Por trás dos incêndios no Pantanal, um problema a centenas de quilômetros


Bioma foi o que mais secou nos últimos 40 anos, segundo dados do MapBiomas. Nascentes ficam no Cerrado, o mais desmatado em 2023

Por Juliana Domingos de Lima
Atualização:

Maior área úmida do planeta, o Pantanal enfrenta uma seca histórica em 2024. O nível do Rio Paraguai – principal do bioma – está mais de três metros abaixo do esperado em alguns municípios, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Em maio, a Agência Nacional de Águas declarou pela primeira vez escassez hídrica crítica na região.

“O Pantanal evoluiu com a água e o fogo ao longo de 40 milhões de anos. É um bioma altamente dependente da água para suas funções ecológicas e agora ela está faltando”, alerta Gustavo Figueroa, diretor da SOS Pantanal.

Além da intensidade da seca, preocupa a perspectiva de que seja mais longa. A estiagem começou mais cedo, com o Rio Paraguai e seus afluentes em baixa já em junho, cenário antes comum em agosto e setembro. Isso traz efeitos em cadeia para a biodiversidade, dificultando a reprodução de peixes cuja diminuição afeta diretamente outras espécies.

Jacaré é carbonizado por incêndio em junho de 2024 no Pantanal. Queimadas de 2020 mataram 17 milhões de animais Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

A situação fomenta ainda os 3.538 focos de queimada detectados no bioma até 30 de junho, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somadas ao calor e à ação humana, as áreas antes alagadas, agora secas, são ricas em matéria orgânica e se tornam propícias ao fogo.

Os incêndios já atingiram mais de 712 mil hectares do bioma neste período, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).

Não só a degradação ambiental na própria região, mas também nos biomas vizinhos, é apontada por pesquisadores como um dos fatores preponderantes para a seca, já que toda a água que inunda a planície pantaneira vem de fora — principalmente do Cerrado, onde houve mais desmatamento em 2023, e também do sul da Amazônia.

“É um ciclo vicioso. A degradação da vegetação que capta a água, aliada ao clima mais seco, cria as condições ideais para a ignição e propagação de incêndios, que acabam retroalimentando a degradação”, afirma Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

Além disso, conforme o Estadão mostrou, contribuem para o espalhamento do fogo as falhas de prevenção pelo poder público. O Ministério do Meio Ambiente admite que precisou antecipar em dois meses seu planejamento de combate ao fogo - no ano passado o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia sido alvo de críticas pela ata de queimadas na Amazônia.

Bioma foi o que mais secou nos últimos 40 anos

O Pantanal está na Bacia do Alto Paraguai. Cerca de metade dessa bacia, sua região mais baixa, é ocupada pelo bioma. O restante está em uma região mais alta que circunda o Pantanal, com áreas pertencentes ao Cerrado e à Amazônia.

Todas as nascentes que formam os rios do Pantanal estão nesse planalto, fora do bioma, majoritariamente no Cerrado.

Um dos fatores que explicam a seca atual é de origem climática, ligado ao aquecimento global e ao fenômeno El Niño, que contribuiu para reduzir as chuvas e o aumento das temperaturas na região desde 2023.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Bacia do Alto Paraguai recebeu 277 milímetros de chuva a menos entre dezembro de 2023 e maio deste ano, prejudicando a recarga dos aquíferos.

O Pantanal foi o bioma que mais secou no Brasil nos últimos 40 anos, com redução da área alagada e do tempo de permanência da água, segundo o MapBiomas. Em 2023, a água cobriu uma área 61% menor que a média histórica, de 382 mil hectares.

Entre os Estados brasileiros, os casos mais graves de redução da superfície em corpos hídricos naturais ocorreram em Mato Grosso do Sul (33% a menos) e Mato Grosso (30% a menos).

“A seca não é um fenômeno que ocorre só de forma pontual, ela vai se instalando. Não é só a água que tem no rio, é também a vegetação mais seca, o lençol freático muito baixo, a evaporação maior: tudo fica mais seco”, diz Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

O pesquisador conecta o aprofundamento e aceleração dessas secas ao contexto global das mudanças climáticas. “Antes quando se falava em ‘histórica’ era a seca da década. Hoje os recordes estão cada vez mais frequentes. É assustador.”

Cerrado também enfrenta maior seca em 700 anos, segundo estudo da USP Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Mariana Dias, especialista da equipe Pantanal do MapBiomas, destacou o papel determinante do desmate no agravamento da seca no bioma.

