ONU prevê que 2023 será o ano mais quente já registrado - até agora


Além de temperaturas 1,4ºC acima da média, Organização das Nações Unidas projeta recorde em concentração de gás carbônico na atmosfera e derretimento de gelo na Antártida

Por Redação
Atualização:

O ano de 2023 não caminha apenas para ser o mais quente já registrado, como também para bater recordes em índice de concentração de gases de efeito estufa e nível do recuo do gelo na Antártida, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) no início da Conferência do Clima, a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes.

A agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou um relatório provisório sobre o estado do clima e chamou a atenção para “fenômenos extremos que deixaram um rastro de devastação e desespero”. De queimadas na Europa e no Havaí a ciclone no Sul do Brasil, o ano foi marcado pela intensificação de eventos climáticos extremos, agravados pelo El Niño.

Ondas de calor têm afetado o Brasil, em especial na região centro-sul do País, nos últimos meses Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A OMM disse que considera “seguro” afirmar, mesmo sem considerar os dados dos últimos dois meses, que 2023 será o ano mais quente dos últimos 174 anos – todo o período em que há medição.

Segundo a organização, até outubro a temperatura média estava 1,4ºC acima do período pré-industrial (1850-1900, quando se acelerou a emissão de gases pelo uso de combustíveis fósseis). Ou seja, o planeta já está perto do teto de 1,5ºC além da Revolução Industrial, patamar estabelecido como limite no Acordo de Paris, acordo firmado por 196 países em 2015 para frear o aquecimento globa.

Esse 1,4ºC extra também está bem acima dos excessos de temperatura registrados nos dois anos mais quentes até agora, 2016 (quando ultrapassou 1,29ºC) e 2020 (1,27ºC a mais). “A diferença é tão importante que, com toda a probabilidade, os valores que serão registrados nos últimos dois meses do ano não terão impacto na classificação”, conclui a OMM, após comparar cinco bancos de dados meteorológicos globais.

O relatório prevê, também, que 2024 será ainda mais quente que 2023. Isso porque o El Niño, fenômeno normalmente associado ao aumento da temperaturas, tende a provocar ainda mais calor até meados do ano que vem.

Emissões de gases

A agência da ONU também indica, no relatório, que 2023 baterá recorde histórico sobre as concentrações de gases estufa. O registro deste ano deve ser superior ao de 2022, quando a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera já era 150% superior à da era pré-industrial.

A concentração de metano (CH4), que em 2022 foi 266% superior à do período 1850-1900, e de óxido nitroso (N2O), 124% superior à do ano passado, também já são claramente maiores este ano. As medições são feitas em estações meteorológicas estratégicas, como as de Mauna Loa (Havaí) ou Tasmânia (Austrália).

Descongelamento das geleiras

Outros registros preocupantes foram feitos nos pólos globais: a Antártida atingiu a mínima histórica de área de extensão de gelo marinho, com apenas 1,79 milhões de quilômetros em fevereiro, valor mais baixo desde que começaram as medições de satélite, em 1979.

Dados igualmente perturbadores foram registados no Ártico, onde o valor mínimo de extensão no ano (4,23 milhões de quilômetros quadrados em setembro) foi o sexto menor já registrado. E também nos Alpes Europeus, onde as medições na Suíça mostram que, em apenas dois anos, seus glaciares perderam 10% do seu volume.

Aumento dos mares

Outro alerta é sobre o aumento sem precedentes no nível do mar, relacionado ao derretimento de geleiras e massas de gelo. Entre 2013 e 2022, a elevação média dos oceanos foi de 4,72 milímetros por ano, mais que o dobro do registrado nos dez anos anteriores (2,14 milímetros por ano).

Junto a isso, o ano de 2023 bateu recordes de temperatura para a superfície do mar, superando com folga os recordes anteriores. Há “valores excepcionalmente elevados no leste do Atlântico Norte, no Golfo do México e no Caribe”, diz o relatório.

