Quanto El Niño e mudanças climáticas pioraram as chuvas no Rio Grande do Sul? Estudo traz resposta


Grupo internacional de cientistas analisou a relação entre eventos extremos, como o que devastou as cidades gaúchas há um mês, e o aquecimento global

Por Jaqueline Sordi

As mudanças climáticas dobraram a probabilidade de o Rio Grande do Sul ser atingido por um evento climático tão extremo como as chuvas que castigaram o Estado entre os meses de abril e maio. O aquecimento do planeta também tornou essas precipitações até 9% mais intensas. A conclusão é de um estudo divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas que analisa a relação entre eventos extremos específicos e as mudanças do clima.

De acordo com os pesquisadores, o El Niño desempenhou papel semelhante, intensificando as chuvas, enquanto falhas na infraestrutura das cidades agravaram ainda mais a dimensão da tragédia.

Em menos de 30 dias, as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul afetaram 90% do Estado, causando 172 mortes e desalojando mais de meio milhão de pessoas.

  • Para avaliar a influência da mudança climática sobre os riscos de esta chuva extrema ocorrer, e também sobre sua intensidade, os cientistas analisaram dados meteorológicos e simulações computadorizadas para comparar o clima como ele é hoje (cerca de 1,2°C mais quente do que na era pré-industrial) com o clima do passado, seguindo métodos revisados por pares.
  • O estudo considerou os níveis de precipitação durante duas janelas de tempo, quando as maiores quantidades de chuva caíram: uma janela de 4 dias (29 de abril a 2 de maio) e outra de 10 dias (26 de abril a 6 de maio).

Após as análises, os pesquisadores identificaram que o que ocorreu pode ser considerado um evento extremamente raro, esperado para ocorrer apenas uma vez a cada 100-250 anos, mesmo no clima atual. No entanto, sem o efeito da queima de combustíveis fósseis – principal responsável pela crise climática – o evento seria mais raro ainda.

Em Arroio do Meio, no interior do Rio Grande do Sul, enchente danificou estrutura de ponte Foto: Wilton Junior/Estadão - 17/5/2024

Concluíram também que o aquecimento global aumentou em duas vezes a probabilidade de as chuvas extremas ocorrerem, e que elas foram de 6% a 9% mais intensas por causa da emissão antropogênica de gases de efeito estufa.

As conclusões do estudo vão ao encontro de outras pesquisas que vêm sendo realizadas nos últimos anos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Em artigo publicado na revista International Journal of Climatology, em 2017, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já haviam demonstrado uma mudança na intensidade e frequência de chuvas extremas no Sul do País.

Outra análise mais recente, foi publicada em maio pelo ClimaMeter, grupo de cientistas de diferentes países liderado por pesquisadores do centro especializado em ciências climáticas da Universidade Paris-Saclay, financiado pela União Europeia e pela Agência Francesa de Investigação (CNRS).

Esse trabalho indicou que que eventos extremos de precipitação como os que atingiram o Rio Grande do Sul estão até 15% mais intensos na região no período de 2001-2023, quando o efeito das mudanças climáticas se tornou mais evidente, em comparação com 1979-2000.

A explicação, de acordo com a geógrafa e pesquisadora em climatologia Karina Bruno Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é que a elevação das temperaturas provoca aumento da evaporação e da capacidade de retenção de umidade pela atmosfera, ou seja, cria condições favoráveis para a intensificação dos eventos.

“Quando unimos eventos extremos e vulnerabilidades locais, temos a receita para desastres. Logo, a crise climática precisa ser levada a sério, porque a tendência é de piora deste cenário”, alerta a cientista.

Lincoln Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e um dos autores do estudo, corrobora com a geóloga. Ele afirma que a tragédia do Rio Grande do Sul confirma uma tendência que já vêm sendo observada em todo o mundo.

Carros ficaram submersos após enchente atingir pátio do Detran em Porto Alegre Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 19/5/2024

“As atividades humanas estão contribuindo para eventos extremos mais intensos e frequentes. Mas é preciso destacar a vulnerabilidade do País às mudanças climáticas. É essencial que os tomadores de decisão e a sociedade reconheçam esse novo normal”, diz o especialista.

De fato, a análise do World Weather Attribution (WWA) também concluiu que grande parte dos danos foi causada pela falha de infraestrutura da região, que não conseguiu conter a precipitação acumulada.

Só em Porto Alegre e região metropolitana, a falta de manutenção dos 68 quilômetros de diques, muro de contenção e comportas fez com que a água avançasse para dentro da cidade por brechas antes mesmo de superar a altura projetada pelo sistema de proteção.

