Entenda como a produção de vinho no Chile está sendo afetada pelas mudanças climáticas


Produtores resgatam técnicas antigas para enfrentar o aumento das temperaturas e a falta de água

Por Redação

Nos vales do centro do Chile, terra de castas de uva como Carmenere, Cabernet Sauvignon ou Merlot, os produtores de vinho colhem à noite, recorrem ao esterco de cavalo e resgatam técnicas antigas para enfrentar a falta de água e as mudanças climáticas.

Após mais de uma década de seca, os vinicultores dos vales de Colchagua e Cachapoal, localizados em uma das regiões que mais produzem vinho no Chile, aprenderam a conviver com quantidades menores de água.

“Estamos retomando práticas que provavelmente tínhamos antes, mas em uma escala maior e de forma sistemática”, disse à agência AFP Soledad Meneses, chefe de comunicação da Viña Conosur, subsidiária da Concha y Toro, maior produtora da América Latina.

Máquina de podar trabalha nos campos de videiras em Peralillo; no local, são utilizados fertilizantes compostos de esterco de cavalo e vaca Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

A última colheita de março, no final do verão, foi uma das mais quentes já registradas na região. Caso as temperaturas continuem aumentando, a cor, acidez e teor alcoólico do vinho podem mudar no Chile, o quarto produtor mundial desta bebida.

Estas temperaturas elevadas obrigaram os produtores a migrarem para regiões mais frias, como a ilha de Chiloé, 1.200 quilômetros ao sul de Santiago, onde a Viña Montes instalou seu primeiro vinhedo experimental, ou a Patagônia, onde já estão sendo produzidos vinhos após os termômetros registrarem entre 14 e 32ºC no verão.

Agricultura regenerativa

As videiras do vale de Apalta da Viña Montes crescem protegidas por uma cobertura vegetal que reduz a erosão e a compactação do solo, favorecendo a proliferação de organismos naturais que combatem as pragas. O funcionamento acaba reduzindo o uso de fertilizantes e água.

Este solo “mais esponjoso” retém mais água no inverno e “contribui para baixar a temperatura, reduzir a transpiração e evaporar menos água” no verão, explicou Rodrigo Barría, gerente agrícola da Viña Montes.

Rodrigo Barria, gerente agrícola da Viña Montes, mostra minhocas nas raízes da videira, em Millahue de Apalta Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

As vinhas diminuíram de tamanho (passaram de 1,20 metro para 80 cm) e crescem entre a vegetação rasteira do local, onde o consumo de água foi reduzido em 15%. Como resultado, as uvas são menores, mas de melhor qualidade.

“Apesar de um ano quente como o que aconteceu, tivemos frutos muito bons”, acrescenta Barría.

Em Peralillo, o vinhedo La Playa utiliza fertilizantes compostos de esterco de cavalo e vaca, além de resíduos orgânicos do hotel que funciona no local. Além disso, centenas de ovelhas pastam nos campos para afastar as ervas daninhas que também crescem entre as uvas e outras árvores frutíferas. A técnica permite economizar herbicidas e contribui para a qualidade do vinho.

Linha de produção e engarrafamento de vinhos da Sutil; última colheita de março foi uma das mais quentes já registradas no Chile Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

Já no vinhedo de Conosur, em Chimbarongo, as bombas que irrigam o local são alimentadas por uma usina fotovoltaica, que, somada a outras ações, reduziu em 38% o consumo de energia. Também foram construídos corredores com espécies nativas que cultivam na sua própria estufa e que ajudam a conter os frequentes incêndios florestais.

A vinha Vik, em Millahue, por sua vez, realiza colheitas à noite e de forma manual para garantir uma maior qualidade da fruta. O vinhedo também desenvolveu uma arquitetura sustentável, com um impressionante teto d’água que resfria naturalmente os barris e a adega, que está integrada a uma exclusiva galeria de arte de seu hotel.

