Thomas Lovejoy, um dos principais defensores da Amazônia, morre aos 80 anos


Lovejoy é conhecido como um pioneiro dos esforços modernos de conservação do meio ambiente e um grande pensador que ajudou a catalisar um movimento global para salvar a floresta amazônica

Por Gilberto Amendola

Uma das principais referências na defesa da Amazônia, o biólogo e ambientalista americano Thomas Lovejoy morreu sábado, 25, aos 80 anos em Washington, nos Estados Unidos. Foi um dos pioneiros nos esforços modernos de conservação do meio ambiental e considerado o “padrinho” do conceito de biodiversidade. 

Thomas Lovejoy, pesquisador morre aos 80 anos Foto: JOSE PATRICIO/AE

Lovejoy serviu como conselheiro para uma ampla gama de organizações e líderes globais em questões ambientais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), e também dos ex-presidentes americanos de diferentes posições políticas, como Ronald Reagan, Bill Clinton e Barack Obama.

Formado em Biologia pela Universidade de Yale, foi trabalhar na Amazônia pela primeira vez em 1965, nos arredores de Belém. “Era como se eu tivesse morrido e chegado ao paraíso”, contou em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp, há seis anos. O jovem se encantou pelo Brasil e pela floresta, onde decidiu fazer doutorado sobre o bioma. O tema do seu projeto era ecologia das aves. 

Outro trabalho de destaque do pesquisador foi sobre os efeitos do desmate na diversidade de espécies vegetais e animais. Na década de 1980, Lovejoy cunhou a expressão “diversidade biológica”, o que fez ele ser considerado um dos pais do conceito de biodiversidade.

'Não retorno'

Em 2018, ele publicou em parceria com o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), artigo na revista Science Advances. O trabalho era um alerta para o fato de o desmatamento na floresta estar próximo de atingir um “ponto de não retorno”. 

Isso significa que a devastação do bioma levaria a Amazônia a um processo de savanização – iria perder suas características de floresta úmida e se transformaria em uma espécie de Cerrado. Dada a importância do local no equilíbrio climático planetário, a transformação teria consequências catastróficas para a Terra. 

Em 2019, quando os focos de incêndio no Brasil batiam recorde, Lovejoy falou com o Estadão. Na ocasião, criticou o enfraquecimento da ação do governo na floresta. “A Amazônia não pode continuar absorvendo isso sem ultrapassar um ponto de inflexão em que a combinação de desmatamento extensivo, abuso de fogo e mudança climática prejudique o ciclo hidrológico. Com isso, o sul e o leste da região, além de parte da Amazônia central, podem se converter em savana, se não em caatinga”, disse. 

Estudo brasileiro publicado neste ano na revista Nature mostrou que existem partes da floresta que já emitem mais gás carbônico do que absorvem, um grave sinal de desequilíbrio do ecossistema. 

Inspiração

Na opinião de Carlos Nobre, o colega “foi um dos mais importantes cientistas do mundo nos interligados tópicos de biodiversidade e conservação da natureza das últimas quatro décadas”. 

Lovejoy também ajudou a transformar a WWF (World Wildlife Fund) — que era então uma pequena ONG — em um gigante da conservação trabalhando em questões em escala global. Lovejoy ainda fundou a série de televisão pública Nature, que informou e inspirou inúmeras pessoas.

Para Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, Lovejoy foi um brilhante e incansável defensor da natureza. “Era um cientista que percebia a necessidade de atuação política para a defesa da biodiversidade, sempre pensando em estratégias de conservação que incluíssem políticas públicas”, disse ao Estadão. 

“Contribuiu não apenas para o desenho de mecanismos de conservação do bioma, mas também apoiou intelectualmente organizações importantes da sociedade civil brasileira na Amazônia, como Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia)”, acrescentou o diretor do WWF Brasil. “Sempre era uma presença inspiradora e otimista. Esperamos honrar o legado de Lovejoy, seguindo em sua luta pela defesa da Amazônia.”

André Guimarães, diretor executivo do Ipam, também homenageou Lovejoy nas redes sociais. “Amigo querido, sempre com um sorriso e uma palavra otimista. Insubstituível. Saudades Tom”, escreveu.

“Enxergou a importância da diversidade da vida para a Terra, e como a Amazônia precisa se manter íntegra para seguir gerando benefícios para todos. Com sua visão, influenciou várias gerações de cientistas e deixa um gigantesco legado”, acrescentou, em depoimento enviado ao Estadão

Nas redes sociais, o presidente colombiano, Iván Duque, disse que Lovejoy foi “um dos maiores biólogos conservacionistas do mundo e promotor de iniciativas para atuar diante da crise climática”.