Além disso, 19 das 23 estações de bombeamento de água da chuva falharam em conter o avanço das águas.

O desmatamento e a rápida urbanização de cidades também contribuíram para aumentar a exposição da população e piorar os impactos, diz o estudo. Como mostrou o Estadão, levantamento do governo federal mostra que ao menos 1.942 municípios do Brasil (uma de cada três cidades) estão em áreas de risco recorrente para desastres climáticos, como inundações, enchentes e deslizamentos.

“É hora de reconhecer que a infraestrutura não adaptada ao novo clima é uma ameaça tão grave quanto as chuvas extremas”, diz Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, think tank dedicado à política climática. “Seja ela pública ou privada, paga com recursos locais ou nacionais, precisa ser feita ou refeita pensando na maior intensidade e frequência desses eventos, para proteger vidas e comunidades.”

O que a pesquisa aponta sobre o futuro?

A pesquisa projetou também possíveis cenários futuros caso as emissões de gases estufa não sejam rapidamente reduzidas. Se o mundo seguir o atual padrão de emissões e as temperaturas globais aumentarem 2ºC em comparação aos tempos pré-industriais, o que deve ocorrer entre 20 e 30 anos, eventos de chuva semelhantes serão duas vezes mais prováveis do que são hoje.

“Já que a mudança do clima dobrou o risco de eventos raros como este se repetirem antes do prazo esperado, resta-nos dobrar a aposta na transição para longe dos combustíveis fósseis e na adaptação, no Brasil e no mundo”, acrescenta Natalie.

O estudo foi conduzido por 13 pesquisadores como parte do grupo World Weather Attribution, incluindo cientistas de universidades, organizações de pesquisa e agências meteorológicas no Brasil, Holanda, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

As mudanças climáticas dobraram a probabilidade de o Rio Grande do Sul ser atingido por um evento climático tão extremo como as chuvas que castigaram o Estado entre os meses de abril e maio. O aquecimento do planeta também tornou essas precipitações até 9% mais intensas. A conclusão é de um estudo divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas que analisa a relação entre eventos extremos específicos e as mudanças do clima.

De acordo com os pesquisadores, o El Niño desempenhou papel semelhante, intensificando as chuvas, enquanto falhas na infraestrutura das cidades agravaram ainda mais a dimensão da tragédia.

Em menos de 30 dias, as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul afetaram 90% do Estado, causando 172 mortes e desalojando mais de meio milhão de pessoas.

  • Para avaliar a influência da mudança climática sobre os riscos de esta chuva extrema ocorrer, e também sobre sua intensidade, os cientistas analisaram dados meteorológicos e simulações computadorizadas para comparar o clima como ele é hoje (cerca de 1,2°C mais quente do que na era pré-industrial) com o clima do passado, seguindo métodos revisados por pares.
  • O estudo considerou os níveis de precipitação durante duas janelas de tempo, quando as maiores quantidades de chuva caíram: uma janela de 4 dias (29 de abril a 2 de maio) e outra de 10 dias (26 de abril a 6 de maio).

Após as análises, os pesquisadores identificaram que o que ocorreu pode ser considerado um evento extremamente raro, esperado para ocorrer apenas uma vez a cada 100-250 anos, mesmo no clima atual. No entanto, sem o efeito da queima de combustíveis fósseis – principal responsável pela crise climática – o evento seria mais raro ainda.

Em Arroio do Meio, no interior do Rio Grande do Sul, enchente danificou estrutura de ponte Foto: Wilton Junior/Estadão - 17/5/2024

Concluíram também que o aquecimento global aumentou em duas vezes a probabilidade de as chuvas extremas ocorrerem, e que elas foram de 6% a 9% mais intensas por causa da emissão antropogênica de gases de efeito estufa.

As conclusões do estudo vão ao encontro de outras pesquisas que vêm sendo realizadas nos últimos anos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Em artigo publicado na revista International Journal of Climatology, em 2017, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já haviam demonstrado uma mudança na intensidade e frequência de chuvas extremas no Sul do País.

Outra análise mais recente, foi publicada em maio pelo ClimaMeter, grupo de cientistas de diferentes países liderado por pesquisadores do centro especializado em ciências climáticas da Universidade Paris-Saclay, financiado pela União Europeia e pela Agência Francesa de Investigação (CNRS).

Esse trabalho indicou que que eventos extremos de precipitação como os que atingiram o Rio Grande do Sul estão até 15% mais intensos na região no período de 2001-2023, quando o efeito das mudanças climáticas se tornou mais evidente, em comparação com 1979-2000.

