Temperatura subiu até 3 graus em alguns pontos do Brasil nos últimos 60 anos, diz estudo


Pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que maior parte do território brasileiro teve aumentos de até 1,5ºC; locais como interior do NE registraram alta entre 2,5ºC e 3ºC

Por Emilio Sant'Anna

Parece que foi de uma hora para outra. De repente, a gente deixa de reconhecer as estações do ano como elas deveriam ser e no meio do inverno a maior parte das capitais brasileiras registra mais de 30ºC, como nesta quinta-feira, 24. Mas, não foi bem assim. Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que nos últimos 60 anos as temperaturas máximas diárias no País aumentaram até 3ºC.

A pesquisa do órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) revela que “praticamente todas as regiões do Brasil, sem exceção” tiveram aumento nas temperaturas máximas, entre 1961 e 2020, como explica o cientista climático, Lincoln Alves, pesquisador do Inpe e autor do estudo.

A maior parte do território brasileiro teve aumentos de até 1,5ºC. No entanto, locais como o interior do Nordeste e o noroeste da região Norte registraram alta entre 2,5ºC e 3ºC nesse período.

Dia de recorde de calor durante o inverno na Avenida Presidente Vargas com termômetro de rua, nesta quinta-feira, 24, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Os maiores aumentos não se restringem a essas partes do País. No Centro-Oeste e no Sudeste também há locais com crescimento acima de 1,5ºC. Mato Grosso do Sul e Minas Gerais têm as maiores manchas do avanço do calor nessas regiões. No Nordeste, se destaca o interior da Bahia e no Norte do Brasil, toda a parte oeste da Amazônia e o interior do Pará.

De acordo com o cientista climático, as alterações do clima no País podem ser relacionadas aos efeitos das mudanças climáticas em escala global, mas não só.

“(É efeito da) Mudança do clima somado a urbanização e mudanças no uso e cobertura da terra”, afirma. “Este mapa foi feito a partir de dados de temperatura máxima diária observadas (estações meteorológicas) de todo o Brasil. Não são resultados de modelos. Os dados foram obtidos e processados a partir de diversas instituições, por exemplo, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).”

Os dados também fazem parte das Normais Climatológicas do Brasil, conjunto de informações do comportamento do clima organizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Como o Estadão já mostrou, esse compilado aponta mudanças substanciais como a alteração no padrão de chuvas em regiões como a Grande São Paulo, onde o número de dias com chuva acima de 50 mm passou de 37 para 47, enquanto as precipitações acima de 80 mm foram de 3 para 16 dias (13 dias a mais), assim como também cresceu o número de tempestades acima dos 100 mm.

Os resultados da pesquisa do Inpe estão em linha e reforçam as conclusões dos relatórios mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). As conclusões dos cientistas das Nações Unidas (ONU), mostram que desde 1850 o aquecimento médio no planeta foi de aproximadamente 1,1ºC.

Outra pesquisa, esta da Unicamp, aponta um exemplo do que isso representa. Em Campinas, cidade com 1,1 milhão de habitantes, entre 1989 e o ano passado, a média das temperaturas máximas locais subiu 1,2ºC.

A pesquisa revela que a média das temperaturas máximas registradas em Campinas nesse período foi de 28,4 º C, com tendência de aumento crescente do aquecimento nesses 34 anos. Essa média cresceu 1,3 ºC nos meses de verão e 1,8 ºC nos meses de inverno.

Temperaturas acima da média também podem significar reflexos como secas prolongadas ou chuvas acima da média e suas consequências: deslizamentos de terra, inundações e desabrigados, o que obriga o País a se preparar melhor para esses eventos extremos, apontam especialistas.

Um estudo do governo paulista, por exemplo, mostra que na Baixada Santista, as alterações climáticas irão produzir, até o final deste século, temporais cada vez mais fortes e frequentes, além de maior risco de enchentes.

