Qual o futuro da Baía de Guanabara? Exposição imersiva da UFRJ convida visitante a debater poluição


Mostra está instalada na Casa da Ciência, na zona sul do Rio, e ficará em cartaz até o próximo mês; veja fotos

Por Marcio Dolzan
Atualização:

RIO - A despoluição da Baía de Guanabara é um tema que atravessa décadas, governos e projetos. Quando o Rio se candidatou para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, houve a promessa de que pelo menos 80% dela seria despoluída – algo que não chegou nem próximo de se concretizar. Uma exposição imersiva organizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ficará aberta ao público até 14 de maio, propõe debater o futuro da baía.

Instalada na Casa da Ciência, na zona sul do Rio, a exposição Futuros da Baía de Guanabara: inovação e democracia climática convida o visitante a conhecer a baía a partir de seus diferentes aspectos, não apenas dos mais óbvios.

Exposição conta com vídeo imersivo. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“A gente fez questão de falar tanto da biodiversidade quanto dos aspectos socioeconômicos e culturais”, diz a bióloga Christine Ruta, que é coordenadora do Fórum de Ciência e de Cultura da UFRJ e uma das idealizadoras da exposição. “A universidade reúne os saberes científicos, e a gente mesclou também os saberes tradicionais. Por exemplo, há os pescadores e as diferentes formas de pesca na nossa baía.”

Aberta de terças a domingos, a mostra recebe escolas para visitas guiadas, mas também é aberta para o grande público, sempre de forma gratuita. Além de informações sobre a baía, a exposição traz questões com o intuito de levar o visitante a refletir sobre o futuro, inclusive do ponto de vista das mudanças climáticas. O ponto alto é uma sala com projeção de um vídeo pelas quatro paredes e pelo piso, o que faz o espectador se sentir integrado à Baía de Guanabara.

Exposição na Casa da ciência convida a debater o futuro da Baía de Guanabara. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“A exposição conta com um vídeo imersivo, e essa é a proposta: colocar o público dentro de uma reflexão profunda. Ele é um ser que faz parte dessa grande Baía de Guanabara. Ela já está sofrendo o impacto e já reflete esse impacto em regiões adjacentes. A gente quer trazer reflexão, e por isso ela é cheia de questionamentos. O tempo todo a gente está fazendo com que o público responda às questões, mas sobretudo faça sua reflexão e traga novos questionamentos”, explica Christine.

Futuro

Para Paulo César de Paiva, professor titular do Instituto de Biologia da UFRJ, a exposição ajuda a mostrar ao visitante que ele também pode agir sobre o futuro da Baía de Guanabara. “A mensagem é: a baía não está morta, a baía está viva, mas sofrendo e você pode salvá-la”, diz ele. Paiva ressalta que, muitas vezes, nem moradores das cidades que circundam as águas sabem da importância da baía pelos seus diferentes vieses. “Queremos que a população tenha consciência do que ela é.”

Aberta de terças a domingos, a mostra recebe escolas para visitas guiadas, mas também é aberta para o grande público, sempre de forma gratuita.  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O professor considera que a despoluição das águas não é algo impossível de acontecer, ainda que haja um histórico frustrado de décadas de promessas e tentativas.

“Solução tem, mas se ela é fácil é outra questão. Há megaprojetos desde a década de 1970, mas os que avançaram mais – por exemplo, usinas de tratamento de esgotos –, não foram efetivos por duas razões principais. Uma delas é que a quantidade e a velocidade de usinas construídas não acompanharam o aumento da poluição. E a outra é que a construção de usinas de tratamento não é independente da construção de um sistema de esgoto”, afirma Paiva.

“A gente fez questão de falar tanto da biodiversidade quanto dos aspectos socioeconômicos e culturais”, diz a bióloga Christine Ruta, que é coordenadora do Fórum de Ciência e de Cultura da UFRJ e uma das idealizadoras da exposição. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O tratamento de esgotos, lembra o professor, depende de uma articulação muito grande das diferentes esferas de governo – vale lembrar que mais de 30 rios de diferentes cidades deságuam na baía. E há ainda outra grande preocupação: o plástico.

“Há 30 anos era uma preocupação, mas não era tão grande. Agora, ela cresceu muito”, diz Paiva. “A quantidade de plástico que se joga nos oceanos e nos rios é absurda. E quando a gente fala de plástico, não é uma coisa de plástico grande, daqueles que a gente vê na praia. É o microplástico, que às vezes nem vem do lixo. Por exemplo, quando você lava roupa na máquina de lavar, as fibras de plásticos acabam indo pro oceano. Isso não é um problema só da baía, é um problema mundial.”