“Na década de 1960, o Pantanal também teve um período bem seco, mas a relação com o entorno era diferente”, afirma. Em 1985, primeiro ano da série histórica do MapBiomas, a região onde se encontram as nascentes dos rios pantaneiros tinha mais de 60% de vegetação nativa remanescente. Hoje, há menos de 40%.

“Temos observado uma acentuação da seca na bacia do Alto Paraguai e, ao mesmo tempo, grandes taxas de desmatamento, principalmente nas áreas de cabeceira”, afirma Dias. Nessa parte da bacia, os dados do MapBiomas indicam desmate de mais de 5 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos 39 anos.

“A vegetação tem papel fundamental porque ela age basicamente como bomba d’água para fazer as evaporações, ajuda a fixar a água no solo e a alimentar lençóis freáticos”, acrescenta Silva, do WWF-Brasil. “Uma área que foi desmatada não vai cumprir essa função no ciclo da água”.

Dados do WWF-Brasil mostram que 84% das cabeceiras estão no Cerrado e 16%, na Amazônia.

Em contraste com a redução de águas naturais no Pantanal, o Cerrado registrou em 2023 a maior superfície aquática desde 1985, mas em áreas antrópicas, como reservatórios, hidrelétricas, mineração e aquicultura, indicando outras atividades que se intensificaram no bioma nas últimas décadas além da agropecuária.

Diferentemente da Amazônia, o Cerrado tem regras ambientais mais permissivas. O Código Florestal, vigente desde 2012, prevê que a área de reserva natural precisa ser o equivalente a 80% da propriedade.

No Cerrado, a taxa para reserva florestal, a área que não pode ser desmatada, é de 35%, no caso de estar dentro do perímetro da Amazônia Legal em uma área de transição. Caso esteja fora desses limites, a taxa diminui para 20%.

O Cerrado, localizado principalmente no Centro-Oeste e em parte do Sudeste, abriga a maior parte do agronegócio brasileiro, que tem sido um dos principais motores do PIB do País nos últimos anos.

Prevenção precisa melhorar, diz biólogo

Na avaliação do diretor da SOS Pantanal, Gustavo Figueroa, a resposta aos incêndios de 2024 demonstram que tanto o governo federal quanto os estaduais estão “mais sensíveis” ao problema, mas ainda precisam avançar na prevenção e na atuação conjunta.

“A resposta ainda poderia ter sido dada mais cedo, mas houve avanço. Não se esperou chegar a um nível alarmante de um milhão de hectares queimados para mobilizar essa força”, diz Figueroa.

Brigadistas combatem fogo no Pantanal em junho de 2024 Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

Em junho, o governo federal firmou um pacto com dez estados para conter queimadas e agora tentar tirar do papel esse esforço de articulação. Nesta semana, a ministra Simone Tebet afirmou que não faltaria orçamento para combater o fogo.

“São responsabilidades divididas. A cooperação entre os órgãos federais, estaduais e municipais ajuda muito”, afirma o biólogo.

Maior área úmida do planeta, o Pantanal enfrenta uma seca histórica em 2024. O nível do Rio Paraguai – principal do bioma – está mais de três metros abaixo do esperado em alguns municípios, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Em maio, a Agência Nacional de Águas declarou pela primeira vez escassez hídrica crítica na região.

“O Pantanal evoluiu com a água e o fogo ao longo de 40 milhões de anos. É um bioma altamente dependente da água para suas funções ecológicas e agora ela está faltando”, alerta Gustavo Figueroa, diretor da SOS Pantanal.

Além da intensidade da seca, preocupa a perspectiva de que seja mais longa. A estiagem começou mais cedo, com o Rio Paraguai e seus afluentes em baixa já em junho, cenário antes comum em agosto e setembro. Isso traz efeitos em cadeia para a biodiversidade, dificultando a reprodução de peixes cuja diminuição afeta diretamente outras espécies.

Jacaré é carbonizado por incêndio em junho de 2024 no Pantanal. Queimadas de 2020 mataram 17 milhões de animais Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

A situação fomenta ainda os 3.538 focos de queimada detectados no bioma até 30 de junho, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somadas ao calor e à ação humana, as áreas antes alagadas, agora secas, são ricas em matéria orgânica e se tornam propícias ao fogo.

Os incêndios já atingiram mais de 712 mil hectares do bioma neste período, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).

Não só a degradação ambiental na própria região, mas também nos biomas vizinhos, é apontada por pesquisadores como um dos fatores preponderantes para a seca, já que toda a água que inunda a planície pantaneira vem de fora — principalmente do Cerrado, onde houve mais desmatamento em 2023, e também do sul da Amazônia.

