruz, no bairro do Imigrante, Greyci Reis Bernardy perdeu não somente o teto, como a lona que cobria a destruição causada pela chuva de granizo. A analista de carteira agrícola de 27 anos relata que pedras de gelo “do tamanho de um ovo” rompiam as telhas do seu telhado e espatifavam-se no forro interno de PVC na madrugada da última quarta-feira, 12. Ela providenciou uma lona para evitar que os seus móveis ficassem ainda mais molhados. Na manhã desta quinta-feira, 13 no entanto, a residência acordou descoberta. “O vento levou”, diz.

Greyce ficará longe de casa até o fim do temporal, ainda sem previsão definida. Assustada, a gaúcha se mudou provisoriamente para a casa dos sogros, que também fica na cidade, mas foi menos atingida pelo ciclone. “Não adianta colocar a lona de volta, ela voa. Arredei os móveis da forma que deu. A casa, desisti de limpar. Eu limpo e escorre mais água. Vou esperar o primeiro dia de sol”, conta.

Um barulho alto acordou no susto a família de Fábio Araújo por volta das 5h30 desta quinta-feira, 13. O servidor público de 52 anos deu um pulo da cama e, junto com a esposa e a filha, correu para proteger os móveis. O som veio de pedras de granizo que destruíam as telhas da residência, enquanto a água corria pelas paredes e alagava o chão. “Acabou com o teto, encharcou tudo”, disse o morador de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul.

O Estado sofreu nesta quinta-feira com os efeitos de um ciclone extratropical que passa pela região. O fenômeno deixou um idoso morto e outras 20 pessoas feridas. Impactos são esperados até o fim de semana. Cidades gaúchas e catarinenses observaram a intensidade de tempestades desde a noite desta quarta-feira, 12. Desde o litoral gaúcho até a costa do Rio de Janeiro, deve haver vento forte e chuva e a frente fria avança até parte do Centro-Oeste.

A cidade de Vera Cruz está em situação de emergência. A casa de Araújo é uma dentre as 3 mil que foram danificadas no município, segundo a Defesa Civil local. “É muito dolorido. A gente batalha tanto para as coisas, e em questão de minutos perde tudo”, lamenta. O funcionário diz que comprou telhas para tentar substituir a lona que ocupa agora o lugar do teto. Mas o medo persiste. “A gente não sabe o que está por vir”, explica o gaúcho.

Em Coronel Bicaco, ventania destruiu estruturas Foto: Defesa Civil-RS

“Caíam pedras do tamanho de laranjas”, relembra Alfeu Flores, de 46 anos. O morador do bairro do Arco-Íris, um dos mais atingidos pelo temporal em Vera Cruz, terá que trocar integralmente o telhado da casa. As telhas foram perfuradas pela chuva de granizo que caiu na cidade gaúcha na quarta-feira, 12. “Quebrou tudo, molhou tudo, o bairro todo está destruído. Foram pancadas enormes, um susto fora do comum”, relata.

Flores trabalha com ônibus escolares em Vera Cruz. Nesta quinta, 13, ele ficou em casa para tentar reformar uma parte do prejuízo. O forro do teto, de madeira, também estragou com a água escoada pelos buracos. “Está chovendo lá fora agora. A gente fica torcendo para não acontecer de novo”, diz.

Ao Estadão, o prefeito de Vera Cruz, Gilson Backer, informou que “o maior problema são os telhados”. As fortes chuvas e ventania se concentraram especialmente na área urbana da cidade.

O gestor estima que cerca de 10 mil habitantes foram atingidos pela precipitação de granizo na região. “Mobilizamos lonas para uma cobertura emergencial, já que muitos móveis já foram danificados dentro das residências. Com o decreto (da situação de emergência), estamos buscando meios de comprar telhas”, anunciou.

Em Concórdia, Santa Catarina, efeitos do ciclone também foram sentidos Foto: Defesa Civil-SC

Sem energia e água em casa, Evelyn Alves, de 19 anos, atendeu a reportagem do Estadão dentro de um mercado. A estudante aproveitou o gerador do estabelecimento para carregar um pouco o seu celular. A conversa foi interrompida algumas vezes, ora pelo sinal de telefonia inconsistente, ora pelo forte barulho da ventania.

