Nº recorde de baleias é visto no litoral de SP nesta temporada; saiba onde e como ver


Jubarte passa por recuperação nas últimas décadas após proibição de caça; durante o inverno, espécie migra da Antártida para a costa sul da Bahia

Por José Maria Tomazela
Atualização:

Desde o início de junho deste ano, cerca de 330 baleias jubarte foram avistadas no litoral norte de São Paulo, segundo o Projeto Baleia à Vista, organização que monitora a área litorânea entre São Sebastião e o arquipélago de Ilhabela. Durante o inverno, as jubartes migram da Antártida para a costa sul da Bahia em busca de águas mais quentes para reprodução. O litoral norte paulista está na rota dos cetáceos.

Conforme o projeto, o número atual de jubartes avistadas indica um recorde, embora ainda falte concluir a checagem dos registros. No ano passado, houve 163 avistamentos e no anterior, 81. Os registros são feitos desde 2012, mas cresceram também por causa do aumento no interesse pela observação das baleias nos últimos anos.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião Foto: Projeto Baleia à Vista/Divulgação

O projeto, criado pelo ambientalista Júlio Cardoso, conta com uma rede de apoio formada por pesquisadores, biólogos, pescadores, operadores de turismo e fotógrafos da natureza. Segundo Cardoso, este é o melhor período do ano para o avistamento de baleias, que devem continuar aparecendo até o fim de agosto.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião. Operadores de turismo das duas cidades oferecem passeios de barco para observação da fauna marinha. As prefeituras disponibilizam mirantes em que as baleias podem ser observadas da própria cidade.

Embora chegue a medir 15 metros e pese até 30 toneladas, a jubarte consegue saltar quase que completamente fora da água, exibindo suas nadadeiras laterais como se fossem asas de um pássaro.

Nos últimos anos, o total de baleias avistadas no litoral brasileiro teve grande aumento, segundo o Instituto Baleia Jubarte. Apenas no 2º semestre de 2022, cerca de 25 mil passaram pela costa do País. A proibição da caça à baleia no país, em 1986, e maiores cuidados ambientais têm favorecido o aumento na população dos cetáceos.

Mesmo assim, ainda há riscos: em 27 de junho, uma equipe do Instituto Argonauta, que atua na conservação costeira do litoral norte, foi acionada para resgatar uma baleia jubarte que ficou presa pela cauda em um cabo utilizado para pesca, em Ilhabela. O resgate foi acionado por uma equipe que fazia a observação de baleias. O animal foi libertado da malha.

O desemalhe de uma baleia é considerada uma atividade extremamente arriscada e que precisa ser feita seguindo protocolos específicos. “Quando as pessoas tentam, nas melhores das intenções, fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco e comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”, enfatizou na oportunidade o biólogo do Instituto Argonauta Manuel da Cruz Albaladejo.

Golfinhos e outras espécies marinhas também são observados na região. Na semana passada, o pessoal do Projeto Baleia à Vista se deparou com um grupo de mais de 100 falsas-orcas, como são conhecidas algumas espécies de grandes golfinhos. Os machos desse cetáceo podem chegar a seis metros e pesar duas toneladas. Segundo o projeto, as aparições desses animais são muito raras.

População da espécie passa por recuperação

Recente monitoramento aéreo feito pelo Instituto Baleia Jubarte, que cobriu uma distância de 6.200 quilômetros entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte de São Paulo, confirmou a recuperação da população brasileira desses mamíferos marinhos, estimada em 25 mil animais na temporada 2022, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil no fim do ano passado.

