Óleo no Nordeste: Exército e Marinha ignoram recomendação do Ibama sobre itens de proteção


Durante retirada do petróleo, integrantes da Marinha e do Exército vestem bermuda e regata ou camiseta, enquanto orientação do Ibama prevê macacão e proteção ocular; situação se repete com prefeituras e Estados

Por Priscila Mengue

JABOATÃO DOS GUARARAPES, PAULISTA E IPOJUCA - Bermuda, galocha, camiseta ou regata, máscara e luva são as vestimentas e equipamentos padrão utilizados por integrantes do Exército e da Marinha na retirada de óleo de praias do Nordeste. Os itens não seguem, contudo, a orientação técnica para a remoção manual divulgada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que prevê o uso de macacão de polietileno e óculos de proteção e, no caso de trabalhos sobre pedras, também de capacete.

Oficiais do Exército na retirada do óleo na praia de Itapoama, em Cabo de Santo de Agostinho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A situação se repete entre funcionários e empregados de empresas terceirizadas de prefeituras e, até mesmo, entre os apenados do Estado de Pernambuco que atuaram nas praias. No âmbito municipal, a reportagem flagrou trabalhadores manuseando o óleo sem camisa ou diretamente com as mãos.

A substância é considerada tóxica e, nos últimos dias, tem crescido o número de relatos de pessoas que tiveram náuseas, dor de cabeça, alergias e outras reações após terem contato com o petróleo. Os efeitos a médio e longo prazo ainda não estão claros. 

Recomendação do Ibama é de uso de macacão de polietileno, como utilizado por seus funcionáriosna Praia do Janga, em Paulista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O contraste entre os equipamentos utilizados por funcionários do Ibama e dos demais envolvidos era evidente nas praias pernambucanas visitadas pelo Estado na última semana. Com parte do corpo exposto, os integrantes da Marinha e Exército entravam na água e chegavam a ficar com a pele suja de óleo, enquanto, os membros do Ibama estavam de macacão ou calça e camisa compridas. A situação era ainda mais grave no caso dos voluntários.

A reportagem testemunhou esse tipo de situação em praias como Itapoama, em Cabo de Santo Agostinho, Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e Janga, em Paulista, todos municípios da região metropolitana do Recife. Nas demais praias visitadas, o Estado não encontrou representantes do poder público federal, mas viu, por exemplo, salva-vidas que utilizavam uniforme convencional (bermuda e regata) enquanto tiravam óleo de uma área próxima a corais. 

Oficiais da Marinha manipulam óleo na Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O próprio site da Marinha traz dezenas de imagensde atividades de remoção de óleo em que seus integrantes aparecem de bermuda e regata e sem o uso de proteção ocular e macacão durante ações em Estados como Bahia e na Paraíba. Segundo a instituição, mais de 2,7 mil militares participaram de ações de combate às manchas de petróleo. 

A recomendações de tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI) estão no site do Ibama, em uma publicação chamada “Orientações gerais à população sobre o derramamento de óleo”. Na parte sobre “remoção manual”, por exemplo, é destacado o uso de “EPI básico”, que lista “Tyvek” (tipo de macacão de polietileno), luvas, botas e proteção ocular. Outro arquivo, sobre “recuperação manual em áreas rochosas”, também inclui o uso de capacetes.

Salva-vidas utiliza uniforme tradicional para retirar óleo da Praia do Cupe, em Ipojuca Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Todos os trabalhadores devem usar EPI apropriados enquanto trabalham, incluindo proteção solar”, destaca a publicação. As mesmas recomendações foram reproduzidas no site da própria Marinha.

Em nota, a Marinha afirmou que "os militares envolvidos diretamente nas ações de limpeza utilizam o EPI apropriado". Já o Comando Militar do Nordeste afirmou, em nota, que "desde o 3º dia de atuação na retirada do óleo que atinge as praias do Nordeste, o Exército, após indicação dos especialistas em saúde, vem orientando seus militares para utilizarem, além das luvas, máscaras e botas de proteção, o uniforme camuflado com as mangas arriadas, a fim de proteger todo o corpo".

"Esse uniforme, segundo a orientação, propicia uma proteção semelhante ao macacão citado na reportagem. Ressalta-se, ainda, que a tropa empregada em uma jornada de um dia, é substituída por outros militares a fim de proporcionar descanso, físico e mental, essencial para quem teve contato, mesmo que leve, com o material tóxico. Por fim, o Exército colabora com as outras instituições e voluntários com a instalação de posto de lavagem do material, o que evita a condução de restos de óleo para locais dos mais diversos."