Estudante de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), em Rio Grande, Evelyn não tem aula desde quarta-feira, 12. Segundo ela, que estava em semana de provas, não há nenhuma perspectiva de volta. Até porque a estrutura do local foi parcialmente destruída pelo vento e chuvas. Logo na entrada, o letreiro que leva o nome da universidade aparece deformado. Os corredores do Centro de Convivência estão tomados por destroços das janelas, destruídas. Na porta de entrada, os vidros foram estilhaçados.

Ane e Matheus Mancio, de 41 e 42 anos, vivem a reprise de um pesadelo. No mês passado, o casal já tinha ficado sem luz e água durante um ciclone que afetou o Estado. Eles moram na região de Itapuã, no distrito de Viamão, em Porto Alegre - uma das cidades mais atingidas pelo temporal. Novamente sem energia em casa desde as 6h da manhã desta quinta-feira, 13, eles já esperam pelo fim da água. “Temos uma caixa d’água, mas tem mil litros e não dura muito”, teme Matheus.

Entre idas e vindas ao mercado de um amigo, com gerador de energia, o comerciante Mancio tenta se atualizar sobre a situação e manter contato com familiares e clientes. “Aqui tem energia ainda, apesar de ter caído árvores e postes na fiação próxima”, conta. Enquanto isso, Ana não pode sair de casa para não deixar sozinhos o sogro aposentado, Cláudio, de 74 anos, e as filhas Betina e Cora, de 7 e 2 anos, respectivamente.

Também moradora de Vera Cruz, no bairro do Imigrante, Greyci Reis Bernardy perdeu não somente o teto, como a lona que cobria a destruição causada pela chuva de granizo. A analista de carteira agrícola de 27 anos relata que pedras de gelo “do tamanho de um ovo” rompiam as telhas do seu telhado e espatifavam-se no forro interno de PVC na madrugada da última quarta-feira, 12. Ela providenciou uma lona para evitar que os seus móveis ficassem ainda mais molhados. Na manhã desta quinta-feira, 13 no entanto, a residência acordou descoberta. “O vento levou”, diz.

Greyce ficará longe de casa até o fim do temporal, ainda sem previsão definida. Assustada, a gaúcha se mudou provisoriamente para a casa dos sogros, que também fica na cidade, mas foi menos atingida pelo ciclone. “Não adianta colocar a lona de volta, ela voa. Arredei os móveis da forma que deu. A casa, desisti de limpar. Eu limpo e escorre mais água. Vou esperar o primeiro dia de sol”, conta.

Um barulho alto acordou no susto a família de Fábio Araújo por volta das 5h30 desta quinta-feira, 13. O servidor público de 52 anos deu um pulo da cama e, junto com a esposa e a filha, correu para proteger os móveis. O som veio de pedras de granizo que destruíam as telhas da residência, enquanto a água corria pelas paredes e alagava o chão. “Acabou com o teto, encharcou tudo”, disse o morador de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul.

O Estado sofreu nesta quinta-feira com os efeitos de um ciclone extratropical que passa pela região. O fenômeno deixou um idoso morto e outras 20 pessoas feridas. Impactos são esperados até o fim de semana. Cidades gaúchas e catarinenses observaram a intensidade de tempestades desde a noite desta quarta-feira, 12. Desde o litoral gaúcho até a costa do Rio de Janeiro, deve haver vento forte e chuva e a frente fria avança até parte do Centro-Oeste.

A cidade de Vera Cruz está em situação de emergência. A casa de Araújo é uma dentre as 3 mil que foram danificadas no município, segundo a Defesa Civil local. “É muito dolorido. A gente batalha tanto para as coisas, e em questão de minutos perde tudo”, lamenta. O funcionário diz que comprou telhas para tentar substituir a lona que ocupa agora o lugar do teto. Mas o medo persiste. “A gente não sabe o que está por vir”, explica o gaúcho.

