Como a crise climática afeta a produção de hortaliças em São Paulo


Pesquisa da FGVces aponta crescimento no número de eventos extremos desde a década de 1980; média das temperaturas máximas no Cinturão Verde, na Grande São Paulo, sobe até 2,2°C

Por Emilio Sant'Anna

Em um ano o calor é demais. No outro, de menos. Vêm, então, noites de geadas fora do comum, períodos de estiagem acima da média ou tempestades nada normais. O agricultor Fernando Sussumo Kamiya, 37 anos, tem assistido a isso no Cinturão Verde, na Grande São Paulo, ao longo de sua vida. Agora, o tamanho e o impacto das mudanças climáticas que presenciou foram medidas e avaliadas por uma pesquisa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), em parceria com a Citi Foundation.

O estudo foi realizado ao longo de 13 meses na sub-bacia Cabeceiras, inserida na Bacia Hidrográfica Alto Tietê. Dez municípios foram abrangidos: Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Guarulhos e São Paulo. Algumas das consequências das mudanças climáticas nessa região são a alteração na produção e fornecimento de produtos agrícolas para a Grande São Paulo.

Composto majoritariamente por pequenas propriedades de agricultura familiar, o Cinturão Verde é responsável pelo abastecimento de hortaliças para a capital e responde por cerca de 16% da produção do setor no Estado.

Três dimensões foram consideradas para traçar uma análise de risco climático: vulnerabilidade, exposição e ameaça climática nesses municípios. Os pesquisadores levantaram uma série de dados sobre as variáveis climáticas da Grande São Paulo desde o início dos anos 1980 e confirmaram o aumento da frequência de eventos extremos em entrevistas com os agricultores locais.

São eventos que Kamiya, da terceira geração de agricultores, conhece bem, com consequências devastadoras para suas plantações de alface, coentro e cebolinha. “O que se nota é um aumento da estiagem, mas aqui já teve enchentes em que perdi de 70% a 80% da produção, e já teve também, há quatro anos, de perder tudo, minha propriedade parecia um rio”, diz. “Aí, você acaba perdendo todo um ciclo e tendo que descartar tudo.”

Essa experiência negativa do agricultor se enquadra em um dos achados do estudo. Entre 1980 e 2015, os pesquisadores encontraram uma tendência de aumento de eventos extremos de chuvas intensas. As áreas mais afetadas se concentraram sobretudo na região central de São Paulo e em direção ao leste da cidade, atingindo também os municípios de Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano.

Em contrapartida, no mesmo período, houve um aumento considerável de dias secos ao longo do ano em quase todo o território da bacia do Alto Tietê. Em 36 anos, o aumento da quantidade de dias sem chuva em um ano foi de 13 a 20 dias. A região leste da capital, além de Poá, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes, foram as mais atingidas pelo fenômeno.

Agricultores do Cinturão Verde de São Paulo têm sido afetados por eventos climáticos extremos. Foto: Taba Benedicto/Estadão

A combinação entre o aumento da chuva intensa com o de dias secos, como é o caso da região entre a porção central de São Paulo e o município de Suzano, indica a intensificação dos eventos climáticos extremos. “Nos baseamos em uma metodologia utilizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e o que conseguimos ver, com base na literatura, é que há sim um componente global”, afirma Samuel de Mello Pinto, pesquisador da FGVces.

A análise também confirmou um aumento consistente das temperaturas máximas e mínimas para ambas as variáveis, com incrementos consistentes no território pesquisado. Para a temperatura máxima média, além da tendência de variação ser positiva em todos os municípios, ela cresceu gradativamente em direção à parte mais a leste da bacia.

No município de Salesópolis, por exemplo, a temperatura máxima média teve um aumento de aproximadamente 2,2°C, nos últimos 33 anos. A mínima seguiu padrão similar. Diminuíram a frequência de dias frios e o porcentual de dias abaixo de 10°C. Para esta última variável, a queda foi de 7,3% para o agregado da bacia. Assim, uma das conclusões é que os dias frios estão ficando menos frios.

Enquanto isso, as temperaturas extremas estão aumentando em magnitude. A análise do porcentual de dias com a temperatura acima de 30ºC demonstrou que, para a bacia do Alto Tietê, em 33 anos, houve um aumento médio de aproximadamente 12% no número de registros diários que ultrapassaram essa marca.

“A gente conversa com os agricultores mais velhos da cooperativa e ouve o que eles contam, mudou muito o clima por aqui”, afirma Kamiya. “A geada que teve ano retrasado, por exemplo, eu nunca tinha visto nada igual. Foram três dias seguidos.”

