No Parque do Ibirapuera, parasita se espalha e ameaça árvores


Aumento da erva-de-passarinho na área verde preocupa; secretaria e concessionária dizem que há poda das plantas infectadas e afirmam que um plano de manejo será concluído até outubro

Por João Ker
Atualização:

Presença hostil do Parque do Ibirapuera, a erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por um dos mais queridos cartões-postais de São Paulo. Na área verde da zona sul paulistana, a espécie prejudica a vegetação nativa e preocupa especialistas.

Na última terça-feira, 4, uma reunião entre representantes do Tribunal de Contas do Município (TCM), da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, da concessionária Urbia, responsável pela administração do Ibira, e outros membros do poder público tratou do assunto.

A Urbia tem até outubro para apresentar um plano definitivo de manejo das espécies exóticas no local. A concessionária e a secretaria afirmam que o cuidado com o espaço já é feito diariamente e foi intensificado nos últimos meses.

Especialistas e defensores da flora do Ibirapuera temem que as ações de combate não sejam suficientes para preservar a vegetação nativa a longo prazo.

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por árvores do parque Foto: Werther Santana/Estadão

Conhecida também como visgo, a erva-de-passarinho é um tipo de parasita de trepadeira. Apesar de não fazer mal aos humanos ou animais, pode ser fatal para as árvores do Ibirapuera. A raiz entra no galho e suga a seiva da espécie hospedeira, ao mesmo tempo em que cobre com a parte vegetativa a copa da “vítima”, sufocando a área responsável por fazer a fotossíntese e manter a planta viva.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores, se espalhe pelos bosques e ocupe uma área cada vez maior do espaço.

“É impossível erradicar a espécie porque ela cresce muito rápido e é dispersada pelos passarinhos. A gente tira em um mês, e no seguinte ela já está de volta”, diz Juliana Summa, coordenadora de Gestão de Parques e Biodiversidade Municipal da pasta do Verde. Segundo ela, a planta está “espalhada pelo parque inteiro”, principalmente entre árvores “mais suscetíveis”, como amoreiras, ligustros e resedás.

Os pássaros são, inclusive, um dos principais empecilhos para o controle da parasita no parque. Além de se alimentarem da erva e serem responsáveis por espalhar suas sementes de uma ponta a outra do local, eles também usam as raízes como esconderijo para ninhos, o que impede a remoção da espécie.

“Em muitos casos, o controle é parado porque está na época de reprodução das aves e elas usam a espécie como ninho. Na hora do manejo, os agentes reparam que tem filhote na árvore e não podem fazer a remoção”, afirma Juliana.

Segundo ela, não é raro que a Setaria do Verde tenha de autorizar a poda parcial ou total de árvores por causa da contaminação causada pela erva-de-passarinho. “O manejo é feito diariamente e as espécies são retiradas com a mão mesmo, cortando uma a uma. Mas, em alguns casos, (a contaminação) já está muito avançada e a árvore está muito velha, em ciclo final”, explica.

“Se espécies prejudiciais se espalharem a ponto de tornar obrigatório o corte de uma árvore, é o erário quem será prejudicado”, disse Sonia Hanashiro, engenheira agrônoma e assessora do gabinete de Domingos Dissei, conselheiro do TCM, durante a reunião da terça.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores Foto: Werther Santana/Estadão

Ricardo Cardim, botânico e paisagista, afirma que a erva-de-passarinho é um problema comum em São Paulo, principalmente em arborizações mais antigas, como a do bairro de Higienópolis. “A gente vê árvores com infestações enormes, que daria tempo de retirar antes se houvesse acompanhamento periódico para evitar a erva de passarinho frutifique. A planta parasita não cresce de um dia para o outro”, afirma.

A frequência e eficiência do manejo das ervas-de-passarinho foi ponto de embate entre Sonia, Juliana e representantes da Urbia durante uma audiência realizada pelo TCMSP para tratar o tema no fim de junho.

De um lado, a Secretaria municipal e a empresa defenderam que o edital de concessão do parque só prevê a apresentação de plano definitivo de manejo das espécies exóticas até outubro e que, mesmo com o prazo ainda vigente, a remoção tem sido intensificada e feita diariamente. Sonia e outros membros do TCM rebateram que a ação precisa ser reforçada, uma vez que o aumento da espécie parasita é notado a olho nu por qualquer frequentador do parque.

