Onda de calor: como se forma um fenômeno desse tipo?


Dias de frio intenso dão lugar a altas temperaturas em todo o País; meteorologista explica razões

Por Milena Félix
Máximas devem ultrapassar os 30ºC em São Paulo na próxima semana. Foto: Werther Santana/Estadão

Uma onda de calor começa a se formar no Brasil neste fim de semana. As temperaturas no País devem subir até 7ºC acima da média. Esse fenômeno causa um grande impacto diante do frio do início da semana, provocando uma espécie de “gangorra” térmica. São Paulo, por exemplo, registrou o recorde de menor temperatura para agosto, com 7ºC. Já na próxima semana, as máximas devem ultrapassar os 30ºC.

A onda de calor está prevista para começar no domingo, 18, e se estender até a próxima quinta-feira, 22. Conforme divulgado pelo Climatempo, o Sul do Brasil, parte do Centro-Oeste e São Paulo devem ter elevação da temperatura entre 5ºC e 7ºC acima da média. Outras partes do Centro-Oeste e do Norte principalmente podem ter registros entre 1ºC e 2,5ºC acima do esperado para agosto. Já a maior parte do Nordeste deve manter as temperaturas normais.

Depois de um período de frio intenso, o Brasil já se prepara para um retorno significativo do calor. Foto: Climatempo/Divulgação

Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, explica que uma vez que agosto já é um mês quente, a onda de calor deve intensificar a situação. “Agosto é um mês que já tem as temperaturas médias altas, comparadas com julho, então o desconforto pode ser ainda maior. É possível observar, principalmente em áreas como Corumbá, no Mato Grosso do Sul, as temperaturas chegando nos 40ºC e 41ºC.”

Ainda segundo o Climatempo, a causa dessa elevação de temperatura é uma nova massa de ar quente que se estabelece sobre o Brasil, impulsionada por uma baixa pressão atmosférica. Como resultado, a circulação de ventos quentes se intensifica, e a umidade do ar cai ainda mais.

No interior de São Paulo, poderão ser observadas umidades relativas de até 20% e, em algumas regiões do Centro-Oeste, a umidade do ar chega a 12%. Segundo a OMS, a umidade do ar ideal para a saúde humana é entre 50% e 60%. “O inverno no Brasil é caracterizado por clima seco, e aí temos essa umidade caindo ainda mais a níveis críticos pela sequência de dias sem chuva”, explica Borges.

Como se formam as ondas de calor?

Essa já é a quarta onda de calor no Brasil em 2024, acompanhadas de dois veranicos, de acordo com Borges, meteorologista do Climatempo. Segundo o especialista, ondas de calor ocorrem quando as temperaturas mínimas e máximas sobem; já os veranicos fazem parte de um conceito brasileiro que se refere a dias quentes principalmente à tarde, com manhãs e noites ainda frias.

Em 2023, foram registradas nove ondas de calor, fazendo com que o ano fosse o mais quente em 174 anos. Cientistas esperam, porém, que 2024 seja ainda mais quente.

Para que um evento seja chamado de “onda de calor”, é necessário que as temperaturas fiquem 5ºC acima do esperado, por pelo menos cinco dias, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. Porém, há outras interpretações que estabelecem parâmetros para a classificação de uma onda de calor.

Além disso, um bloqueio atmosférico faz parte da formação de uma onda de calor. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Andrea Ramos explica o que é o fenômeno: “a manutenção de uma alta pressão em altos níveis de superfície, mantendo o tempo quente e seco por mais de 7 a 10 dias, é caracterizada como um bloqueio atmosférico.”

No bloqueio atmosférico, os ventos circulam em uma alta altitude, bloqueando a passagem de correntes de ar frio por baixo deles. Os bloqueios atmosféricos também podem ser chamados de anticiclones, e, neste momento, o centro do Brasil vive a formação do fenômeno, de acordo com os meteorologistas.

