COP-27: Lula vai pedir à ONU para Amazônia sediar cúpula do clima em 2025


‘O Brasil está de volta ao mundo’, diz presidente eleito em evento com consórcio de governadores dos Estados da Amazônia, no Egito; mais tarde, ele fará pronunciamento

Por Emilio Sant'Anna e Clarice Couto
Atualização:

ENVIADOS ESPECIAIS A SHARM EL-SHEIK - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 15, que o Brasil precisa sair do isolamento e confirmou que vai pedir à Organização das Nações Unidas (ONU) para que a Amazônia seja sede da Cúpula do Clima (COP) em 2025. “Vou falar com o secretário (das Nações Unidas) para fazer a COP no Pará ou no Amazonas”, afirmou.

Lula participou de um evento com o consórcio de governadores dos Estados da Amazônia, a primeira agenda pública na COP-27 em Sharm el-Sheik, no Egito. O pedido para que algum Estado que abrigue a floresta seja a sede da conferência climática de 2025 foi feito pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), líder do consórcio dos governadores e autor do convite para que o petista participasse do evento. “O Brasil está de volta ao mundo”, disse Lula durante o evento. “Vamos trabalhar para acabar com a fome e a degradação das florestas.”

Lula durante encontro com governadores durante a COP-27 em Sharm el-Sheikh, no Egito. Foto: Emilie Madi/Reuters

No discurso feito para mais de 300 pessoas, que se abarrotavam do lado de fora do estande, incluindo muitos estrangeiros, Lula ressaltou a necessidade de recuperar a aliança entre entes federativos e o governo federal. “Não é possível haver distanciamento de presidente, governadores e prefeitos”, afirmou.

Ele destacou também a necessidade de o Brasil retomar seu protagonismo no cenário global. “O Brasil não nasceu pra ser pais isolado, é muito grande. Não pode ficar isolado como nos últimos quatro anos. Era como se o País estivesse bloqueado, mas era um bloqueio contra a antidemocracia”, disse. “A democracia vai voltar a reinar no Brasil de forma permanente. Presidente da República tem obrigação de conversar com todos, independentemente de partido, religião etc.”

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Presidente eleito chegou ao pavilhão dos Estados da Amazônia Legal cercado de atenção da mídia internacional

Ao fim de sua fala, Lula reforçou que quer criar o Ministério dos Povos Originários e que precisará da atuação dos Estados para a recuperação da floresta amazônica. “Para acabar com a fome, com o processo de degradação que as florestas estão passando, teremos de trabalhar muito.”

Antes da fala de Lula, o consórcio entregou ao futuro presidente uma carta em que pede urgência na busca de soluções para os problemas impostos pelas mudanças climáticas. “O modelo de desenvolvimento vigente para ser economicamente pujante, trouxe o custo de ser ambientalmente devastador e socialmente excludente. Mudar isso requer nova cooperação entre os Estados da Amazônia Legal e o governo federal, orientada pela ciência, pela estabilidade e reforço institucional e impulsionada pela determinação e pela vontade política de ambas as partes”, diz o texto entregue ao petista.

Lula chegou ao pavilhão dos Estados da Amazônia Legal cercado de atenção da mídia internacional e arrastando uma multidão por onde passava. Ele se reuniu com os governadores da região e entrou em uma sala reservada com o ex-ministro Fernando Haddad, o governador Helder Barbalho e Rosângela Silva, a Janja, futura primeira-dama.

No pavilhão, Lula foi saudado com cânticos e aplausos de brasileiros e estrangeiros. Para atender à demanda de quem queria presenciar a primeira aparição pública internacional do presidente eleito, o espaço da sociedade civil brasileira transmitiu em tempo real o evento, a poucos metros do local.

Ainda mais perto, em frente ao pavilhão dos Estados Amazônicos, o espaço oficial do governo federal estava vazio. Enquanto Lula falava para centenas de pessoas, o pavilhão do Brasil vivia uma realidade paralela, com a oferta de experiência imersiva nos biomas brasileiros com o uso de óculos de realidade virtual. Era o único movimento no local - o estande oficial do governo, da gestão Jair Bolsonaro, tem atraído pouca atenção.

Nesta terça-feira, 15, Lula participou de encontros fechados com o enviado especial para o clima do governo americano, John Kerry, e com o alto representante chinês para o clima, Xie Zhen Hua. Após as reuniões, Lula destacou nas redes sociais que o Brasil deve retomar o protagonismo nas discussões climáticas globais.

Expectativa sobre anúncio de ministros

O presidente eleito fará novo pronunciamento por volta das 12h15 (horário de Brasília) na área da ONU na Cúpula do Clima. Há expectativa para que Lula anuncie o nome do novo ministro do Meio Ambiente entre esta quarta e quinta, 16, quando também cumpre agendas no fórum climático global.

Entre os cotados para assumir o Ministério do Meio Ambiente estão a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que estão na comitiva de Lula na conferência. Também estão na COP dois cotados para assumir o novo Ministério dos Povos Originários, promessa do petista durante a campanha: a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) e a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR).