A causa da morte não foi divulgada, mas era sabido que ele se tratava de um câncer de pâncreas. Lovejoy deixa três filhas. 

Uma das principais referências na defesa da Amazônia, o biólogo e ambientalista americano Thomas Lovejoy morreu sábado, 25, aos 80 anos em Washington, nos Estados Unidos. Foi um dos pioneiros nos esforços modernos de conservação do meio ambiental e considerado o “padrinho” do conceito de biodiversidade. 

Thomas Lovejoy, pesquisador morre aos 80 anos Foto: JOSE PATRICIO/AE

Lovejoy serviu como conselheiro para uma ampla gama de organizações e líderes globais em questões ambientais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), e também dos ex-presidentes americanos de diferentes posições políticas, como Ronald Reagan, Bill Clinton e Barack Obama.

Formado em Biologia pela Universidade de Yale, foi trabalhar na Amazônia pela primeira vez em 1965, nos arredores de Belém. “Era como se eu tivesse morrido e chegado ao paraíso”, contou em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp, há seis anos. O jovem se encantou pelo Brasil e pela floresta, onde decidiu fazer doutorado sobre o bioma. O tema do seu projeto era ecologia das aves. 

Outro trabalho de destaque do pesquisador foi sobre os efeitos do desmate na diversidade de espécies vegetais e animais. Na década de 1980, Lovejoy cunhou a expressão “diversidade biológica”, o que fez ele ser considerado um dos pais do conceito de biodiversidade.

'Não retorno'

Em 2018, ele publicou em parceria com o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), artigo na revista Science Advances. O trabalho era um alerta para o fato de o desmatamento na floresta estar próximo de atingir um “ponto de não retorno”. 

Isso significa que a devastação do bioma levaria a Amazônia a um processo de savanização – iria perder suas características de floresta úmida e se transformaria em uma espécie de Cerrado. Dada a importância do local no equilíbrio climático planetário, a transformação teria consequências catastróficas para a Terra. 

Em 2019, quando os focos de incêndio no Brasil batiam recorde, Lovejoy falou com o Estadão. Na ocasião, criticou o enfraquecimento da ação do governo na floresta. “A Amazônia não pode continuar absorvendo isso sem ultrapassar um ponto de inflexão em que a combinação de desmatamento extensivo, abuso de fogo e mudança climática prejudique o ciclo hidrológico. Com isso, o sul e o leste da região, além de parte da Amazônia central, podem se converter em savana, se não em caatinga”, disse. 

Estudo brasileiro publicado neste ano na revista Nature mostrou que existem partes da floresta que já emitem mais gás carbônico do que absorvem, um grave sinal de desequilíbrio do ecossistema. 

Inspiração

Na opinião de Carlos Nobre, o colega “foi um dos mais importantes cientistas do mundo nos interligados tópicos de biodiversidade e conservação da natureza das últimas quatro décadas”. 

Lovejoy também ajudou a transformar a WWF (World Wildlife Fund) — que era então uma pequena ONG — em um gigante da conservação trabalhando em questões em escala global. Lovejoy ainda fundou a série de televisão pública Nature, que informou e inspirou inúmeras pessoas.

Para Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, Lovejoy foi um brilhante e incansável defensor da natureza. “Era um cientista que percebia a necessidade de atuação política para a defesa da biodiversidade, sempre pensando em estratégias de conservação que incluíssem políticas públicas”, disse ao Estadão. 

“Contribuiu não apenas para o desenho de mecanismos de conservação do bioma, mas também apoiou intelectualmente organizações importantes da sociedade civil brasileira na Amazônia, como Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia)”, acrescentou o diretor do WWF Brasil. “Sempre era uma presença inspiradora e otimista. Esperamos honrar o legado de Lovejoy, seguindo em sua luta pela defesa da Amazônia.”

André Guimarães, diretor executivo do Ipam, também homenageou Lovejoy nas redes sociais. “Amigo querido, sempre com um sorriso e uma palavra otimista. Insubstituível. Saudades Tom”, escreveu.

“Enxergou a importância da diversidade da vida para a Terra, e como a Amazônia precisa se manter íntegra para seguir gerando benefícios para todos. Com sua visão, influenciou várias gerações de cientistas e deixa um gigantesco legado”, acrescentou, em depoimento enviado ao Estadão

Nas redes sociais, o presidente colombiano, Iván Duque, disse que Lovejoy foi “um dos maiores biólogos conservacionistas do mundo e promotor de iniciativas para atuar diante da crise climática”.