Feito a cada três anos, o monitoramento aéreo tem o objetivo de estimar a população de baleias jubartes que visitam o litoral do país. O monitoramento é realizado com aeronaves especiais e adequadas para o avistamento de baleias desde 2003, quando a parceria começou e foram registradas 3.660 jubartes. O levantamento feito este ano foi realizado desde a costa até o mar aberto, em águas com profundidade de 500 metros.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira. Na imagem, a espécie na costa do Espírito Santo Foto: Projeto Baleia Jubarte via Reuters - 14/6/2020

A população, que cem anos atrás era de aproximadamente 25 mil baleias, foi dizimada a 2% disso (cerca de 500 animais) em meados do século 20, por conta da caça predatória no Oceano Antártico, para onde as jubartes do Atlântico Sul migram entre os meses de dezembro e junho para se alimentar, como mostrou o Estadão em 2014. Uma moratória global à caça de baleias foi decretada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) e reproduzida em lei pelo governo brasileiro no ano seguinte.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira, já que aqui é uma área de reprodução para elas, favorecida pelas águas quentes, calmas e livres de predadores. A espécie se alimenta nas águas frias (e ricas em alimento) do Oceano Antártico entre dezembro e junho, no entorno das ilhas Sanduíche e Geórgia do Sul; depois sobe pela costa leste da América do Sul para se reproduzir no Nordeste brasileiro entre julho e novembro.

A caça de jubartes foi praticamente extinta, mas outras ameaças à espécie permanecem. Entre elas, a poluição das águas marinhas (incluindo a poluição sonora, que interfere com a comunicação das baleias), a colisão com embarcações e a captura acidental em malhas de pesca - principalmente de filhotes.

Passeios

Conforme a prefeitura de Ilhabela, mais de uma dezena de empresas de turismo oferecem passeios de barco que incluem observação de baleias. O site https://www.ilhabela.com.br/passeios/ traz informações sobre os passeios.

O Projeto Baleia à Vista (https://www.facebook.com/projetobaleiaavista) realiza expedições com rateio de custos – a última aconteceu dia 7 e ainda não foi programada a próxima. /COM AGÊNCIA BRASIL

Desde o início de junho deste ano, cerca de 330 baleias jubarte foram avistadas no litoral norte de São Paulo, segundo o Projeto Baleia à Vista, organização que monitora a área litorânea entre São Sebastião e o arquipélago de Ilhabela. Durante o inverno, as jubartes migram da Antártida para a costa sul da Bahia em busca de águas mais quentes para reprodução. O litoral norte paulista está na rota dos cetáceos.

Conforme o projeto, o número atual de jubartes avistadas indica um recorde, embora ainda falte concluir a checagem dos registros. No ano passado, houve 163 avistamentos e no anterior, 81. Os registros são feitos desde 2012, mas cresceram também por causa do aumento no interesse pela observação das baleias nos últimos anos.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião Foto: Projeto Baleia à Vista/Divulgação

O projeto, criado pelo ambientalista Júlio Cardoso, conta com uma rede de apoio formada por pesquisadores, biólogos, pescadores, operadores de turismo e fotógrafos da natureza. Segundo Cardoso, este é o melhor período do ano para o avistamento de baleias, que devem continuar aparecendo até o fim de agosto.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião. Operadores de turismo das duas cidades oferecem passeios de barco para observação da fauna marinha. As prefeituras disponibilizam mirantes em que as baleias podem ser observadas da própria cidade.

Embora chegue a medir 15 metros e pese até 30 toneladas, a jubarte consegue saltar quase que completamente fora da água, exibindo suas nadadeiras laterais como se fossem asas de um pássaro.

Nos últimos anos, o total de baleias avistadas no litoral brasileiro teve grande aumento, segundo o Instituto Baleia Jubarte. Apenas no 2º semestre de 2022, cerca de 25 mil passaram pela costa do País. A proibição da caça à baleia no país, em 1986, e maiores cuidados ambientais têm favorecido o aumento na população dos cetáceos.

Mesmo assim, ainda há riscos: em 27 de junho, uma equipe do Instituto Argonauta, que atua na conservação costeira do litoral norte, foi acionada para resgatar uma baleia jubarte que ficou presa pela cauda em um cabo utilizado para pesca, em Ilhabela. O resgate foi acionado por uma equipe que fazia a observação de baleias. O animal foi libertado da malha.