“Não sou biólogo nem agrônomo, mas sei que parasitas sugam a energia da árvore. Essas ervas já estão há dois anos em todas as espécies, é como uma praga no parque”, diz o engenheiro civil Jorge Velar, de 55 anos, que visita o Ibirapuera quase diariamente.

Ao Estadão, a Urbia disse que realiza a poda das árvores infectadas “mediante autorização da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, responsável pela fiscalização dessa ação”. Também afirma que o Ibirapuera “abriga grande número de avifauna e, no período reprodutivo, algumas aves utilizam a erva-de-passarinho como abrigo e ninho e por esse motivo a poda não é recomendada”.

Juliana afirma que a secretaria é responsável apenas pela autorização ou não da poda parcial ou total das árvores. Também diz que enquanto o plano de manejo efetivo das espécies exóticas não sai, as ações de combate têm sido feitas diariamente pela Urbia, graças ao plano de manejo das áreas verdes.

Presença hostil do Parque do Ibirapuera, a erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por um dos mais queridos cartões-postais de São Paulo. Na área verde da zona sul paulistana, a espécie prejudica a vegetação nativa e preocupa especialistas.

Na última terça-feira, 4, uma reunião entre representantes do Tribunal de Contas do Município (TCM), da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, da concessionária Urbia, responsável pela administração do Ibira, e outros membros do poder público tratou do assunto.

A Urbia tem até outubro para apresentar um plano definitivo de manejo das espécies exóticas no local. A concessionária e a secretaria afirmam que o cuidado com o espaço já é feito diariamente e foi intensificado nos últimos meses.

Especialistas e defensores da flora do Ibirapuera temem que as ações de combate não sejam suficientes para preservar a vegetação nativa a longo prazo.

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por árvores do parque Foto: Werther Santana/Estadão

Conhecida também como visgo, a erva-de-passarinho é um tipo de parasita de trepadeira. Apesar de não fazer mal aos humanos ou animais, pode ser fatal para as árvores do Ibirapuera. A raiz entra no galho e suga a seiva da espécie hospedeira, ao mesmo tempo em que cobre com a parte vegetativa a copa da “vítima”, sufocando a área responsável por fazer a fotossíntese e manter a planta viva.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores, se espalhe pelos bosques e ocupe uma área cada vez maior do espaço.

“É impossível erradicar a espécie porque ela cresce muito rápido e é dispersada pelos passarinhos. A gente tira em um mês, e no seguinte ela já está de volta”, diz Juliana Summa, coordenadora de Gestão de Parques e Biodiversidade Municipal da pasta do Verde. Segundo ela, a planta está “espalhada pelo parque inteiro”, principalmente entre árvores “mais suscetíveis”, como amoreiras, ligustros e resedás.

Os pássaros são, inclusive, um dos principais empecilhos para o controle da parasita no parque. Além de se alimentarem da erva e serem responsáveis por espalhar suas sementes de uma ponta a outra do local, eles também usam as raízes como esconderijo para ninhos, o que impede a remoção da espécie.

“Em muitos casos, o controle é parado porque está na época de reprodução das aves e elas usam a espécie como ninho. Na hora do manejo, os agentes reparam que tem filhote na árvore e não podem fazer a remoção”, afirma Juliana.

Segundo ela, não é raro que a Setaria do Verde tenha de autorizar a poda parcial ou total de árvores por causa da contaminação causada pela erva-de-passarinho. “O manejo é feito diariamente e as espécies são retiradas com a mão mesmo, cortando uma a uma. Mas, em alguns casos, (a contaminação) já está muito avançada e a árvore está muito velha, em ciclo final”, explica.

“Se espécies prejudiciais se espalharem a ponto de tornar obrigatório o corte de uma árvore, é o erário quem será prejudicado”, disse Sonia Hanashiro, engenheira agrônoma e assessora do gabinete de Domingos Dissei, conselheiro do TCM, durante a reunião da terça.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores Foto: Werther Santana/Estadão

Ricardo Cardim, botânico e paisagista, afirma que a erva-de-passarinho é um problema comum em São Paulo, principalmente em arborizações mais antigas, como a do bairro de Higienópolis. “A gente vê árvores com infestações enormes, que daria tempo de retirar antes se houvesse acompanhamento periódico para evitar a erva de passarinho frutifique. A planta parasita não cresce de um dia para o outro”, afirma.

