Alimentação com menos carne e ultraprocessados ajuda a salvar o meio ambiente; entenda


Estimular consumo de comida orgânica e de produção local é uma das saídas incentivadas por especialistas

Por Eduardo Geraque
Atualização:

Várias ferramentas e iniciativas em rede promovem o consumo sustentável dos alimentos e estimulam as cadeias de produção local. Seja o Mapa da Feira, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o banco de dados da Articulação Nacional de Agroecologia ou o engajamento do projeto Jornada do Alimento, todos trabalham a partir do mesmo foco. O objetivo é consolidar uma visão de que a forma de consumir e produzir alimentos precisa mudar para que várias crises possam ser solucionadas ao mesmo tempo.

Desde 2019, a partir de um artigo científico publicado na revista The Lancet, gestores e pesquisadores de saúde passaram a usar o conceito de sindemia, termo usado para explicar a convergência que existe entre a crise de obesidade, a de desnutrição e a climática. A pandemia do coronavírus é mais um elemento a entrar nesta conta.

Sempre que possível o indicado é procurar alimentos de cadeias de produção próximas ao local de onde a pessoa mora Foto: Melina Hammer/The New York Times

“É importante que essa discussão científica aterrisse na vida das pessoas. O que estamos falando, por exemplo, é procurar consumir alimentos naturais, fugir dos ultraprocessados, e também estimular cadeias de produção próximas ao local de onde a pessoa vive”, afirma Janine Coutinho, coordenadora do programa de Alimentação do Idec.

É algo como ocorre em alguns pequenos comércios do interior da Toscana, na Itália, onde o consumidor costuma ser avisado por meio de uma tabuleta: todos os produtos vendidos aqui (queijos e salames, por exemplo) foram produzidos num raio de menos de 10 quilômetros.

O lado do consumo, explica Josefa Garzillo, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP), também precisa ser olhado de forma mais ampla. "Os consumidores não são apenas as pessoas e as famílias, mas também as organizações, os restaurantes ou mesmo os governos, como na alimentação escolar, por exemplo.”

Em toda essa discussão, explica Josefa, é fundamental que a ecoeficiência da produção de alimentos caminhe de mãos dadas com a adequação nutricional, Sempre que possível, uma vez que milhões de pessoas no Brasil não têm muito poder de escolha no momento de comer, o que foi agravado nos últimos anos por causa da crise socioeconômica e a covid-19.

“O caminho é buscar, dentro da cultura culinária e alimentar, aquela alimentação adequada e saudável: preferir alimentos in natura com diversificação e abundância de verduras e legumes, moderação nas carnes e evitando alimentos não saudáveis. Não comer em excesso e planejar bem para não jogar alimentos fora”, resume a pesquisadora da USP.

O caminho às avessas na cadeia na produção, segundo Janine, também precisa de atenção: políticas públicas robustas, para que a questão da sustentabilidade seja contemplada. O que significa uma ampla mudança de cultura na produção como existe hoje em países como o Brasil. “A produção em larga escala, ligada ao uso intensivo de agrotóxicos, a monocultura e a pecuária extensiva aumentam os problemas ambientais”, diz a pesquisadora do Idec.

Criação de gado é uma das atividades com maior produção de metano Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A criação de gado, por exemplo, é um dos principais responsáveis pela emissão do gás metano no planeta, considerado um dos vilões no aquecimento global. Isso acontece porque o gás é liberado por causa do arroto do boi. Na última Cúpula do Clima, realizada em novembro de 2021 em Glasgow, mais de cem países, incluindo o Brasil, assinaram acordo para reduzir em até 30% a liberação desses poluentes na atmosfera. Embora desapareça mais rápido da atmosfera do que o gás carbônico, o metano tem um potencial de aquecimento cerca de 80 vezes maior.

A dimensão ecológica da produção de alimentos, como mostra a recém-lançada publicação Agenda para a Ação: Transição para Alimentos Saudáveis e Sustentáveis no Brasil, organizada pelo próprio Idec é um dos principais pontos a serem trabalhados.

O que não significa, entretanto, que o conhecimento gerado no País sobre esse tema esteja defasado. “O Brasil foi vanguardista nesse assunto de abordar alimentação saudável e sustentável de forma integrada no guia alimentar publicado pelo Ministério da Saúde. Depois, Suécia, Bélgica e Israel também fizeram o mesmo caminho”, lembra Josefa Garzillo, pesquisadora do Nupens.