A causa da morte não foi divulgada, mas era sabido que ele se tratava de um câncer de pâncreas. Lovejoy deixa três filhas. 

Uma das principais referências na defesa da Amazônia, o biólogo e ambientalista americano Thomas Lovejoy morreu sábado, 25, aos 80 anos em Washington, nos Estados Unidos. Foi um dos pioneiros nos esforços modernos de conservação do meio ambiental e considerado o “padrinho” do conceito de biodiversidade. 

Thomas Lovejoy, pesquisador morre aos 80 anos Foto: JOSE PATRICIO/AE

Lovejoy serviu como conselheiro para uma ampla gama de organizações e líderes globais em questões ambientais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), e também dos ex-presidentes americanos de diferentes posições políticas, como Ronald Reagan, Bill Clinton e Barack Obama.

Formado em Biologia pela Universidade de Yale, foi trabalhar na Amazônia pela primeira vez em 1965, nos arredores de Belém. “Era como se eu tivesse morrido e chegado ao paraíso”, contou em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp, há seis anos. O jovem se encantou pelo Brasil e pela floresta, onde decidiu fazer doutorado sobre o bioma. O tema do seu projeto era ecologia das aves. 

Outro trabalho de destaque do pesquisador foi sobre os efeitos do desmate na diversidade de espécies vegetais e animais. Na década de 1980, Lovejoy cunhou a expressão “diversidade biológica”, o que fez ele ser considerado um dos pais do conceito de biodiversidade.

'Não retorno'

Em 2018, ele publicou em parceria com o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), artigo na revista Science Advances. O trabalho era um alerta para o fato de o desmatamento na floresta estar próximo de atingir um “ponto de não retorno”. 

Isso significa que a devastação do bioma levaria a Amazônia a um processo de savanização – iria perder suas características de floresta úmida e se transformaria em uma espécie de Cerrado. Dada a importância do local no equilíbrio climático planetário, a transformação teria consequências catastróficas para a Terra. 

Em 2019, quando os focos de incêndio no Brasil batiam recorde, Lovejoy falou com o Estadão. Na ocasião, criticou o enfraquecimento da ação do governo na floresta. “A Amazônia não pode continuar absorvendo isso sem ultrapassar um ponto de inflexão em que a combinação de desmatamento extensivo, abuso de fogo e mudança climática prejudique o ciclo hidrológico. Com isso, o sul e o leste da região, além de parte da Amazônia central, podem se converter em savana, se não em caatinga”, disse. 

Estudo brasileiro publicado neste ano na revista Nature mostrou que existem partes da floresta que já emitem mais gás carbônico do que absorvem, um grave sinal de desequilíbrio do ecossistema. 

Inspiração

Na opinião de Carlos Nobre, o colega “foi um dos mais importantes cientistas do mundo nos interligados tópicos de biodiversidade e conservação da natureza das últimas quatro décadas”. 

Lovejoy também ajudou a transformar a WWF (World Wildlife Fund) — que era então uma pequena ONG — em um gigante da conservação trabalhando em questões em escala global. Lovejoy ainda fundou a série de televisão pública Nature, que informou e inspirou inúmeras pessoas.

Para Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, Lovejoy foi um brilhante e incansável defensor da natureza. “Era um cientista que percebia a necessidade de atuação política para a defesa da biodiversidade, sempre pensando em estratégias de conservação que incluíssem políticas públicas”, disse ao Estadão. 

“Contribuiu não apenas para o desenho de mecanismos de conservação do bioma, mas também apoiou intelectualmente organizações importantes da sociedade civil brasileira na Amazônia, como Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia)”, acrescentou o diretor do WWF Brasil. “Sempre era uma presença inspiradora e otimista. Esperamos honrar o legado de Lovejoy, seguindo em sua luta pela defesa da Amazônia.”

André Guimarães, diretor executivo do Ipam, também homenageou Lovejoy nas redes sociais. “Amigo querido, sempre com um sorriso e uma palavra otimista. Insubstituível. Saudades Tom”, escreveu.

“Enxergou a importância da diversidade da vida para a Terra, e como a Amazônia precisa se manter íntegra para seguir gerando benefícios para todos. Com sua visão, influenciou várias gerações de cientistas e deixa um gigantesco legado”, acrescentou, em depoimento enviado ao Estadão

Nas redes sociais, o presidente colombiano, Iván Duque, disse que Lovejoy foi “um dos maiores biólogos conservacionistas do mundo e promotor de iniciativas para atuar diante da crise climática”.

