Importação de corais vai parar na Justiça após multa do Ibama; entenda disputa por animais


Órgão alegou que entrada no País de 44 espécies vindas do Panamá está em ‘desacordo com autorização’, enquanto instituto defende legalidade do transporte para fins científicos

Por Fabio Grellet

Uma iniciativa científica que envolve a importação de corais do Panamá se transformou em disputa judicial entre uma entidade sem fins lucrativos e um órgão do governo federal.

Corais são animais aquáticos coloridos que se alimentam de plâncton e pequenos peixes, geralmente formam colônias e são usados em medicamentos e na fabricação de colares, entre outras utilidades. O Instituto Coral Vivo (ICV), entidade sem fins lucrativos que atua na pesquisa e defesa dos corais no Brasil, está participando de uma pesquisa científica mundial sobre a resistência de corais às ondas de calor provocadas pelas mudanças climáticas, informa em seu site. “A pesquisa tem fins estritamente acadêmicos e é financiada com recursos públicos e privados”, diz o ICV. Para avaliar a resistência de corais do Caribe e do Pacífico no Atlântico Sul, antes que o fenômeno El Niño se propague pela costa brasileira (ele está em formação), o ICV importou corais do Panamá. Aí começou o problema.

Pesquisa visa avaliar a resistência de corais; na foto, imagem de coral-de-fogo da espécie Millepora alcicornis na costa sul da Bahia Foto: Herton Escobar/Estadão - 29/07/2016

Os corais foram embarcados no Panamá na manhã de 29 de junho e desembarcaram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na manhã do dia 30. Segundo o ICV, todas as autorizações nacionais e internacionais necessárias foram concedidas, inclusive pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Ao passar pelos trâmites aduaneiros, no entanto, o Ibama indeferiu a licença de importação, alegando que a ‘importação contém mais espécimes do que o declarado nos documentos de instrução do processo’”, relata o ICV, em nota. “A justificativa se mostra totalmente inverossímil e infundada, já que o Ibama autorizou previamente a importação de 220 indivíduos, mas foram enviados do Panamá apenas 44 indivíduos, conforme indica o cartão de embarque da transportadora”. Alegando irregularidades, o Ibama determinou que a empresa importadora devolvesse os corais ao Panamá. Mas essa decisão não foi cumprida.

Nesse imbróglio, os corais ficaram armazenados provisoriamente, sob risco de morrer - eles são animais sensíveis, que não devem passar mais de 48 horas fora de um habitat adequado. Segundo o ICV, o Ibama não autorizou o acesso aos corais e não respondeu aos pedidos de informação sobre a forma de acondicionamento dos animais. “Desde então, não foi adotada nenhuma medida de controle das condições adequadas para sobrevivência dos corais, estando o ICV impedido de prestar socorro aos animais, os quais perecem a cada minuto que se passa”, afirmou o ICV em nota divulgada na segunda-feira, dia 3.

A questão foi parar na Justiça. No dia 2 de julho, o ICV obteve decisão judicial liminar em processo que tramita na 2ª Vara Federal de Guarulhos obrigando o Ibama a “acondicionar os espécimes adequadamente até ulterior deliberação judicial”. Segundo o Ibama, os corais foram entregues ao ICV, que se tornou fiel depositário – responsável pelos animais, enquanto a Justiça não decide em definitivo se eles devem ser devolvidos ao Panamá ou podem ser usados pelo instituto.

Também em nota, o Ibama afirma que aplicou multa de R$ 3.880 por importação de 44 animais “em desacordo com autorização prévia” do órgão. “Em vistorias realizadas em 30 de junho, o Ibama constatou que a empresa importadora trouxe número maior de corais do que o autorizado na citada Licença de Importação (...) e que todas as embalagens internas (sacos) e externas (caixas) estavam sem identificação e descrição das espécies”, afirma o instituto.

“Constatou-se ainda divergência de quantidade de corais importados, frente ao declarado nos documentos anexados (...)”, afirma o Ibama. Segundo o órgão, o Instituto Coral Vivo “não possui Cadastro Técnico Federal, embora suas atividades estejam relacionadas à manutenção de fauna em cativeiro e pesquisa, e não foi apresentada qualquer licença ambiental para comprovar o regular funcionamento”.

Em 30 de junho, o Ibama determinou à importadora a devolução dos animais, mas a ordem não foi cumprida, o que, segundo o órgão, colocou a sobrevivência dos animais em risco.

“A importação dos animais foi autorizada judicialmente e o Ibama, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Receita Federal, cumpriu a decisão. Os corais foram entregues ao Instituto Coral Vivo como fiel depositário”, conclui o Ibama, em nota.

