Dois novos geoparques brasileiros, no Nordeste e no Sul, são reconhecidos pela Unesco


Selo reconhece patrimônio geológico de importância internacional. Áreas no Seridó do Rio Grande do Norte e de cânions (entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina) se juntam a geoparque do Araripe, no Ceará

Por Leon Ferrari
Atualização:

O Brasil tem dois novos geoparques globais: o do Seridó, no Rio Grande do Norte, e o do Caminhos dos Cânions do Sul, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O selo concedido pelo Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconhece o patrimônio geológico de importância internacional. Antes das nomeações deste ano, só o Araripe, também nordestino, representava o País na rede mundial.

O Seridó abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul Foto: EMPROTUR / Seridó UNESCO Global Geopark

Junto aos brasileiros, outras seis áreas da Europa receberam o selo. Com isso, a Rede Mundial de Geoparques aumentou para 177 integrantes. Com a pandemia, nenhuma candidatura da Ásia, da África ou dos Estados Árabes pôde ser avaliada.

Até o ano passado, o único geoparque brasileiro era o Araripe, localizado na maior bacia sedimentar do interior nordestino, que se estende pelo sul do Estado do Ceará, noroeste de Pernambuco e leste do Piauí. O patrimônio geológico é caracterizado pelos mais importantes registros geológicos do período Cretáceo Inferior (entre 90 e 150 milhões de anos). A área de 3.441 km2 foi reconhecida ainda em 2006 - antes mesmo da ratificação do rótulo geoparque global, que só ocorreu em 2015.

Na apresentação do livro Geopark Araripe: Histórias da Terra, do Meio Ambiente e da Cultura, o geologista Guy Martini, um dos principais fundadores do projeto Unesco Global Geoparks, explica que geoparque é uma “nova proposta de território”. Nesse sentido, destaca que essas áreas transcendem as concepções de reservas natural e geológica, pois objetivam mais do que a conservação. 

Martini explica que a ideia é fomentar no local o desenvolvimento sustentável. Para isso, deve se estabelecer uma economia que seja, ao mesmo tempo, inovadora e socialmente responsável. 

Os locais são uma forma de celebrar o vínculo dos seres humanos com a Terra. Por isso, busca estimular o engajamento da comunidade com o meio ambiente, principalmente por meio da educação em geociências. Por exemplo, em 2010, foi criado o Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Geoparque Global Araripe, onde são organizadas atividades pedagógicas para escolas públicas e privadas, instituições de ensino superior e a comunidade em geral. 

Conheça os dois novos geoparques globais brasileiros

Seridó

O Geoparque Mundial Seridó tem área de 2.800 km² e está localizado no semiárido nordestino. Entre os 120 mil habitantes da região estão comunidades quilombolas. 

O local abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul, além de fluxos de basalto da atividade vulcânica durante as Eras Mesozoica e Cenozoica. A região tem biodiversidade única, marcada principalmente pela caatinga.

Caminhos dos Cânions do Sul

Com área de 2.830,8 km², o Caminhos dos Cânions do Sul é marcado pela Mata Atlântica. A região abriga mais de 74 mil habitantes, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 

Os cânions dali, conforme a Unesco, foram formados há 180 milhões durante o desmembramento do supercontinente Gondwana. Ainda, na região, os habitantes pré-colombianos se abrigavam em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas pela extinta megafauna paleovertebrada).

O Brasil tem dois novos geoparques globais: o do Seridó, no Rio Grande do Norte, e o do Caminhos dos Cânions do Sul, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O selo concedido pelo Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconhece o patrimônio geológico de importância internacional. Antes das nomeações deste ano, só o Araripe, também nordestino, representava o País na rede mundial.

O Seridó abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul Foto: EMPROTUR / Seridó UNESCO Global Geopark

Junto aos brasileiros, outras seis áreas da Europa receberam o selo. Com isso, a Rede Mundial de Geoparques aumentou para 177 integrantes. Com a pandemia, nenhuma candidatura da Ásia, da África ou dos Estados Árabes pôde ser avaliada.

Até o ano passado, o único geoparque brasileiro era o Araripe, localizado na maior bacia sedimentar do interior nordestino, que se estende pelo sul do Estado do Ceará, noroeste de Pernambuco e leste do Piauí. O patrimônio geológico é caracterizado pelos mais importantes registros geológicos do período Cretáceo Inferior (entre 90 e 150 milhões de anos). A área de 3.441 km2 foi reconhecida ainda em 2006 - antes mesmo da ratificação do rótulo geoparque global, que só ocorreu em 2015.

