Setembro de 2020 foi o mais quente da história em todo o mundo, diz centro de clima europeu


Ano ainda pode bater recordes de temperatura e se tornar o mais quente já registrado, superando 2016

Por Giovana Girardi e João Ker

Em mais um sinal claro do processo de aquecimento global pelo qual está passado o planeta, o mês passado foi o setembro mais quente registrado no registro histórico, anunciou nesta quarta-feira, 7, o Serviço de Mudança Climática Copernicus, do Programa de Observação da Terra da União Europeia, que registra essa informação desde 1979.

Com base no observado nos primeiros nove meses do ano, a instituição estima que 2020 pode bater os recordes de temperatura e se tornar o mais quente já registrado, superando 2016

Aumento da média de temperatura global se aproxima de1,5ºC, estabelecidocomo limite pelo Acordo de Paris Foto: David Becker/REUTERS

Esse aumento na temperatura do ar foi registrado em diferentes pontos do planeta, como no norte da Sibéria, no Oriente Médio, em partes da América do Sul, Austrália e Europa. Nos Estados Unidos, Los Angeles chegou a registrar 49°C. Esse calor também foi observado no mês passado no Brasil, com vários dias de temperatura acima da média e quebras de recordes, que se mantiveram agora em outubro, culminando em um alerta de risco de morte emitido pelo Inmet nesta terça-feira.

A onda de calor que se espalha por todo o País nas últimas duas semanas tem sido particularmente forte no Centro-Oeste e no Estado de São Paulo. Esta terça-feira, 6, foi o 11° dia consecutivo em que o interior paulista registrou temperaturas acima de 40°C, em algumas cidades com sensação térmica de 45ºC, como em Barretos.  De acordo com o Inmet, na terça a histórica onda de calor atingiu temperaturas de 44°C no norte do MS em Coxim e de 42,4°C no oeste de São Paulo, em Dracena. 

Já o Ártico tem apresentado aquecimento desde a primavera do hemisfério norte, em um período que o relatório classifica como “incomum por sua magnitude e persistência”.  Ainda em maio, a região apresentou temperaturas até 10°C mais elevadas que o normal, segundo o Copernicus. Em junho, bateu o recorde de 38°C, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O Copernicus também alertou que, em setembro deste ano, a cobertura glacial no mar ártico teve sua segunda menor extensão registrada desde o início da série histórica. “Em 2020, houve um declínio de rapidez incomum na cobertura de gelo durante junho e julho, na mesma região em que temperaturas acima da média foram registradas, pré-condicionando o mínimo de gelo marítimo a ser particularmente baixo este ano”, afirmou em nota à imprensa Carlo Buontempo, diretor do Copernicus. 

É natural haver perda de gelo no Ártico nos meses de setembro (verão no Hemisfério Norte), quando a cobertura atinge o mínimo do ano, antes de se reconstruir e chegar ao nível máximo em março. Mas a perda é cada vez maior. “A combinação de temperaturas recorde e o baixo gelo marítimo no Ártico, em 2020, destacam a importância de melhorarmos e compreendermos mais o monitoramento em uma região que está aquecendo mais rápido que qualquer outro lugar no mundo”, disse Buontempo.

Estimativa para o ano

Cada mês de 2020 foi classificado até agora entre os quatro primeiros mais quentes do mês em questão. Janeiro foi 0,03°C mais quente do que qualquer janeiro anterior e maio foi 0,05°C mais quente do que qualquer maio anterior. Com o recorde de setembro, aumentam as expectativas de que este ano possa bater o recorde de 2016.

A comparação mês a mês, entre 1º de janeiro e 30 de setembro, das anomalias de temperatura (ou seja, quanto cada mês esteve acima ou abaixo da média) observadas em 2020 e 2016, aponta que o desempenho dos dois anos está bastante similar, de acordo com o Copernicus. Isso é um indicativo de que este ano pode acabar batendo o recorde de temperatura.

O relatório aponta, no entanto, que tudo vai depender da força do fenômeno La Niña, que teve início em setembro e se caracteriza pelo esfriamento das águas do Pacífico, pode ter alguma interferência nesse aquecimento. Por enquanto, ele ainda não conseguiu.

A temperatura média do planeta no período de 12 meses que vai de outubro de 2019 a setembro de 2020 ficou 1,28°C acima das temperaturas da era pré-industrial, aproximando o planeta do teto de aquecimento de 1,5°C, objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, que tenta limitar os impactos devastadores das mudanças climáticas.