A explicação, de acordo com a geógrafa e pesquisadora em climatologia Karina Bruno Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é que a elevação das temperaturas provoca aumento da evaporação e da capacidade de retenção de umidade pela atmosfera, ou seja, cria condições favoráveis para a intensificação dos eventos.

“Quando unimos eventos extremos e vulnerabilidades locais, temos a receita para desastres. Logo, a crise climática precisa ser levada a sério, porque a tendência é de piora deste cenário”, alerta a cientista.

Lincoln Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e um dos autores do estudo, corrobora com a geóloga. Ele afirma que a tragédia do Rio Grande do Sul confirma uma tendência que já vêm sendo observada em todo o mundo.

Carros ficaram submersos após enchente atingir pátio do Detran em Porto Alegre Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 19/5/2024

“As atividades humanas estão contribuindo para eventos extremos mais intensos e frequentes. Mas é preciso destacar a vulnerabilidade do País às mudanças climáticas. É essencial que os tomadores de decisão e a sociedade reconheçam esse novo normal”, diz o especialista.

De fato, a análise do World Weather Attribution (WWA) também concluiu que grande parte dos danos foi causada pela falha de infraestrutura da região, que não conseguiu conter a precipitação acumulada.

Só em Porto Alegre e região metropolitana, a falta de manutenção dos 68 quilômetros de diques, muro de contenção e comportas fez com que a água avançasse para dentro da cidade por brechas antes mesmo de superar a altura projetada pelo sistema de proteção.

Além disso, 19 das 23 estações de bombeamento de água da chuva falharam em conter o avanço das águas.

O desmatamento e a rápida urbanização de cidades também contribuíram para aumentar a exposição da população e piorar os impactos, diz o estudo. Como mostrou o Estadão, levantamento do governo federal mostra que ao menos 1.942 municípios do Brasil (uma de cada três cidades) estão em áreas de risco recorrente para desastres climáticos, como inundações, enchentes e deslizamentos.

“É hora de reconhecer que a infraestrutura não adaptada ao novo clima é uma ameaça tão grave quanto as chuvas extremas”, diz Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, think tank dedicado à política climática. “Seja ela pública ou privada, paga com recursos locais ou nacionais, precisa ser feita ou refeita pensando na maior intensidade e frequência desses eventos, para proteger vidas e comunidades.”

O que a pesquisa aponta sobre o futuro?

A pesquisa projetou também possíveis cenários futuros caso as emissões de gases estufa não sejam rapidamente reduzidas. Se o mundo seguir o atual padrão de emissões e as temperaturas globais aumentarem 2ºC em comparação aos tempos pré-industriais, o que deve ocorrer entre 20 e 30 anos, eventos de chuva semelhantes serão duas vezes mais prováveis do que são hoje.

“Já que a mudança do clima dobrou o risco de eventos raros como este se repetirem antes do prazo esperado, resta-nos dobrar a aposta na transição para longe dos combustíveis fósseis e na adaptação, no Brasil e no mundo”, acrescenta Natalie.

O estudo foi conduzido por 13 pesquisadores como parte do grupo World Weather Attribution, incluindo cientistas de universidades, organizações de pesquisa e agências meteorológicas no Brasil, Holanda, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

As mudanças climáticas dobraram a probabilidade de o Rio Grande do Sul ser atingido por um evento climático tão extremo como as chuvas que castigaram o Estado entre os meses de abril e maio. O aquecimento do planeta também tornou essas precipitações até 9% mais intensas. A conclusão é de um estudo divulgado nesta segunda-feira, 3, pelo World Weather Attribution (WWA), grupo internacional de cientistas que analisa a relação entre eventos extremos específicos e as mudanças do clima.

De acordo com os pesquisadores, o El Niño desempenhou papel semelhante, intensificando as chuvas, enquanto falhas na infraestrutura das cidades agravaram ainda mais a dimensão da tragédia.

Em menos de 30 dias, as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul afetaram 90% do Estado, causando 172 mortes e desalojando mais de meio milhão de pessoas.

  • Para avaliar a influência da mudança climática sobre os riscos de esta chuva extrema ocorrer, e também sobre sua intensidade, os cientistas analisaram dados meteorológicos e simulações computadorizadas para comparar o clima como ele é hoje (cerca de 1,2°C mais quente do que na era pré-industrial) com o clima do passado, seguindo métodos revisados por pares.
  • O estudo considerou os níveis de precipitação durante duas janelas de tempo, quando as maiores quantidades de chuva caíram: uma janela de 4 dias (29 de abril a 2 de maio) e outra de 10 dias (26 de abril a 6 de maio).