O desemalhe de uma baleia é considerada uma atividade extremamente arriscada e que precisa ser feita seguindo protocolos específicos. “Quando as pessoas tentam, nas melhores das intenções, fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco e comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”, enfatizou na oportunidade o biólogo do Instituto Argonauta Manuel da Cruz Albaladejo.

Golfinhos e outras espécies marinhas também são observados na região. Na semana passada, o pessoal do Projeto Baleia à Vista se deparou com um grupo de mais de 100 falsas-orcas, como são conhecidas algumas espécies de grandes golfinhos. Os machos desse cetáceo podem chegar a seis metros e pesar duas toneladas. Segundo o projeto, as aparições desses animais são muito raras.

População da espécie passa por recuperação

Recente monitoramento aéreo feito pelo Instituto Baleia Jubarte, que cobriu uma distância de 6.200 quilômetros entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte de São Paulo, confirmou a recuperação da população brasileira desses mamíferos marinhos, estimada em 25 mil animais na temporada 2022, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil no fim do ano passado.

Feito a cada três anos, o monitoramento aéreo tem o objetivo de estimar a população de baleias jubartes que visitam o litoral do país. O monitoramento é realizado com aeronaves especiais e adequadas para o avistamento de baleias desde 2003, quando a parceria começou e foram registradas 3.660 jubartes. O levantamento feito este ano foi realizado desde a costa até o mar aberto, em águas com profundidade de 500 metros.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira. Na imagem, a espécie na costa do Espírito Santo Foto: Projeto Baleia Jubarte via Reuters - 14/6/2020

A população, que cem anos atrás era de aproximadamente 25 mil baleias, foi dizimada a 2% disso (cerca de 500 animais) em meados do século 20, por conta da caça predatória no Oceano Antártico, para onde as jubartes do Atlântico Sul migram entre os meses de dezembro e junho para se alimentar, como mostrou o Estadão em 2014. Uma moratória global à caça de baleias foi decretada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) e reproduzida em lei pelo governo brasileiro no ano seguinte.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira, já que aqui é uma área de reprodução para elas, favorecida pelas águas quentes, calmas e livres de predadores. A espécie se alimenta nas águas frias (e ricas em alimento) do Oceano Antártico entre dezembro e junho, no entorno das ilhas Sanduíche e Geórgia do Sul; depois sobe pela costa leste da América do Sul para se reproduzir no Nordeste brasileiro entre julho e novembro.

A caça de jubartes foi praticamente extinta, mas outras ameaças à espécie permanecem. Entre elas, a poluição das águas marinhas (incluindo a poluição sonora, que interfere com a comunicação das baleias), a colisão com embarcações e a captura acidental em malhas de pesca - principalmente de filhotes.

Passeios

Conforme a prefeitura de Ilhabela, mais de uma dezena de empresas de turismo oferecem passeios de barco que incluem observação de baleias. O site https://www.ilhabela.com.br/passeios/ traz informações sobre os passeios.

O Projeto Baleia à Vista (https://www.facebook.com/projetobaleiaavista) realiza expedições com rateio de custos – a última aconteceu dia 7 e ainda não foi programada a próxima. /COM AGÊNCIA BRASIL

Desde o início de junho deste ano, cerca de 330 baleias jubarte foram avistadas no litoral norte de São Paulo, segundo o Projeto Baleia à Vista, organização que monitora a área litorânea entre São Sebastião e o arquipélago de Ilhabela. Durante o inverno, as jubartes migram da Antártida para a costa sul da Bahia em busca de águas mais quentes para reprodução. O litoral norte paulista está na rota dos cetáceos.