O anúncio feito nesta quarta-feira reflete um ano de grandes incêndios em várias partes do mundo e da maior temporada de furacões ativos desde 2005, ao mesmo tempo em que o gelo no Oceano Ártico atingiu o segundo menor nível da história em setembro (verão no Hemisfério Norte). Especialistas preveem que em 2050 o Oceano Ártico poderá derreter completamente durante o verão. 

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), há 99,9% de chance de 2020 entrar no ranking dos cinco anos mais quentes já registrados.

Mesmo com uma redução pontual das emissões dos gases que provocam o efeito estufa observada nos meses de lockdown por causa da pandemia de covid-19, a concentração de gás carbônio (CO2) na atmosfera permanece em elevação e continua aquecendo o planeta como um todo. O CO2 tem uma capacidade de ficar por centenas de anos na atmosfera, de modo que mesmo se as emissões zerassem hoje, o planeta ainda aqueceria por mais um tempo.

Mas em sua maioria, a comunidade científica defende que precisamos imediatamente conter essas emissões para tentar manter o aquecimento a menos de 2°C até o fim do século, a fim de evitar mudanças que possam ser dramáticas para a vida humana e de outras espécies.

Em mais um sinal claro do processo de aquecimento global pelo qual está passado o planeta, o mês passado foi o setembro mais quente registrado no registro histórico, anunciou nesta quarta-feira, 7, o Serviço de Mudança Climática Copernicus, do Programa de Observação da Terra da União Europeia, que registra essa informação desde 1979.

Com base no observado nos primeiros nove meses do ano, a instituição estima que 2020 pode bater os recordes de temperatura e se tornar o mais quente já registrado, superando 2016

Aumento da média de temperatura global se aproxima de1,5ºC, estabelecidocomo limite pelo Acordo de Paris Foto: David Becker/REUTERS

Esse aumento na temperatura do ar foi registrado em diferentes pontos do planeta, como no norte da Sibéria, no Oriente Médio, em partes da América do Sul, Austrália e Europa. Nos Estados Unidos, Los Angeles chegou a registrar 49°C. Esse calor também foi observado no mês passado no Brasil, com vários dias de temperatura acima da média e quebras de recordes, que se mantiveram agora em outubro, culminando em um alerta de risco de morte emitido pelo Inmet nesta terça-feira.

A onda de calor que se espalha por todo o País nas últimas duas semanas tem sido particularmente forte no Centro-Oeste e no Estado de São Paulo. Esta terça-feira, 6, foi o 11° dia consecutivo em que o interior paulista registrou temperaturas acima de 40°C, em algumas cidades com sensação térmica de 45ºC, como em Barretos.  De acordo com o Inmet, na terça a histórica onda de calor atingiu temperaturas de 44°C no norte do MS em Coxim e de 42,4°C no oeste de São Paulo, em Dracena. 

Já o Ártico tem apresentado aquecimento desde a primavera do hemisfério norte, em um período que o relatório classifica como “incomum por sua magnitude e persistência”.  Ainda em maio, a região apresentou temperaturas até 10°C mais elevadas que o normal, segundo o Copernicus. Em junho, bateu o recorde de 38°C, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O Copernicus também alertou que, em setembro deste ano, a cobertura glacial no mar ártico teve sua segunda menor extensão registrada desde o início da série histórica. “Em 2020, houve um declínio de rapidez incomum na cobertura de gelo durante junho e julho, na mesma região em que temperaturas acima da média foram registradas, pré-condicionando o mínimo de gelo marítimo a ser particularmente baixo este ano”, afirmou em nota à imprensa Carlo Buontempo, diretor do Copernicus. 

É natural haver perda de gelo no Ártico nos meses de setembro (verão no Hemisfério Norte), quando a cobertura atinge o mínimo do ano, antes de se reconstruir e chegar ao nível máximo em março. Mas a perda é cada vez maior. “A combinação de temperaturas recorde e o baixo gelo marítimo no Ártico, em 2020, destacam a importância de melhorarmos e compreendermos mais o monitoramento em uma região que está aquecendo mais rápido que qualquer outro lugar no mundo”, disse Buontempo.