Na apresentação do livro Geopark Araripe: Histórias da Terra, do Meio Ambiente e da Cultura, o geologista Guy Martini, um dos principais fundadores do projeto Unesco Global Geoparks, explica que geoparque é uma “nova proposta de território”. Nesse sentido, destaca que essas áreas transcendem as concepções de reservas natural e geológica, pois objetivam mais do que a conservação. 

Martini explica que a ideia é fomentar no local o desenvolvimento sustentável. Para isso, deve se estabelecer uma economia que seja, ao mesmo tempo, inovadora e socialmente responsável. 

Os locais são uma forma de celebrar o vínculo dos seres humanos com a Terra. Por isso, busca estimular o engajamento da comunidade com o meio ambiente, principalmente por meio da educação em geociências. Por exemplo, em 2010, foi criado o Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Geoparque Global Araripe, onde são organizadas atividades pedagógicas para escolas públicas e privadas, instituições de ensino superior e a comunidade em geral. 

Conheça os dois novos geoparques globais brasileiros

Seridó

O Geoparque Mundial Seridó tem área de 2.800 km² e está localizado no semiárido nordestino. Entre os 120 mil habitantes da região estão comunidades quilombolas. 

O local abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul, além de fluxos de basalto da atividade vulcânica durante as Eras Mesozoica e Cenozoica. A região tem biodiversidade única, marcada principalmente pela caatinga.

Caminhos dos Cânions do Sul

Com área de 2.830,8 km², o Caminhos dos Cânions do Sul é marcado pela Mata Atlântica. A região abriga mais de 74 mil habitantes, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 

Os cânions dali, conforme a Unesco, foram formados há 180 milhões durante o desmembramento do supercontinente Gondwana. Ainda, na região, os habitantes pré-colombianos se abrigavam em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas pela extinta megafauna paleovertebrada).

O Brasil tem dois novos geoparques globais: o do Seridó, no Rio Grande do Norte, e o do Caminhos dos Cânions do Sul, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O selo concedido pelo Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconhece o patrimônio geológico de importância internacional. Antes das nomeações deste ano, só o Araripe, também nordestino, representava o País na rede mundial.

O Seridó abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul Foto: EMPROTUR / Seridó UNESCO Global Geopark

Junto aos brasileiros, outras seis áreas da Europa receberam o selo. Com isso, a Rede Mundial de Geoparques aumentou para 177 integrantes. Com a pandemia, nenhuma candidatura da Ásia, da África ou dos Estados Árabes pôde ser avaliada.

Até o ano passado, o único geoparque brasileiro era o Araripe, localizado na maior bacia sedimentar do interior nordestino, que se estende pelo sul do Estado do Ceará, noroeste de Pernambuco e leste do Piauí. O patrimônio geológico é caracterizado pelos mais importantes registros geológicos do período Cretáceo Inferior (entre 90 e 150 milhões de anos). A área de 3.441 km2 foi reconhecida ainda em 2006 - antes mesmo da ratificação do rótulo geoparque global, que só ocorreu em 2015.

Na apresentação do livro Geopark Araripe: Histórias da Terra, do Meio Ambiente e da Cultura, o geologista Guy Martini, um dos principais fundadores do projeto Unesco Global Geoparks, explica que geoparque é uma “nova proposta de território”. Nesse sentido, destaca que essas áreas transcendem as concepções de reservas natural e geológica, pois objetivam mais do que a conservação. 

Martini explica que a ideia é fomentar no local o desenvolvimento sustentável. Para isso, deve se estabelecer uma economia que seja, ao mesmo tempo, inovadora e socialmente responsável. 

Os locais são uma forma de celebrar o vínculo dos seres humanos com a Terra. Por isso, busca estimular o engajamento da comunidade com o meio ambiente, principalmente por meio da educação em geociências. Por exemplo, em 2010, foi criado o Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Geoparque Global Araripe, onde são organizadas atividades pedagógicas para escolas públicas e privadas, instituições de ensino superior e a comunidade em geral. 

Conheça os dois novos geoparques globais brasileiros

Seridó

O Geoparque Mundial Seridó tem área de 2.800 km² e está localizado no semiárido nordestino. Entre os 120 mil habitantes da região estão comunidades quilombolas. 

O local abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul, além de fluxos de basalto da atividade vulcânica durante as Eras Mesozoica e Cenozoica. A região tem biodiversidade única, marcada principalmente pela caatinga.

Caminhos dos Cânions do Sul

Com área de 2.830,8 km², o Caminhos dos Cânions do Sul é marcado pela Mata Atlântica. A região abriga mais de 74 mil habitantes, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 

Os cânions dali, conforme a Unesco, foram formados há 180 milhões durante o desmembramento do supercontinente Gondwana. Ainda, na região, os habitantes pré-colombianos se abrigavam em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas pela extinta megafauna paleovertebrada).

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