Com isso, as frentes frias até se formam, mas não conseguem chegar no continente e acabam ficando nos oceanos. O ar quente se concentra, sem conseguir sair, em uma região, fazendo com que a temperatura fique mais alta por vários dias.

“Basicamente, uma massa quente que se estabelece na região central brasileira e não deixa passar frente frias nem formar nuvens de chuva carregadas. Esse sistema tem uma circulação de cima para baixo na atmosfera, que outras formações”, detalha o meteorologista do Climatempo.

Causas

De acordo com Borges, as ondas de calor cada vez mais comuns e frequentes estão diretamente associadas às mudanças climáticas intensificadas por atividades humanas. “O El Niño teve um papel nessa intensificação das massas quentes, mas a gente não pode botar a culpa só nele, a maior responsabilidade é das mudanças climáticas”, afirma o especialista. Borges também explica que não só as ondas de calor estão relacionadas ao fenômeno, mas o desequilíbrio climático em geral.

Máximas devem ultrapassar os 30ºC em São Paulo na próxima semana. Foto: Werther Santana/Estadão

Uma onda de calor começa a se formar no Brasil neste fim de semana. As temperaturas no País devem subir até 7ºC acima da média. Esse fenômeno causa um grande impacto diante do frio do início da semana, provocando uma espécie de “gangorra” térmica. São Paulo, por exemplo, registrou o recorde de menor temperatura para agosto, com 7ºC. Já na próxima semana, as máximas devem ultrapassar os 30ºC.

A onda de calor está prevista para começar no domingo, 18, e se estender até a próxima quinta-feira, 22. Conforme divulgado pelo Climatempo, o Sul do Brasil, parte do Centro-Oeste e São Paulo devem ter elevação da temperatura entre 5ºC e 7ºC acima da média. Outras partes do Centro-Oeste e do Norte principalmente podem ter registros entre 1ºC e 2,5ºC acima do esperado para agosto. Já a maior parte do Nordeste deve manter as temperaturas normais.

Depois de um período de frio intenso, o Brasil já se prepara para um retorno significativo do calor. Foto: Climatempo/Divulgação

Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, explica que uma vez que agosto já é um mês quente, a onda de calor deve intensificar a situação. “Agosto é um mês que já tem as temperaturas médias altas, comparadas com julho, então o desconforto pode ser ainda maior. É possível observar, principalmente em áreas como Corumbá, no Mato Grosso do Sul, as temperaturas chegando nos 40ºC e 41ºC.”

Ainda segundo o Climatempo, a causa dessa elevação de temperatura é uma nova massa de ar quente que se estabelece sobre o Brasil, impulsionada por uma baixa pressão atmosférica. Como resultado, a circulação de ventos quentes se intensifica, e a umidade do ar cai ainda mais.

No interior de São Paulo, poderão ser observadas umidades relativas de até 20% e, em algumas regiões do Centro-Oeste, a umidade do ar chega a 12%. Segundo a OMS, a umidade do ar ideal para a saúde humana é entre 50% e 60%. “O inverno no Brasil é caracterizado por clima seco, e aí temos essa umidade caindo ainda mais a níveis críticos pela sequência de dias sem chuva”, explica Borges.

Como se formam as ondas de calor?

Essa já é a quarta onda de calor no Brasil em 2024, acompanhadas de dois veranicos, de acordo com Borges, meteorologista do Climatempo. Segundo o especialista, ondas de calor ocorrem quando as temperaturas mínimas e máximas sobem; já os veranicos fazem parte de um conceito brasileiro que se refere a dias quentes principalmente à tarde, com manhãs e noites ainda frias.

Em 2023, foram registradas nove ondas de calor, fazendo com que o ano fosse o mais quente em 174 anos. Cientistas esperam, porém, que 2024 seja ainda mais quente.

Para que um evento seja chamado de “onda de calor”, é necessário que as temperaturas fiquem 5ºC acima do esperado, por pelo menos cinco dias, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. Porém, há outras interpretações que estabelecem parâmetros para a classificação de uma onda de calor.

