Em pronunciamento na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o papa Francisco citou a "perigosa situação da Amazônia e de seus povos indígenas". O líder da Igreja Católica fez um vídeo de 26 minutos, exibido na manhã desta sexta-feira, 25, em que também falou sobre a desigualdade social do mundo e a pandemia do novo coronavírus.
"Penso também na perigosa situação da Amazônia e de seus povos indígenas. Eles nos lembram que a crise ambiental está intimamente ligada a uma crise social e que o cuidado com o meio ambiente exige uma aproximação integrada para combater a pobreza e a destruição", afirmou o papa.
Ele também pediu que que sejam reduzidas "as sanções internacionais que dificultam o apoio adequado dos Estados a suas populações", embora não tenha mencionado nenhuma em particular. O papa solicitou que a ONU faça mais pela paz e responda "ao rápido aumento da desigualdade entre os super ricos e os permanentemente pobres", e lamentou o clima de desconfiança e a "erosão do multilateralismo" que prevalece nas sociedades.
Francisco considerou que a atual crise derivada da pandemia do coronavírus pode ser uma oportunidade real para a transformação dos atuais modos de vida e sistemas econômicos e sociais, diminuindo o fosso entre ricos e pobres. Mas, ao mesmo tempo, reconheceu que pode levar a uma "retirada defensiva com características individualistas e elitistas".
O papa indicou que existem dois caminhos possíveis após a crise atual: um leva ao fortalecimento do multilateralismo, solidariedade e unidade; e outro “dá preferência a atitudes de autossuficiência, nacionalismo, protecionismo, individualismo e isolamento, deixando de fora os mais pobres, os mais vulneráveis”.
Francisco argumentou que “a pandemia destacou a necessidade urgente de promover a saúde pública e realizar o direito de todos aos cuidados médicos básicos”. E renovou o recente apelo à comunidade internacional e ao setor privado para garantir "o acesso às vacinas contra a covid-19 e às tecnologias essenciais para cuidar dos enfermos". “E se você tem de privilegiar alguém”, ele continuou, “que essa pessoa seja a mais pobre, a mais vulnerável, aquela que normalmente é discriminada por não ter poder ou recursos econômicos”./ COM AGÊNCIA EFE