Em Jaboatão dos Guararapes, funcionários do Ibama utilizam roupas compridas ao lado de apenados do regime semi-aberto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

JABOATÃO DOS GUARARAPES, PAULISTA E IPOJUCA - Bermuda, galocha, camiseta ou regata, máscara e luva são as vestimentas e equipamentos padrão utilizados por integrantes do Exército e da Marinha na retirada de óleo de praias do Nordeste. Os itens não seguem, contudo, a orientação técnica para a remoção manual divulgada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que prevê o uso de macacão de polietileno e óculos de proteção e, no caso de trabalhos sobre pedras, também de capacete.

Oficiais do Exército na retirada do óleo na praia de Itapoama, em Cabo de Santo de Agostinho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A situação se repete entre funcionários e empregados de empresas terceirizadas de prefeituras e, até mesmo, entre os apenados do Estado de Pernambuco que atuaram nas praias. No âmbito municipal, a reportagem flagrou trabalhadores manuseando o óleo sem camisa ou diretamente com as mãos.

A substância é considerada tóxica e, nos últimos dias, tem crescido o número de relatos de pessoas que tiveram náuseas, dor de cabeça, alergias e outras reações após terem contato com o petróleo. Os efeitos a médio e longo prazo ainda não estão claros. 

Recomendação do Ibama é de uso de macacão de polietileno, como utilizado por seus funcionáriosna Praia do Janga, em Paulista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O contraste entre os equipamentos utilizados por funcionários do Ibama e dos demais envolvidos era evidente nas praias pernambucanas visitadas pelo Estado na última semana. Com parte do corpo exposto, os integrantes da Marinha e Exército entravam na água e chegavam a ficar com a pele suja de óleo, enquanto, os membros do Ibama estavam de macacão ou calça e camisa compridas. A situação era ainda mais grave no caso dos voluntários.

A reportagem testemunhou esse tipo de situação em praias como Itapoama, em Cabo de Santo Agostinho, Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e Janga, em Paulista, todos municípios da região metropolitana do Recife. Nas demais praias visitadas, o Estado não encontrou representantes do poder público federal, mas viu, por exemplo, salva-vidas que utilizavam uniforme convencional (bermuda e regata) enquanto tiravam óleo de uma área próxima a corais. 

Oficiais da Marinha manipulam óleo na Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O próprio site da Marinha traz dezenas de imagensde atividades de remoção de óleo em que seus integrantes aparecem de bermuda e regata e sem o uso de proteção ocular e macacão durante ações em Estados como Bahia e na Paraíba. Segundo a instituição, mais de 2,7 mil militares participaram de ações de combate às manchas de petróleo. 

A recomendações de tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI) estão no site do Ibama, em uma publicação chamada “Orientações gerais à população sobre o derramamento de óleo”. Na parte sobre “remoção manual”, por exemplo, é destacado o uso de “EPI básico”, que lista “Tyvek” (tipo de macacão de polietileno), luvas, botas e proteção ocular. Outro arquivo, sobre “recuperação manual em áreas rochosas”, também inclui o uso de capacetes.

Salva-vidas utiliza uniforme tradicional para retirar óleo da Praia do Cupe, em Ipojuca Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Todos os trabalhadores devem usar EPI apropriados enquanto trabalham, incluindo proteção solar”, destaca a publicação. As mesmas recomendações foram reproduzidas no site da própria Marinha.

Em nota, a Marinha afirmou que "os militares envolvidos diretamente nas ações de limpeza utilizam o EPI apropriado". Já o Comando Militar do Nordeste afirmou, em nota, que "desde o 3º dia de atuação na retirada do óleo que atinge as praias do Nordeste, o Exército, após indicação dos especialistas em saúde, vem orientando seus militares para utilizarem, além das luvas, máscaras e botas de proteção, o uniforme camuflado com as mangas arriadas, a fim de proteger todo o corpo".

"Esse uniforme, segundo a orientação, propicia uma proteção semelhante ao macacão citado na reportagem. Ressalta-se, ainda, que a tropa empregada em uma jornada de um dia, é substituída por outros militares a fim de proporcionar descanso, físico e mental, essencial para quem teve contato, mesmo que leve, com o material tóxico. Por fim, o Exército colabora com as outras instituições e voluntários com a instalação de posto de lavagem do material, o que evita a condução de restos de óleo para locais dos mais diversos."