Além disso, um bloqueio atmosférico faz parte da formação de uma onda de calor. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Andrea Ramos explica o que é o fenômeno: “a manutenção de uma alta pressão em altos níveis de superfície, mantendo o tempo quente e seco por mais de 7 a 10 dias, é caracterizada como um bloqueio atmosférico.”

No bloqueio atmosférico, os ventos circulam em uma alta altitude, bloqueando a passagem de correntes de ar frio por baixo deles. Os bloqueios atmosféricos também podem ser chamados de anticiclones, e, neste momento, o centro do Brasil vive a formação do fenômeno, de acordo com os meteorologistas.

Com isso, as frentes frias até se formam, mas não conseguem chegar no continente e acabam ficando nos oceanos. O ar quente se concentra, sem conseguir sair, em uma região, fazendo com que a temperatura fique mais alta por vários dias.

“Basicamente, uma massa quente que se estabelece na região central brasileira e não deixa passar frente frias nem formar nuvens de chuva carregadas. Esse sistema tem uma circulação de cima para baixo na atmosfera, que outras formações”, detalha o meteorologista do Climatempo.

Causas

De acordo com Borges, as ondas de calor cada vez mais comuns e frequentes estão diretamente associadas às mudanças climáticas intensificadas por atividades humanas. “O El Niño teve um papel nessa intensificação das massas quentes, mas a gente não pode botar a culpa só nele, a maior responsabilidade é das mudanças climáticas”, afirma o especialista. Borges também explica que não só as ondas de calor estão relacionadas ao fenômeno, mas o desequilíbrio climático em geral.

Máximas devem ultrapassar os 30ºC em São Paulo na próxima semana. Foto: Werther Santana/Estadão

Uma onda de calor começa a se formar no Brasil neste fim de semana. As temperaturas no País devem subir até 7ºC acima da média. Esse fenômeno causa um grande impacto diante do frio do início da semana, provocando uma espécie de “gangorra” térmica. São Paulo, por exemplo, registrou o recorde de menor temperatura para agosto, com 7ºC. Já na próxima semana, as máximas devem ultrapassar os 30ºC.

A onda de calor está prevista para começar no domingo, 18, e se estender até a próxima quinta-feira, 22. Conforme divulgado pelo Climatempo, o Sul do Brasil, parte do Centro-Oeste e São Paulo devem ter elevação da temperatura entre 5ºC e 7ºC acima da média. Outras partes do Centro-Oeste e do Norte principalmente podem ter registros entre 1ºC e 2,5ºC acima do esperado para agosto. Já a maior parte do Nordeste deve manter as temperaturas normais.

Depois de um período de frio intenso, o Brasil já se prepara para um retorno significativo do calor. Foto: Climatempo/Divulgação

Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, explica que uma vez que agosto já é um mês quente, a onda de calor deve intensificar a situação. “Agosto é um mês que já tem as temperaturas médias altas, comparadas com julho, então o desconforto pode ser ainda maior. É possível observar, principalmente em áreas como Corumbá, no Mato Grosso do Sul, as temperaturas chegando nos 40ºC e 41ºC.”

Ainda segundo o Climatempo, a causa dessa elevação de temperatura é uma nova massa de ar quente que se estabelece sobre o Brasil, impulsionada por uma baixa pressão atmosférica. Como resultado, a circulação de ventos quentes se intensifica, e a umidade do ar cai ainda mais.

No interior de São Paulo, poderão ser observadas umidades relativas de até 20% e, em algumas regiões do Centro-Oeste, a umidade do ar chega a 12%. Segundo a OMS, a umidade do ar ideal para a saúde humana é entre 50% e 60%. “O inverno no Brasil é caracterizado por clima seco, e aí temos essa umidade caindo ainda mais a níveis críticos pela sequência de dias sem chuva”, explica Borges.

Como se formam as ondas de calor?

