Plataformas de gelo da Antártida perderam trilhões de toneladas em 20 anos; quais são os efeitos?


Estudo analisa desde 1997 perda de massa em plataformas que conectam geleiras. Aumento do nível do mar pode ser principal consequência

Por Redação

Quatro dúzias de plataformas de gelo na Antártida encolheram ao menos 30% desde 1997 e 28 delas perderam mais da metade do gelo no período, de acordo com um novo estudo que monitorou esses cruciais guardiões situados entre as massivas geleiras e o oceano aberto.

Entre as 162 plataformas de gelo do continente, 68 delas mostraram redução significativa entre 1997 e 2021, enquanto 29 cresceram, 62 não se alteraram e três perderam massa, mas não de uma forma que represente uma tendência significativa, de acordo com o estudo publicado nesta quinta-feira, 12, na revista Science Advances.

Esse gelo derretido, que usualmente envolve as geleiras, vai então para o mar. Cientistas temem que o derretimento induzido pelas mudanças climáticas na Antártida e na Groenlândia poderá causar um aumento significativo e perigoso do nível do mar ao longo das próximas décadas e séculos.

“Sabendo como e quanto gelo está sendo perdido dessas plataformas protetivas é chave para entender como a Antártida está evoluindo”, disse Ted Scambos, pesquisador do tema da Universidade do Colorado e que não participou do estudo. Scambos disse que a pesquisa oferece uma perspectiva sobre a água derretida levada ao Mar de Amundsen - “região central da Antártida para o aumento do nível do mar” - que não apenas soma altura ao oceano, mas o torna menos denso e salgado.

A plataforma de gelo Larsen C perdeu 1,8 bilhão de toneladas do seu peso original Foto: John Sonntag/Nasa via AP

Os maiores responsáveis foram a quebra de icebergs gigantes em 1999, 2000 e 2002, que eram do tamanho de Delaware, disse. O estudo também analisou o derretimento do gelo a partir da água quente situada abaixo dele. Plataformas de gelo são extensões flutuantes de geleiras que agem como “guardiões” e evitam a geleira maior de chegar mais rapidamente à água, disse o principal autor do estudo.

No total, as plataformas da Antártida perderam cerca de 8,3 trilhões de toneladas de gelo em um período de 25 anos, descobriu o estudo. Isso representa perto de 330 bilhõe de toneladas por ano e é similar ao que apontaram estudos anteriores. Mas o total geral não representa toda a história, disse o autor principal da pesquisa, Benjamin Davison, um especialista em geleiras da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

O que é mais importante, disse, são os padrões de perda individual das plataformas. O novo estudo mostra as perdas profundas, com quatro geleiras perdendo mais do que um trilhão de toneladas na península e na porção ocidental do continente. “Algumas perderam boa parte da massa ao longo do tempo”, disse Davison. “Wordie mal é uma plataforma de gelo mais.”

A plataforma de gelo Wordie, que conecta quatro geleiras perto da ponta da península antártica sofreu um grande colapso em 1989, mas perdeu 87% da sua massa restante desde 1997, descobriu Davison.

A vizinha Larsen A perdeu 73% e Larsen B, 57%. A maior plataforma Larsen, a Larsen C, perdeu 1,8 bilhão de toneladas de gelo, cerca de ⅛ da sua massa. A maior perda ocorreu na plataforma Thwaites conectada à geleira apelidada de Doomsday pelo derretimento rápido e grandioso. A plataforma perdeu 70% da sua massa desde 1997, cerca de 4,1 trilhões de toneladas, que acabou no Mar de Amundsen.

As plataformas de gelo que cresceram estavam predominantemente na porção oriental do continente, onde há um padrão climático que isola a terra das águas mais quentes, disse Davison. As plataformas a leste cresceram mais devagar do que as que perdiam gelo no oeste.