Questionado sobre o possível anúncio de nomes para o governo, Randolfe afirma que isso não deve ocorrer tão cedo. “Esse é um processo que está sendo feito no Brasil. o presidente já disse que os anúncios devem ser feitos só quando voltar ao País”, afirmou o parlamentar.

*O repórter Emílio Sant’anna viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade

ENVIADOS ESPECIAIS A SHARM EL-SHEIK - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 15, que o Brasil precisa sair do isolamento e confirmou que vai pedir à Organização das Nações Unidas (ONU) para que a Amazônia seja sede da Cúpula do Clima (COP) em 2025. “Vou falar com o secretário (das Nações Unidas) para fazer a COP no Pará ou no Amazonas”, afirmou.

Lula participou de um evento com o consórcio de governadores dos Estados da Amazônia, a primeira agenda pública na COP-27 em Sharm el-Sheik, no Egito. O pedido para que algum Estado que abrigue a floresta seja a sede da conferência climática de 2025 foi feito pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), líder do consórcio dos governadores e autor do convite para que o petista participasse do evento. “O Brasil está de volta ao mundo”, disse Lula durante o evento. “Vamos trabalhar para acabar com a fome e a degradação das florestas.”

Lula durante encontro com governadores durante a COP-27 em Sharm el-Sheikh, no Egito. Foto: Emilie Madi/Reuters

No discurso feito para mais de 300 pessoas, que se abarrotavam do lado de fora do estande, incluindo muitos estrangeiros, Lula ressaltou a necessidade de recuperar a aliança entre entes federativos e o governo federal. “Não é possível haver distanciamento de presidente, governadores e prefeitos”, afirmou.

Ele destacou também a necessidade de o Brasil retomar seu protagonismo no cenário global. “O Brasil não nasceu pra ser pais isolado, é muito grande. Não pode ficar isolado como nos últimos quatro anos. Era como se o País estivesse bloqueado, mas era um bloqueio contra a antidemocracia”, disse. “A democracia vai voltar a reinar no Brasil de forma permanente. Presidente da República tem obrigação de conversar com todos, independentemente de partido, religião etc.”

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Presidente eleito chegou ao pavilhão dos Estados da Amazônia Legal cercado de atenção da mídia internacional

Ao fim de sua fala, Lula reforçou que quer criar o Ministério dos Povos Originários e que precisará da atuação dos Estados para a recuperação da floresta amazônica. “Para acabar com a fome, com o processo de degradação que as florestas estão passando, teremos de trabalhar muito.”

Antes da fala de Lula, o consórcio entregou ao futuro presidente uma carta em que pede urgência na busca de soluções para os problemas impostos pelas mudanças climáticas. “O modelo de desenvolvimento vigente para ser economicamente pujante, trouxe o custo de ser ambientalmente devastador e socialmente excludente. Mudar isso requer nova cooperação entre os Estados da Amazônia Legal e o governo federal, orientada pela ciência, pela estabilidade e reforço institucional e impulsionada pela determinação e pela vontade política de ambas as partes”, diz o texto entregue ao petista.

Lula chegou ao pavilhão dos Estados da Amazônia Legal cercado de atenção da mídia internacional e arrastando uma multidão por onde passava. Ele se reuniu com os governadores da região e entrou em uma sala reservada com o ex-ministro Fernando Haddad, o governador Helder Barbalho e Rosângela Silva, a Janja, futura primeira-dama.

No pavilhão, Lula foi saudado com cânticos e aplausos de brasileiros e estrangeiros. Para atender à demanda de quem queria presenciar a primeira aparição pública internacional do presidente eleito, o espaço da sociedade civil brasileira transmitiu em tempo real o evento, a poucos metros do local.

Ainda mais perto, em frente ao pavilhão dos Estados Amazônicos, o espaço oficial do governo federal estava vazio. Enquanto Lula falava para centenas de pessoas, o pavilhão do Brasil vivia uma realidade paralela, com a oferta de experiência imersiva nos biomas brasileiros com o uso de óculos de realidade virtual. Era o único movimento no local - o estande oficial do governo, da gestão Jair Bolsonaro, tem atraído pouca atenção.

Nesta terça-feira, 15, Lula participou de encontros fechados com o enviado especial para o clima do governo americano, John Kerry, e com o alto representante chinês para o clima, Xie Zhen Hua. Após as reuniões, Lula destacou nas redes sociais que o Brasil deve retomar o protagonismo nas discussões climáticas globais.

Expectativa sobre anúncio de ministros

O presidente eleito fará novo pronunciamento por volta das 12h15 (horário de Brasília) na área da ONU na Cúpula do Clima. Há expectativa para que Lula anuncie o nome do novo ministro do Meio Ambiente entre esta quarta e quinta, 16, quando também cumpre agendas no fórum climático global.

Entre os cotados para assumir o Ministério do Meio Ambiente estão a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que estão na comitiva de Lula na conferência. Também estão na COP dois cotados para assumir o novo Ministério dos Povos Originários, promessa do petista durante a campanha: a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) e a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR).

Questionado sobre o possível anúncio de nomes para o governo, Randolfe afirma que isso não deve ocorrer tão cedo. “Esse é um processo que está sendo feito no Brasil. o presidente já disse que os anúncios devem ser feitos só quando voltar ao País”, afirmou o parlamentar.