“É uma enologia que não existe e que tenta fazer esse processo romântico de circular o vinho: tudo sai da natureza e volta para a natureza”, diz Cristián Vallejo, enólogo-chefe da Vik, que tem o Brasil como principal mercado. / AFP

Nos vales do centro do Chile, terra de castas de uva como Carmenere, Cabernet Sauvignon ou Merlot, os produtores de vinho colhem à noite, recorrem ao esterco de cavalo e resgatam técnicas antigas para enfrentar a falta de água e as mudanças climáticas.

Após mais de uma década de seca, os vinicultores dos vales de Colchagua e Cachapoal, localizados em uma das regiões que mais produzem vinho no Chile, aprenderam a conviver com quantidades menores de água.

“Estamos retomando práticas que provavelmente tínhamos antes, mas em uma escala maior e de forma sistemática”, disse à agência AFP Soledad Meneses, chefe de comunicação da Viña Conosur, subsidiária da Concha y Toro, maior produtora da América Latina.

Máquina de podar trabalha nos campos de videiras em Peralillo; no local, são utilizados fertilizantes compostos de esterco de cavalo e vaca Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

A última colheita de março, no final do verão, foi uma das mais quentes já registradas na região. Caso as temperaturas continuem aumentando, a cor, acidez e teor alcoólico do vinho podem mudar no Chile, o quarto produtor mundial desta bebida.

Estas temperaturas elevadas obrigaram os produtores a migrarem para regiões mais frias, como a ilha de Chiloé, 1.200 quilômetros ao sul de Santiago, onde a Viña Montes instalou seu primeiro vinhedo experimental, ou a Patagônia, onde já estão sendo produzidos vinhos após os termômetros registrarem entre 14 e 32ºC no verão.

Agricultura regenerativa

As videiras do vale de Apalta da Viña Montes crescem protegidas por uma cobertura vegetal que reduz a erosão e a compactação do solo, favorecendo a proliferação de organismos naturais que combatem as pragas. O funcionamento acaba reduzindo o uso de fertilizantes e água.

Este solo “mais esponjoso” retém mais água no inverno e “contribui para baixar a temperatura, reduzir a transpiração e evaporar menos água” no verão, explicou Rodrigo Barría, gerente agrícola da Viña Montes.

Rodrigo Barria, gerente agrícola da Viña Montes, mostra minhocas nas raízes da videira, em Millahue de Apalta Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

As vinhas diminuíram de tamanho (passaram de 1,20 metro para 80 cm) e crescem entre a vegetação rasteira do local, onde o consumo de água foi reduzido em 15%. Como resultado, as uvas são menores, mas de melhor qualidade.

“Apesar de um ano quente como o que aconteceu, tivemos frutos muito bons”, acrescenta Barría.

Em Peralillo, o vinhedo La Playa utiliza fertilizantes compostos de esterco de cavalo e vaca, além de resíduos orgânicos do hotel que funciona no local. Além disso, centenas de ovelhas pastam nos campos para afastar as ervas daninhas que também crescem entre as uvas e outras árvores frutíferas. A técnica permite economizar herbicidas e contribui para a qualidade do vinho.

Linha de produção e engarrafamento de vinhos da Sutil; última colheita de março foi uma das mais quentes já registradas no Chile Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

Já no vinhedo de Conosur, em Chimbarongo, as bombas que irrigam o local são alimentadas por uma usina fotovoltaica, que, somada a outras ações, reduziu em 38% o consumo de energia. Também foram construídos corredores com espécies nativas que cultivam na sua própria estufa e que ajudam a conter os frequentes incêndios florestais.

A vinha Vik, em Millahue, por sua vez, realiza colheitas à noite e de forma manual para garantir uma maior qualidade da fruta. O vinhedo também desenvolveu uma arquitetura sustentável, com um impressionante teto d’água que resfria naturalmente os barris e a adega, que está integrada a uma exclusiva galeria de arte de seu hotel.