Detalhe de uma rechadura na plataforma de gelo Larsen C, na Península Antártica Foto: John Sonntag/NASA via AP

É difícil conectar a perda individual de uma geleira diretamente a mudanças climáticas causadas pelo homem, mas é esperado um desgaste constante à medida que o mundo esquenta, ele disse. /AP

Quatro dúzias de plataformas de gelo na Antártida encolheram ao menos 30% desde 1997 e 28 delas perderam mais da metade do gelo no período, de acordo com um novo estudo que monitorou esses cruciais guardiões situados entre as massivas geleiras e o oceano aberto.

Entre as 162 plataformas de gelo do continente, 68 delas mostraram redução significativa entre 1997 e 2021, enquanto 29 cresceram, 62 não se alteraram e três perderam massa, mas não de uma forma que represente uma tendência significativa, de acordo com o estudo publicado nesta quinta-feira, 12, na revista Science Advances.

Esse gelo derretido, que usualmente envolve as geleiras, vai então para o mar. Cientistas temem que o derretimento induzido pelas mudanças climáticas na Antártida e na Groenlândia poderá causar um aumento significativo e perigoso do nível do mar ao longo das próximas décadas e séculos.

“Sabendo como e quanto gelo está sendo perdido dessas plataformas protetivas é chave para entender como a Antártida está evoluindo”, disse Ted Scambos, pesquisador do tema da Universidade do Colorado e que não participou do estudo. Scambos disse que a pesquisa oferece uma perspectiva sobre a água derretida levada ao Mar de Amundsen - “região central da Antártida para o aumento do nível do mar” - que não apenas soma altura ao oceano, mas o torna menos denso e salgado.

A plataforma de gelo Larsen C perdeu 1,8 bilhão de toneladas do seu peso original Foto: John Sonntag/Nasa via AP

Os maiores responsáveis foram a quebra de icebergs gigantes em 1999, 2000 e 2002, que eram do tamanho de Delaware, disse. O estudo também analisou o derretimento do gelo a partir da água quente situada abaixo dele. Plataformas de gelo são extensões flutuantes de geleiras que agem como “guardiões” e evitam a geleira maior de chegar mais rapidamente à água, disse o principal autor do estudo.

No total, as plataformas da Antártida perderam cerca de 8,3 trilhões de toneladas de gelo em um período de 25 anos, descobriu o estudo. Isso representa perto de 330 bilhõe de toneladas por ano e é similar ao que apontaram estudos anteriores. Mas o total geral não representa toda a história, disse o autor principal da pesquisa, Benjamin Davison, um especialista em geleiras da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

O que é mais importante, disse, são os padrões de perda individual das plataformas. O novo estudo mostra as perdas profundas, com quatro geleiras perdendo mais do que um trilhão de toneladas na península e na porção ocidental do continente. “Algumas perderam boa parte da massa ao longo do tempo”, disse Davison. “Wordie mal é uma plataforma de gelo mais.”

A plataforma de gelo Wordie, que conecta quatro geleiras perto da ponta da península antártica sofreu um grande colapso em 1989, mas perdeu 87% da sua massa restante desde 1997, descobriu Davison.

A vizinha Larsen A perdeu 73% e Larsen B, 57%. A maior plataforma Larsen, a Larsen C, perdeu 1,8 bilhão de toneladas de gelo, cerca de ⅛ da sua massa. A maior perda ocorreu na plataforma Thwaites conectada à geleira apelidada de Doomsday pelo derretimento rápido e grandioso. A plataforma perdeu 70% da sua massa desde 1997, cerca de 4,1 trilhões de toneladas, que acabou no Mar de Amundsen.

As plataformas de gelo que cresceram estavam predominantemente na porção oriental do continente, onde há um padrão climático que isola a terra das águas mais quentes, disse Davison. As plataformas a leste cresceram mais devagar do que as que perdiam gelo no oeste.