“É um ciclo vicioso. A degradação da vegetação que capta a água, aliada ao clima mais seco, cria as condições ideais para a ignição e propagação de incêndios, que acabam retroalimentando a degradação”, afirma Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

Além disso, conforme o Estadão mostrou, contribuem para o espalhamento do fogo as falhas de prevenção pelo poder público. O Ministério do Meio Ambiente admite que precisou antecipar em dois meses seu planejamento de combate ao fogo - no ano passado o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia sido alvo de críticas pela ata de queimadas na Amazônia.

Bioma foi o que mais secou nos últimos 40 anos

O Pantanal está na Bacia do Alto Paraguai. Cerca de metade dessa bacia, sua região mais baixa, é ocupada pelo bioma. O restante está em uma região mais alta que circunda o Pantanal, com áreas pertencentes ao Cerrado e à Amazônia.

Todas as nascentes que formam os rios do Pantanal estão nesse planalto, fora do bioma, majoritariamente no Cerrado.

Um dos fatores que explicam a seca atual é de origem climática, ligado ao aquecimento global e ao fenômeno El Niño, que contribuiu para reduzir as chuvas e o aumento das temperaturas na região desde 2023.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Bacia do Alto Paraguai recebeu 277 milímetros de chuva a menos entre dezembro de 2023 e maio deste ano, prejudicando a recarga dos aquíferos.

O Pantanal foi o bioma que mais secou no Brasil nos últimos 40 anos, com redução da área alagada e do tempo de permanência da água, segundo o MapBiomas. Em 2023, a água cobriu uma área 61% menor que a média histórica, de 382 mil hectares.

Entre os Estados brasileiros, os casos mais graves de redução da superfície em corpos hídricos naturais ocorreram em Mato Grosso do Sul (33% a menos) e Mato Grosso (30% a menos).

“A seca não é um fenômeno que ocorre só de forma pontual, ela vai se instalando. Não é só a água que tem no rio, é também a vegetação mais seca, o lençol freático muito baixo, a evaporação maior: tudo fica mais seco”, diz Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

O pesquisador conecta o aprofundamento e aceleração dessas secas ao contexto global das mudanças climáticas. “Antes quando se falava em ‘histórica’ era a seca da década. Hoje os recordes estão cada vez mais frequentes. É assustador.”

Cerrado também enfrenta maior seca em 700 anos, segundo estudo da USP Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Mariana Dias, especialista da equipe Pantanal do MapBiomas, destacou o papel determinante do desmate no agravamento da seca no bioma.

“Na década de 1960, o Pantanal também teve um período bem seco, mas a relação com o entorno era diferente”, afirma. Em 1985, primeiro ano da série histórica do MapBiomas, a região onde se encontram as nascentes dos rios pantaneiros tinha mais de 60% de vegetação nativa remanescente. Hoje, há menos de 40%.

“Temos observado uma acentuação da seca na bacia do Alto Paraguai e, ao mesmo tempo, grandes taxas de desmatamento, principalmente nas áreas de cabeceira”, afirma Dias. Nessa parte da bacia, os dados do MapBiomas indicam desmate de mais de 5 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos 39 anos.

“A vegetação tem papel fundamental porque ela age basicamente como bomba d’água para fazer as evaporações, ajuda a fixar a água no solo e a alimentar lençóis freáticos”, acrescenta Silva, do WWF-Brasil. “Uma área que foi desmatada não vai cumprir essa função no ciclo da água”.

Dados do WWF-Brasil mostram que 84% das cabeceiras estão no Cerrado e 16%, na Amazônia.

Em contraste com a redução de águas naturais no Pantanal, o Cerrado registrou em 2023 a maior superfície aquática desde 1985, mas em áreas antrópicas, como reservatórios, hidrelétricas, mineração e aquicultura, indicando outras atividades que se intensificaram no bioma nas últimas décadas além da agropecuária.

Diferentemente da Amazônia, o Cerrado tem regras ambientais mais permissivas. O Código Florestal, vigente desde 2012, prevê que a área de reserva natural precisa ser o equivalente a 80% da propriedade.

No Cerrado, a taxa para reserva florestal, a área que não pode ser desmatada, é de 35%, no caso de estar dentro do perímetro da Amazônia Legal em uma área de transição. Caso esteja fora desses limites, a taxa diminui para 20%.

O Cerrado, localizado principalmente no Centro-Oeste e em parte do Sudeste, abriga a maior parte do agronegócio brasileiro, que tem sido um dos principais motores do PIB do País nos últimos anos.