Essa já é a quarta onda de calor no Brasil em 2024, acompanhadas de dois veranicos, de acordo com Borges, meteorologista do Climatempo. Segundo o especialista, ondas de calor ocorrem quando as temperaturas mínimas e máximas sobem; já os veranicos fazem parte de um conceito brasileiro que se refere a dias quentes principalmente à tarde, com manhãs e noites ainda frias.

Em 2023, foram registradas nove ondas de calor, fazendo com que o ano fosse o mais quente em 174 anos. Cientistas esperam, porém, que 2024 seja ainda mais quente.

Para que um evento seja chamado de “onda de calor”, é necessário que as temperaturas fiquem 5ºC acima do esperado, por pelo menos cinco dias, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. Porém, há outras interpretações que estabelecem parâmetros para a classificação de uma onda de calor.

Além disso, um bloqueio atmosférico faz parte da formação de uma onda de calor. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Andrea Ramos explica o que é o fenômeno: “a manutenção de uma alta pressão em altos níveis de superfície, mantendo o tempo quente e seco por mais de 7 a 10 dias, é caracterizada como um bloqueio atmosférico.”

No bloqueio atmosférico, os ventos circulam em uma alta altitude, bloqueando a passagem de correntes de ar frio por baixo deles. Os bloqueios atmosféricos também podem ser chamados de anticiclones, e, neste momento, o centro do Brasil vive a formação do fenômeno, de acordo com os meteorologistas.

Com isso, as frentes frias até se formam, mas não conseguem chegar no continente e acabam ficando nos oceanos. O ar quente se concentra, sem conseguir sair, em uma região, fazendo com que a temperatura fique mais alta por vários dias.

“Basicamente, uma massa quente que se estabelece na região central brasileira e não deixa passar frente frias nem formar nuvens de chuva carregadas. Esse sistema tem uma circulação de cima para baixo na atmosfera, que outras formações”, detalha o meteorologista do Climatempo.

Causas

De acordo com Borges, as ondas de calor cada vez mais comuns e frequentes estão diretamente associadas às mudanças climáticas intensificadas por atividades humanas. “O El Niño teve um papel nessa intensificação das massas quentes, mas a gente não pode botar a culpa só nele, a maior responsabilidade é das mudanças climáticas”, afirma o especialista. Borges também explica que não só as ondas de calor estão relacionadas ao fenômeno, mas o desequilíbrio climático em geral.

Máximas devem ultrapassar os 30ºC em São Paulo na próxima semana. Foto: Werther Santana/Estadão

Uma onda de calor começa a se formar no Brasil neste fim de semana. As temperaturas no País devem subir até 7ºC acima da média. Esse fenômeno causa um grande impacto diante do frio do início da semana, provocando uma espécie de “gangorra” térmica. São Paulo, por exemplo, registrou o recorde de menor temperatura para agosto, com 7ºC. Já na próxima semana, as máximas devem ultrapassar os 30ºC.

A onda de calor está prevista para começar no domingo, 18, e se estender até a próxima quinta-feira, 22. Conforme divulgado pelo Climatempo, o Sul do Brasil, parte do Centro-Oeste e São Paulo devem ter elevação da temperatura entre 5ºC e 7ºC acima da média. Outras partes do Centro-Oeste e do Norte principalmente podem ter registros entre 1ºC e 2,5ºC acima do esperado para agosto. Já a maior parte do Nordeste deve manter as temperaturas normais.

Depois de um período de frio intenso, o Brasil já se prepara para um retorno significativo do calor. Foto: Climatempo/Divulgação

Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, explica que uma vez que agosto já é um mês quente, a onda de calor deve intensificar a situação. “Agosto é um mês que já tem as temperaturas médias altas, comparadas com julho, então o desconforto pode ser ainda maior. É possível observar, principalmente em áreas como Corumbá, no Mato Grosso do Sul, as temperaturas chegando nos 40ºC e 41ºC.”