Desastres

A OMM lembrou, ainda, que estes valores recordes em diferentes indicadores foram acompanhados em 2023 por fenômenos climáticos igualmente extremos, que causaram grandes perdas econômicas e humanas, caso das inundações que o ciclone Daniel causou em países como a Grécia, a Bulgária, a Turquia ou a Líbia.

No país do norte africano, as inundações causaram a ruptura de dois reservatórios e devastaram a cidade costeira de Derna, deixando cerca de 4,3 mil mortes e 8,5 mil desaparecidos, uma das piores catástrofes ligadas às mudanças climáticas do ano. No Brasil, dezenas de pessoas morreram no Sul por conta da passagem de ciclones, inundações e fortes chuvas e ventos ao longo do ano.

Em fevereiro e março, o ciclone tropical Freddy teve sua maior duração e percurso (originou-se nas costas ocidentais da Austrália e devastaram as da África Austral Leste, do outro lado do Oceano Índico). O evento causou centenas de mortes em países como o Malawi, Moçambique, Zimbabue ou Madagascar.

A Europa teve grandes ondas de calor em julho, mês mais quente já registrado nesses locais. Os termômetros atingiram 48,2ºC na Itália, 49ºC na Tunísia, 50,4ºC em Marrocos d 49,2ºC na Argélia. Em São Paulo, os termômetros superaram os 40ºC, algo antes pouco provável.

Além disso, houve incêndios no Canadá, as secas no Chifre da África e na América Latina, as queimadas na Amazônia e no Pantanal estão em estado de emergência./ COM AGÊNCIAS

O ano de 2023 não caminha apenas para ser o mais quente já registrado, como também para bater recordes em índice de concentração de gases de efeito estufa e nível do recuo do gelo na Antártida, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) no início da Conferência do Clima, a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes.

A agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou um relatório provisório sobre o estado do clima e chamou a atenção para “fenômenos extremos que deixaram um rastro de devastação e desespero”. De queimadas na Europa e no Havaí a ciclone no Sul do Brasil, o ano foi marcado pela intensificação de eventos climáticos extremos, agravados pelo El Niño.

Ondas de calor têm afetado o Brasil, em especial na região centro-sul do País, nos últimos meses Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A OMM disse que considera “seguro” afirmar, mesmo sem considerar os dados dos últimos dois meses, que 2023 será o ano mais quente dos últimos 174 anos – todo o período em que há medição.

Segundo a organização, até outubro a temperatura média estava 1,4ºC acima do período pré-industrial (1850-1900, quando se acelerou a emissão de gases pelo uso de combustíveis fósseis). Ou seja, o planeta já está perto do teto de 1,5ºC além da Revolução Industrial, patamar estabelecido como limite no Acordo de Paris, acordo firmado por 196 países em 2015 para frear o aquecimento globa.

Esse 1,4ºC extra também está bem acima dos excessos de temperatura registrados nos dois anos mais quentes até agora, 2016 (quando ultrapassou 1,29ºC) e 2020 (1,27ºC a mais). “A diferença é tão importante que, com toda a probabilidade, os valores que serão registrados nos últimos dois meses do ano não terão impacto na classificação”, conclui a OMM, após comparar cinco bancos de dados meteorológicos globais.

O relatório prevê, também, que 2024 será ainda mais quente que 2023. Isso porque o El Niño, fenômeno normalmente associado ao aumento da temperaturas, tende a provocar ainda mais calor até meados do ano que vem.

Emissões de gases

A agência da ONU também indica, no relatório, que 2023 baterá recorde histórico sobre as concentrações de gases estufa. O registro deste ano deve ser superior ao de 2022, quando a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera já era 150% superior à da era pré-industrial.

A concentração de metano (CH4), que em 2022 foi 266% superior à do período 1850-1900, e de óxido nitroso (N2O), 124% superior à do ano passado, também já são claramente maiores este ano. As medições são feitas em estações meteorológicas estratégicas, como as de Mauna Loa (Havaí) ou Tasmânia (Austrália).

