‘Decisão da COP-29 coloca mais pressão na próxima COP, no Brasil’


Para professor da FGV, caminho até a próxima Cúpula do Clima será marcado pela reivindicação dos países em desenvolvimento por mais aportes para financiamento climático

Por Gonçalo Junior
Foto: FGV/Divulgação
Entrevista comGuarany OsorioProfessor da FGV EAESP

A nova meta de financiamento climático definida na Cúpula do Clima deste ano (COP-29), em Baku, no Azerbaijão, que gerou insatisfação entre os países em desenvolvimento, já coloca pressão na COP-30, marcada para Belém, no Pará, no ano que vem.

Essa é a visão do professor Guarany Osório, coordenador do Programa Política e Economia Ambiental do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV EAESP. “A saída da COP-29 foi essa construção ao longo do caminho, colocando mais pressão na COP-30, no caminho Baku até o Brasil”, diz o especialista ao Estadão.

Isso significa que a próxima COP, sob a liderança do Brasil, terá de trabalhar para preencher as lacunas deixadas pela cúpula de Baku.

O montante aprovado, de US$ 300 bilhões anuais (cerca de R$1,74 trilhão) até 2035, para o financiamento climático, ficou bem abaixo do US$ 1,3 trilhão (R$ 7,5 trilhões) pedido pelos países em desenvolvimento. A decisão foi tomada em plenária na madrugada deste domingo, noite deste sábado, 23, no Brasil.

Cartaz em Baku anuncia próxima Cúpula do Clima, que será realizada no Brasil, no ano que vem  Foto: Peter Dejong / AP

Confira trechos da entrevista:

Como o senhor avalia a decisão da COP-29 de aprovar o financiamento climático de 300 bilhões de dólares para países em desenvolvimento?

A expectativa era complicada para essa COP em virtude do momento geopolítico conturbado que estamos vivendo. E os 300 bilhões de dólares foi o que foi possível se chegar nesse cenário. O valor ficou longe do 1 trilhão que era esperado para financiamento de mitigação e adaptação.

Quais sãos os próximos passos?

A saída foi essa construção ao longo do caminho, colocando mais pressão na COP-30 do Brasil, do caminho Baku até o Brasil, para conseguir um caminho de aumento desses aportes e da ambição com relação ao aporte de financiamento, que deve ser liderado pelos países desenvolvidos.

Ficou um sentimento generalizado de frustração? Temos um misto de sentimentos. Uma parte aplaudiu, mas os países em desenvolvimento, principalmente os mais vulneráveis na questão climática, saíram muito frustrados.

Por quê?

Os países em desenvolvimento não são os causadores do problema, mas vão ter de pagar boa parte dessa conta. Quem causou mais o aquecimento global foram os países que se industrializaram e utilizaram combustível fóssil ao longo dos últimos séculos. Agora é trabalhar para que se melhore essa ambição do financiamento e todo o regramento do financiamento, as fontes e como será utilizado para que ele chegue à ponta e para quem precisa realmente.

A nova meta de financiamento climático definida na Cúpula do Clima deste ano (COP-29), em Baku, no Azerbaijão, que gerou insatisfação entre os países em desenvolvimento, já coloca pressão na COP-30, marcada para Belém, no Pará, no ano que vem.

Essa é a visão do professor Guarany Osório, coordenador do Programa Política e Economia Ambiental do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV EAESP. “A saída da COP-29 foi essa construção ao longo do caminho, colocando mais pressão na COP-30, no caminho Baku até o Brasil”, diz o especialista ao Estadão.

Isso significa que a próxima COP, sob a liderança do Brasil, terá de trabalhar para preencher as lacunas deixadas pela cúpula de Baku.

O montante aprovado, de US$ 300 bilhões anuais (cerca de R$1,74 trilhão) até 2035, para o financiamento climático, ficou bem abaixo do US$ 1,3 trilhão (R$ 7,5 trilhões) pedido pelos países em desenvolvimento. A decisão foi tomada em plenária na madrugada deste domingo, noite deste sábado, 23, no Brasil.