*O repórter Emílio Sant’anna viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade

ENVIADOS ESPECIAIS A SHARM EL-SHEIK - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira, 15, que o Brasil precisa sair do isolamento e confirmou que vai pedir à Organização das Nações Unidas (ONU) para que a Amazônia seja sede da Cúpula do Clima (COP) em 2025. “Vou falar com o secretário (das Nações Unidas) para fazer a COP no Pará ou no Amazonas”, afirmou.

Lula participou de um evento com o consórcio de governadores dos Estados da Amazônia, a primeira agenda pública na COP-27 em Sharm el-Sheik, no Egito. O pedido para que algum Estado que abrigue a floresta seja a sede da conferência climática de 2025 foi feito pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), líder do consórcio dos governadores e autor do convite para que o petista participasse do evento. “O Brasil está de volta ao mundo”, disse Lula durante o evento. “Vamos trabalhar para acabar com a fome e a degradação das florestas.”

Lula durante encontro com governadores durante a COP-27 em Sharm el-Sheikh, no Egito. Foto: Emilie Madi/Reuters

No discurso feito para mais de 300 pessoas, que se abarrotavam do lado de fora do estande, incluindo muitos estrangeiros, Lula ressaltou a necessidade de recuperar a aliança entre entes federativos e o governo federal. “Não é possível haver distanciamento de presidente, governadores e prefeitos”, afirmou.

Ele destacou também a necessidade de o Brasil retomar seu protagonismo no cenário global. “O Brasil não nasceu pra ser pais isolado, é muito grande. Não pode ficar isolado como nos últimos quatro anos. Era como se o País estivesse bloqueado, mas era um bloqueio contra a antidemocracia”, disse. “A democracia vai voltar a reinar no Brasil de forma permanente. Presidente da República tem obrigação de conversar com todos, independentemente de partido, religião etc.”

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Presidente eleito chegou ao pavilhão dos Estados da Amazônia Legal cercado de atenção da mídia internacional

Ao fim de sua fala, Lula reforçou que quer criar o Ministério dos Povos Originários e que precisará da atuação dos Estados para a recuperação da floresta amazônica. “Para acabar com a fome, com o processo de degradação que as florestas estão passando, teremos de trabalhar muito.”

Antes da fala de Lula, o consórcio entregou ao futuro presidente uma carta em que pede urgência na busca de soluções para os problemas impostos pelas mudanças climáticas. “O modelo de desenvolvimento vigente para ser economicamente pujante, trouxe o custo de ser ambientalmente devastador e socialmente excludente. Mudar isso requer nova cooperação entre os Estados da Amazônia Legal e o governo federal, orientada pela ciência, pela estabilidade e reforço institucional e impulsionada pela determinação e pela vontade política de ambas as partes”, diz o texto entregue ao petista.

Lula chegou ao pavilhão dos Estados da Amazônia Legal cercado de atenção da mídia internacional e arrastando uma multidão por onde passava. Ele se reuniu com os governadores da região e entrou em uma sala reservada com o ex-ministro Fernando Haddad, o governador Helder Barbalho e Rosângela Silva, a Janja, futura primeira-dama.

No pavilhão, Lula foi saudado com cânticos e aplausos de brasileiros e estrangeiros. Para atender à demanda de quem queria presenciar a primeira aparição pública internacional do presidente eleito, o espaço da sociedade civil brasileira transmitiu em tempo real o evento, a poucos metros do local.

Ainda mais perto, em frente ao pavilhão dos Estados Amazônicos, o espaço oficial do governo federal estava vazio. Enquanto Lula falava para centenas de pessoas, o pavilhão do Brasil vivia uma realidade paralela, com a oferta de experiência imersiva nos biomas brasileiros com o uso de óculos de realidade virtual. Era o único movimento no local - o estande oficial do governo, da gestão Jair Bolsonaro, tem atraído pouca atenção.

Nesta terça-feira, 15, Lula participou de encontros fechados com o enviado especial para o clima do governo americano, John Kerry, e com o alto representante chinês para o clima, Xie Zhen Hua. Após as reuniões, Lula destacou nas redes sociais que o Brasil deve retomar o protagonismo nas discussões climáticas globais.

Expectativa sobre anúncio de ministros

O presidente eleito fará novo pronunciamento por volta das 12h15 (horário de Brasília) na área da ONU na Cúpula do Clima. Há expectativa para que Lula anuncie o nome do novo ministro do Meio Ambiente entre esta quarta e quinta, 16, quando também cumpre agendas no fórum climático global.

Entre os cotados para assumir o Ministério do Meio Ambiente estão a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que estão na comitiva de Lula na conferência. Também estão na COP dois cotados para assumir o novo Ministério dos Povos Originários, promessa do petista durante a campanha: a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) e a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR).

Questionado sobre o possível anúncio de nomes para o governo, Randolfe afirma que isso não deve ocorrer tão cedo. “Esse é um processo que está sendo feito no Brasil. o presidente já disse que os anúncios devem ser feitos só quando voltar ao País”, afirmou o parlamentar.

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