Descongelamento das geleiras

Outros registros preocupantes foram feitos nos pólos globais: a Antártida atingiu a mínima histórica de área de extensão de gelo marinho, com apenas 1,79 milhões de quilômetros em fevereiro, valor mais baixo desde que começaram as medições de satélite, em 1979.

Dados igualmente perturbadores foram registados no Ártico, onde o valor mínimo de extensão no ano (4,23 milhões de quilômetros quadrados em setembro) foi o sexto menor já registrado. E também nos Alpes Europeus, onde as medições na Suíça mostram que, em apenas dois anos, seus glaciares perderam 10% do seu volume.

Aumento dos mares

Outro alerta é sobre o aumento sem precedentes no nível do mar, relacionado ao derretimento de geleiras e massas de gelo. Entre 2013 e 2022, a elevação média dos oceanos foi de 4,72 milímetros por ano, mais que o dobro do registrado nos dez anos anteriores (2,14 milímetros por ano).

Junto a isso, o ano de 2023 bateu recordes de temperatura para a superfície do mar, superando com folga os recordes anteriores. Há “valores excepcionalmente elevados no leste do Atlântico Norte, no Golfo do México e no Caribe”, diz o relatório.

Desastres

A OMM lembrou, ainda, que estes valores recordes em diferentes indicadores foram acompanhados em 2023 por fenômenos climáticos igualmente extremos, que causaram grandes perdas econômicas e humanas, caso das inundações que o ciclone Daniel causou em países como a Grécia, a Bulgária, a Turquia ou a Líbia.

No país do norte africano, as inundações causaram a ruptura de dois reservatórios e devastaram a cidade costeira de Derna, deixando cerca de 4,3 mil mortes e 8,5 mil desaparecidos, uma das piores catástrofes ligadas às mudanças climáticas do ano. No Brasil, dezenas de pessoas morreram no Sul por conta da passagem de ciclones, inundações e fortes chuvas e ventos ao longo do ano.

Em fevereiro e março, o ciclone tropical Freddy teve sua maior duração e percurso (originou-se nas costas ocidentais da Austrália e devastaram as da África Austral Leste, do outro lado do Oceano Índico). O evento causou centenas de mortes em países como o Malawi, Moçambique, Zimbabue ou Madagascar.

A Europa teve grandes ondas de calor em julho, mês mais quente já registrado nesses locais. Os termômetros atingiram 48,2ºC na Itália, 49ºC na Tunísia, 50,4ºC em Marrocos d 49,2ºC na Argélia. Em São Paulo, os termômetros superaram os 40ºC, algo antes pouco provável.

Além disso, houve incêndios no Canadá, as secas no Chifre da África e na América Latina, as queimadas na Amazônia e no Pantanal estão em estado de emergência./ COM AGÊNCIAS

O ano de 2023 não caminha apenas para ser o mais quente já registrado, como também para bater recordes em índice de concentração de gases de efeito estufa e nível do recuo do gelo na Antártida, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) no início da Conferência do Clima, a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes.

A agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou um relatório provisório sobre o estado do clima e chamou a atenção para “fenômenos extremos que deixaram um rastro de devastação e desespero”. De queimadas na Europa e no Havaí a ciclone no Sul do Brasil, o ano foi marcado pela intensificação de eventos climáticos extremos, agravados pelo El Niño.

Ondas de calor têm afetado o Brasil, em especial na região centro-sul do País, nos últimos meses Foto: Pedro Kirilos/Estadão

A OMM disse que considera “seguro” afirmar, mesmo sem considerar os dados dos últimos dois meses, que 2023 será o ano mais quente dos últimos 174 anos – todo o período em que há medição.

Segundo a organização, até outubro a temperatura média estava 1,4ºC acima do período pré-industrial (1850-1900, quando se acelerou a emissão de gases pelo uso de combustíveis fósseis). Ou seja, o planeta já está perto do teto de 1,5ºC além da Revolução Industrial, patamar estabelecido como limite no Acordo de Paris, acordo firmado por 196 países em 2015 para frear o aquecimento globa.