Questionado pela reportagem, até a noite de quarta-feira, 5, o ICV não havia confirmado se os corais estão vivos ou morreram.

Uma iniciativa científica que envolve a importação de corais do Panamá se transformou em disputa judicial entre uma entidade sem fins lucrativos e um órgão do governo federal.

Corais são animais aquáticos coloridos que se alimentam de plâncton e pequenos peixes, geralmente formam colônias e são usados em medicamentos e na fabricação de colares, entre outras utilidades. O Instituto Coral Vivo (ICV), entidade sem fins lucrativos que atua na pesquisa e defesa dos corais no Brasil, está participando de uma pesquisa científica mundial sobre a resistência de corais às ondas de calor provocadas pelas mudanças climáticas, informa em seu site. “A pesquisa tem fins estritamente acadêmicos e é financiada com recursos públicos e privados”, diz o ICV. Para avaliar a resistência de corais do Caribe e do Pacífico no Atlântico Sul, antes que o fenômeno El Niño se propague pela costa brasileira (ele está em formação), o ICV importou corais do Panamá. Aí começou o problema.

Pesquisa visa avaliar a resistência de corais; na foto, imagem de coral-de-fogo da espécie Millepora alcicornis na costa sul da Bahia Foto: Herton Escobar/Estadão - 29/07/2016

Os corais foram embarcados no Panamá na manhã de 29 de junho e desembarcaram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na manhã do dia 30. Segundo o ICV, todas as autorizações nacionais e internacionais necessárias foram concedidas, inclusive pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Ao passar pelos trâmites aduaneiros, no entanto, o Ibama indeferiu a licença de importação, alegando que a ‘importação contém mais espécimes do que o declarado nos documentos de instrução do processo’”, relata o ICV, em nota. “A justificativa se mostra totalmente inverossímil e infundada, já que o Ibama autorizou previamente a importação de 220 indivíduos, mas foram enviados do Panamá apenas 44 indivíduos, conforme indica o cartão de embarque da transportadora”. Alegando irregularidades, o Ibama determinou que a empresa importadora devolvesse os corais ao Panamá. Mas essa decisão não foi cumprida.

Nesse imbróglio, os corais ficaram armazenados provisoriamente, sob risco de morrer - eles são animais sensíveis, que não devem passar mais de 48 horas fora de um habitat adequado. Segundo o ICV, o Ibama não autorizou o acesso aos corais e não respondeu aos pedidos de informação sobre a forma de acondicionamento dos animais. “Desde então, não foi adotada nenhuma medida de controle das condições adequadas para sobrevivência dos corais, estando o ICV impedido de prestar socorro aos animais, os quais perecem a cada minuto que se passa”, afirmou o ICV em nota divulgada na segunda-feira, dia 3.

A questão foi parar na Justiça. No dia 2 de julho, o ICV obteve decisão judicial liminar em processo que tramita na 2ª Vara Federal de Guarulhos obrigando o Ibama a “acondicionar os espécimes adequadamente até ulterior deliberação judicial”. Segundo o Ibama, os corais foram entregues ao ICV, que se tornou fiel depositário – responsável pelos animais, enquanto a Justiça não decide em definitivo se eles devem ser devolvidos ao Panamá ou podem ser usados pelo instituto.

Também em nota, o Ibama afirma que aplicou multa de R$ 3.880 por importação de 44 animais “em desacordo com autorização prévia” do órgão. “Em vistorias realizadas em 30 de junho, o Ibama constatou que a empresa importadora trouxe número maior de corais do que o autorizado na citada Licença de Importação (...) e que todas as embalagens internas (sacos) e externas (caixas) estavam sem identificação e descrição das espécies”, afirma o instituto.

“Constatou-se ainda divergência de quantidade de corais importados, frente ao declarado nos documentos anexados (...)”, afirma o Ibama. Segundo o órgão, o Instituto Coral Vivo “não possui Cadastro Técnico Federal, embora suas atividades estejam relacionadas à manutenção de fauna em cativeiro e pesquisa, e não foi apresentada qualquer licença ambiental para comprovar o regular funcionamento”.

Em 30 de junho, o Ibama determinou à importadora a devolução dos animais, mas a ordem não foi cumprida, o que, segundo o órgão, colocou a sobrevivência dos animais em risco.

“A importação dos animais foi autorizada judicialmente e o Ibama, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Receita Federal, cumpriu a decisão. Os corais foram entregues ao Instituto Coral Vivo como fiel depositário”, conclui o Ibama, em nota.