Além de informações sobre a baía, a exposição traz questões com o intuito de levar o visitante a refletir sobre o futuro, inclusive do ponto de vista das mudanças climáticas. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

RIO - A despoluição da Baía de Guanabara é um tema que atravessa décadas, governos e projetos. Quando o Rio se candidatou para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, houve a promessa de que pelo menos 80% dela seria despoluída – algo que não chegou nem próximo de se concretizar. Uma exposição imersiva organizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ficará aberta ao público até 14 de maio, propõe debater o futuro da baía.

Instalada na Casa da Ciência, na zona sul do Rio, a exposição Futuros da Baía de Guanabara: inovação e democracia climática convida o visitante a conhecer a baía a partir de seus diferentes aspectos, não apenas dos mais óbvios.

Exposição conta com vídeo imersivo. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“A gente fez questão de falar tanto da biodiversidade quanto dos aspectos socioeconômicos e culturais”, diz a bióloga Christine Ruta, que é coordenadora do Fórum de Ciência e de Cultura da UFRJ e uma das idealizadoras da exposição. “A universidade reúne os saberes científicos, e a gente mesclou também os saberes tradicionais. Por exemplo, há os pescadores e as diferentes formas de pesca na nossa baía.”

Aberta de terças a domingos, a mostra recebe escolas para visitas guiadas, mas também é aberta para o grande público, sempre de forma gratuita. Além de informações sobre a baía, a exposição traz questões com o intuito de levar o visitante a refletir sobre o futuro, inclusive do ponto de vista das mudanças climáticas. O ponto alto é uma sala com projeção de um vídeo pelas quatro paredes e pelo piso, o que faz o espectador se sentir integrado à Baía de Guanabara.

Exposição na Casa da ciência convida a debater o futuro da Baía de Guanabara. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“A exposição conta com um vídeo imersivo, e essa é a proposta: colocar o público dentro de uma reflexão profunda. Ele é um ser que faz parte dessa grande Baía de Guanabara. Ela já está sofrendo o impacto e já reflete esse impacto em regiões adjacentes. A gente quer trazer reflexão, e por isso ela é cheia de questionamentos. O tempo todo a gente está fazendo com que o público responda às questões, mas sobretudo faça sua reflexão e traga novos questionamentos”, explica Christine.

Futuro

Para Paulo César de Paiva, professor titular do Instituto de Biologia da UFRJ, a exposição ajuda a mostrar ao visitante que ele também pode agir sobre o futuro da Baía de Guanabara. “A mensagem é: a baía não está morta, a baía está viva, mas sofrendo e você pode salvá-la”, diz ele. Paiva ressalta que, muitas vezes, nem moradores das cidades que circundam as águas sabem da importância da baía pelos seus diferentes vieses. “Queremos que a população tenha consciência do que ela é.”

Aberta de terças a domingos, a mostra recebe escolas para visitas guiadas, mas também é aberta para o grande público, sempre de forma gratuita.  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O professor considera que a despoluição das águas não é algo impossível de acontecer, ainda que haja um histórico frustrado de décadas de promessas e tentativas.

“Solução tem, mas se ela é fácil é outra questão. Há megaprojetos desde a década de 1970, mas os que avançaram mais – por exemplo, usinas de tratamento de esgotos –, não foram efetivos por duas razões principais. Uma delas é que a quantidade e a velocidade de usinas construídas não acompanharam o aumento da poluição. E a outra é que a construção de usinas de tratamento não é independente da construção de um sistema de esgoto”, afirma Paiva.

“A gente fez questão de falar tanto da biodiversidade quanto dos aspectos socioeconômicos e culturais”, diz a bióloga Christine Ruta, que é coordenadora do Fórum de Ciência e de Cultura da UFRJ e uma das idealizadoras da exposição. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O tratamento de esgotos, lembra o professor, depende de uma articulação muito grande das diferentes esferas de governo – vale lembrar que mais de 30 rios de diferentes cidades deságuam na baía. E há ainda outra grande preocupação: o plástico.

“Há 30 anos era uma preocupação, mas não era tão grande. Agora, ela cresceu muito”, diz Paiva. “A quantidade de plástico que se joga nos oceanos e nos rios é absurda. E quando a gente fala de plástico, não é uma coisa de plástico grande, daqueles que a gente vê na praia. É o microplástico, que às vezes nem vem do lixo. Por exemplo, quando você lava roupa na máquina de lavar, as fibras de plásticos acabam indo pro oceano. Isso não é um problema só da baía, é um problema mundial.”