Pontos-chave para uma alimentação mais saudável - para humanos e para a natureza

  • Reduzir consumo de carne
  • Comer mais verduras e legumes
  • Não comer em excesso e evitar o desperdício de alimentos
  • Valorizar a produção local e os alimentos orgânicos

Várias ferramentas e iniciativas em rede promovem o consumo sustentável dos alimentos e estimulam as cadeias de produção local. Seja o Mapa da Feira, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o banco de dados da Articulação Nacional de Agroecologia ou o engajamento do projeto Jornada do Alimento, todos trabalham a partir do mesmo foco. O objetivo é consolidar uma visão de que a forma de consumir e produzir alimentos precisa mudar para que várias crises possam ser solucionadas ao mesmo tempo.

Desde 2019, a partir de um artigo científico publicado na revista The Lancet, gestores e pesquisadores de saúde passaram a usar o conceito de sindemia, termo usado para explicar a convergência que existe entre a crise de obesidade, a de desnutrição e a climática. A pandemia do coronavírus é mais um elemento a entrar nesta conta.

Sempre que possível o indicado é procurar alimentos de cadeias de produção próximas ao local de onde a pessoa mora Foto: Melina Hammer/The New York Times

“É importante que essa discussão científica aterrisse na vida das pessoas. O que estamos falando, por exemplo, é procurar consumir alimentos naturais, fugir dos ultraprocessados, e também estimular cadeias de produção próximas ao local de onde a pessoa vive”, afirma Janine Coutinho, coordenadora do programa de Alimentação do Idec.

É algo como ocorre em alguns pequenos comércios do interior da Toscana, na Itália, onde o consumidor costuma ser avisado por meio de uma tabuleta: todos os produtos vendidos aqui (queijos e salames, por exemplo) foram produzidos num raio de menos de 10 quilômetros.

O lado do consumo, explica Josefa Garzillo, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP), também precisa ser olhado de forma mais ampla. "Os consumidores não são apenas as pessoas e as famílias, mas também as organizações, os restaurantes ou mesmo os governos, como na alimentação escolar, por exemplo.”

Em toda essa discussão, explica Josefa, é fundamental que a ecoeficiência da produção de alimentos caminhe de mãos dadas com a adequação nutricional, Sempre que possível, uma vez que milhões de pessoas no Brasil não têm muito poder de escolha no momento de comer, o que foi agravado nos últimos anos por causa da crise socioeconômica e a covid-19.

“O caminho é buscar, dentro da cultura culinária e alimentar, aquela alimentação adequada e saudável: preferir alimentos in natura com diversificação e abundância de verduras e legumes, moderação nas carnes e evitando alimentos não saudáveis. Não comer em excesso e planejar bem para não jogar alimentos fora”, resume a pesquisadora da USP.

O caminho às avessas na cadeia na produção, segundo Janine, também precisa de atenção: políticas públicas robustas, para que a questão da sustentabilidade seja contemplada. O que significa uma ampla mudança de cultura na produção como existe hoje em países como o Brasil. “A produção em larga escala, ligada ao uso intensivo de agrotóxicos, a monocultura e a pecuária extensiva aumentam os problemas ambientais”, diz a pesquisadora do Idec.

Criação de gado é uma das atividades com maior produção de metano Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A criação de gado, por exemplo, é um dos principais responsáveis pela emissão do gás metano no planeta, considerado um dos vilões no aquecimento global. Isso acontece porque o gás é liberado por causa do arroto do boi. Na última Cúpula do Clima, realizada em novembro de 2021 em Glasgow, mais de cem países, incluindo o Brasil, assinaram acordo para reduzir em até 30% a liberação desses poluentes na atmosfera. Embora desapareça mais rápido da atmosfera do que o gás carbônico, o metano tem um potencial de aquecimento cerca de 80 vezes maior.

A dimensão ecológica da produção de alimentos, como mostra a recém-lançada publicação Agenda para a Ação: Transição para Alimentos Saudáveis e Sustentáveis no Brasil, organizada pelo próprio Idec é um dos principais pontos a serem trabalhados.

O que não significa, entretanto, que o conhecimento gerado no País sobre esse tema esteja defasado. “O Brasil foi vanguardista nesse assunto de abordar alimentação saudável e sustentável de forma integrada no guia alimentar publicado pelo Ministério da Saúde. Depois, Suécia, Bélgica e Israel também fizeram o mesmo caminho”, lembra Josefa Garzillo, pesquisadora do Nupens.