Questionado pela reportagem, até a noite de quarta-feira, 5, o ICV não havia confirmado se os corais estão vivos ou morreram.

Uma iniciativa científica que envolve a importação de corais do Panamá se transformou em disputa judicial entre uma entidade sem fins lucrativos e um órgão do governo federal.

Corais são animais aquáticos coloridos que se alimentam de plâncton e pequenos peixes, geralmente formam colônias e são usados em medicamentos e na fabricação de colares, entre outras utilidades. O Instituto Coral Vivo (ICV), entidade sem fins lucrativos que atua na pesquisa e defesa dos corais no Brasil, está participando de uma pesquisa científica mundial sobre a resistência de corais às ondas de calor provocadas pelas mudanças climáticas, informa em seu site. “A pesquisa tem fins estritamente acadêmicos e é financiada com recursos públicos e privados”, diz o ICV. Para avaliar a resistência de corais do Caribe e do Pacífico no Atlântico Sul, antes que o fenômeno El Niño se propague pela costa brasileira (ele está em formação), o ICV importou corais do Panamá. Aí começou o problema.

Pesquisa visa avaliar a resistência de corais; na foto, imagem de coral-de-fogo da espécie Millepora alcicornis na costa sul da Bahia Foto: Herton Escobar/Estadão - 29/07/2016

Os corais foram embarcados no Panamá na manhã de 29 de junho e desembarcaram no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na manhã do dia 30. Segundo o ICV, todas as autorizações nacionais e internacionais necessárias foram concedidas, inclusive pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Ao passar pelos trâmites aduaneiros, no entanto, o Ibama indeferiu a licença de importação, alegando que a ‘importação contém mais espécimes do que o declarado nos documentos de instrução do processo’”, relata o ICV, em nota. “A justificativa se mostra totalmente inverossímil e infundada, já que o Ibama autorizou previamente a importação de 220 indivíduos, mas foram enviados do Panamá apenas 44 indivíduos, conforme indica o cartão de embarque da transportadora”. Alegando irregularidades, o Ibama determinou que a empresa importadora devolvesse os corais ao Panamá. Mas essa decisão não foi cumprida.

Nesse imbróglio, os corais ficaram armazenados provisoriamente, sob risco de morrer - eles são animais sensíveis, que não devem passar mais de 48 horas fora de um habitat adequado. Segundo o ICV, o Ibama não autorizou o acesso aos corais e não respondeu aos pedidos de informação sobre a forma de acondicionamento dos animais. “Desde então, não foi adotada nenhuma medida de controle das condições adequadas para sobrevivência dos corais, estando o ICV impedido de prestar socorro aos animais, os quais perecem a cada minuto que se passa”, afirmou o ICV em nota divulgada na segunda-feira, dia 3.

A questão foi parar na Justiça. No dia 2 de julho, o ICV obteve decisão judicial liminar em processo que tramita na 2ª Vara Federal de Guarulhos obrigando o Ibama a “acondicionar os espécimes adequadamente até ulterior deliberação judicial”. Segundo o Ibama, os corais foram entregues ao ICV, que se tornou fiel depositário – responsável pelos animais, enquanto a Justiça não decide em definitivo se eles devem ser devolvidos ao Panamá ou podem ser usados pelo instituto.

Também em nota, o Ibama afirma que aplicou multa de R$ 3.880 por importação de 44 animais “em desacordo com autorização prévia” do órgão. “Em vistorias realizadas em 30 de junho, o Ibama constatou que a empresa importadora trouxe número maior de corais do que o autorizado na citada Licença de Importação (...) e que todas as embalagens internas (sacos) e externas (caixas) estavam sem identificação e descrição das espécies”, afirma o instituto.

“Constatou-se ainda divergência de quantidade de corais importados, frente ao declarado nos documentos anexados (...)”, afirma o Ibama. Segundo o órgão, o Instituto Coral Vivo “não possui Cadastro Técnico Federal, embora suas atividades estejam relacionadas à manutenção de fauna em cativeiro e pesquisa, e não foi apresentada qualquer licença ambiental para comprovar o regular funcionamento”.

Em 30 de junho, o Ibama determinou à importadora a devolução dos animais, mas a ordem não foi cumprida, o que, segundo o órgão, colocou a sobrevivência dos animais em risco.

“A importação dos animais foi autorizada judicialmente e o Ibama, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Receita Federal, cumpriu a decisão. Os corais foram entregues ao Instituto Coral Vivo como fiel depositário”, conclui o Ibama, em nota.

Questionado pela reportagem, até a noite de quarta-feira, 5, o ICV não havia confirmado se os corais estão vivos ou morreram.

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