Prevenção precisa melhorar, diz biólogo

Na avaliação do diretor da SOS Pantanal, Gustavo Figueroa, a resposta aos incêndios de 2024 demonstram que tanto o governo federal quanto os estaduais estão “mais sensíveis” ao problema, mas ainda precisam avançar na prevenção e na atuação conjunta.

“A resposta ainda poderia ter sido dada mais cedo, mas houve avanço. Não se esperou chegar a um nível alarmante de um milhão de hectares queimados para mobilizar essa força”, diz Figueroa.

Brigadistas combatem fogo no Pantanal em junho de 2024 Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

Em junho, o governo federal firmou um pacto com dez estados para conter queimadas e agora tentar tirar do papel esse esforço de articulação. Nesta semana, a ministra Simone Tebet afirmou que não faltaria orçamento para combater o fogo.

“São responsabilidades divididas. A cooperação entre os órgãos federais, estaduais e municipais ajuda muito”, afirma o biólogo.

Maior área úmida do planeta, o Pantanal enfrenta uma seca histórica em 2024. O nível do Rio Paraguai – principal do bioma – está mais de três metros abaixo do esperado em alguns municípios, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Em maio, a Agência Nacional de Águas declarou pela primeira vez escassez hídrica crítica na região.

“O Pantanal evoluiu com a água e o fogo ao longo de 40 milhões de anos. É um bioma altamente dependente da água para suas funções ecológicas e agora ela está faltando”, alerta Gustavo Figueroa, diretor da SOS Pantanal.

Além da intensidade da seca, preocupa a perspectiva de que seja mais longa. A estiagem começou mais cedo, com o Rio Paraguai e seus afluentes em baixa já em junho, cenário antes comum em agosto e setembro. Isso traz efeitos em cadeia para a biodiversidade, dificultando a reprodução de peixes cuja diminuição afeta diretamente outras espécies.

Jacaré é carbonizado por incêndio em junho de 2024 no Pantanal. Queimadas de 2020 mataram 17 milhões de animais Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

A situação fomenta ainda os 3.538 focos de queimada detectados no bioma até 30 de junho, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somadas ao calor e à ação humana, as áreas antes alagadas, agora secas, são ricas em matéria orgânica e se tornam propícias ao fogo.

Os incêndios já atingiram mais de 712 mil hectares do bioma neste período, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).

Não só a degradação ambiental na própria região, mas também nos biomas vizinhos, é apontada por pesquisadores como um dos fatores preponderantes para a seca, já que toda a água que inunda a planície pantaneira vem de fora — principalmente do Cerrado, onde houve mais desmatamento em 2023, e também do sul da Amazônia.

“É um ciclo vicioso. A degradação da vegetação que capta a água, aliada ao clima mais seco, cria as condições ideais para a ignição e propagação de incêndios, que acabam retroalimentando a degradação”, afirma Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

Além disso, conforme o Estadão mostrou, contribuem para o espalhamento do fogo as falhas de prevenção pelo poder público. O Ministério do Meio Ambiente admite que precisou antecipar em dois meses seu planejamento de combate ao fogo - no ano passado o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia sido alvo de críticas pela ata de queimadas na Amazônia.

Bioma foi o que mais secou nos últimos 40 anos

O Pantanal está na Bacia do Alto Paraguai. Cerca de metade dessa bacia, sua região mais baixa, é ocupada pelo bioma. O restante está em uma região mais alta que circunda o Pantanal, com áreas pertencentes ao Cerrado e à Amazônia.

Todas as nascentes que formam os rios do Pantanal estão nesse planalto, fora do bioma, majoritariamente no Cerrado.

Um dos fatores que explicam a seca atual é de origem climática, ligado ao aquecimento global e ao fenômeno El Niño, que contribuiu para reduzir as chuvas e o aumento das temperaturas na região desde 2023.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Bacia do Alto Paraguai recebeu 277 milímetros de chuva a menos entre dezembro de 2023 e maio deste ano, prejudicando a recarga dos aquíferos.

O Pantanal foi o bioma que mais secou no Brasil nos últimos 40 anos, com redução da área alagada e do tempo de permanência da água, segundo o MapBiomas. Em 2023, a água cobriu uma área 61% menor que a média histórica, de 382 mil hectares.

Entre os Estados brasileiros, os casos mais graves de redução da superfície em corpos hídricos naturais ocorreram em Mato Grosso do Sul (33% a menos) e Mato Grosso (30% a menos).