A frequência e eficiência do manejo das ervas-de-passarinho foi ponto de embate entre Sonia, Juliana e representantes da Urbia durante uma audiência realizada pelo TCMSP para tratar o tema no fim de junho.

De um lado, a Secretaria municipal e a empresa defenderam que o edital de concessão do parque só prevê a apresentação de plano definitivo de manejo das espécies exóticas até outubro e que, mesmo com o prazo ainda vigente, a remoção tem sido intensificada e feita diariamente. Sonia e outros membros do TCM rebateram que a ação precisa ser reforçada, uma vez que o aumento da espécie parasita é notado a olho nu por qualquer frequentador do parque.

“Não sou biólogo nem agrônomo, mas sei que parasitas sugam a energia da árvore. Essas ervas já estão há dois anos em todas as espécies, é como uma praga no parque”, diz o engenheiro civil Jorge Velar, de 55 anos, que visita o Ibirapuera quase diariamente.

Ao Estadão, a Urbia disse que realiza a poda das árvores infectadas “mediante autorização da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, responsável pela fiscalização dessa ação”. Também afirma que o Ibirapuera “abriga grande número de avifauna e, no período reprodutivo, algumas aves utilizam a erva-de-passarinho como abrigo e ninho e por esse motivo a poda não é recomendada”.

Juliana afirma que a secretaria é responsável apenas pela autorização ou não da poda parcial ou total das árvores. Também diz que enquanto o plano de manejo efetivo das espécies exóticas não sai, as ações de combate têm sido feitas diariamente pela Urbia, graças ao plano de manejo das áreas verdes.

Presença hostil do Parque do Ibirapuera, a erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por um dos mais queridos cartões-postais de São Paulo. Na área verde da zona sul paulistana, a espécie prejudica a vegetação nativa e preocupa especialistas.

Na última terça-feira, 4, uma reunião entre representantes do Tribunal de Contas do Município (TCM), da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, da concessionária Urbia, responsável pela administração do Ibira, e outros membros do poder público tratou do assunto.

A Urbia tem até outubro para apresentar um plano definitivo de manejo das espécies exóticas no local. A concessionária e a secretaria afirmam que o cuidado com o espaço já é feito diariamente e foi intensificado nos últimos meses.

Especialistas e defensores da flora do Ibirapuera temem que as ações de combate não sejam suficientes para preservar a vegetação nativa a longo prazo.

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por árvores do parque Foto: Werther Santana/Estadão

Conhecida também como visgo, a erva-de-passarinho é um tipo de parasita de trepadeira. Apesar de não fazer mal aos humanos ou animais, pode ser fatal para as árvores do Ibirapuera. A raiz entra no galho e suga a seiva da espécie hospedeira, ao mesmo tempo em que cobre com a parte vegetativa a copa da “vítima”, sufocando a área responsável por fazer a fotossíntese e manter a planta viva.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores, se espalhe pelos bosques e ocupe uma área cada vez maior do espaço.

“É impossível erradicar a espécie porque ela cresce muito rápido e é dispersada pelos passarinhos. A gente tira em um mês, e no seguinte ela já está de volta”, diz Juliana Summa, coordenadora de Gestão de Parques e Biodiversidade Municipal da pasta do Verde. Segundo ela, a planta está “espalhada pelo parque inteiro”, principalmente entre árvores “mais suscetíveis”, como amoreiras, ligustros e resedás.

Os pássaros são, inclusive, um dos principais empecilhos para o controle da parasita no parque. Além de se alimentarem da erva e serem responsáveis por espalhar suas sementes de uma ponta a outra do local, eles também usam as raízes como esconderijo para ninhos, o que impede a remoção da espécie.

“Em muitos casos, o controle é parado porque está na época de reprodução das aves e elas usam a espécie como ninho. Na hora do manejo, os agentes reparam que tem filhote na árvore e não podem fazer a remoção”, afirma Juliana.

Segundo ela, não é raro que a Setaria do Verde tenha de autorizar a poda parcial ou total de árvores por causa da contaminação causada pela erva-de-passarinho. “O manejo é feito diariamente e as espécies são retiradas com a mão mesmo, cortando uma a uma. Mas, em alguns casos, (a contaminação) já está muito avançada e a árvore está muito velha, em ciclo final”, explica.