Em Coronel Bicaco, ventania destruiu estruturas Foto: Defesa Civil-RS

“Caíam pedras do tamanho de laranjas”, relembra Alfeu Flores, de 46 anos. O morador do bairro do Arco-Íris, um dos mais atingidos pelo temporal em Vera Cruz, terá que trocar integralmente o telhado da casa. As telhas foram perfuradas pela chuva de granizo que caiu na cidade gaúcha na quarta-feira, 12. “Quebrou tudo, molhou tudo, o bairro todo está destruído. Foram pancadas enormes, um susto fora do comum”, relata.

Flores trabalha com ônibus escolares em Vera Cruz. Nesta quinta, 13, ele ficou em casa para tentar reformar uma parte do prejuízo. O forro do teto, de madeira, também estragou com a água escoada pelos buracos. “Está chovendo lá fora agora. A gente fica torcendo para não acontecer de novo”, diz.

Ao Estadão, o prefeito de Vera Cruz, Gilson Backer, informou que “o maior problema são os telhados”. As fortes chuvas e ventania se concentraram especialmente na área urbana da cidade.

O gestor estima que cerca de 10 mil habitantes foram atingidos pela precipitação de granizo na região. “Mobilizamos lonas para uma cobertura emergencial, já que muitos móveis já foram danificados dentro das residências. Com o decreto (da situação de emergência), estamos buscando meios de comprar telhas”, anunciou.

Em Concórdia, Santa Catarina, efeitos do ciclone também foram sentidos Foto: Defesa Civil-SC

Sem energia e água em casa, Evelyn Alves, de 19 anos, atendeu a reportagem do Estadão dentro de um mercado. A estudante aproveitou o gerador do estabelecimento para carregar um pouco o seu celular. A conversa foi interrompida algumas vezes, ora pelo sinal de telefonia inconsistente, ora pelo forte barulho da ventania.

Estudante de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), em Rio Grande, Evelyn não tem aula desde quarta-feira, 12. Segundo ela, que estava em semana de provas, não há nenhuma perspectiva de volta. Até porque a estrutura do local foi parcialmente destruída pelo vento e chuvas. Logo na entrada, o letreiro que leva o nome da universidade aparece deformado. Os corredores do Centro de Convivência estão tomados por destroços das janelas, destruídas. Na porta de entrada, os vidros foram estilhaçados.

Ane e Matheus Mancio, de 41 e 42 anos, vivem a reprise de um pesadelo. No mês passado, o casal já tinha ficado sem luz e água durante um ciclone que afetou o Estado. Eles moram na região de Itapuã, no distrito de Viamão, em Porto Alegre - uma das cidades mais atingidas pelo temporal. Novamente sem energia em casa desde as 6h da manhã desta quinta-feira, 13, eles já esperam pelo fim da água. “Temos uma caixa d’água, mas tem mil litros e não dura muito”, teme Matheus.

Entre idas e vindas ao mercado de um amigo, com gerador de energia, o comerciante Mancio tenta se atualizar sobre a situação e manter contato com familiares e clientes. “Aqui tem energia ainda, apesar de ter caído árvores e postes na fiação próxima”, conta. Enquanto isso, Ana não pode sair de casa para não deixar sozinhos o sogro aposentado, Cláudio, de 74 anos, e as filhas Betina e Cora, de 7 e 2 anos, respectivamente.

Também moradora de Vera Cruz, no bairro do Imigrante, Greyci Reis Bernardy perdeu não somente o teto, como a lona que cobria a destruição causada pela chuva de granizo. A analista de carteira agrícola de 27 anos relata que pedras de gelo “do tamanho de um ovo” rompiam as telhas do seu telhado e espatifavam-se no forro interno de PVC na madrugada da última quarta-feira, 12. Ela providenciou uma lona para evitar que os seus móveis ficassem ainda mais molhados. Na manhã desta quinta-feira, 13 no entanto, a residência acordou descoberta. “O vento levou”, diz.

Greyce ficará longe de casa até o fim do temporal, ainda sem previsão definida. Assustada, a gaúcha se mudou provisoriamente para a casa dos sogros, que também fica na cidade, mas foi menos atingida pelo ciclone. “Não adianta colocar a lona de volta, ela voa. Arredei os móveis da forma que deu. A casa, desisti de limpar. Eu limpo e escorre mais água. Vou esperar o primeiro dia de sol”, conta.

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