Detalhe de uma rechadura na plataforma de gelo Larsen C, na Península Antártica Foto: John Sonntag/NASA via AP

É difícil conectar a perda individual de uma geleira diretamente a mudanças climáticas causadas pelo homem, mas é esperado um desgaste constante à medida que o mundo esquenta, ele disse. /AP

Quatro dúzias de plataformas de gelo na Antártida encolheram ao menos 30% desde 1997 e 28 delas perderam mais da metade do gelo no período, de acordo com um novo estudo que monitorou esses cruciais guardiões situados entre as massivas geleiras e o oceano aberto.

Entre as 162 plataformas de gelo do continente, 68 delas mostraram redução significativa entre 1997 e 2021, enquanto 29 cresceram, 62 não se alteraram e três perderam massa, mas não de uma forma que represente uma tendência significativa, de acordo com o estudo publicado nesta quinta-feira, 12, na revista Science Advances.

Esse gelo derretido, que usualmente envolve as geleiras, vai então para o mar. Cientistas temem que o derretimento induzido pelas mudanças climáticas na Antártida e na Groenlândia poderá causar um aumento significativo e perigoso do nível do mar ao longo das próximas décadas e séculos.

“Sabendo como e quanto gelo está sendo perdido dessas plataformas protetivas é chave para entender como a Antártida está evoluindo”, disse Ted Scambos, pesquisador do tema da Universidade do Colorado e que não participou do estudo. Scambos disse que a pesquisa oferece uma perspectiva sobre a água derretida levada ao Mar de Amundsen - “região central da Antártida para o aumento do nível do mar” - que não apenas soma altura ao oceano, mas o torna menos denso e salgado.

A plataforma de gelo Larsen C perdeu 1,8 bilhão de toneladas do seu peso original Foto: John Sonntag/Nasa via AP

Os maiores responsáveis foram a quebra de icebergs gigantes em 1999, 2000 e 2002, que eram do tamanho de Delaware, disse. O estudo também analisou o derretimento do gelo a partir da água quente situada abaixo dele. Plataformas de gelo são extensões flutuantes de geleiras que agem como “guardiões” e evitam a geleira maior de chegar mais rapidamente à água, disse o principal autor do estudo.

No total, as plataformas da Antártida perderam cerca de 8,3 trilhões de toneladas de gelo em um período de 25 anos, descobriu o estudo. Isso representa perto de 330 bilhõe de toneladas por ano e é similar ao que apontaram estudos anteriores. Mas o total geral não representa toda a história, disse o autor principal da pesquisa, Benjamin Davison, um especialista em geleiras da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

O que é mais importante, disse, são os padrões de perda individual das plataformas. O novo estudo mostra as perdas profundas, com quatro geleiras perdendo mais do que um trilhão de toneladas na península e na porção ocidental do continente. “Algumas perderam boa parte da massa ao longo do tempo”, disse Davison. “Wordie mal é uma plataforma de gelo mais.”

A plataforma de gelo Wordie, que conecta quatro geleiras perto da ponta da península antártica sofreu um grande colapso em 1989, mas perdeu 87% da sua massa restante desde 1997, descobriu Davison.

A vizinha Larsen A perdeu 73% e Larsen B, 57%. A maior plataforma Larsen, a Larsen C, perdeu 1,8 bilhão de toneladas de gelo, cerca de ⅛ da sua massa. A maior perda ocorreu na plataforma Thwaites conectada à geleira apelidada de Doomsday pelo derretimento rápido e grandioso. A plataforma perdeu 70% da sua massa desde 1997, cerca de 4,1 trilhões de toneladas, que acabou no Mar de Amundsen.

As plataformas de gelo que cresceram estavam predominantemente na porção oriental do continente, onde há um padrão climático que isola a terra das águas mais quentes, disse Davison. As plataformas a leste cresceram mais devagar do que as que perdiam gelo no oeste.

Detalhe de uma rechadura na plataforma de gelo Larsen C, na Península Antártica Foto: John Sonntag/NASA via AP

É difícil conectar a perda individual de uma geleira diretamente a mudanças climáticas causadas pelo homem, mas é esperado um desgaste constante à medida que o mundo esquenta, ele disse. /AP

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