“Se espécies prejudiciais se espalharem a ponto de tornar obrigatório o corte de uma árvore, é o erário quem será prejudicado”, disse Sonia Hanashiro, engenheira agrônoma e assessora do gabinete de Domingos Dissei, conselheiro do TCM, durante a reunião da terça.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores Foto: Werther Santana/Estadão

Ricardo Cardim, botânico e paisagista, afirma que a erva-de-passarinho é um problema comum em São Paulo, principalmente em arborizações mais antigas, como a do bairro de Higienópolis. “A gente vê árvores com infestações enormes, que daria tempo de retirar antes se houvesse acompanhamento periódico para evitar a erva de passarinho frutifique. A planta parasita não cresce de um dia para o outro”, afirma.

A frequência e eficiência do manejo das ervas-de-passarinho foi ponto de embate entre Sonia, Juliana e representantes da Urbia durante uma audiência realizada pelo TCMSP para tratar o tema no fim de junho.

De um lado, a Secretaria municipal e a empresa defenderam que o edital de concessão do parque só prevê a apresentação de plano definitivo de manejo das espécies exóticas até outubro e que, mesmo com o prazo ainda vigente, a remoção tem sido intensificada e feita diariamente. Sonia e outros membros do TCM rebateram que a ação precisa ser reforçada, uma vez que o aumento da espécie parasita é notado a olho nu por qualquer frequentador do parque.

“Não sou biólogo nem agrônomo, mas sei que parasitas sugam a energia da árvore. Essas ervas já estão há dois anos em todas as espécies, é como uma praga no parque”, diz o engenheiro civil Jorge Velar, de 55 anos, que visita o Ibirapuera quase diariamente.

Ao Estadão, a Urbia disse que realiza a poda das árvores infectadas “mediante autorização da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, responsável pela fiscalização dessa ação”. Também afirma que o Ibirapuera “abriga grande número de avifauna e, no período reprodutivo, algumas aves utilizam a erva-de-passarinho como abrigo e ninho e por esse motivo a poda não é recomendada”.

Juliana afirma que a secretaria é responsável apenas pela autorização ou não da poda parcial ou total das árvores. Também diz que enquanto o plano de manejo efetivo das espécies exóticas não sai, as ações de combate têm sido feitas diariamente pela Urbia, graças ao plano de manejo das áreas verdes.

Presença hostil do Parque do Ibirapuera, a erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por um dos mais queridos cartões-postais de São Paulo. Na área verde da zona sul paulistana, a espécie prejudica a vegetação nativa e preocupa especialistas.

Na última terça-feira, 4, uma reunião entre representantes do Tribunal de Contas do Município (TCM), da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, da concessionária Urbia, responsável pela administração do Ibira, e outros membros do poder público tratou do assunto.

A Urbia tem até outubro para apresentar um plano definitivo de manejo das espécies exóticas no local. A concessionária e a secretaria afirmam que o cuidado com o espaço já é feito diariamente e foi intensificado nos últimos meses.

Especialistas e defensores da flora do Ibirapuera temem que as ações de combate não sejam suficientes para preservar a vegetação nativa a longo prazo.

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por árvores do parque Foto: Werther Santana/Estadão

Conhecida também como visgo, a erva-de-passarinho é um tipo de parasita de trepadeira. Apesar de não fazer mal aos humanos ou animais, pode ser fatal para as árvores do Ibirapuera. A raiz entra no galho e suga a seiva da espécie hospedeira, ao mesmo tempo em que cobre com a parte vegetativa a copa da “vítima”, sufocando a área responsável por fazer a fotossíntese e manter a planta viva.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores, se espalhe pelos bosques e ocupe uma área cada vez maior do espaço.

“É impossível erradicar a espécie porque ela cresce muito rápido e é dispersada pelos passarinhos. A gente tira em um mês, e no seguinte ela já está de volta”, diz Juliana Summa, coordenadora de Gestão de Parques e Biodiversidade Municipal da pasta do Verde. Segundo ela, a planta está “espalhada pelo parque inteiro”, principalmente entre árvores “mais suscetíveis”, como amoreiras, ligustros e resedás.