Quanto mais extremo for um evento já registrado historicamente na região, maior será o aumento relativo de sua frequência. É provável que a média dos maiores valores de precipitação registrados anualmente seja pelo menos 5% maior até 2050, e muito provavelmente o dobro disso (10%) ao final do século, aponta o estudo.

O aquecimento global está diretamente relacionado com as emissões de gases do efeito estufa. O IPCC alerta que 2025 é o limite para que a média anual global das emissões atinja seu ponto de inflexão e passe a cair. Para se ter uma ideia do tamanho do desafio: entre 2010 e 2019, essa média anual de emissões atingiu seus níveis mais altos da história.

Ou seja, manter a mesma rota coloca a meta de limitar o aumento de temperatura a 1,5ºC fora de alcance. Ficar dentro da meta significa que nos próximos dois anos as emissões precisam passar a cair de forma sustentada e chegar a 2030 com uma redução de 43% em relação a 2019.

Naquele ano, de acordo com outra pesquisa do Inpe, publicada na quarta-feira, 23, na revista Nature, aponta que as emissões explodiram na região amazônica. Foram liberados 1,9 bilhão de toneladas de CO2 e, no ano seguinte, 2,2 bilhões de toneladas de CO2, respectivamente. Essa emissão é similar aos anos de 2015 e 2016, biênio sobre a influência do El Niño, fenômeno natural em que o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial causa repercussões climáticas em todo o mundo.

Julho em brasa e El Niño

Cientistas da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) confirmaram que julho foi o mês mais quente desde que as medições globais foram feitas. Eles também alertaram que 2024 será um ano ainda mais quente do que está sendo 2023.

“O que estamos vendo aqui é anômalo e está acima da tendência esperada. Prevemos que 2023 não será apenas excepcionalmente quente, mas 2024 será ainda mais quente”, disse, durante uma conferência, Gavin Schmidt, diretor do Goddard Institute for Space Studies, um instituto de estudos espaciais da Nasa.

Segundo cálculos da Nasa, julho de 2023 foi 0,24 ºC mais quente do que qualquer outro mês recorde de julho e foi 1,18 ºC mais quente do que a média de julho entre 1951 e 1980.

Os cinco meses de julho mais quentes desde 1880 foram registrados todos nos últimos cinco anos, conforme a agência. O recorde anterior era de julho de 2019.

As consequências do fenômeno meteorológico El Niño fazem parte da causa deste aumento, observou Schmidt, embora seus possíveis efeitos ainda não foram totalmente vistos neste ano. “São esperados um evento maior no fim do ano. E o maior impacto do fenômeno ocorrerá em 2024″, afirmou ele.

Além disso, Schmidt disse que outras coisas estão acontecendo, além do El Niño. “Com temperaturas extremas no Atlântico Norte e em outros partes e uma persistência de anomalias na temperatura da superfície do mar.”

Parece que foi de uma hora para outra. De repente, a gente deixa de reconhecer as estações do ano como elas deveriam ser e no meio do inverno a maior parte das capitais brasileiras registra mais de 30ºC, como nesta quinta-feira, 24. Mas, não foi bem assim. Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que nos últimos 60 anos as temperaturas máximas diárias no País aumentaram até 3ºC.

A pesquisa do órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) revela que “praticamente todas as regiões do Brasil, sem exceção” tiveram aumento nas temperaturas máximas, entre 1961 e 2020, como explica o cientista climático, Lincoln Alves, pesquisador do Inpe e autor do estudo.

A maior parte do território brasileiro teve aumentos de até 1,5ºC. No entanto, locais como o interior do Nordeste e o noroeste da região Norte registraram alta entre 2,5ºC e 3ºC nesse período.

Dia de recorde de calor durante o inverno na Avenida Presidente Vargas com termômetro de rua, nesta quinta-feira, 24, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Os maiores aumentos não se restringem a essas partes do País. No Centro-Oeste e no Sudeste também há locais com crescimento acima de 1,5ºC. Mato Grosso do Sul e Minas Gerais têm as maiores manchas do avanço do calor nessas regiões. No Nordeste, se destaca o interior da Bahia e no Norte do Brasil, toda a parte oeste da Amazônia e o interior do Pará.