Estimativa para o ano

Cada mês de 2020 foi classificado até agora entre os quatro primeiros mais quentes do mês em questão. Janeiro foi 0,03°C mais quente do que qualquer janeiro anterior e maio foi 0,05°C mais quente do que qualquer maio anterior. Com o recorde de setembro, aumentam as expectativas de que este ano possa bater o recorde de 2016.

A comparação mês a mês, entre 1º de janeiro e 30 de setembro, das anomalias de temperatura (ou seja, quanto cada mês esteve acima ou abaixo da média) observadas em 2020 e 2016, aponta que o desempenho dos dois anos está bastante similar, de acordo com o Copernicus. Isso é um indicativo de que este ano pode acabar batendo o recorde de temperatura.

O relatório aponta, no entanto, que tudo vai depender da força do fenômeno La Niña, que teve início em setembro e se caracteriza pelo esfriamento das águas do Pacífico, pode ter alguma interferência nesse aquecimento. Por enquanto, ele ainda não conseguiu.

A temperatura média do planeta no período de 12 meses que vai de outubro de 2019 a setembro de 2020 ficou 1,28°C acima das temperaturas da era pré-industrial, aproximando o planeta do teto de aquecimento de 1,5°C, objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, que tenta limitar os impactos devastadores das mudanças climáticas.

O anúncio feito nesta quarta-feira reflete um ano de grandes incêndios em várias partes do mundo e da maior temporada de furacões ativos desde 2005, ao mesmo tempo em que o gelo no Oceano Ártico atingiu o segundo menor nível da história em setembro (verão no Hemisfério Norte). Especialistas preveem que em 2050 o Oceano Ártico poderá derreter completamente durante o verão. 

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), há 99,9% de chance de 2020 entrar no ranking dos cinco anos mais quentes já registrados.

Mesmo com uma redução pontual das emissões dos gases que provocam o efeito estufa observada nos meses de lockdown por causa da pandemia de covid-19, a concentração de gás carbônio (CO2) na atmosfera permanece em elevação e continua aquecendo o planeta como um todo. O CO2 tem uma capacidade de ficar por centenas de anos na atmosfera, de modo que mesmo se as emissões zerassem hoje, o planeta ainda aqueceria por mais um tempo.

Mas em sua maioria, a comunidade científica defende que precisamos imediatamente conter essas emissões para tentar manter o aquecimento a menos de 2°C até o fim do século, a fim de evitar mudanças que possam ser dramáticas para a vida humana e de outras espécies.

Em mais um sinal claro do processo de aquecimento global pelo qual está passado o planeta, o mês passado foi o setembro mais quente registrado no registro histórico, anunciou nesta quarta-feira, 7, o Serviço de Mudança Climática Copernicus, do Programa de Observação da Terra da União Europeia, que registra essa informação desde 1979.

Com base no observado nos primeiros nove meses do ano, a instituição estima que 2020 pode bater os recordes de temperatura e se tornar o mais quente já registrado, superando 2016

Aumento da média de temperatura global se aproxima de1,5ºC, estabelecidocomo limite pelo Acordo de Paris Foto: David Becker/REUTERS

Esse aumento na temperatura do ar foi registrado em diferentes pontos do planeta, como no norte da Sibéria, no Oriente Médio, em partes da América do Sul, Austrália e Europa. Nos Estados Unidos, Los Angeles chegou a registrar 49°C. Esse calor também foi observado no mês passado no Brasil, com vários dias de temperatura acima da média e quebras de recordes, que se mantiveram agora em outubro, culminando em um alerta de risco de morte emitido pelo Inmet nesta terça-feira.

A onda de calor que se espalha por todo o País nas últimas duas semanas tem sido particularmente forte no Centro-Oeste e no Estado de São Paulo. Esta terça-feira, 6, foi o 11° dia consecutivo em que o interior paulista registrou temperaturas acima de 40°C, em algumas cidades com sensação térmica de 45ºC, como em Barretos.  De acordo com o Inmet, na terça a histórica onda de calor atingiu temperaturas de 44°C no norte do MS em Coxim e de 42,4°C no oeste de São Paulo, em Dracena. 

Já o Ártico tem apresentado aquecimento desde a primavera do hemisfério norte, em um período que o relatório classifica como “incomum por sua magnitude e persistência”.  Ainda em maio, a região apresentou temperaturas até 10°C mais elevadas que o normal, segundo o Copernicus. Em junho, bateu o recorde de 38°C, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O Copernicus também alertou que, em setembro deste ano, a cobertura glacial no mar ártico teve sua segunda menor extensão registrada desde o início da série histórica. “Em 2020, houve um declínio de rapidez incomum na cobertura de gelo durante junho e julho, na mesma região em que temperaturas acima da média foram registradas, pré-condicionando o mínimo de gelo marítimo a ser particularmente baixo este ano”, afirmou em nota à imprensa Carlo Buontempo, diretor do Copernicus. 