“A seca não é um fenômeno que ocorre só de forma pontual, ela vai se instalando. Não é só a água que tem no rio, é também a vegetação mais seca, o lençol freático muito baixo, a evaporação maior: tudo fica mais seco”, diz Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

O pesquisador conecta o aprofundamento e aceleração dessas secas ao contexto global das mudanças climáticas. “Antes quando se falava em ‘histórica’ era a seca da década. Hoje os recordes estão cada vez mais frequentes. É assustador.”

Cerrado também enfrenta maior seca em 700 anos, segundo estudo da USP Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Mariana Dias, especialista da equipe Pantanal do MapBiomas, destacou o papel determinante do desmate no agravamento da seca no bioma.

“Na década de 1960, o Pantanal também teve um período bem seco, mas a relação com o entorno era diferente”, afirma. Em 1985, primeiro ano da série histórica do MapBiomas, a região onde se encontram as nascentes dos rios pantaneiros tinha mais de 60% de vegetação nativa remanescente. Hoje, há menos de 40%.

“Temos observado uma acentuação da seca na bacia do Alto Paraguai e, ao mesmo tempo, grandes taxas de desmatamento, principalmente nas áreas de cabeceira”, afirma Dias. Nessa parte da bacia, os dados do MapBiomas indicam desmate de mais de 5 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos 39 anos.

“A vegetação tem papel fundamental porque ela age basicamente como bomba d’água para fazer as evaporações, ajuda a fixar a água no solo e a alimentar lençóis freáticos”, acrescenta Silva, do WWF-Brasil. “Uma área que foi desmatada não vai cumprir essa função no ciclo da água”.

Dados do WWF-Brasil mostram que 84% das cabeceiras estão no Cerrado e 16%, na Amazônia.

Em contraste com a redução de águas naturais no Pantanal, o Cerrado registrou em 2023 a maior superfície aquática desde 1985, mas em áreas antrópicas, como reservatórios, hidrelétricas, mineração e aquicultura, indicando outras atividades que se intensificaram no bioma nas últimas décadas além da agropecuária.

Diferentemente da Amazônia, o Cerrado tem regras ambientais mais permissivas. O Código Florestal, vigente desde 2012, prevê que a área de reserva natural precisa ser o equivalente a 80% da propriedade.

No Cerrado, a taxa para reserva florestal, a área que não pode ser desmatada, é de 35%, no caso de estar dentro do perímetro da Amazônia Legal em uma área de transição. Caso esteja fora desses limites, a taxa diminui para 20%.

O Cerrado, localizado principalmente no Centro-Oeste e em parte do Sudeste, abriga a maior parte do agronegócio brasileiro, que tem sido um dos principais motores do PIB do País nos últimos anos.

Prevenção precisa melhorar, diz biólogo

Na avaliação do diretor da SOS Pantanal, Gustavo Figueroa, a resposta aos incêndios de 2024 demonstram que tanto o governo federal quanto os estaduais estão “mais sensíveis” ao problema, mas ainda precisam avançar na prevenção e na atuação conjunta.

“A resposta ainda poderia ter sido dada mais cedo, mas houve avanço. Não se esperou chegar a um nível alarmante de um milhão de hectares queimados para mobilizar essa força”, diz Figueroa.

Brigadistas combatem fogo no Pantanal em junho de 2024 Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

Em junho, o governo federal firmou um pacto com dez estados para conter queimadas e agora tentar tirar do papel esse esforço de articulação. Nesta semana, a ministra Simone Tebet afirmou que não faltaria orçamento para combater o fogo.

“São responsabilidades divididas. A cooperação entre os órgãos federais, estaduais e municipais ajuda muito”, afirma o biólogo.

Maior área úmida do planeta, o Pantanal enfrenta uma seca histórica em 2024. O nível do Rio Paraguai – principal do bioma – está mais de três metros abaixo do esperado em alguns municípios, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Em maio, a Agência Nacional de Águas declarou pela primeira vez escassez hídrica crítica na região.

“O Pantanal evoluiu com a água e o fogo ao longo de 40 milhões de anos. É um bioma altamente dependente da água para suas funções ecológicas e agora ela está faltando”, alerta Gustavo Figueroa, diretor da SOS Pantanal.

Além da intensidade da seca, preocupa a perspectiva de que seja mais longa. A estiagem começou mais cedo, com o Rio Paraguai e seus afluentes em baixa já em junho, cenário antes comum em agosto e setembro. Isso traz efeitos em cadeia para a biodiversidade, dificultando a reprodução de peixes cuja diminuição afeta diretamente outras espécies.

