COP-27: ONGs do clima criticam início ‘pobre’ da conferência e ativistas reclamam de repressão


Grupos de direitos humanos dizem que autoridades egípcias dificultam manifestações e denunciam mais de 130 ‘prisões arbitrárias’

Por Redação
Atualização:

A Conferência do Clima (COP-27) começou neste domingo, 7, mas já é alvo de ativistas climáticos e organizações não governamentais que lutam contra as mudanças climáticas. Enquanto as ONGs consideram o início da COP “pobre” em discurso e ação, ativistas reclamam do afastamento das lideranças e da repressão de autoridades egípcias. O país africano, desde 2013, vive sob uma ditadura.

A Climate Action Network, o Greenpeace e a Power Shift Africa afirmam que, embora a questão das perdas e danos relacionados com o aquecimento global terem sido incluídas na pauta, não foi estabelecido um mecanismo para o seu financiamento.

“Infelizmente, a única maneira de resumir como a COP-27 está indo é com duas palavras: começo ruim”, disse o diretor da Power Shift Africa, Mohamed Adow. O queniano avalia que, apesar de a conferência ocorrer na África, cujos países estão entre os que mais sofrem com a crise climática, isso não deu a oportunidade de “mobilizar o financiamento de que os países vulneráveis necessitam para poder enfrentar danos e perdas”.

Da mesma forma, Adow acusou as principais economias mundiais, especialmente as europeias, de “assediar países vulneráveis para que aceitem uma janela de dois anos para negociar” um acordo que não incluiria “compensação e responsabilização de países poluidores históricos”. “Não podemos permitir que a COP-27 se torne uma farsa.”

Diretora executiva da Climate Action Network International, Tasneem Essop exortou os países ricos a reduzirem as emissões “mais rápido” do que os países em desenvolvimento, e destacou que meta para conter alta das temperaturas em até 1,5°C em relação ao nível pré-industrial é afetada pela “falta de compromisso, implementação e financiamento”.

Na mesma linha, o diretor de campanhas do Greenpeace, Ahmad El Droubi, lembrou que o compromisso de financiamento de US$ 100 bilhões para ajudar países pobres a mitigar os problemas causados pelas mudanças climáticas “não foi cumprido”, embora tenha sido aprovado em 2009. Ele também questionou a “qualidade” do financiamento, pois é estimado que 17% sejam via empréstimos, algo que “endividará as economias do sul global”.

‘O que estamos fazendo aqui?’, questiona ativista

Ativista ambiental, Nyombi Morris, de 24 anos, veio da Uganda com a esperança de poder falar com os líderes reunidos na COP e expressar a voz dos africanos afetados pelas mudanças climáticas. Mas, desde que chegou ao aeroporto, os planos esbarraram em medidas de segurança que o mantiveram afastado.

Morris tinha apenas 10 anos quando as inundações, agravadas, diz ele, pela mineração ilegal de areia nas margens de um rio próximo, varreram a casa e a fazenda de sua família em Butaleja. “Estou aqui para dar voz à minha mãe, que perdeu sua fazenda e sua casa em 2008″, diz.

“Estou aqui para pedir uma compensação em favor da minha comunidade”, completa. No entanto, obstáculos não faltaram desde o primeiro dia.

Morris foi recebido com um interrogatório assim que desembarcou em Sharm el Sheikh. “Tendo em conta o interrogatório que tive no aeroporto, não será fácil fazer o que tínhamos planejado.” Ele pretendia entrar nas salas onde ocorrem as negociações.

O indiano Ajit Rajagopal tinhas os mesmos planos. Uma semana antes da COP, ele tentou fazer um gesto simbólico ao percorrer os 500 quilômetros que separam Cairo de Sharm el Sheikh em oito dias. Assim que saiu, foi preso, assim como o advogado egípcio que veio em seu auxílio. Os dois foram posteriormente libertados graças a uma mobilização internacional.

“Com o que aconteceu com aquele ativista indiano, como podemos ter certeza de que eles vão nos deixar em paz?”, pergunta Morris.

Adam Coogle, da ONG Human Rights Watch , afirma que “o poder egípcio não tem intenção de flexibilizar suas medidas abusivas de segurança para dar espaço à liberdade de expressão e reunião”. De acordo com as ONGs, já houve pelo menos “138 prisões arbitrárias” antes de uma manifestação marcada para 11 de novembro.

Ativista climático da Uganda, Nyombi Morris veio representar a voz da mãe, mas tem dificuldade para protestar Foto: Mohammed ABED/AFP

“A COP está acontecendo na África, mas não tivemos nenhuma chance de nos expressar. O que estamos fazendo aqui então?”, pergunta Morris.

No domingo, desafiando as restrições, ativistas de um grupo vegano se manifestou com faixas com os dizeres “Seja vegano, faça as pazes”, na entrada do palácio do congresso.