Ainda segundo o Climatempo, a causa dessa elevação de temperatura é uma nova massa de ar quente que se estabelece sobre o Brasil, impulsionada por uma baixa pressão atmosférica. Como resultado, a circulação de ventos quentes se intensifica, e a umidade do ar cai ainda mais.

No interior de São Paulo, poderão ser observadas umidades relativas de até 20% e, em algumas regiões do Centro-Oeste, a umidade do ar chega a 12%. Segundo a OMS, a umidade do ar ideal para a saúde humana é entre 50% e 60%. “O inverno no Brasil é caracterizado por clima seco, e aí temos essa umidade caindo ainda mais a níveis críticos pela sequência de dias sem chuva”, explica Borges.

Como se formam as ondas de calor?

Essa já é a quarta onda de calor no Brasil em 2024, acompanhadas de dois veranicos, de acordo com Borges, meteorologista do Climatempo. Segundo o especialista, ondas de calor ocorrem quando as temperaturas mínimas e máximas sobem; já os veranicos fazem parte de um conceito brasileiro que se refere a dias quentes principalmente à tarde, com manhãs e noites ainda frias.

Em 2023, foram registradas nove ondas de calor, fazendo com que o ano fosse o mais quente em 174 anos. Cientistas esperam, porém, que 2024 seja ainda mais quente.

Para que um evento seja chamado de “onda de calor”, é necessário que as temperaturas fiquem 5ºC acima do esperado, por pelo menos cinco dias, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. Porém, há outras interpretações que estabelecem parâmetros para a classificação de uma onda de calor.

Além disso, um bloqueio atmosférico faz parte da formação de uma onda de calor. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Andrea Ramos explica o que é o fenômeno: “a manutenção de uma alta pressão em altos níveis de superfície, mantendo o tempo quente e seco por mais de 7 a 10 dias, é caracterizada como um bloqueio atmosférico.”

No bloqueio atmosférico, os ventos circulam em uma alta altitude, bloqueando a passagem de correntes de ar frio por baixo deles. Os bloqueios atmosféricos também podem ser chamados de anticiclones, e, neste momento, o centro do Brasil vive a formação do fenômeno, de acordo com os meteorologistas.

Com isso, as frentes frias até se formam, mas não conseguem chegar no continente e acabam ficando nos oceanos. O ar quente se concentra, sem conseguir sair, em uma região, fazendo com que a temperatura fique mais alta por vários dias.

“Basicamente, uma massa quente que se estabelece na região central brasileira e não deixa passar frente frias nem formar nuvens de chuva carregadas. Esse sistema tem uma circulação de cima para baixo na atmosfera, que outras formações”, detalha o meteorologista do Climatempo.

Causas

De acordo com Borges, as ondas de calor cada vez mais comuns e frequentes estão diretamente associadas às mudanças climáticas intensificadas por atividades humanas. “O El Niño teve um papel nessa intensificação das massas quentes, mas a gente não pode botar a culpa só nele, a maior responsabilidade é das mudanças climáticas”, afirma o especialista. Borges também explica que não só as ondas de calor estão relacionadas ao fenômeno, mas o desequilíbrio climático em geral.

Máximas devem ultrapassar os 30ºC em São Paulo na próxima semana. Foto: Werther Santana/Estadão

Uma onda de calor começa a se formar no Brasil neste fim de semana. As temperaturas no País devem subir até 7ºC acima da média. Esse fenômeno causa um grande impacto diante do frio do início da semana, provocando uma espécie de “gangorra” térmica. São Paulo, por exemplo, registrou o recorde de menor temperatura para agosto, com 7ºC. Já na próxima semana, as máximas devem ultrapassar os 30ºC.