Jacaré é carbonizado por incêndio em junho de 2024 no Pantanal. Queimadas de 2020 mataram 17 milhões de animais Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

A situação fomenta ainda os 3.538 focos de queimada detectados no bioma até 30 de junho, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somadas ao calor e à ação humana, as áreas antes alagadas, agora secas, são ricas em matéria orgânica e se tornam propícias ao fogo.

Os incêndios já atingiram mais de 712 mil hectares do bioma neste período, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).

Não só a degradação ambiental na própria região, mas também nos biomas vizinhos, é apontada por pesquisadores como um dos fatores preponderantes para a seca, já que toda a água que inunda a planície pantaneira vem de fora — principalmente do Cerrado, onde houve mais desmatamento em 2023, e também do sul da Amazônia.

“É um ciclo vicioso. A degradação da vegetação que capta a água, aliada ao clima mais seco, cria as condições ideais para a ignição e propagação de incêndios, que acabam retroalimentando a degradação”, afirma Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

Além disso, conforme o Estadão mostrou, contribuem para o espalhamento do fogo as falhas de prevenção pelo poder público. O Ministério do Meio Ambiente admite que precisou antecipar em dois meses seu planejamento de combate ao fogo - no ano passado o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia sido alvo de críticas pela ata de queimadas na Amazônia.

Bioma foi o que mais secou nos últimos 40 anos

O Pantanal está na Bacia do Alto Paraguai. Cerca de metade dessa bacia, sua região mais baixa, é ocupada pelo bioma. O restante está em uma região mais alta que circunda o Pantanal, com áreas pertencentes ao Cerrado e à Amazônia.

Todas as nascentes que formam os rios do Pantanal estão nesse planalto, fora do bioma, majoritariamente no Cerrado.

Um dos fatores que explicam a seca atual é de origem climática, ligado ao aquecimento global e ao fenômeno El Niño, que contribuiu para reduzir as chuvas e o aumento das temperaturas na região desde 2023.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Bacia do Alto Paraguai recebeu 277 milímetros de chuva a menos entre dezembro de 2023 e maio deste ano, prejudicando a recarga dos aquíferos.

O Pantanal foi o bioma que mais secou no Brasil nos últimos 40 anos, com redução da área alagada e do tempo de permanência da água, segundo o MapBiomas. Em 2023, a água cobriu uma área 61% menor que a média histórica, de 382 mil hectares.

Entre os Estados brasileiros, os casos mais graves de redução da superfície em corpos hídricos naturais ocorreram em Mato Grosso do Sul (33% a menos) e Mato Grosso (30% a menos).

“A seca não é um fenômeno que ocorre só de forma pontual, ela vai se instalando. Não é só a água que tem no rio, é também a vegetação mais seca, o lençol freático muito baixo, a evaporação maior: tudo fica mais seco”, diz Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

O pesquisador conecta o aprofundamento e aceleração dessas secas ao contexto global das mudanças climáticas. “Antes quando se falava em ‘histórica’ era a seca da década. Hoje os recordes estão cada vez mais frequentes. É assustador.”

Cerrado também enfrenta maior seca em 700 anos, segundo estudo da USP Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Mariana Dias, especialista da equipe Pantanal do MapBiomas, destacou o papel determinante do desmate no agravamento da seca no bioma.

“Na década de 1960, o Pantanal também teve um período bem seco, mas a relação com o entorno era diferente”, afirma. Em 1985, primeiro ano da série histórica do MapBiomas, a região onde se encontram as nascentes dos rios pantaneiros tinha mais de 60% de vegetação nativa remanescente. Hoje, há menos de 40%.

“Temos observado uma acentuação da seca na bacia do Alto Paraguai e, ao mesmo tempo, grandes taxas de desmatamento, principalmente nas áreas de cabeceira”, afirma Dias. Nessa parte da bacia, os dados do MapBiomas indicam desmate de mais de 5 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos 39 anos.

“A vegetação tem papel fundamental porque ela age basicamente como bomba d’água para fazer as evaporações, ajuda a fixar a água no solo e a alimentar lençóis freáticos”, acrescenta Silva, do WWF-Brasil. “Uma área que foi desmatada não vai cumprir essa função no ciclo da água”.

Dados do WWF-Brasil mostram que 84% das cabeceiras estão no Cerrado e 16%, na Amazônia.