Conforme o projeto, o número atual de jubartes avistadas indica um recorde, embora ainda falte concluir a checagem dos registros. No ano passado, houve 163 avistamentos e no anterior, 81. Os registros são feitos desde 2012, mas cresceram também por causa do aumento no interesse pela observação das baleias nos últimos anos.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião Foto: Projeto Baleia à Vista/Divulgação

O projeto, criado pelo ambientalista Júlio Cardoso, conta com uma rede de apoio formada por pesquisadores, biólogos, pescadores, operadores de turismo e fotógrafos da natureza. Segundo Cardoso, este é o melhor período do ano para o avistamento de baleias, que devem continuar aparecendo até o fim de agosto.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião. Operadores de turismo das duas cidades oferecem passeios de barco para observação da fauna marinha. As prefeituras disponibilizam mirantes em que as baleias podem ser observadas da própria cidade.

Embora chegue a medir 15 metros e pese até 30 toneladas, a jubarte consegue saltar quase que completamente fora da água, exibindo suas nadadeiras laterais como se fossem asas de um pássaro.

Nos últimos anos, o total de baleias avistadas no litoral brasileiro teve grande aumento, segundo o Instituto Baleia Jubarte. Apenas no 2º semestre de 2022, cerca de 25 mil passaram pela costa do País. A proibição da caça à baleia no país, em 1986, e maiores cuidados ambientais têm favorecido o aumento na população dos cetáceos.

Mesmo assim, ainda há riscos: em 27 de junho, uma equipe do Instituto Argonauta, que atua na conservação costeira do litoral norte, foi acionada para resgatar uma baleia jubarte que ficou presa pela cauda em um cabo utilizado para pesca, em Ilhabela. O resgate foi acionado por uma equipe que fazia a observação de baleias. O animal foi libertado da malha.

O desemalhe de uma baleia é considerada uma atividade extremamente arriscada e que precisa ser feita seguindo protocolos específicos. “Quando as pessoas tentam, nas melhores das intenções, fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco e comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”, enfatizou na oportunidade o biólogo do Instituto Argonauta Manuel da Cruz Albaladejo.

Golfinhos e outras espécies marinhas também são observados na região. Na semana passada, o pessoal do Projeto Baleia à Vista se deparou com um grupo de mais de 100 falsas-orcas, como são conhecidas algumas espécies de grandes golfinhos. Os machos desse cetáceo podem chegar a seis metros e pesar duas toneladas. Segundo o projeto, as aparições desses animais são muito raras.

População da espécie passa por recuperação

Recente monitoramento aéreo feito pelo Instituto Baleia Jubarte, que cobriu uma distância de 6.200 quilômetros entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte de São Paulo, confirmou a recuperação da população brasileira desses mamíferos marinhos, estimada em 25 mil animais na temporada 2022, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil no fim do ano passado.

Feito a cada três anos, o monitoramento aéreo tem o objetivo de estimar a população de baleias jubartes que visitam o litoral do país. O monitoramento é realizado com aeronaves especiais e adequadas para o avistamento de baleias desde 2003, quando a parceria começou e foram registradas 3.660 jubartes. O levantamento feito este ano foi realizado desde a costa até o mar aberto, em águas com profundidade de 500 metros.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira. Na imagem, a espécie na costa do Espírito Santo Foto: Projeto Baleia Jubarte via Reuters - 14/6/2020

A população, que cem anos atrás era de aproximadamente 25 mil baleias, foi dizimada a 2% disso (cerca de 500 animais) em meados do século 20, por conta da caça predatória no Oceano Antártico, para onde as jubartes do Atlântico Sul migram entre os meses de dezembro e junho para se alimentar, como mostrou o Estadão em 2014. Uma moratória global à caça de baleias foi decretada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) e reproduzida em lei pelo governo brasileiro no ano seguinte.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira, já que aqui é uma área de reprodução para elas, favorecida pelas águas quentes, calmas e livres de predadores. A espécie se alimenta nas águas frias (e ricas em alimento) do Oceano Antártico entre dezembro e junho, no entorno das ilhas Sanduíche e Geórgia do Sul; depois sobe pela costa leste da América do Sul para se reproduzir no Nordeste brasileiro entre julho e novembro.