De acordo com o cientista climático, as alterações do clima no País podem ser relacionadas aos efeitos das mudanças climáticas em escala global, mas não só.

“(É efeito da) Mudança do clima somado a urbanização e mudanças no uso e cobertura da terra”, afirma. “Este mapa foi feito a partir de dados de temperatura máxima diária observadas (estações meteorológicas) de todo o Brasil. Não são resultados de modelos. Os dados foram obtidos e processados a partir de diversas instituições, por exemplo, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).”

Os dados também fazem parte das Normais Climatológicas do Brasil, conjunto de informações do comportamento do clima organizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Como o Estadão já mostrou, esse compilado aponta mudanças substanciais como a alteração no padrão de chuvas em regiões como a Grande São Paulo, onde o número de dias com chuva acima de 50 mm passou de 37 para 47, enquanto as precipitações acima de 80 mm foram de 3 para 16 dias (13 dias a mais), assim como também cresceu o número de tempestades acima dos 100 mm.

Os resultados da pesquisa do Inpe estão em linha e reforçam as conclusões dos relatórios mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). As conclusões dos cientistas das Nações Unidas (ONU), mostram que desde 1850 o aquecimento médio no planeta foi de aproximadamente 1,1ºC.

Outra pesquisa, esta da Unicamp, aponta um exemplo do que isso representa. Em Campinas, cidade com 1,1 milhão de habitantes, entre 1989 e o ano passado, a média das temperaturas máximas locais subiu 1,2ºC.

A pesquisa revela que a média das temperaturas máximas registradas em Campinas nesse período foi de 28,4 º C, com tendência de aumento crescente do aquecimento nesses 34 anos. Essa média cresceu 1,3 ºC nos meses de verão e 1,8 ºC nos meses de inverno.

Temperaturas acima da média também podem significar reflexos como secas prolongadas ou chuvas acima da média e suas consequências: deslizamentos de terra, inundações e desabrigados, o que obriga o País a se preparar melhor para esses eventos extremos, apontam especialistas.

Um estudo do governo paulista, por exemplo, mostra que na Baixada Santista, as alterações climáticas irão produzir, até o final deste século, temporais cada vez mais fortes e frequentes, além de maior risco de enchentes.

Quanto mais extremo for um evento já registrado historicamente na região, maior será o aumento relativo de sua frequência. É provável que a média dos maiores valores de precipitação registrados anualmente seja pelo menos 5% maior até 2050, e muito provavelmente o dobro disso (10%) ao final do século, aponta o estudo.

O aquecimento global está diretamente relacionado com as emissões de gases do efeito estufa. O IPCC alerta que 2025 é o limite para que a média anual global das emissões atinja seu ponto de inflexão e passe a cair. Para se ter uma ideia do tamanho do desafio: entre 2010 e 2019, essa média anual de emissões atingiu seus níveis mais altos da história.

Ou seja, manter a mesma rota coloca a meta de limitar o aumento de temperatura a 1,5ºC fora de alcance. Ficar dentro da meta significa que nos próximos dois anos as emissões precisam passar a cair de forma sustentada e chegar a 2030 com uma redução de 43% em relação a 2019.

Naquele ano, de acordo com outra pesquisa do Inpe, publicada na quarta-feira, 23, na revista Nature, aponta que as emissões explodiram na região amazônica. Foram liberados 1,9 bilhão de toneladas de CO2 e, no ano seguinte, 2,2 bilhões de toneladas de CO2, respectivamente. Essa emissão é similar aos anos de 2015 e 2016, biênio sobre a influência do El Niño, fenômeno natural em que o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial causa repercussões climáticas em todo o mundo.