Em Jaboatão dos Guararapes, funcionários do Ibama utilizam roupas compridas ao lado de apenados do regime semi-aberto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

JABOATÃO DOS GUARARAPES, PAULISTA E IPOJUCA - Bermuda, galocha, camiseta ou regata, máscara e luva são as vestimentas e equipamentos padrão utilizados por integrantes do Exército e da Marinha na retirada de óleo de praias do Nordeste. Os itens não seguem, contudo, a orientação técnica para a remoção manual divulgada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que prevê o uso de macacão de polietileno e óculos de proteção e, no caso de trabalhos sobre pedras, também de capacete.

Oficiais do Exército na retirada do óleo na praia de Itapoama, em Cabo de Santo de Agostinho Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A situação se repete entre funcionários e empregados de empresas terceirizadas de prefeituras e, até mesmo, entre os apenados do Estado de Pernambuco que atuaram nas praias. No âmbito municipal, a reportagem flagrou trabalhadores manuseando o óleo sem camisa ou diretamente com as mãos.

A substância é considerada tóxica e, nos últimos dias, tem crescido o número de relatos de pessoas que tiveram náuseas, dor de cabeça, alergias e outras reações após terem contato com o petróleo. Os efeitos a médio e longo prazo ainda não estão claros. 

Recomendação do Ibama é de uso de macacão de polietileno, como utilizado por seus funcionáriosna Praia do Janga, em Paulista Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O contraste entre os equipamentos utilizados por funcionários do Ibama e dos demais envolvidos era evidente nas praias pernambucanas visitadas pelo Estado na última semana. Com parte do corpo exposto, os integrantes da Marinha e Exército entravam na água e chegavam a ficar com a pele suja de óleo, enquanto, os membros do Ibama estavam de macacão ou calça e camisa compridas. A situação era ainda mais grave no caso dos voluntários.

A reportagem testemunhou esse tipo de situação em praias como Itapoama, em Cabo de Santo Agostinho, Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e Janga, em Paulista, todos municípios da região metropolitana do Recife. Nas demais praias visitadas, o Estado não encontrou representantes do poder público federal, mas viu, por exemplo, salva-vidas que utilizavam uniforme convencional (bermuda e regata) enquanto tiravam óleo de uma área próxima a corais. 

Oficiais da Marinha manipulam óleo na Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O próprio site da Marinha traz dezenas de imagensde atividades de remoção de óleo em que seus integrantes aparecem de bermuda e regata e sem o uso de proteção ocular e macacão durante ações em Estados como Bahia e na Paraíba. Segundo a instituição, mais de 2,7 mil militares participaram de ações de combate às manchas de petróleo. 

A recomendações de tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI) estão no site do Ibama, em uma publicação chamada “Orientações gerais à população sobre o derramamento de óleo”. Na parte sobre “remoção manual”, por exemplo, é destacado o uso de “EPI básico”, que lista “Tyvek” (tipo de macacão de polietileno), luvas, botas e proteção ocular. Outro arquivo, sobre “recuperação manual em áreas rochosas”, também inclui o uso de capacetes.

Salva-vidas utiliza uniforme tradicional para retirar óleo da Praia do Cupe, em Ipojuca Foto: Tiago Queiroz/Estadão

“Todos os trabalhadores devem usar EPI apropriados enquanto trabalham, incluindo proteção solar”, destaca a publicação. As mesmas recomendações foram reproduzidas no site da própria Marinha.

Em nota, a Marinha afirmou que "os militares envolvidos diretamente nas ações de limpeza utilizam o EPI apropriado". Já o Comando Militar do Nordeste afirmou, em nota, que "desde o 3º dia de atuação na retirada do óleo que atinge as praias do Nordeste, o Exército, após indicação dos especialistas em saúde, vem orientando seus militares para utilizarem, além das luvas, máscaras e botas de proteção, o uniforme camuflado com as mangas arriadas, a fim de proteger todo o corpo".

"Esse uniforme, segundo a orientação, propicia uma proteção semelhante ao macacão citado na reportagem. Ressalta-se, ainda, que a tropa empregada em uma jornada de um dia, é substituída por outros militares a fim de proporcionar descanso, físico e mental, essencial para quem teve contato, mesmo que leve, com o material tóxico. Por fim, o Exército colabora com as outras instituições e voluntários com a instalação de posto de lavagem do material, o que evita a condução de restos de óleo para locais dos mais diversos."

Em Jaboatão dos Guararapes, funcionários do Ibama utilizam roupas compridas ao lado de apenados do regime semi-aberto Foto: Tiago Queiroz/Estadão

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