A causa da morte não foi divulgada, mas era sabido que ele se tratava de um câncer de pâncreas. Lovejoy deixa três filhas. 

Uma das principais referências na defesa da Amazônia, o biólogo e ambientalista americano Thomas Lovejoy morreu sábado, 25, aos 80 anos em Washington, nos Estados Unidos. Foi um dos pioneiros nos esforços modernos de conservação do meio ambiental e considerado o “padrinho” do conceito de biodiversidade. 

Thomas Lovejoy, pesquisador morre aos 80 anos Foto: JOSE PATRICIO/AE

Lovejoy serviu como conselheiro para uma ampla gama de organizações e líderes globais em questões ambientais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), e também dos ex-presidentes americanos de diferentes posições políticas, como Ronald Reagan, Bill Clinton e Barack Obama.

Formado em Biologia pela Universidade de Yale, foi trabalhar na Amazônia pela primeira vez em 1965, nos arredores de Belém. “Era como se eu tivesse morrido e chegado ao paraíso”, contou em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp, há seis anos. O jovem se encantou pelo Brasil e pela floresta, onde decidiu fazer doutorado sobre o bioma. O tema do seu projeto era ecologia das aves. 

Outro trabalho de destaque do pesquisador foi sobre os efeitos do desmate na diversidade de espécies vegetais e animais. Na década de 1980, Lovejoy cunhou a expressão “diversidade biológica”, o que fez ele ser considerado um dos pais do conceito de biodiversidade.

'Não retorno'

Em 2018, ele publicou em parceria com o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), artigo na revista Science Advances. O trabalho era um alerta para o fato de o desmatamento na floresta estar próximo de atingir um “ponto de não retorno”. 

Isso significa que a devastação do bioma levaria a Amazônia a um processo de savanização – iria perder suas características de floresta úmida e se transformaria em uma espécie de Cerrado. Dada a importância do local no equilíbrio climático planetário, a transformação teria consequências catastróficas para a Terra. 

Em 2019, quando os focos de incêndio no Brasil batiam recorde, Lovejoy falou com o Estadão. Na ocasião, criticou o enfraquecimento da ação do governo na floresta. “A Amazônia não pode continuar absorvendo isso sem ultrapassar um ponto de inflexão em que a combinação de desmatamento extensivo, abuso de fogo e mudança climática prejudique o ciclo hidrológico. Com isso, o sul e o leste da região, além de parte da Amazônia central, podem se converter em savana, se não em caatinga”, disse. 

Estudo brasileiro publicado neste ano na revista Nature mostrou que existem partes da floresta que já emitem mais gás carbônico do que absorvem, um grave sinal de desequilíbrio do ecossistema. 

Inspiração

Na opinião de Carlos Nobre, o colega “foi um dos mais importantes cientistas do mundo nos interligados tópicos de biodiversidade e conservação da natureza das últimas quatro décadas”. 

Lovejoy também ajudou a transformar a WWF (World Wildlife Fund) — que era então uma pequena ONG — em um gigante da conservação trabalhando em questões em escala global. Lovejoy ainda fundou a série de televisão pública Nature, que informou e inspirou inúmeras pessoas.

Para Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, Lovejoy foi um brilhante e incansável defensor da natureza. “Era um cientista que percebia a necessidade de atuação política para a defesa da biodiversidade, sempre pensando em estratégias de conservação que incluíssem políticas públicas”, disse ao Estadão. 

“Contribuiu não apenas para o desenho de mecanismos de conservação do bioma, mas também apoiou intelectualmente organizações importantes da sociedade civil brasileira na Amazônia, como Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia)”, acrescentou o diretor do WWF Brasil. “Sempre era uma presença inspiradora e otimista. Esperamos honrar o legado de Lovejoy, seguindo em sua luta pela defesa da Amazônia.”

André Guimarães, diretor executivo do Ipam, também homenageou Lovejoy nas redes sociais. “Amigo querido, sempre com um sorriso e uma palavra otimista. Insubstituível. Saudades Tom”, escreveu.

“Enxergou a importância da diversidade da vida para a Terra, e como a Amazônia precisa se manter íntegra para seguir gerando benefícios para todos. Com sua visão, influenciou várias gerações de cientistas e deixa um gigantesco legado”, acrescentou, em depoimento enviado ao Estadão

Nas redes sociais, o presidente colombiano, Iván Duque, disse que Lovejoy foi “um dos maiores biólogos conservacionistas do mundo e promotor de iniciativas para atuar diante da crise climática”.

A causa da morte não foi divulgada, mas era sabido que ele se tratava de um câncer de pâncreas. Lovejoy deixa três filhas. 