Julho em brasa e El Niño

Cientistas da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) confirmaram que julho foi o mês mais quente desde que as medições globais foram feitas. Eles também alertaram que 2024 será um ano ainda mais quente do que está sendo 2023.

“O que estamos vendo aqui é anômalo e está acima da tendência esperada. Prevemos que 2023 não será apenas excepcionalmente quente, mas 2024 será ainda mais quente”, disse, durante uma conferência, Gavin Schmidt, diretor do Goddard Institute for Space Studies, um instituto de estudos espaciais da Nasa.

Segundo cálculos da Nasa, julho de 2023 foi 0,24 ºC mais quente do que qualquer outro mês recorde de julho e foi 1,18 ºC mais quente do que a média de julho entre 1951 e 1980.

Os cinco meses de julho mais quentes desde 1880 foram registrados todos nos últimos cinco anos, conforme a agência. O recorde anterior era de julho de 2019.

As consequências do fenômeno meteorológico El Niño fazem parte da causa deste aumento, observou Schmidt, embora seus possíveis efeitos ainda não foram totalmente vistos neste ano. “São esperados um evento maior no fim do ano. E o maior impacto do fenômeno ocorrerá em 2024″, afirmou ele.

Além disso, Schmidt disse que outras coisas estão acontecendo, além do El Niño. “Com temperaturas extremas no Atlântico Norte e em outros partes e uma persistência de anomalias na temperatura da superfície do mar.”

Parece que foi de uma hora para outra. De repente, a gente deixa de reconhecer as estações do ano como elas deveriam ser e no meio do inverno a maior parte das capitais brasileiras registra mais de 30ºC, como nesta quinta-feira, 24. Mas, não foi bem assim. Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que nos últimos 60 anos as temperaturas máximas diárias no País aumentaram até 3ºC.

A pesquisa do órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) revela que “praticamente todas as regiões do Brasil, sem exceção” tiveram aumento nas temperaturas máximas, entre 1961 e 2020, como explica o cientista climático, Lincoln Alves, pesquisador do Inpe e autor do estudo.

A maior parte do território brasileiro teve aumentos de até 1,5ºC. No entanto, locais como o interior do Nordeste e o noroeste da região Norte registraram alta entre 2,5ºC e 3ºC nesse período.

Dia de recorde de calor durante o inverno na Avenida Presidente Vargas com termômetro de rua, nesta quinta-feira, 24, no centro do Rio de Janeiro Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Os maiores aumentos não se restringem a essas partes do País. No Centro-Oeste e no Sudeste também há locais com crescimento acima de 1,5ºC. Mato Grosso do Sul e Minas Gerais têm as maiores manchas do avanço do calor nessas regiões. No Nordeste, se destaca o interior da Bahia e no Norte do Brasil, toda a parte oeste da Amazônia e o interior do Pará.

De acordo com o cientista climático, as alterações do clima no País podem ser relacionadas aos efeitos das mudanças climáticas em escala global, mas não só.

“(É efeito da) Mudança do clima somado a urbanização e mudanças no uso e cobertura da terra”, afirma. “Este mapa foi feito a partir de dados de temperatura máxima diária observadas (estações meteorológicas) de todo o Brasil. Não são resultados de modelos. Os dados foram obtidos e processados a partir de diversas instituições, por exemplo, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).”

Os dados também fazem parte das Normais Climatológicas do Brasil, conjunto de informações do comportamento do clima organizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Como o Estadão já mostrou, esse compilado aponta mudanças substanciais como a alteração no padrão de chuvas em regiões como a Grande São Paulo, onde o número de dias com chuva acima de 50 mm passou de 37 para 47, enquanto as precipitações acima de 80 mm foram de 3 para 16 dias (13 dias a mais), assim como também cresceu o número de tempestades acima dos 100 mm.

Os resultados da pesquisa do Inpe estão em linha e reforçam as conclusões dos relatórios mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). As conclusões dos cientistas das Nações Unidas (ONU), mostram que desde 1850 o aquecimento médio no planeta foi de aproximadamente 1,1ºC.