Além da intensificação dos eventos climáticos extremos, os pesquisadores observaram riscos nas outras duas dimensões analisadas. Um dos exemplos é o fato de a produção agrícola estar concentrada em poucas culturas; em geral, mais vulneráveis a variações e extremos climáticos, como a alface.

“São pequenos produtores com uma produção convencional, geralmente com uma única cultura que depende de insumos para o controle de pragas”, diz Ana Coelho, pesquisadora e coordenadora de programa do FGVces.

Para os agricultores, as mudanças climáticas trazem um complicador a mais: a falta de previsibilidade. A época certa de plantar, de colher, as doenças sazonais das culturas, para tudo havia uma previsão que se perde. “Agora estamos na primavera, mas com um clima atípico. Hoje, por exemplo, você tem que enfrentar doenças de inverno do alface”, afirma Kamiya.

A pesquisa da FGVces também envolveu um trabalho em campo com dez grupos de agricultores. Os resultados começaram a aparecer. Técnicas sustentáveis com o plantio direto e o de cultivo em consórcio passaram a ser desenvolvidas. A propriedade de Kamiya é uma delas.

Acima de tudo, o agricultor se diz um curioso que não está disposto a aceitar os novos, e confusos, padrões climáticos sem se adaptar. “A gente tem que mudar alguns conceitos e mudar paradigmas para ter técnicas mais resilientes”, afirma.

“São coisas que foram sendo colocadas na cabeça do produtor, como a nutrição das plantas, e que podem ser feitas de forma mais sustentáveis, conhecendo bem o solo e utilizando técnicas mais adequadas que não intensificam os efeitos das mudanças climáticas.”

Em um ano o calor é demais. No outro, de menos. Vêm, então, noites de geadas fora do comum, períodos de estiagem acima da média ou tempestades nada normais. O agricultor Fernando Sussumo Kamiya, 37 anos, tem assistido a isso no Cinturão Verde, na Grande São Paulo, ao longo de sua vida. Agora, o tamanho e o impacto das mudanças climáticas que presenciou foram medidas e avaliadas por uma pesquisa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), em parceria com a Citi Foundation.

O estudo foi realizado ao longo de 13 meses na sub-bacia Cabeceiras, inserida na Bacia Hidrográfica Alto Tietê. Dez municípios foram abrangidos: Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Guarulhos e São Paulo. Algumas das consequências das mudanças climáticas nessa região são a alteração na produção e fornecimento de produtos agrícolas para a Grande São Paulo.

Composto majoritariamente por pequenas propriedades de agricultura familiar, o Cinturão Verde é responsável pelo abastecimento de hortaliças para a capital e responde por cerca de 16% da produção do setor no Estado.

Três dimensões foram consideradas para traçar uma análise de risco climático: vulnerabilidade, exposição e ameaça climática nesses municípios. Os pesquisadores levantaram uma série de dados sobre as variáveis climáticas da Grande São Paulo desde o início dos anos 1980 e confirmaram o aumento da frequência de eventos extremos em entrevistas com os agricultores locais.

São eventos que Kamiya, da terceira geração de agricultores, conhece bem, com consequências devastadoras para suas plantações de alface, coentro e cebolinha. “O que se nota é um aumento da estiagem, mas aqui já teve enchentes em que perdi de 70% a 80% da produção, e já teve também, há quatro anos, de perder tudo, minha propriedade parecia um rio”, diz. “Aí, você acaba perdendo todo um ciclo e tendo que descartar tudo.”

Essa experiência negativa do agricultor se enquadra em um dos achados do estudo. Entre 1980 e 2015, os pesquisadores encontraram uma tendência de aumento de eventos extremos de chuvas intensas. As áreas mais afetadas se concentraram sobretudo na região central de São Paulo e em direção ao leste da cidade, atingindo também os municípios de Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano.

Em contrapartida, no mesmo período, houve um aumento considerável de dias secos ao longo do ano em quase todo o território da bacia do Alto Tietê. Em 36 anos, o aumento da quantidade de dias sem chuva em um ano foi de 13 a 20 dias. A região leste da capital, além de Poá, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes, foram as mais atingidas pelo fenômeno.

Agricultores do Cinturão Verde de São Paulo têm sido afetados por eventos climáticos extremos. Foto: Taba Benedicto/Estadão

A combinação entre o aumento da chuva intensa com o de dias secos, como é o caso da região entre a porção central de São Paulo e o município de Suzano, indica a intensificação dos eventos climáticos extremos. “Nos baseamos em uma metodologia utilizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e o que conseguimos ver, com base na literatura, é que há sim um componente global”, afirma Samuel de Mello Pinto, pesquisador da FGVces.