Em contraste com a redução de águas naturais no Pantanal, o Cerrado registrou em 2023 a maior superfície aquática desde 1985, mas em áreas antrópicas, como reservatórios, hidrelétricas, mineração e aquicultura, indicando outras atividades que se intensificaram no bioma nas últimas décadas além da agropecuária.

Diferentemente da Amazônia, o Cerrado tem regras ambientais mais permissivas. O Código Florestal, vigente desde 2012, prevê que a área de reserva natural precisa ser o equivalente a 80% da propriedade.

No Cerrado, a taxa para reserva florestal, a área que não pode ser desmatada, é de 35%, no caso de estar dentro do perímetro da Amazônia Legal em uma área de transição. Caso esteja fora desses limites, a taxa diminui para 20%.

O Cerrado, localizado principalmente no Centro-Oeste e em parte do Sudeste, abriga a maior parte do agronegócio brasileiro, que tem sido um dos principais motores do PIB do País nos últimos anos.

Prevenção precisa melhorar, diz biólogo

Na avaliação do diretor da SOS Pantanal, Gustavo Figueroa, a resposta aos incêndios de 2024 demonstram que tanto o governo federal quanto os estaduais estão “mais sensíveis” ao problema, mas ainda precisam avançar na prevenção e na atuação conjunta.

“A resposta ainda poderia ter sido dada mais cedo, mas houve avanço. Não se esperou chegar a um nível alarmante de um milhão de hectares queimados para mobilizar essa força”, diz Figueroa.

Brigadistas combatem fogo no Pantanal em junho de 2024 Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

Em junho, o governo federal firmou um pacto com dez estados para conter queimadas e agora tentar tirar do papel esse esforço de articulação. Nesta semana, a ministra Simone Tebet afirmou que não faltaria orçamento para combater o fogo.

“São responsabilidades divididas. A cooperação entre os órgãos federais, estaduais e municipais ajuda muito”, afirma o biólogo.

Maior área úmida do planeta, o Pantanal enfrenta uma seca histórica em 2024. O nível do Rio Paraguai – principal do bioma – está mais de três metros abaixo do esperado em alguns municípios, segundo o Serviço Geológico do Brasil. Em maio, a Agência Nacional de Águas declarou pela primeira vez escassez hídrica crítica na região.

“O Pantanal evoluiu com a água e o fogo ao longo de 40 milhões de anos. É um bioma altamente dependente da água para suas funções ecológicas e agora ela está faltando”, alerta Gustavo Figueroa, diretor da SOS Pantanal.

Além da intensidade da seca, preocupa a perspectiva de que seja mais longa. A estiagem começou mais cedo, com o Rio Paraguai e seus afluentes em baixa já em junho, cenário antes comum em agosto e setembro. Isso traz efeitos em cadeia para a biodiversidade, dificultando a reprodução de peixes cuja diminuição afeta diretamente outras espécies.

Jacaré é carbonizado por incêndio em junho de 2024 no Pantanal. Queimadas de 2020 mataram 17 milhões de animais Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

A situação fomenta ainda os 3.538 focos de queimada detectados no bioma até 30 de junho, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Somadas ao calor e à ação humana, as áreas antes alagadas, agora secas, são ricas em matéria orgânica e se tornam propícias ao fogo.

Os incêndios já atingiram mais de 712 mil hectares do bioma neste período, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).

Não só a degradação ambiental na própria região, mas também nos biomas vizinhos, é apontada por pesquisadores como um dos fatores preponderantes para a seca, já que toda a água que inunda a planície pantaneira vem de fora — principalmente do Cerrado, onde houve mais desmatamento em 2023, e também do sul da Amazônia.

“É um ciclo vicioso. A degradação da vegetação que capta a água, aliada ao clima mais seco, cria as condições ideais para a ignição e propagação de incêndios, que acabam retroalimentando a degradação”, afirma Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

Além disso, conforme o Estadão mostrou, contribuem para o espalhamento do fogo as falhas de prevenção pelo poder público. O Ministério do Meio Ambiente admite que precisou antecipar em dois meses seu planejamento de combate ao fogo - no ano passado o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia sido alvo de críticas pela ata de queimadas na Amazônia.

Bioma foi o que mais secou nos últimos 40 anos

O Pantanal está na Bacia do Alto Paraguai. Cerca de metade dessa bacia, sua região mais baixa, é ocupada pelo bioma. O restante está em uma região mais alta que circunda o Pantanal, com áreas pertencentes ao Cerrado e à Amazônia.

Todas as nascentes que formam os rios do Pantanal estão nesse planalto, fora do bioma, majoritariamente no Cerrado.