A caça de jubartes foi praticamente extinta, mas outras ameaças à espécie permanecem. Entre elas, a poluição das águas marinhas (incluindo a poluição sonora, que interfere com a comunicação das baleias), a colisão com embarcações e a captura acidental em malhas de pesca - principalmente de filhotes.

Passeios

Conforme a prefeitura de Ilhabela, mais de uma dezena de empresas de turismo oferecem passeios de barco que incluem observação de baleias. O site https://www.ilhabela.com.br/passeios/ traz informações sobre os passeios.

O Projeto Baleia à Vista (https://www.facebook.com/projetobaleiaavista) realiza expedições com rateio de custos – a última aconteceu dia 7 e ainda não foi programada a próxima. /COM AGÊNCIA BRASIL

Desde o início de junho deste ano, cerca de 330 baleias jubarte foram avistadas no litoral norte de São Paulo, segundo o Projeto Baleia à Vista, organização que monitora a área litorânea entre São Sebastião e o arquipélago de Ilhabela. Durante o inverno, as jubartes migram da Antártida para a costa sul da Bahia em busca de águas mais quentes para reprodução. O litoral norte paulista está na rota dos cetáceos.

Conforme o projeto, o número atual de jubartes avistadas indica um recorde, embora ainda falte concluir a checagem dos registros. No ano passado, houve 163 avistamentos e no anterior, 81. Os registros são feitos desde 2012, mas cresceram também por causa do aumento no interesse pela observação das baleias nos últimos anos.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião Foto: Projeto Baleia à Vista/Divulgação

O projeto, criado pelo ambientalista Júlio Cardoso, conta com uma rede de apoio formada por pesquisadores, biólogos, pescadores, operadores de turismo e fotógrafos da natureza. Segundo Cardoso, este é o melhor período do ano para o avistamento de baleias, que devem continuar aparecendo até o fim de agosto.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião. Operadores de turismo das duas cidades oferecem passeios de barco para observação da fauna marinha. As prefeituras disponibilizam mirantes em que as baleias podem ser observadas da própria cidade.

Embora chegue a medir 15 metros e pese até 30 toneladas, a jubarte consegue saltar quase que completamente fora da água, exibindo suas nadadeiras laterais como se fossem asas de um pássaro.

Nos últimos anos, o total de baleias avistadas no litoral brasileiro teve grande aumento, segundo o Instituto Baleia Jubarte. Apenas no 2º semestre de 2022, cerca de 25 mil passaram pela costa do País. A proibição da caça à baleia no país, em 1986, e maiores cuidados ambientais têm favorecido o aumento na população dos cetáceos.

Mesmo assim, ainda há riscos: em 27 de junho, uma equipe do Instituto Argonauta, que atua na conservação costeira do litoral norte, foi acionada para resgatar uma baleia jubarte que ficou presa pela cauda em um cabo utilizado para pesca, em Ilhabela. O resgate foi acionado por uma equipe que fazia a observação de baleias. O animal foi libertado da malha.

O desemalhe de uma baleia é considerada uma atividade extremamente arriscada e que precisa ser feita seguindo protocolos específicos. “Quando as pessoas tentam, nas melhores das intenções, fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco e comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”, enfatizou na oportunidade o biólogo do Instituto Argonauta Manuel da Cruz Albaladejo.

Golfinhos e outras espécies marinhas também são observados na região. Na semana passada, o pessoal do Projeto Baleia à Vista se deparou com um grupo de mais de 100 falsas-orcas, como são conhecidas algumas espécies de grandes golfinhos. Os machos desse cetáceo podem chegar a seis metros e pesar duas toneladas. Segundo o projeto, as aparições desses animais são muito raras.

População da espécie passa por recuperação

Recente monitoramento aéreo feito pelo Instituto Baleia Jubarte, que cobriu uma distância de 6.200 quilômetros entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte de São Paulo, confirmou a recuperação da população brasileira desses mamíferos marinhos, estimada em 25 mil animais na temporada 2022, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil no fim do ano passado.