A análise também confirmou um aumento consistente das temperaturas máximas e mínimas para ambas as variáveis, com incrementos consistentes no território pesquisado. Para a temperatura máxima média, além da tendência de variação ser positiva em todos os municípios, ela cresceu gradativamente em direção à parte mais a leste da bacia.

No município de Salesópolis, por exemplo, a temperatura máxima média teve um aumento de aproximadamente 2,2°C, nos últimos 33 anos. A mínima seguiu padrão similar. Diminuíram a frequência de dias frios e o porcentual de dias abaixo de 10°C. Para esta última variável, a queda foi de 7,3% para o agregado da bacia. Assim, uma das conclusões é que os dias frios estão ficando menos frios.

Enquanto isso, as temperaturas extremas estão aumentando em magnitude. A análise do porcentual de dias com a temperatura acima de 30ºC demonstrou que, para a bacia do Alto Tietê, em 33 anos, houve um aumento médio de aproximadamente 12% no número de registros diários que ultrapassaram essa marca.

“A gente conversa com os agricultores mais velhos da cooperativa e ouve o que eles contam, mudou muito o clima por aqui”, afirma Kamiya. “A geada que teve ano retrasado, por exemplo, eu nunca tinha visto nada igual. Foram três dias seguidos.”

Além da intensificação dos eventos climáticos extremos, os pesquisadores observaram riscos nas outras duas dimensões analisadas. Um dos exemplos é o fato de a produção agrícola estar concentrada em poucas culturas; em geral, mais vulneráveis a variações e extremos climáticos, como a alface.

“São pequenos produtores com uma produção convencional, geralmente com uma única cultura que depende de insumos para o controle de pragas”, diz Ana Coelho, pesquisadora e coordenadora de programa do FGVces.

Para os agricultores, as mudanças climáticas trazem um complicador a mais: a falta de previsibilidade. A época certa de plantar, de colher, as doenças sazonais das culturas, para tudo havia uma previsão que se perde. “Agora estamos na primavera, mas com um clima atípico. Hoje, por exemplo, você tem que enfrentar doenças de inverno do alface”, afirma Kamiya.

A pesquisa da FGVces também envolveu um trabalho em campo com dez grupos de agricultores. Os resultados começaram a aparecer. Técnicas sustentáveis com o plantio direto e o de cultivo em consórcio passaram a ser desenvolvidas. A propriedade de Kamiya é uma delas.

Acima de tudo, o agricultor se diz um curioso que não está disposto a aceitar os novos, e confusos, padrões climáticos sem se adaptar. “A gente tem que mudar alguns conceitos e mudar paradigmas para ter técnicas mais resilientes”, afirma.

“São coisas que foram sendo colocadas na cabeça do produtor, como a nutrição das plantas, e que podem ser feitas de forma mais sustentáveis, conhecendo bem o solo e utilizando técnicas mais adequadas que não intensificam os efeitos das mudanças climáticas.”

Em um ano o calor é demais. No outro, de menos. Vêm, então, noites de geadas fora do comum, períodos de estiagem acima da média ou tempestades nada normais. O agricultor Fernando Sussumo Kamiya, 37 anos, tem assistido a isso no Cinturão Verde, na Grande São Paulo, ao longo de sua vida. Agora, o tamanho e o impacto das mudanças climáticas que presenciou foram medidas e avaliadas por uma pesquisa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (FGVces), em parceria com a Citi Foundation.

O estudo foi realizado ao longo de 13 meses na sub-bacia Cabeceiras, inserida na Bacia Hidrográfica Alto Tietê. Dez municípios foram abrangidos: Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Arujá, Guarulhos e São Paulo. Algumas das consequências das mudanças climáticas nessa região são a alteração na produção e fornecimento de produtos agrícolas para a Grande São Paulo.

Composto majoritariamente por pequenas propriedades de agricultura familiar, o Cinturão Verde é responsável pelo abastecimento de hortaliças para a capital e responde por cerca de 16% da produção do setor no Estado.

Três dimensões foram consideradas para traçar uma análise de risco climático: vulnerabilidade, exposição e ameaça climática nesses municípios. Os pesquisadores levantaram uma série de dados sobre as variáveis climáticas da Grande São Paulo desde o início dos anos 1980 e confirmaram o aumento da frequência de eventos extremos em entrevistas com os agricultores locais.