Um dos fatores que explicam a seca atual é de origem climática, ligado ao aquecimento global e ao fenômeno El Niño, que contribuiu para reduzir as chuvas e o aumento das temperaturas na região desde 2023.

Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Bacia do Alto Paraguai recebeu 277 milímetros de chuva a menos entre dezembro de 2023 e maio deste ano, prejudicando a recarga dos aquíferos.

O Pantanal foi o bioma que mais secou no Brasil nos últimos 40 anos, com redução da área alagada e do tempo de permanência da água, segundo o MapBiomas. Em 2023, a água cobriu uma área 61% menor que a média histórica, de 382 mil hectares.

Entre os Estados brasileiros, os casos mais graves de redução da superfície em corpos hídricos naturais ocorreram em Mato Grosso do Sul (33% a menos) e Mato Grosso (30% a menos).

“A seca não é um fenômeno que ocorre só de forma pontual, ela vai se instalando. Não é só a água que tem no rio, é também a vegetação mais seca, o lençol freático muito baixo, a evaporação maior: tudo fica mais seco”, diz Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

O pesquisador conecta o aprofundamento e aceleração dessas secas ao contexto global das mudanças climáticas. “Antes quando se falava em ‘histórica’ era a seca da década. Hoje os recordes estão cada vez mais frequentes. É assustador.”

Cerrado também enfrenta maior seca em 700 anos, segundo estudo da USP Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Mariana Dias, especialista da equipe Pantanal do MapBiomas, destacou o papel determinante do desmate no agravamento da seca no bioma.

“Na década de 1960, o Pantanal também teve um período bem seco, mas a relação com o entorno era diferente”, afirma. Em 1985, primeiro ano da série histórica do MapBiomas, a região onde se encontram as nascentes dos rios pantaneiros tinha mais de 60% de vegetação nativa remanescente. Hoje, há menos de 40%.

“Temos observado uma acentuação da seca na bacia do Alto Paraguai e, ao mesmo tempo, grandes taxas de desmatamento, principalmente nas áreas de cabeceira”, afirma Dias. Nessa parte da bacia, os dados do MapBiomas indicam desmate de mais de 5 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos 39 anos.

“A vegetação tem papel fundamental porque ela age basicamente como bomba d’água para fazer as evaporações, ajuda a fixar a água no solo e a alimentar lençóis freáticos”, acrescenta Silva, do WWF-Brasil. “Uma área que foi desmatada não vai cumprir essa função no ciclo da água”.

Dados do WWF-Brasil mostram que 84% das cabeceiras estão no Cerrado e 16%, na Amazônia.

Em contraste com a redução de águas naturais no Pantanal, o Cerrado registrou em 2023 a maior superfície aquática desde 1985, mas em áreas antrópicas, como reservatórios, hidrelétricas, mineração e aquicultura, indicando outras atividades que se intensificaram no bioma nas últimas décadas além da agropecuária.

Diferentemente da Amazônia, o Cerrado tem regras ambientais mais permissivas. O Código Florestal, vigente desde 2012, prevê que a área de reserva natural precisa ser o equivalente a 80% da propriedade.

No Cerrado, a taxa para reserva florestal, a área que não pode ser desmatada, é de 35%, no caso de estar dentro do perímetro da Amazônia Legal em uma área de transição. Caso esteja fora desses limites, a taxa diminui para 20%.

O Cerrado, localizado principalmente no Centro-Oeste e em parte do Sudeste, abriga a maior parte do agronegócio brasileiro, que tem sido um dos principais motores do PIB do País nos últimos anos.

Prevenção precisa melhorar, diz biólogo

Na avaliação do diretor da SOS Pantanal, Gustavo Figueroa, a resposta aos incêndios de 2024 demonstram que tanto o governo federal quanto os estaduais estão “mais sensíveis” ao problema, mas ainda precisam avançar na prevenção e na atuação conjunta.

“A resposta ainda poderia ter sido dada mais cedo, mas houve avanço. Não se esperou chegar a um nível alarmante de um milhão de hectares queimados para mobilizar essa força”, diz Figueroa.

Brigadistas combatem fogo no Pantanal em junho de 2024 Foto: Gustavo Figueirôa/SOS Pantanal

Em junho, o governo federal firmou um pacto com dez estados para conter queimadas e agora tentar tirar do papel esse esforço de articulação. Nesta semana, a ministra Simone Tebet afirmou que não faltaria orçamento para combater o fogo.

“São responsabilidades divididas. A cooperação entre os órgãos federais, estaduais e municipais ajuda muito”, afirma o biólogo.

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