Feito a cada três anos, o monitoramento aéreo tem o objetivo de estimar a população de baleias jubartes que visitam o litoral do país. O monitoramento é realizado com aeronaves especiais e adequadas para o avistamento de baleias desde 2003, quando a parceria começou e foram registradas 3.660 jubartes. O levantamento feito este ano foi realizado desde a costa até o mar aberto, em águas com profundidade de 500 metros.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira. Na imagem, a espécie na costa do Espírito Santo Foto: Projeto Baleia Jubarte via Reuters - 14/6/2020

A população, que cem anos atrás era de aproximadamente 25 mil baleias, foi dizimada a 2% disso (cerca de 500 animais) em meados do século 20, por conta da caça predatória no Oceano Antártico, para onde as jubartes do Atlântico Sul migram entre os meses de dezembro e junho para se alimentar, como mostrou o Estadão em 2014. Uma moratória global à caça de baleias foi decretada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) e reproduzida em lei pelo governo brasileiro no ano seguinte.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira, já que aqui é uma área de reprodução para elas, favorecida pelas águas quentes, calmas e livres de predadores. A espécie se alimenta nas águas frias (e ricas em alimento) do Oceano Antártico entre dezembro e junho, no entorno das ilhas Sanduíche e Geórgia do Sul; depois sobe pela costa leste da América do Sul para se reproduzir no Nordeste brasileiro entre julho e novembro.

A caça de jubartes foi praticamente extinta, mas outras ameaças à espécie permanecem. Entre elas, a poluição das águas marinhas (incluindo a poluição sonora, que interfere com a comunicação das baleias), a colisão com embarcações e a captura acidental em malhas de pesca - principalmente de filhotes.

Passeios

Conforme a prefeitura de Ilhabela, mais de uma dezena de empresas de turismo oferecem passeios de barco que incluem observação de baleias. O site https://www.ilhabela.com.br/passeios/ traz informações sobre os passeios.

O Projeto Baleia à Vista (https://www.facebook.com/projetobaleiaavista) realiza expedições com rateio de custos – a última aconteceu dia 7 e ainda não foi programada a próxima. /COM AGÊNCIA BRASIL

Desde o início de junho deste ano, cerca de 330 baleias jubarte foram avistadas no litoral norte de São Paulo, segundo o Projeto Baleia à Vista, organização que monitora a área litorânea entre São Sebastião e o arquipélago de Ilhabela. Durante o inverno, as jubartes migram da Antártida para a costa sul da Bahia em busca de águas mais quentes para reprodução. O litoral norte paulista está na rota dos cetáceos.

Conforme o projeto, o número atual de jubartes avistadas indica um recorde, embora ainda falte concluir a checagem dos registros. No ano passado, houve 163 avistamentos e no anterior, 81. Os registros são feitos desde 2012, mas cresceram também por causa do aumento no interesse pela observação das baleias nos últimos anos.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião Foto: Projeto Baleia à Vista/Divulgação

O projeto, criado pelo ambientalista Júlio Cardoso, conta com uma rede de apoio formada por pesquisadores, biólogos, pescadores, operadores de turismo e fotógrafos da natureza. Segundo Cardoso, este é o melhor período do ano para o avistamento de baleias, que devem continuar aparecendo até o fim de agosto.

Nas últimas semanas, têm sido registradas até 30 aparições diárias entre Ilhabela e São Sebastião. Operadores de turismo das duas cidades oferecem passeios de barco para observação da fauna marinha. As prefeituras disponibilizam mirantes em que as baleias podem ser observadas da própria cidade.

Embora chegue a medir 15 metros e pese até 30 toneladas, a jubarte consegue saltar quase que completamente fora da água, exibindo suas nadadeiras laterais como se fossem asas de um pássaro.