São eventos que Kamiya, da terceira geração de agricultores, conhece bem, com consequências devastadoras para suas plantações de alface, coentro e cebolinha. “O que se nota é um aumento da estiagem, mas aqui já teve enchentes em que perdi de 70% a 80% da produção, e já teve também, há quatro anos, de perder tudo, minha propriedade parecia um rio”, diz. “Aí, você acaba perdendo todo um ciclo e tendo que descartar tudo.”

Essa experiência negativa do agricultor se enquadra em um dos achados do estudo. Entre 1980 e 2015, os pesquisadores encontraram uma tendência de aumento de eventos extremos de chuvas intensas. As áreas mais afetadas se concentraram sobretudo na região central de São Paulo e em direção ao leste da cidade, atingindo também os municípios de Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano.

Em contrapartida, no mesmo período, houve um aumento considerável de dias secos ao longo do ano em quase todo o território da bacia do Alto Tietê. Em 36 anos, o aumento da quantidade de dias sem chuva em um ano foi de 13 a 20 dias. A região leste da capital, além de Poá, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes, foram as mais atingidas pelo fenômeno.

Agricultores do Cinturão Verde de São Paulo têm sido afetados por eventos climáticos extremos. Foto: Taba Benedicto/Estadão

A combinação entre o aumento da chuva intensa com o de dias secos, como é o caso da região entre a porção central de São Paulo e o município de Suzano, indica a intensificação dos eventos climáticos extremos. “Nos baseamos em uma metodologia utilizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e o que conseguimos ver, com base na literatura, é que há sim um componente global”, afirma Samuel de Mello Pinto, pesquisador da FGVces.

A análise também confirmou um aumento consistente das temperaturas máximas e mínimas para ambas as variáveis, com incrementos consistentes no território pesquisado. Para a temperatura máxima média, além da tendência de variação ser positiva em todos os municípios, ela cresceu gradativamente em direção à parte mais a leste da bacia.

No município de Salesópolis, por exemplo, a temperatura máxima média teve um aumento de aproximadamente 2,2°C, nos últimos 33 anos. A mínima seguiu padrão similar. Diminuíram a frequência de dias frios e o porcentual de dias abaixo de 10°C. Para esta última variável, a queda foi de 7,3% para o agregado da bacia. Assim, uma das conclusões é que os dias frios estão ficando menos frios.

Enquanto isso, as temperaturas extremas estão aumentando em magnitude. A análise do porcentual de dias com a temperatura acima de 30ºC demonstrou que, para a bacia do Alto Tietê, em 33 anos, houve um aumento médio de aproximadamente 12% no número de registros diários que ultrapassaram essa marca.

“A gente conversa com os agricultores mais velhos da cooperativa e ouve o que eles contam, mudou muito o clima por aqui”, afirma Kamiya. “A geada que teve ano retrasado, por exemplo, eu nunca tinha visto nada igual. Foram três dias seguidos.”

Além da intensificação dos eventos climáticos extremos, os pesquisadores observaram riscos nas outras duas dimensões analisadas. Um dos exemplos é o fato de a produção agrícola estar concentrada em poucas culturas; em geral, mais vulneráveis a variações e extremos climáticos, como a alface.

“São pequenos produtores com uma produção convencional, geralmente com uma única cultura que depende de insumos para o controle de pragas”, diz Ana Coelho, pesquisadora e coordenadora de programa do FGVces.

Para os agricultores, as mudanças climáticas trazem um complicador a mais: a falta de previsibilidade. A época certa de plantar, de colher, as doenças sazonais das culturas, para tudo havia uma previsão que se perde. “Agora estamos na primavera, mas com um clima atípico. Hoje, por exemplo, você tem que enfrentar doenças de inverno do alface”, afirma Kamiya.

A pesquisa da FGVces também envolveu um trabalho em campo com dez grupos de agricultores. Os resultados começaram a aparecer. Técnicas sustentáveis com o plantio direto e o de cultivo em consórcio passaram a ser desenvolvidas. A propriedade de Kamiya é uma delas.

Acima de tudo, o agricultor se diz um curioso que não está disposto a aceitar os novos, e confusos, padrões climáticos sem se adaptar. “A gente tem que mudar alguns conceitos e mudar paradigmas para ter técnicas mais resilientes”, afirma.

“São coisas que foram sendo colocadas na cabeça do produtor, como a nutrição das plantas, e que podem ser feitas de forma mais sustentáveis, conhecendo bem o solo e utilizando técnicas mais adequadas que não intensificam os efeitos das mudanças climáticas.”

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