É natural haver perda de gelo no Ártico nos meses de setembro (verão no Hemisfério Norte), quando a cobertura atinge o mínimo do ano, antes de se reconstruir e chegar ao nível máximo em março. Mas a perda é cada vez maior. “A combinação de temperaturas recorde e o baixo gelo marítimo no Ártico, em 2020, destacam a importância de melhorarmos e compreendermos mais o monitoramento em uma região que está aquecendo mais rápido que qualquer outro lugar no mundo”, disse Buontempo.

Estimativa para o ano

Cada mês de 2020 foi classificado até agora entre os quatro primeiros mais quentes do mês em questão. Janeiro foi 0,03°C mais quente do que qualquer janeiro anterior e maio foi 0,05°C mais quente do que qualquer maio anterior. Com o recorde de setembro, aumentam as expectativas de que este ano possa bater o recorde de 2016.

A comparação mês a mês, entre 1º de janeiro e 30 de setembro, das anomalias de temperatura (ou seja, quanto cada mês esteve acima ou abaixo da média) observadas em 2020 e 2016, aponta que o desempenho dos dois anos está bastante similar, de acordo com o Copernicus. Isso é um indicativo de que este ano pode acabar batendo o recorde de temperatura.

O relatório aponta, no entanto, que tudo vai depender da força do fenômeno La Niña, que teve início em setembro e se caracteriza pelo esfriamento das águas do Pacífico, pode ter alguma interferência nesse aquecimento. Por enquanto, ele ainda não conseguiu.

A temperatura média do planeta no período de 12 meses que vai de outubro de 2019 a setembro de 2020 ficou 1,28°C acima das temperaturas da era pré-industrial, aproximando o planeta do teto de aquecimento de 1,5°C, objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, que tenta limitar os impactos devastadores das mudanças climáticas.

O anúncio feito nesta quarta-feira reflete um ano de grandes incêndios em várias partes do mundo e da maior temporada de furacões ativos desde 2005, ao mesmo tempo em que o gelo no Oceano Ártico atingiu o segundo menor nível da história em setembro (verão no Hemisfério Norte). Especialistas preveem que em 2050 o Oceano Ártico poderá derreter completamente durante o verão. 

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), há 99,9% de chance de 2020 entrar no ranking dos cinco anos mais quentes já registrados.

Mesmo com uma redução pontual das emissões dos gases que provocam o efeito estufa observada nos meses de lockdown por causa da pandemia de covid-19, a concentração de gás carbônio (CO2) na atmosfera permanece em elevação e continua aquecendo o planeta como um todo. O CO2 tem uma capacidade de ficar por centenas de anos na atmosfera, de modo que mesmo se as emissões zerassem hoje, o planeta ainda aqueceria por mais um tempo.

Mas em sua maioria, a comunidade científica defende que precisamos imediatamente conter essas emissões para tentar manter o aquecimento a menos de 2°C até o fim do século, a fim de evitar mudanças que possam ser dramáticas para a vida humana e de outras espécies.

Em mais um sinal claro do processo de aquecimento global pelo qual está passado o planeta, o mês passado foi o setembro mais quente registrado no registro histórico, anunciou nesta quarta-feira, 7, o Serviço de Mudança Climática Copernicus, do Programa de Observação da Terra da União Europeia, que registra essa informação desde 1979.

Com base no observado nos primeiros nove meses do ano, a instituição estima que 2020 pode bater os recordes de temperatura e se tornar o mais quente já registrado, superando 2016

Aumento da média de temperatura global se aproxima de1,5ºC, estabelecidocomo limite pelo Acordo de Paris Foto: David Becker/REUTERS

Esse aumento na temperatura do ar foi registrado em diferentes pontos do planeta, como no norte da Sibéria, no Oriente Médio, em partes da América do Sul, Austrália e Europa. Nos Estados Unidos, Los Angeles chegou a registrar 49°C. Esse calor também foi observado no mês passado no Brasil, com vários dias de temperatura acima da média e quebras de recordes, que se mantiveram agora em outubro, culminando em um alerta de risco de morte emitido pelo Inmet nesta terça-feira.