Uma das principais referências na defesa da Amazônia, o biólogo e ambientalista americano Thomas Lovejoy morreu sábado, 25, aos 80 anos em Washington, nos Estados Unidos. Foi um dos pioneiros nos esforços modernos de conservação do meio ambiental e considerado o “padrinho” do conceito de biodiversidade. 

Thomas Lovejoy, pesquisador morre aos 80 anos Foto: JOSE PATRICIO/AE

Lovejoy serviu como conselheiro para uma ampla gama de organizações e líderes globais em questões ambientais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), e também dos ex-presidentes americanos de diferentes posições políticas, como Ronald Reagan, Bill Clinton e Barack Obama.

Formado em Biologia pela Universidade de Yale, foi trabalhar na Amazônia pela primeira vez em 1965, nos arredores de Belém. “Era como se eu tivesse morrido e chegado ao paraíso”, contou em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp, há seis anos. O jovem se encantou pelo Brasil e pela floresta, onde decidiu fazer doutorado sobre o bioma. O tema do seu projeto era ecologia das aves. 

Outro trabalho de destaque do pesquisador foi sobre os efeitos do desmate na diversidade de espécies vegetais e animais. Na década de 1980, Lovejoy cunhou a expressão “diversidade biológica”, o que fez ele ser considerado um dos pais do conceito de biodiversidade.

'Não retorno'

Em 2018, ele publicou em parceria com o professor Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), artigo na revista Science Advances. O trabalho era um alerta para o fato de o desmatamento na floresta estar próximo de atingir um “ponto de não retorno”. 

Isso significa que a devastação do bioma levaria a Amazônia a um processo de savanização – iria perder suas características de floresta úmida e se transformaria em uma espécie de Cerrado. Dada a importância do local no equilíbrio climático planetário, a transformação teria consequências catastróficas para a Terra. 

Em 2019, quando os focos de incêndio no Brasil batiam recorde, Lovejoy falou com o Estadão. Na ocasião, criticou o enfraquecimento da ação do governo na floresta. “A Amazônia não pode continuar absorvendo isso sem ultrapassar um ponto de inflexão em que a combinação de desmatamento extensivo, abuso de fogo e mudança climática prejudique o ciclo hidrológico. Com isso, o sul e o leste da região, além de parte da Amazônia central, podem se converter em savana, se não em caatinga”, disse. 

Estudo brasileiro publicado neste ano na revista Nature mostrou que existem partes da floresta que já emitem mais gás carbônico do que absorvem, um grave sinal de desequilíbrio do ecossistema. 

Inspiração

Na opinião de Carlos Nobre, o colega “foi um dos mais importantes cientistas do mundo nos interligados tópicos de biodiversidade e conservação da natureza das últimas quatro décadas”. 

Lovejoy também ajudou a transformar a WWF (World Wildlife Fund) — que era então uma pequena ONG — em um gigante da conservação trabalhando em questões em escala global. Lovejoy ainda fundou a série de televisão pública Nature, que informou e inspirou inúmeras pessoas.

Para Maurício Voivodic, diretor executivo do WWF-Brasil, Lovejoy foi um brilhante e incansável defensor da natureza. “Era um cientista que percebia a necessidade de atuação política para a defesa da biodiversidade, sempre pensando em estratégias de conservação que incluíssem políticas públicas”, disse ao Estadão. 

“Contribuiu não apenas para o desenho de mecanismos de conservação do bioma, mas também apoiou intelectualmente organizações importantes da sociedade civil brasileira na Amazônia, como Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia)”, acrescentou o diretor do WWF Brasil. “Sempre era uma presença inspiradora e otimista. Esperamos honrar o legado de Lovejoy, seguindo em sua luta pela defesa da Amazônia.”

André Guimarães, diretor executivo do Ipam, também homenageou Lovejoy nas redes sociais. “Amigo querido, sempre com um sorriso e uma palavra otimista. Insubstituível. Saudades Tom”, escreveu.

“Enxergou a importância da diversidade da vida para a Terra, e como a Amazônia precisa se manter íntegra para seguir gerando benefícios para todos. Com sua visão, influenciou várias gerações de cientistas e deixa um gigantesco legado”, acrescentou, em depoimento enviado ao Estadão

Nas redes sociais, o presidente colombiano, Iván Duque, disse que Lovejoy foi “um dos maiores biólogos conservacionistas do mundo e promotor de iniciativas para atuar diante da crise climática”.

A causa da morte não foi divulgada, mas era sabido que ele se tratava de um câncer de pâncreas. Lovejoy deixa três filhas. 

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