Nos últimos anos, o total de baleias avistadas no litoral brasileiro teve grande aumento, segundo o Instituto Baleia Jubarte. Apenas no 2º semestre de 2022, cerca de 25 mil passaram pela costa do País. A proibição da caça à baleia no país, em 1986, e maiores cuidados ambientais têm favorecido o aumento na população dos cetáceos.

Mesmo assim, ainda há riscos: em 27 de junho, uma equipe do Instituto Argonauta, que atua na conservação costeira do litoral norte, foi acionada para resgatar uma baleia jubarte que ficou presa pela cauda em um cabo utilizado para pesca, em Ilhabela. O resgate foi acionado por uma equipe que fazia a observação de baleias. O animal foi libertado da malha.

O desemalhe de uma baleia é considerada uma atividade extremamente arriscada e que precisa ser feita seguindo protocolos específicos. “Quando as pessoas tentam, nas melhores das intenções, fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco e comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”, enfatizou na oportunidade o biólogo do Instituto Argonauta Manuel da Cruz Albaladejo.

Golfinhos e outras espécies marinhas também são observados na região. Na semana passada, o pessoal do Projeto Baleia à Vista se deparou com um grupo de mais de 100 falsas-orcas, como são conhecidas algumas espécies de grandes golfinhos. Os machos desse cetáceo podem chegar a seis metros e pesar duas toneladas. Segundo o projeto, as aparições desses animais são muito raras.

População da espécie passa por recuperação

Recente monitoramento aéreo feito pelo Instituto Baleia Jubarte, que cobriu uma distância de 6.200 quilômetros entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte de São Paulo, confirmou a recuperação da população brasileira desses mamíferos marinhos, estimada em 25 mil animais na temporada 2022, de acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil no fim do ano passado.

Feito a cada três anos, o monitoramento aéreo tem o objetivo de estimar a população de baleias jubartes que visitam o litoral do país. O monitoramento é realizado com aeronaves especiais e adequadas para o avistamento de baleias desde 2003, quando a parceria começou e foram registradas 3.660 jubartes. O levantamento feito este ano foi realizado desde a costa até o mar aberto, em águas com profundidade de 500 metros.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira. Na imagem, a espécie na costa do Espírito Santo Foto: Projeto Baleia Jubarte via Reuters - 14/6/2020

A população, que cem anos atrás era de aproximadamente 25 mil baleias, foi dizimada a 2% disso (cerca de 500 animais) em meados do século 20, por conta da caça predatória no Oceano Antártico, para onde as jubartes do Atlântico Sul migram entre os meses de dezembro e junho para se alimentar, como mostrou o Estadão em 2014. Uma moratória global à caça de baleias foi decretada em 1986 pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) e reproduzida em lei pelo governo brasileiro no ano seguinte.

As jubartes são famosas pelos seus saltos espetaculares e podem ser frequentemente vistas com filhotes na costa brasileira, já que aqui é uma área de reprodução para elas, favorecida pelas águas quentes, calmas e livres de predadores. A espécie se alimenta nas águas frias (e ricas em alimento) do Oceano Antártico entre dezembro e junho, no entorno das ilhas Sanduíche e Geórgia do Sul; depois sobe pela costa leste da América do Sul para se reproduzir no Nordeste brasileiro entre julho e novembro.

A caça de jubartes foi praticamente extinta, mas outras ameaças à espécie permanecem. Entre elas, a poluição das águas marinhas (incluindo a poluição sonora, que interfere com a comunicação das baleias), a colisão com embarcações e a captura acidental em malhas de pesca - principalmente de filhotes.

Passeios

Conforme a prefeitura de Ilhabela, mais de uma dezena de empresas de turismo oferecem passeios de barco que incluem observação de baleias. O site https://www.ilhabela.com.br/passeios/ traz informações sobre os passeios.

O Projeto Baleia à Vista (https://www.facebook.com/projetobaleiaavista) realiza expedições com rateio de custos – a última aconteceu dia 7 e ainda não foi programada a próxima. /COM AGÊNCIA BRASIL

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