A onda de calor está prevista para começar no domingo, 18, e se estender até a próxima quinta-feira, 22. Conforme divulgado pelo Climatempo, o Sul do Brasil, parte do Centro-Oeste e São Paulo devem ter elevação da temperatura entre 5ºC e 7ºC acima da média. Outras partes do Centro-Oeste e do Norte principalmente podem ter registros entre 1ºC e 2,5ºC acima do esperado para agosto. Já a maior parte do Nordeste deve manter as temperaturas normais.

Depois de um período de frio intenso, o Brasil já se prepara para um retorno significativo do calor. Foto: Climatempo/Divulgação

Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, explica que uma vez que agosto já é um mês quente, a onda de calor deve intensificar a situação. “Agosto é um mês que já tem as temperaturas médias altas, comparadas com julho, então o desconforto pode ser ainda maior. É possível observar, principalmente em áreas como Corumbá, no Mato Grosso do Sul, as temperaturas chegando nos 40ºC e 41ºC.”

Ainda segundo o Climatempo, a causa dessa elevação de temperatura é uma nova massa de ar quente que se estabelece sobre o Brasil, impulsionada por uma baixa pressão atmosférica. Como resultado, a circulação de ventos quentes se intensifica, e a umidade do ar cai ainda mais.

No interior de São Paulo, poderão ser observadas umidades relativas de até 20% e, em algumas regiões do Centro-Oeste, a umidade do ar chega a 12%. Segundo a OMS, a umidade do ar ideal para a saúde humana é entre 50% e 60%. “O inverno no Brasil é caracterizado por clima seco, e aí temos essa umidade caindo ainda mais a níveis críticos pela sequência de dias sem chuva”, explica Borges.

Como se formam as ondas de calor?

Essa já é a quarta onda de calor no Brasil em 2024, acompanhadas de dois veranicos, de acordo com Borges, meteorologista do Climatempo. Segundo o especialista, ondas de calor ocorrem quando as temperaturas mínimas e máximas sobem; já os veranicos fazem parte de um conceito brasileiro que se refere a dias quentes principalmente à tarde, com manhãs e noites ainda frias.

Em 2023, foram registradas nove ondas de calor, fazendo com que o ano fosse o mais quente em 174 anos. Cientistas esperam, porém, que 2024 seja ainda mais quente.

Para que um evento seja chamado de “onda de calor”, é necessário que as temperaturas fiquem 5ºC acima do esperado, por pelo menos cinco dias, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial. Porém, há outras interpretações que estabelecem parâmetros para a classificação de uma onda de calor.

Além disso, um bloqueio atmosférico faz parte da formação de uma onda de calor. A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Andrea Ramos explica o que é o fenômeno: “a manutenção de uma alta pressão em altos níveis de superfície, mantendo o tempo quente e seco por mais de 7 a 10 dias, é caracterizada como um bloqueio atmosférico.”

No bloqueio atmosférico, os ventos circulam em uma alta altitude, bloqueando a passagem de correntes de ar frio por baixo deles. Os bloqueios atmosféricos também podem ser chamados de anticiclones, e, neste momento, o centro do Brasil vive a formação do fenômeno, de acordo com os meteorologistas.

Com isso, as frentes frias até se formam, mas não conseguem chegar no continente e acabam ficando nos oceanos. O ar quente se concentra, sem conseguir sair, em uma região, fazendo com que a temperatura fique mais alta por vários dias.

“Basicamente, uma massa quente que se estabelece na região central brasileira e não deixa passar frente frias nem formar nuvens de chuva carregadas. Esse sistema tem uma circulação de cima para baixo na atmosfera, que outras formações”, detalha o meteorologista do Climatempo.

Causas

De acordo com Borges, as ondas de calor cada vez mais comuns e frequentes estão diretamente associadas às mudanças climáticas intensificadas por atividades humanas. “O El Niño teve um papel nessa intensificação das massas quentes, mas a gente não pode botar a culpa só nele, a maior responsabilidade é das mudanças climáticas”, afirma o especialista. Borges também explica que não só as ondas de calor estão relacionadas ao fenômeno, mas o desequilíbrio climático em geral.

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