BRASÍLIA - O Ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, fez um pronunciamento na noite desta quarta-feira, 23, em rede de televisão e rádio, para reafirmar que a origem do petróleo que contamina mais de 2 mil quilômetros do litoral no Nordeste é venezuelano.
Segundo Salles, por determinação do presidente Jair Bolsonaro, o Brasil vai encaminhar um pedido formal à Organização dos Estados Americanos (OEA), para que a Venezuela preste esclarecimentos sobre o petróleo cru. No mês passado, após as primeiras manifestações brasileiras a respeito da origem venezuelana do material, o país governado por Nicolás Maduro negou qualquer relação com o óleo.
Em sua declaração, Salles disse que o objetivo do governo é “determinar as causas e origens desse óleo” para “fazer cessar o seu aparecimento no litoral brasileiro”, além de “obter informações que nos permitam responsabilizar aqueles que tenham contribuído para esse desastre ambiental”.
O ministro mencionou que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado por membros do Ibama, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustívei (ANP) e Marinha está em atuação para conter o avanço e a retirada do petróleo do litoral.
Salles disse ainda que o efetivo nas ações foi ampliado em 1.500 pessoas e que atualmente chega a 5 mil profissionais. O ministro lembrou ainda de iniciativas já anunciadas, como o pagamento de seguro defeso em novembro para 6 mil pescadores da região atingida, o que custará R$ 59 milhões.
O pronunciamento de Salles é, mais que um esclarecimento, uma reação às fortes críticas que ele tem sofrido, por atrasos em decisões importantes sobre o combate à tragédia ambiental. O ministro nega atrasos e diz que, desde o início, o governo federal agiu.
Reportagem publicada nesta terça-feira, 22 , pelo Estado mostrou que o Plano Nacional de Contingência do governo federal, um documento criado em 2013 para lidar com situações de emergência como a do vazamento de petróleo, só foi oficialmente formalizado pelo ministro do Meio Ambiente no dia 11 de outubro, 41 dias depois de terem surgido as primeiras manchas de petróleo no litoral.