Os pássaros são, inclusive, um dos principais empecilhos para o controle da parasita no parque. Além de se alimentarem da erva e serem responsáveis por espalhar suas sementes de uma ponta a outra do local, eles também usam as raízes como esconderijo para ninhos, o que impede a remoção da espécie.

“Em muitos casos, o controle é parado porque está na época de reprodução das aves e elas usam a espécie como ninho. Na hora do manejo, os agentes reparam que tem filhote na árvore e não podem fazer a remoção”, afirma Juliana.

Segundo ela, não é raro que a Setaria do Verde tenha de autorizar a poda parcial ou total de árvores por causa da contaminação causada pela erva-de-passarinho. “O manejo é feito diariamente e as espécies são retiradas com a mão mesmo, cortando uma a uma. Mas, em alguns casos, (a contaminação) já está muito avançada e a árvore está muito velha, em ciclo final”, explica.

“Se espécies prejudiciais se espalharem a ponto de tornar obrigatório o corte de uma árvore, é o erário quem será prejudicado”, disse Sonia Hanashiro, engenheira agrônoma e assessora do gabinete de Domingos Dissei, conselheiro do TCM, durante a reunião da terça.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores Foto: Werther Santana/Estadão

Ricardo Cardim, botânico e paisagista, afirma que a erva-de-passarinho é um problema comum em São Paulo, principalmente em arborizações mais antigas, como a do bairro de Higienópolis. “A gente vê árvores com infestações enormes, que daria tempo de retirar antes se houvesse acompanhamento periódico para evitar a erva de passarinho frutifique. A planta parasita não cresce de um dia para o outro”, afirma.

A frequência e eficiência do manejo das ervas-de-passarinho foi ponto de embate entre Sonia, Juliana e representantes da Urbia durante uma audiência realizada pelo TCMSP para tratar o tema no fim de junho.

De um lado, a Secretaria municipal e a empresa defenderam que o edital de concessão do parque só prevê a apresentação de plano definitivo de manejo das espécies exóticas até outubro e que, mesmo com o prazo ainda vigente, a remoção tem sido intensificada e feita diariamente. Sonia e outros membros do TCM rebateram que a ação precisa ser reforçada, uma vez que o aumento da espécie parasita é notado a olho nu por qualquer frequentador do parque.

“Não sou biólogo nem agrônomo, mas sei que parasitas sugam a energia da árvore. Essas ervas já estão há dois anos em todas as espécies, é como uma praga no parque”, diz o engenheiro civil Jorge Velar, de 55 anos, que visita o Ibirapuera quase diariamente.

Ao Estadão, a Urbia disse que realiza a poda das árvores infectadas “mediante autorização da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, responsável pela fiscalização dessa ação”. Também afirma que o Ibirapuera “abriga grande número de avifauna e, no período reprodutivo, algumas aves utilizam a erva-de-passarinho como abrigo e ninho e por esse motivo a poda não é recomendada”.

Juliana afirma que a secretaria é responsável apenas pela autorização ou não da poda parcial ou total das árvores. Também diz que enquanto o plano de manejo efetivo das espécies exóticas não sai, as ações de combate têm sido feitas diariamente pela Urbia, graças ao plano de manejo das áreas verdes.

Presença hostil do Parque do Ibirapuera, a erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por um dos mais queridos cartões-postais de São Paulo. Na área verde da zona sul paulistana, a espécie prejudica a vegetação nativa e preocupa especialistas.

Na última terça-feira, 4, uma reunião entre representantes do Tribunal de Contas do Município (TCM), da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, da concessionária Urbia, responsável pela administração do Ibira, e outros membros do poder público tratou do assunto.

A Urbia tem até outubro para apresentar um plano definitivo de manejo das espécies exóticas no local. A concessionária e a secretaria afirmam que o cuidado com o espaço já é feito diariamente e foi intensificado nos últimos meses.

Especialistas e defensores da flora do Ibirapuera temem que as ações de combate não sejam suficientes para preservar a vegetação nativa a longo prazo.

A erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis), um tipo de parasita, tem se espalhado por árvores do parque Foto: Werther Santana/Estadão

Conhecida também como visgo, a erva-de-passarinho é um tipo de parasita de trepadeira. Apesar de não fazer mal aos humanos ou animais, pode ser fatal para as árvores do Ibirapuera. A raiz entra no galho e suga a seiva da espécie hospedeira, ao mesmo tempo em que cobre com a parte vegetativa a copa da “vítima”, sufocando a área responsável por fazer a fotossíntese e manter a planta viva.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores, se espalhe pelos bosques e ocupe uma área cada vez maior do espaço.

“É impossível erradicar a espécie porque ela cresce muito rápido e é dispersada pelos passarinhos. A gente tira em um mês, e no seguinte ela já está de volta”, diz Juliana Summa, coordenadora de Gestão de Parques e Biodiversidade Municipal da pasta do Verde. Segundo ela, a planta está “espalhada pelo parque inteiro”, principalmente entre árvores “mais suscetíveis”, como amoreiras, ligustros e resedás.

Os pássaros são, inclusive, um dos principais empecilhos para o controle da parasita no parque. Além de se alimentarem da erva e serem responsáveis por espalhar suas sementes de uma ponta a outra do local, eles também usam as raízes como esconderijo para ninhos, o que impede a remoção da espécie.

“Em muitos casos, o controle é parado porque está na época de reprodução das aves e elas usam a espécie como ninho. Na hora do manejo, os agentes reparam que tem filhote na árvore e não podem fazer a remoção”, afirma Juliana.

Segundo ela, não é raro que a Setaria do Verde tenha de autorizar a poda parcial ou total de árvores por causa da contaminação causada pela erva-de-passarinho. “O manejo é feito diariamente e as espécies são retiradas com a mão mesmo, cortando uma a uma. Mas, em alguns casos, (a contaminação) já está muito avançada e a árvore está muito velha, em ciclo final”, explica.

“Se espécies prejudiciais se espalharem a ponto de tornar obrigatório o corte de uma árvore, é o erário quem será prejudicado”, disse Sonia Hanashiro, engenheira agrônoma e assessora do gabinete de Domingos Dissei, conselheiro do TCM, durante a reunião da terça.

A dor de cabeça que a erva-de-passarinho causa na paisagem urbana da capital é antiga, mas no parque mais conhecido de São Paulo o plano de manejo dos últimos anos não tem dado conta de impedir que ela destrua outras espécies de árvores Foto: Werther Santana/Estadão

Ricardo Cardim, botânico e paisagista, afirma que a erva-de-passarinho é um problema comum em São Paulo, principalmente em arborizações mais antigas, como a do bairro de Higienópolis. “A gente vê árvores com infestações enormes, que daria tempo de retirar antes se houvesse acompanhamento periódico para evitar a erva de passarinho frutifique. A planta parasita não cresce de um dia para o outro”, afirma.

A frequência e eficiência do manejo das ervas-de-passarinho foi ponto de embate entre Sonia, Juliana e representantes da Urbia durante uma audiência realizada pelo TCMSP para tratar o tema no fim de junho.

De um lado, a Secretaria municipal e a empresa defenderam que o edital de concessão do parque só prevê a apresentação de plano definitivo de manejo das espécies exóticas até outubro e que, mesmo com o prazo ainda vigente, a remoção tem sido intensificada e feita diariamente. Sonia e outros membros do TCM rebateram que a ação precisa ser reforçada, uma vez que o aumento da espécie parasita é notado a olho nu por qualquer frequentador do parque.

“Não sou biólogo nem agrônomo, mas sei que parasitas sugam a energia da árvore. Essas ervas já estão há dois anos em todas as espécies, é como uma praga no parque”, diz o engenheiro civil Jorge Velar, de 55 anos, que visita o Ibirapuera quase diariamente.

Ao Estadão, a Urbia disse que realiza a poda das árvores infectadas “mediante autorização da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, responsável pela fiscalização dessa ação”. Também afirma que o Ibirapuera “abriga grande número de avifauna e, no período reprodutivo, algumas aves utilizam a erva-de-passarinho como abrigo e ninho e por esse motivo a poda não é recomendada”.

Juliana afirma que a secretaria é responsável apenas pela autorização ou não da poda parcial ou total das árvores. Também diz que enquanto o plano de manejo efetivo das espécies exóticas não sai, as ações de combate têm sido feitas diariamente pela Urbia, graças ao plano de manejo das áreas verdes.

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