A onda de calor que se espalha por todo o País nas últimas duas semanas tem sido particularmente forte no Centro-Oeste e no Estado de São Paulo. Esta terça-feira, 6, foi o 11° dia consecutivo em que o interior paulista registrou temperaturas acima de 40°C, em algumas cidades com sensação térmica de 45ºC, como em Barretos.  De acordo com o Inmet, na terça a histórica onda de calor atingiu temperaturas de 44°C no norte do MS em Coxim e de 42,4°C no oeste de São Paulo, em Dracena. 

Já o Ártico tem apresentado aquecimento desde a primavera do hemisfério norte, em um período que o relatório classifica como “incomum por sua magnitude e persistência”.  Ainda em maio, a região apresentou temperaturas até 10°C mais elevadas que o normal, segundo o Copernicus. Em junho, bateu o recorde de 38°C, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O Copernicus também alertou que, em setembro deste ano, a cobertura glacial no mar ártico teve sua segunda menor extensão registrada desde o início da série histórica. “Em 2020, houve um declínio de rapidez incomum na cobertura de gelo durante junho e julho, na mesma região em que temperaturas acima da média foram registradas, pré-condicionando o mínimo de gelo marítimo a ser particularmente baixo este ano”, afirmou em nota à imprensa Carlo Buontempo, diretor do Copernicus. 

É natural haver perda de gelo no Ártico nos meses de setembro (verão no Hemisfério Norte), quando a cobertura atinge o mínimo do ano, antes de se reconstruir e chegar ao nível máximo em março. Mas a perda é cada vez maior. “A combinação de temperaturas recorde e o baixo gelo marítimo no Ártico, em 2020, destacam a importância de melhorarmos e compreendermos mais o monitoramento em uma região que está aquecendo mais rápido que qualquer outro lugar no mundo”, disse Buontempo.

Estimativa para o ano

Cada mês de 2020 foi classificado até agora entre os quatro primeiros mais quentes do mês em questão. Janeiro foi 0,03°C mais quente do que qualquer janeiro anterior e maio foi 0,05°C mais quente do que qualquer maio anterior. Com o recorde de setembro, aumentam as expectativas de que este ano possa bater o recorde de 2016.

A comparação mês a mês, entre 1º de janeiro e 30 de setembro, das anomalias de temperatura (ou seja, quanto cada mês esteve acima ou abaixo da média) observadas em 2020 e 2016, aponta que o desempenho dos dois anos está bastante similar, de acordo com o Copernicus. Isso é um indicativo de que este ano pode acabar batendo o recorde de temperatura.

O relatório aponta, no entanto, que tudo vai depender da força do fenômeno La Niña, que teve início em setembro e se caracteriza pelo esfriamento das águas do Pacífico, pode ter alguma interferência nesse aquecimento. Por enquanto, ele ainda não conseguiu.

A temperatura média do planeta no período de 12 meses que vai de outubro de 2019 a setembro de 2020 ficou 1,28°C acima das temperaturas da era pré-industrial, aproximando o planeta do teto de aquecimento de 1,5°C, objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, que tenta limitar os impactos devastadores das mudanças climáticas.

O anúncio feito nesta quarta-feira reflete um ano de grandes incêndios em várias partes do mundo e da maior temporada de furacões ativos desde 2005, ao mesmo tempo em que o gelo no Oceano Ártico atingiu o segundo menor nível da história em setembro (verão no Hemisfério Norte). Especialistas preveem que em 2050 o Oceano Ártico poderá derreter completamente durante o verão. 

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), há 99,9% de chance de 2020 entrar no ranking dos cinco anos mais quentes já registrados.

Mesmo com uma redução pontual das emissões dos gases que provocam o efeito estufa observada nos meses de lockdown por causa da pandemia de covid-19, a concentração de gás carbônio (CO2) na atmosfera permanece em elevação e continua aquecendo o planeta como um todo. O CO2 tem uma capacidade de ficar por centenas de anos na atmosfera, de modo que mesmo se as emissões zerassem hoje, o planeta ainda aqueceria por mais um tempo.

Mas em sua maioria, a comunidade científica defende que precisamos imediatamente conter essas emissões para tentar manter o aquecimento a menos de 2°C até o fim do século, a fim de evitar mudanças que possam ser dramáticas para a vida humana e de outras espécies.

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