Cartaz em Baku anuncia próxima Cúpula do Clima, que será realizada no Brasil, no ano que vem  Foto: Peter Dejong / AP

Confira trechos da entrevista:

Como o senhor avalia a decisão da COP-29 de aprovar o financiamento climático de 300 bilhões de dólares para países em desenvolvimento?

A expectativa era complicada para essa COP em virtude do momento geopolítico conturbado que estamos vivendo. E os 300 bilhões de dólares foi o que foi possível se chegar nesse cenário. O valor ficou longe do 1 trilhão que era esperado para financiamento de mitigação e adaptação.

Quais sãos os próximos passos?

A saída foi essa construção ao longo do caminho, colocando mais pressão na COP-30 do Brasil, do caminho Baku até o Brasil, para conseguir um caminho de aumento desses aportes e da ambição com relação ao aporte de financiamento, que deve ser liderado pelos países desenvolvidos.

Ficou um sentimento generalizado de frustração? Temos um misto de sentimentos. Uma parte aplaudiu, mas os países em desenvolvimento, principalmente os mais vulneráveis na questão climática, saíram muito frustrados.

Por quê?

Os países em desenvolvimento não são os causadores do problema, mas vão ter de pagar boa parte dessa conta. Quem causou mais o aquecimento global foram os países que se industrializaram e utilizaram combustível fóssil ao longo dos últimos séculos. Agora é trabalhar para que se melhore essa ambição do financiamento e todo o regramento do financiamento, as fontes e como será utilizado para que ele chegue à ponta e para quem precisa realmente.

A nova meta de financiamento climático definida na Cúpula do Clima deste ano (COP-29), em Baku, no Azerbaijão, que gerou insatisfação entre os países em desenvolvimento, já coloca pressão na COP-30, marcada para Belém, no Pará, no ano que vem.

Essa é a visão do professor Guarany Osório, coordenador do Programa Política e Economia Ambiental do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV EAESP. “A saída da COP-29 foi essa construção ao longo do caminho, colocando mais pressão na COP-30, no caminho Baku até o Brasil”, diz o especialista ao Estadão.

Isso significa que a próxima COP, sob a liderança do Brasil, terá de trabalhar para preencher as lacunas deixadas pela cúpula de Baku.

O montante aprovado, de US$ 300 bilhões anuais (cerca de R$1,74 trilhão) até 2035, para o financiamento climático, ficou bem abaixo do US$ 1,3 trilhão (R$ 7,5 trilhões) pedido pelos países em desenvolvimento. A decisão foi tomada em plenária na madrugada deste domingo, noite deste sábado, 23, no Brasil.

Cartaz em Baku anuncia próxima Cúpula do Clima, que será realizada no Brasil, no ano que vem  Foto: Peter Dejong / AP

Confira trechos da entrevista:

Como o senhor avalia a decisão da COP-29 de aprovar o financiamento climático de 300 bilhões de dólares para países em desenvolvimento?

A expectativa era complicada para essa COP em virtude do momento geopolítico conturbado que estamos vivendo. E os 300 bilhões de dólares foi o que foi possível se chegar nesse cenário. O valor ficou longe do 1 trilhão que era esperado para financiamento de mitigação e adaptação.

Quais sãos os próximos passos?

A saída foi essa construção ao longo do caminho, colocando mais pressão na COP-30 do Brasil, do caminho Baku até o Brasil, para conseguir um caminho de aumento desses aportes e da ambição com relação ao aporte de financiamento, que deve ser liderado pelos países desenvolvidos.

Ficou um sentimento generalizado de frustração? Temos um misto de sentimentos. Uma parte aplaudiu, mas os países em desenvolvimento, principalmente os mais vulneráveis na questão climática, saíram muito frustrados.

Por quê?

Os países em desenvolvimento não são os causadores do problema, mas vão ter de pagar boa parte dessa conta. Quem causou mais o aquecimento global foram os países que se industrializaram e utilizaram combustível fóssil ao longo dos últimos séculos. Agora é trabalhar para que se melhore essa ambição do financiamento e todo o regramento do financiamento, as fontes e como será utilizado para que ele chegue à ponta e para quem precisa realmente.

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