A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) identificou uma nuvem de areia do deserto do Saara com fluxo próximo à costa brasileira neste domingo, 6. A movimentação deve continuar nos próximos dias. De acordo com o órgão, a poeira já estava próxima ao nordeste brasileiro.
Os sinais do fluxo foram detectados pelos sensores de aerossóis VIRR a bordo dos satélites SNPP e NOAA-20 sobre o Oceano Atlântico, comunicou a NOAA. Apesar de ser um fenômeno comum e importante, a viagem das partículas não é tão simples assim: do Egito ao Brasil, a distância é cerca de 7,4 mil quilômetros.
Conforme as projeções do Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus da União Europeia, o material deve alcançar também outros pontos da América do Sul - no Brasil, estados mais ao Norte -, e o Caribe.
A MetSul Meteorologia destaca que a poeira saariana chegará com ar seco ao extremo e inibirá a formação de ciclones tropicais, como furacões e tempestades. Especificamente para a Floresta Amazônica, o material é benéfico. Estudo com dados da Nasa mostrou que o nutrientes, como o fósforo, carregados pela poeira são essenciais para o crescimento das plantas e para as proteínas, importante para o florescimento da floresta.
Segundo a MetSul, o fósforo que atinge os solos amazônicos a partir da poeira do Saara, uma estimativa de 22 mil toneladas por ano, é quase a mesma quantidade perdida pela chuva e inundações. “A descoberta faz parte de um esforço maior de pesquisa para entender o papel da poeira e dos aerossóis no meio ambiente e no clima local e global.”