Além de informações sobre a baía, a exposição traz questões com o intuito de levar o visitante a refletir sobre o futuro, inclusive do ponto de vista das mudanças climáticas. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

RIO - A despoluição da Baía de Guanabara é um tema que atravessa décadas, governos e projetos. Quando o Rio se candidatou para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, houve a promessa de que pelo menos 80% dela seria despoluída – algo que não chegou nem próximo de se concretizar. Uma exposição imersiva organizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ficará aberta ao público até 14 de maio, propõe debater o futuro da baía.

Instalada na Casa da Ciência, na zona sul do Rio, a exposição Futuros da Baía de Guanabara: inovação e democracia climática convida o visitante a conhecer a baía a partir de seus diferentes aspectos, não apenas dos mais óbvios.

Exposição conta com vídeo imersivo. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“A gente fez questão de falar tanto da biodiversidade quanto dos aspectos socioeconômicos e culturais”, diz a bióloga Christine Ruta, que é coordenadora do Fórum de Ciência e de Cultura da UFRJ e uma das idealizadoras da exposição. “A universidade reúne os saberes científicos, e a gente mesclou também os saberes tradicionais. Por exemplo, há os pescadores e as diferentes formas de pesca na nossa baía.”

Aberta de terças a domingos, a mostra recebe escolas para visitas guiadas, mas também é aberta para o grande público, sempre de forma gratuita. Além de informações sobre a baía, a exposição traz questões com o intuito de levar o visitante a refletir sobre o futuro, inclusive do ponto de vista das mudanças climáticas. O ponto alto é uma sala com projeção de um vídeo pelas quatro paredes e pelo piso, o que faz o espectador se sentir integrado à Baía de Guanabara.

Exposição na Casa da ciência convida a debater o futuro da Baía de Guanabara. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

“A exposição conta com um vídeo imersivo, e essa é a proposta: colocar o público dentro de uma reflexão profunda. Ele é um ser que faz parte dessa grande Baía de Guanabara. Ela já está sofrendo o impacto e já reflete esse impacto em regiões adjacentes. A gente quer trazer reflexão, e por isso ela é cheia de questionamentos. O tempo todo a gente está fazendo com que o público responda às questões, mas sobretudo faça sua reflexão e traga novos questionamentos”, explica Christine.

Futuro

Para Paulo César de Paiva, professor titular do Instituto de Biologia da UFRJ, a exposição ajuda a mostrar ao visitante que ele também pode agir sobre o futuro da Baía de Guanabara. “A mensagem é: a baía não está morta, a baía está viva, mas sofrendo e você pode salvá-la”, diz ele. Paiva ressalta que, muitas vezes, nem moradores das cidades que circundam as águas sabem da importância da baía pelos seus diferentes vieses. “Queremos que a população tenha consciência do que ela é.”

Aberta de terças a domingos, a mostra recebe escolas para visitas guiadas, mas também é aberta para o grande público, sempre de forma gratuita.  Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O professor considera que a despoluição das águas não é algo impossível de acontecer, ainda que haja um histórico frustrado de décadas de promessas e tentativas.

“Solução tem, mas se ela é fácil é outra questão. Há megaprojetos desde a década de 1970, mas os que avançaram mais – por exemplo, usinas de tratamento de esgotos –, não foram efetivos por duas razões principais. Uma delas é que a quantidade e a velocidade de usinas construídas não acompanharam o aumento da poluição. E a outra é que a construção de usinas de tratamento não é independente da construção de um sistema de esgoto”, afirma Paiva.

“A gente fez questão de falar tanto da biodiversidade quanto dos aspectos socioeconômicos e culturais”, diz a bióloga Christine Ruta, que é coordenadora do Fórum de Ciência e de Cultura da UFRJ e uma das idealizadoras da exposição. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O tratamento de esgotos, lembra o professor, depende de uma articulação muito grande das diferentes esferas de governo – vale lembrar que mais de 30 rios de diferentes cidades deságuam na baía. E há ainda outra grande preocupação: o plástico.

“Há 30 anos era uma preocupação, mas não era tão grande. Agora, ela cresceu muito”, diz Paiva. “A quantidade de plástico que se joga nos oceanos e nos rios é absurda. E quando a gente fala de plástico, não é uma coisa de plástico grande, daqueles que a gente vê na praia. É o microplástico, que às vezes nem vem do lixo. Por exemplo, quando você lava roupa na máquina de lavar, as fibras de plásticos acabam indo pro oceano. Isso não é um problema só da baía, é um problema mundial.”

Além de informações sobre a baía, a exposição traz questões com o intuito de levar o visitante a refletir sobre o futuro, inclusive do ponto de vista das mudanças climáticas. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

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