“É uma enologia que não existe e que tenta fazer esse processo romântico de circular o vinho: tudo sai da natureza e volta para a natureza”, diz Cristián Vallejo, enólogo-chefe da Vik, que tem o Brasil como principal mercado. / AFP

Nos vales do centro do Chile, terra de castas de uva como Carmenere, Cabernet Sauvignon ou Merlot, os produtores de vinho colhem à noite, recorrem ao esterco de cavalo e resgatam técnicas antigas para enfrentar a falta de água e as mudanças climáticas.

Após mais de uma década de seca, os vinicultores dos vales de Colchagua e Cachapoal, localizados em uma das regiões que mais produzem vinho no Chile, aprenderam a conviver com quantidades menores de água.

“Estamos retomando práticas que provavelmente tínhamos antes, mas em uma escala maior e de forma sistemática”, disse à agência AFP Soledad Meneses, chefe de comunicação da Viña Conosur, subsidiária da Concha y Toro, maior produtora da América Latina.

Máquina de podar trabalha nos campos de videiras em Peralillo; no local, são utilizados fertilizantes compostos de esterco de cavalo e vaca Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

A última colheita de março, no final do verão, foi uma das mais quentes já registradas na região. Caso as temperaturas continuem aumentando, a cor, acidez e teor alcoólico do vinho podem mudar no Chile, o quarto produtor mundial desta bebida.

Estas temperaturas elevadas obrigaram os produtores a migrarem para regiões mais frias, como a ilha de Chiloé, 1.200 quilômetros ao sul de Santiago, onde a Viña Montes instalou seu primeiro vinhedo experimental, ou a Patagônia, onde já estão sendo produzidos vinhos após os termômetros registrarem entre 14 e 32ºC no verão.

Agricultura regenerativa

As videiras do vale de Apalta da Viña Montes crescem protegidas por uma cobertura vegetal que reduz a erosão e a compactação do solo, favorecendo a proliferação de organismos naturais que combatem as pragas. O funcionamento acaba reduzindo o uso de fertilizantes e água.

Este solo “mais esponjoso” retém mais água no inverno e “contribui para baixar a temperatura, reduzir a transpiração e evaporar menos água” no verão, explicou Rodrigo Barría, gerente agrícola da Viña Montes.

Rodrigo Barria, gerente agrícola da Viña Montes, mostra minhocas nas raízes da videira, em Millahue de Apalta Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

As vinhas diminuíram de tamanho (passaram de 1,20 metro para 80 cm) e crescem entre a vegetação rasteira do local, onde o consumo de água foi reduzido em 15%. Como resultado, as uvas são menores, mas de melhor qualidade.

“Apesar de um ano quente como o que aconteceu, tivemos frutos muito bons”, acrescenta Barría.

Em Peralillo, o vinhedo La Playa utiliza fertilizantes compostos de esterco de cavalo e vaca, além de resíduos orgânicos do hotel que funciona no local. Além disso, centenas de ovelhas pastam nos campos para afastar as ervas daninhas que também crescem entre as uvas e outras árvores frutíferas. A técnica permite economizar herbicidas e contribui para a qualidade do vinho.

Linha de produção e engarrafamento de vinhos da Sutil; última colheita de março foi uma das mais quentes já registradas no Chile Foto: PABLO COZZAGLIO/AFP

Já no vinhedo de Conosur, em Chimbarongo, as bombas que irrigam o local são alimentadas por uma usina fotovoltaica, que, somada a outras ações, reduziu em 38% o consumo de energia. Também foram construídos corredores com espécies nativas que cultivam na sua própria estufa e que ajudam a conter os frequentes incêndios florestais.

A vinha Vik, em Millahue, por sua vez, realiza colheitas à noite e de forma manual para garantir uma maior qualidade da fruta. O vinhedo também desenvolveu uma arquitetura sustentável, com um impressionante teto d’água que resfria naturalmente os barris e a adega, que está integrada a uma exclusiva galeria de arte de seu hotel.

“É uma enologia que não existe e que tenta fazer esse processo romântico de circular o vinho: tudo sai da natureza e volta para a natureza”, diz Cristián Vallejo, enólogo-chefe da Vik, que tem o Brasil como principal mercado. / AFP

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