Pontos-chave para uma alimentação mais saudável - para humanos e para a natureza

  • Reduzir consumo de carne
  • Comer mais verduras e legumes
  • Não comer em excesso e evitar o desperdício de alimentos
  • Valorizar a produção local e os alimentos orgânicos

Várias ferramentas e iniciativas em rede promovem o consumo sustentável dos alimentos e estimulam as cadeias de produção local. Seja o Mapa da Feira, do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o banco de dados da Articulação Nacional de Agroecologia ou o engajamento do projeto Jornada do Alimento, todos trabalham a partir do mesmo foco. O objetivo é consolidar uma visão de que a forma de consumir e produzir alimentos precisa mudar para que várias crises possam ser solucionadas ao mesmo tempo.

Desde 2019, a partir de um artigo científico publicado na revista The Lancet, gestores e pesquisadores de saúde passaram a usar o conceito de sindemia, termo usado para explicar a convergência que existe entre a crise de obesidade, a de desnutrição e a climática. A pandemia do coronavírus é mais um elemento a entrar nesta conta.

Sempre que possível o indicado é procurar alimentos de cadeias de produção próximas ao local de onde a pessoa mora Foto: Melina Hammer/The New York Times

“É importante que essa discussão científica aterrisse na vida das pessoas. O que estamos falando, por exemplo, é procurar consumir alimentos naturais, fugir dos ultraprocessados, e também estimular cadeias de produção próximas ao local de onde a pessoa vive”, afirma Janine Coutinho, coordenadora do programa de Alimentação do Idec.

É algo como ocorre em alguns pequenos comércios do interior da Toscana, na Itália, onde o consumidor costuma ser avisado por meio de uma tabuleta: todos os produtos vendidos aqui (queijos e salames, por exemplo) foram produzidos num raio de menos de 10 quilômetros.

O lado do consumo, explica Josefa Garzillo, pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP), também precisa ser olhado de forma mais ampla. "Os consumidores não são apenas as pessoas e as famílias, mas também as organizações, os restaurantes ou mesmo os governos, como na alimentação escolar, por exemplo.”

Em toda essa discussão, explica Josefa, é fundamental que a ecoeficiência da produção de alimentos caminhe de mãos dadas com a adequação nutricional, Sempre que possível, uma vez que milhões de pessoas no Brasil não têm muito poder de escolha no momento de comer, o que foi agravado nos últimos anos por causa da crise socioeconômica e a covid-19.

“O caminho é buscar, dentro da cultura culinária e alimentar, aquela alimentação adequada e saudável: preferir alimentos in natura com diversificação e abundância de verduras e legumes, moderação nas carnes e evitando alimentos não saudáveis. Não comer em excesso e planejar bem para não jogar alimentos fora”, resume a pesquisadora da USP.

O caminho às avessas na cadeia na produção, segundo Janine, também precisa de atenção: políticas públicas robustas, para que a questão da sustentabilidade seja contemplada. O que significa uma ampla mudança de cultura na produção como existe hoje em países como o Brasil. “A produção em larga escala, ligada ao uso intensivo de agrotóxicos, a monocultura e a pecuária extensiva aumentam os problemas ambientais”, diz a pesquisadora do Idec.

Criação de gado é uma das atividades com maior produção de metano Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A criação de gado, por exemplo, é um dos principais responsáveis pela emissão do gás metano no planeta, considerado um dos vilões no aquecimento global. Isso acontece porque o gás é liberado por causa do arroto do boi. Na última Cúpula do Clima, realizada em novembro de 2021 em Glasgow, mais de cem países, incluindo o Brasil, assinaram acordo para reduzir em até 30% a liberação desses poluentes na atmosfera. Embora desapareça mais rápido da atmosfera do que o gás carbônico, o metano tem um potencial de aquecimento cerca de 80 vezes maior.

A dimensão ecológica da produção de alimentos, como mostra a recém-lançada publicação Agenda para a Ação: Transição para Alimentos Saudáveis e Sustentáveis no Brasil, organizada pelo próprio Idec é um dos principais pontos a serem trabalhados.

O que não significa, entretanto, que o conhecimento gerado no País sobre esse tema esteja defasado. “O Brasil foi vanguardista nesse assunto de abordar alimentação saudável e sustentável de forma integrada no guia alimentar publicado pelo Ministério da Saúde. Depois, Suécia, Bélgica e Israel também fizeram o mesmo caminho”, lembra Josefa Garzillo, pesquisadora do Nupens.

Pontos-chave para uma alimentação mais saudável - para humanos e para a natureza

  • Reduzir consumo de carne
  • Comer mais verduras e legumes
  • Não comer em excesso e evitar o desperdício de alimentos
  • Valorizar a produção local e os alimentos orgânicos

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