Morris ficou na porta. “Nossas credenciais de ‘observador’ não nos permitem acesso. Então aqui e estou acompanhando o que está acontecendo na internet.”/ Com informações de EFE e AFP

A Conferência do Clima (COP-27) começou neste domingo, 7, mas já é alvo de ativistas climáticos e organizações não governamentais que lutam contra as mudanças climáticas. Enquanto as ONGs consideram o início da COP “pobre” em discurso e ação, ativistas reclamam do afastamento das lideranças e da repressão de autoridades egípcias. O país africano, desde 2013, vive sob uma ditadura.

A Climate Action Network, o Greenpeace e a Power Shift Africa afirmam que, embora a questão das perdas e danos relacionados com o aquecimento global terem sido incluídas na pauta, não foi estabelecido um mecanismo para o seu financiamento.

“Infelizmente, a única maneira de resumir como a COP-27 está indo é com duas palavras: começo ruim”, disse o diretor da Power Shift Africa, Mohamed Adow. O queniano avalia que, apesar de a conferência ocorrer na África, cujos países estão entre os que mais sofrem com a crise climática, isso não deu a oportunidade de “mobilizar o financiamento de que os países vulneráveis necessitam para poder enfrentar danos e perdas”.

Da mesma forma, Adow acusou as principais economias mundiais, especialmente as europeias, de “assediar países vulneráveis para que aceitem uma janela de dois anos para negociar” um acordo que não incluiria “compensação e responsabilização de países poluidores históricos”. “Não podemos permitir que a COP-27 se torne uma farsa.”

Diretora executiva da Climate Action Network International, Tasneem Essop exortou os países ricos a reduzirem as emissões “mais rápido” do que os países em desenvolvimento, e destacou que meta para conter alta das temperaturas em até 1,5°C em relação ao nível pré-industrial é afetada pela “falta de compromisso, implementação e financiamento”.

Na mesma linha, o diretor de campanhas do Greenpeace, Ahmad El Droubi, lembrou que o compromisso de financiamento de US$ 100 bilhões para ajudar países pobres a mitigar os problemas causados pelas mudanças climáticas “não foi cumprido”, embora tenha sido aprovado em 2009. Ele também questionou a “qualidade” do financiamento, pois é estimado que 17% sejam via empréstimos, algo que “endividará as economias do sul global”.

‘O que estamos fazendo aqui?’, questiona ativista

Ativista ambiental, Nyombi Morris, de 24 anos, veio da Uganda com a esperança de poder falar com os líderes reunidos na COP e expressar a voz dos africanos afetados pelas mudanças climáticas. Mas, desde que chegou ao aeroporto, os planos esbarraram em medidas de segurança que o mantiveram afastado.

Morris tinha apenas 10 anos quando as inundações, agravadas, diz ele, pela mineração ilegal de areia nas margens de um rio próximo, varreram a casa e a fazenda de sua família em Butaleja. “Estou aqui para dar voz à minha mãe, que perdeu sua fazenda e sua casa em 2008″, diz.

“Estou aqui para pedir uma compensação em favor da minha comunidade”, completa. No entanto, obstáculos não faltaram desde o primeiro dia.

Morris foi recebido com um interrogatório assim que desembarcou em Sharm el Sheikh. “Tendo em conta o interrogatório que tive no aeroporto, não será fácil fazer o que tínhamos planejado.” Ele pretendia entrar nas salas onde ocorrem as negociações.

O indiano Ajit Rajagopal tinhas os mesmos planos. Uma semana antes da COP, ele tentou fazer um gesto simbólico ao percorrer os 500 quilômetros que separam Cairo de Sharm el Sheikh em oito dias. Assim que saiu, foi preso, assim como o advogado egípcio que veio em seu auxílio. Os dois foram posteriormente libertados graças a uma mobilização internacional.

“Com o que aconteceu com aquele ativista indiano, como podemos ter certeza de que eles vão nos deixar em paz?”, pergunta Morris.

Adam Coogle, da ONG Human Rights Watch , afirma que “o poder egípcio não tem intenção de flexibilizar suas medidas abusivas de segurança para dar espaço à liberdade de expressão e reunião”. De acordo com as ONGs, já houve pelo menos “138 prisões arbitrárias” antes de uma manifestação marcada para 11 de novembro.

Ativista climático da Uganda, Nyombi Morris veio representar a voz da mãe, mas tem dificuldade para protestar Foto: Mohammed ABED/AFP

“A COP está acontecendo na África, mas não tivemos nenhuma chance de nos expressar. O que estamos fazendo aqui então?”, pergunta Morris.

No domingo, desafiando as restrições, ativistas de um grupo vegano se manifestou com faixas com os dizeres “Seja vegano, faça as pazes”, na entrada do palácio do congresso.