Outra pesquisa, esta da Unicamp, aponta um exemplo do que isso representa. Em Campinas, cidade com 1,1 milhão de habitantes, entre 1989 e o ano passado, a média das temperaturas máximas locais subiu 1,2ºC.

A pesquisa revela que a média das temperaturas máximas registradas em Campinas nesse período foi de 28,4 º C, com tendência de aumento crescente do aquecimento nesses 34 anos. Essa média cresceu 1,3 ºC nos meses de verão e 1,8 ºC nos meses de inverno.

Temperaturas acima da média também podem significar reflexos como secas prolongadas ou chuvas acima da média e suas consequências: deslizamentos de terra, inundações e desabrigados, o que obriga o País a se preparar melhor para esses eventos extremos, apontam especialistas.

Um estudo do governo paulista, por exemplo, mostra que na Baixada Santista, as alterações climáticas irão produzir, até o final deste século, temporais cada vez mais fortes e frequentes, além de maior risco de enchentes.

Quanto mais extremo for um evento já registrado historicamente na região, maior será o aumento relativo de sua frequência. É provável que a média dos maiores valores de precipitação registrados anualmente seja pelo menos 5% maior até 2050, e muito provavelmente o dobro disso (10%) ao final do século, aponta o estudo.

O aquecimento global está diretamente relacionado com as emissões de gases do efeito estufa. O IPCC alerta que 2025 é o limite para que a média anual global das emissões atinja seu ponto de inflexão e passe a cair. Para se ter uma ideia do tamanho do desafio: entre 2010 e 2019, essa média anual de emissões atingiu seus níveis mais altos da história.

Ou seja, manter a mesma rota coloca a meta de limitar o aumento de temperatura a 1,5ºC fora de alcance. Ficar dentro da meta significa que nos próximos dois anos as emissões precisam passar a cair de forma sustentada e chegar a 2030 com uma redução de 43% em relação a 2019.

Naquele ano, de acordo com outra pesquisa do Inpe, publicada na quarta-feira, 23, na revista Nature, aponta que as emissões explodiram na região amazônica. Foram liberados 1,9 bilhão de toneladas de CO2 e, no ano seguinte, 2,2 bilhões de toneladas de CO2, respectivamente. Essa emissão é similar aos anos de 2015 e 2016, biênio sobre a influência do El Niño, fenômeno natural em que o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial causa repercussões climáticas em todo o mundo.

Julho em brasa e El Niño

Cientistas da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) confirmaram que julho foi o mês mais quente desde que as medições globais foram feitas. Eles também alertaram que 2024 será um ano ainda mais quente do que está sendo 2023.

“O que estamos vendo aqui é anômalo e está acima da tendência esperada. Prevemos que 2023 não será apenas excepcionalmente quente, mas 2024 será ainda mais quente”, disse, durante uma conferência, Gavin Schmidt, diretor do Goddard Institute for Space Studies, um instituto de estudos espaciais da Nasa.

Segundo cálculos da Nasa, julho de 2023 foi 0,24 ºC mais quente do que qualquer outro mês recorde de julho e foi 1,18 ºC mais quente do que a média de julho entre 1951 e 1980.

Os cinco meses de julho mais quentes desde 1880 foram registrados todos nos últimos cinco anos, conforme a agência. O recorde anterior era de julho de 2019.

As consequências do fenômeno meteorológico El Niño fazem parte da causa deste aumento, observou Schmidt, embora seus possíveis efeitos ainda não foram totalmente vistos neste ano. “São esperados um evento maior no fim do ano. E o maior impacto do fenômeno ocorrerá em 2024″, afirmou ele.

Além disso, Schmidt disse que outras coisas estão acontecendo, além do El Niño. “Com temperaturas extremas no Atlântico Norte e em outros partes e uma persistência de anomalias na temperatura da superfície do mar.”

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