Após as análises, os pesquisadores identificaram que o que ocorreu pode ser considerado um evento extremamente raro, esperado para ocorrer apenas uma vez a cada 100-250 anos, mesmo no clima atual. No entanto, sem o efeito da queima de combustíveis fósseis – principal responsável pela crise climática – o evento seria mais raro ainda.

Em Arroio do Meio, no interior do Rio Grande do Sul, enchente danificou estrutura de ponte Foto: Wilton Junior/Estadão - 17/5/2024

Concluíram também que o aquecimento global aumentou em duas vezes a probabilidade de as chuvas extremas ocorrerem, e que elas foram de 6% a 9% mais intensas por causa da emissão antropogênica de gases de efeito estufa.

As conclusões do estudo vão ao encontro de outras pesquisas que vêm sendo realizadas nos últimos anos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Em artigo publicado na revista International Journal of Climatology, em 2017, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já haviam demonstrado uma mudança na intensidade e frequência de chuvas extremas no Sul do País.

Outra análise mais recente, foi publicada em maio pelo ClimaMeter, grupo de cientistas de diferentes países liderado por pesquisadores do centro especializado em ciências climáticas da Universidade Paris-Saclay, financiado pela União Europeia e pela Agência Francesa de Investigação (CNRS).

Esse trabalho indicou que que eventos extremos de precipitação como os que atingiram o Rio Grande do Sul estão até 15% mais intensos na região no período de 2001-2023, quando o efeito das mudanças climáticas se tornou mais evidente, em comparação com 1979-2000.

A explicação, de acordo com a geógrafa e pesquisadora em climatologia Karina Bruno Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é que a elevação das temperaturas provoca aumento da evaporação e da capacidade de retenção de umidade pela atmosfera, ou seja, cria condições favoráveis para a intensificação dos eventos.

“Quando unimos eventos extremos e vulnerabilidades locais, temos a receita para desastres. Logo, a crise climática precisa ser levada a sério, porque a tendência é de piora deste cenário”, alerta a cientista.

Lincoln Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e um dos autores do estudo, corrobora com a geóloga. Ele afirma que a tragédia do Rio Grande do Sul confirma uma tendência que já vêm sendo observada em todo o mundo.

Carros ficaram submersos após enchente atingir pátio do Detran em Porto Alegre Foto: Amanda Perobelli/Reuters - 19/5/2024

“As atividades humanas estão contribuindo para eventos extremos mais intensos e frequentes. Mas é preciso destacar a vulnerabilidade do País às mudanças climáticas. É essencial que os tomadores de decisão e a sociedade reconheçam esse novo normal”, diz o especialista.

De fato, a análise do World Weather Attribution (WWA) também concluiu que grande parte dos danos foi causada pela falha de infraestrutura da região, que não conseguiu conter a precipitação acumulada.

Só em Porto Alegre e região metropolitana, a falta de manutenção dos 68 quilômetros de diques, muro de contenção e comportas fez com que a água avançasse para dentro da cidade por brechas antes mesmo de superar a altura projetada pelo sistema de proteção.

Além disso, 19 das 23 estações de bombeamento de água da chuva falharam em conter o avanço das águas.

O desmatamento e a rápida urbanização de cidades também contribuíram para aumentar a exposição da população e piorar os impactos, diz o estudo. Como mostrou o Estadão, levantamento do governo federal mostra que ao menos 1.942 municípios do Brasil (uma de cada três cidades) estão em áreas de risco recorrente para desastres climáticos, como inundações, enchentes e deslizamentos.

“É hora de reconhecer que a infraestrutura não adaptada ao novo clima é uma ameaça tão grave quanto as chuvas extremas”, diz Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, think tank dedicado à política climática. “Seja ela pública ou privada, paga com recursos locais ou nacionais, precisa ser feita ou refeita pensando na maior intensidade e frequência desses eventos, para proteger vidas e comunidades.”

O que a pesquisa aponta sobre o futuro?

A pesquisa projetou também possíveis cenários futuros caso as emissões de gases estufa não sejam rapidamente reduzidas. Se o mundo seguir o atual padrão de emissões e as temperaturas globais aumentarem 2ºC em comparação aos tempos pré-industriais, o que deve ocorrer entre 20 e 30 anos, eventos de chuva semelhantes serão duas vezes mais prováveis do que são hoje.

“Já que a mudança do clima dobrou o risco de eventos raros como este se repetirem antes do prazo esperado, resta-nos dobrar a aposta na transição para longe dos combustíveis fósseis e na adaptação, no Brasil e no mundo”, acrescenta Natalie.

O estudo foi conduzido por 13 pesquisadores como parte do grupo World Weather Attribution, incluindo cientistas de universidades, organizações de pesquisa e agências meteorológicas no Brasil, Holanda, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

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