Morris ficou na porta. “Nossas credenciais de ‘observador’ não nos permitem acesso. Então aqui e estou acompanhando o que está acontecendo na internet.”/ Com informações de EFE e AFP

A Conferência do Clima (COP-27) começou neste domingo, 7, mas já é alvo de ativistas climáticos e organizações não governamentais que lutam contra as mudanças climáticas. Enquanto as ONGs consideram o início da COP “pobre” em discurso e ação, ativistas reclamam do afastamento das lideranças e da repressão de autoridades egípcias. O país africano, desde 2013, vive sob uma ditadura.

A Climate Action Network, o Greenpeace e a Power Shift Africa afirmam que, embora a questão das perdas e danos relacionados com o aquecimento global terem sido incluídas na pauta, não foi estabelecido um mecanismo para o seu financiamento.

“Infelizmente, a única maneira de resumir como a COP-27 está indo é com duas palavras: começo ruim”, disse o diretor da Power Shift Africa, Mohamed Adow. O queniano avalia que, apesar de a conferência ocorrer na África, cujos países estão entre os que mais sofrem com a crise climática, isso não deu a oportunidade de “mobilizar o financiamento de que os países vulneráveis necessitam para poder enfrentar danos e perdas”.

Da mesma forma, Adow acusou as principais economias mundiais, especialmente as europeias, de “assediar países vulneráveis para que aceitem uma janela de dois anos para negociar” um acordo que não incluiria “compensação e responsabilização de países poluidores históricos”. “Não podemos permitir que a COP-27 se torne uma farsa.”

Diretora executiva da Climate Action Network International, Tasneem Essop exortou os países ricos a reduzirem as emissões “mais rápido” do que os países em desenvolvimento, e destacou que meta para conter alta das temperaturas em até 1,5°C em relação ao nível pré-industrial é afetada pela “falta de compromisso, implementação e financiamento”.

Na mesma linha, o diretor de campanhas do Greenpeace, Ahmad El Droubi, lembrou que o compromisso de financiamento de US$ 100 bilhões para ajudar países pobres a mitigar os problemas causados pelas mudanças climáticas “não foi cumprido”, embora tenha sido aprovado em 2009. Ele também questionou a “qualidade” do financiamento, pois é estimado que 17% sejam via empréstimos, algo que “endividará as economias do sul global”.

‘O que estamos fazendo aqui?’, questiona ativista

Ativista ambiental, Nyombi Morris, de 24 anos, veio da Uganda com a esperança de poder falar com os líderes reunidos na COP e expressar a voz dos africanos afetados pelas mudanças climáticas. Mas, desde que chegou ao aeroporto, os planos esbarraram em medidas de segurança que o mantiveram afastado.

Morris tinha apenas 10 anos quando as inundações, agravadas, diz ele, pela mineração ilegal de areia nas margens de um rio próximo, varreram a casa e a fazenda de sua família em Butaleja. “Estou aqui para dar voz à minha mãe, que perdeu sua fazenda e sua casa em 2008″, diz.

“Estou aqui para pedir uma compensação em favor da minha comunidade”, completa. No entanto, obstáculos não faltaram desde o primeiro dia.

Morris foi recebido com um interrogatório assim que desembarcou em Sharm el Sheikh. “Tendo em conta o interrogatório que tive no aeroporto, não será fácil fazer o que tínhamos planejado.” Ele pretendia entrar nas salas onde ocorrem as negociações.

O indiano Ajit Rajagopal tinhas os mesmos planos. Uma semana antes da COP, ele tentou fazer um gesto simbólico ao percorrer os 500 quilômetros que separam Cairo de Sharm el Sheikh em oito dias. Assim que saiu, foi preso, assim como o advogado egípcio que veio em seu auxílio. Os dois foram posteriormente libertados graças a uma mobilização internacional.

“Com o que aconteceu com aquele ativista indiano, como podemos ter certeza de que eles vão nos deixar em paz?”, pergunta Morris.

Adam Coogle, da ONG Human Rights Watch , afirma que “o poder egípcio não tem intenção de flexibilizar suas medidas abusivas de segurança para dar espaço à liberdade de expressão e reunião”. De acordo com as ONGs, já houve pelo menos “138 prisões arbitrárias” antes de uma manifestação marcada para 11 de novembro.

Ativista climático da Uganda, Nyombi Morris veio representar a voz da mãe, mas tem dificuldade para protestar Foto: Mohammed ABED/AFP

“A COP está acontecendo na África, mas não tivemos nenhuma chance de nos expressar. O que estamos fazendo aqui então?”, pergunta Morris.

No domingo, desafiando as restrições, ativistas de um grupo vegano se manifestou com faixas com os dizeres “Seja vegano, faça as pazes”, na entrada do palácio do congresso.

Morris ficou na porta. “Nossas credenciais de ‘observador’ não nos permitem acesso. Então aqui e estou acompanhando o que está acontecendo na internet.”/ Com informações de EFE e AFP

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