Esse 1,4ºC extra também está bem acima dos excessos de temperatura registrados nos dois anos mais quentes até agora, 2016 (quando ultrapassou 1,29ºC) e 2020 (1,27ºC a mais). “A diferença é tão importante que, com toda a probabilidade, os valores que serão registrados nos últimos dois meses do ano não terão impacto na classificação”, conclui a OMM, após comparar cinco bancos de dados meteorológicos globais.

O relatório prevê, também, que 2024 será ainda mais quente que 2023. Isso porque o El Niño, fenômeno normalmente associado ao aumento da temperaturas, tende a provocar ainda mais calor até meados do ano que vem.

Emissões de gases

A agência da ONU também indica, no relatório, que 2023 baterá recorde histórico sobre as concentrações de gases estufa. O registro deste ano deve ser superior ao de 2022, quando a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera já era 150% superior à da era pré-industrial.

A concentração de metano (CH4), que em 2022 foi 266% superior à do período 1850-1900, e de óxido nitroso (N2O), 124% superior à do ano passado, também já são claramente maiores este ano. As medições são feitas em estações meteorológicas estratégicas, como as de Mauna Loa (Havaí) ou Tasmânia (Austrália).

Descongelamento das geleiras

Outros registros preocupantes foram feitos nos pólos globais: a Antártida atingiu a mínima histórica de área de extensão de gelo marinho, com apenas 1,79 milhões de quilômetros em fevereiro, valor mais baixo desde que começaram as medições de satélite, em 1979.

Dados igualmente perturbadores foram registados no Ártico, onde o valor mínimo de extensão no ano (4,23 milhões de quilômetros quadrados em setembro) foi o sexto menor já registrado. E também nos Alpes Europeus, onde as medições na Suíça mostram que, em apenas dois anos, seus glaciares perderam 10% do seu volume.

Aumento dos mares

Outro alerta é sobre o aumento sem precedentes no nível do mar, relacionado ao derretimento de geleiras e massas de gelo. Entre 2013 e 2022, a elevação média dos oceanos foi de 4,72 milímetros por ano, mais que o dobro do registrado nos dez anos anteriores (2,14 milímetros por ano).

Junto a isso, o ano de 2023 bateu recordes de temperatura para a superfície do mar, superando com folga os recordes anteriores. Há “valores excepcionalmente elevados no leste do Atlântico Norte, no Golfo do México e no Caribe”, diz o relatório.

Desastres

A OMM lembrou, ainda, que estes valores recordes em diferentes indicadores foram acompanhados em 2023 por fenômenos climáticos igualmente extremos, que causaram grandes perdas econômicas e humanas, caso das inundações que o ciclone Daniel causou em países como a Grécia, a Bulgária, a Turquia ou a Líbia.

No país do norte africano, as inundações causaram a ruptura de dois reservatórios e devastaram a cidade costeira de Derna, deixando cerca de 4,3 mil mortes e 8,5 mil desaparecidos, uma das piores catástrofes ligadas às mudanças climáticas do ano. No Brasil, dezenas de pessoas morreram no Sul por conta da passagem de ciclones, inundações e fortes chuvas e ventos ao longo do ano.

Em fevereiro e março, o ciclone tropical Freddy teve sua maior duração e percurso (originou-se nas costas ocidentais da Austrália e devastaram as da África Austral Leste, do outro lado do Oceano Índico). O evento causou centenas de mortes em países como o Malawi, Moçambique, Zimbabue ou Madagascar.

A Europa teve grandes ondas de calor em julho, mês mais quente já registrado nesses locais. Os termômetros atingiram 48,2ºC na Itália, 49ºC na Tunísia, 50,4ºC em Marrocos d 49,2ºC na Argélia. Em São Paulo, os termômetros superaram os 40ºC, algo antes pouco provável.

Além disso, houve incêndios no Canadá, as secas no Chifre da África e na América Latina, as queimadas na Amazônia e no Pantanal estão em estado de emergência./ COM AGÊNCIAS

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