Vai viajar para a Europa? Entenda como o El Niño pode provocar calor recorde no continente


Aumento de temperatura provocado por efeito estufa leva países a sofrer pelo 2º ano seguido; região apresenta ritmo de aquecimento duas vezes mais rápido do que a média mundial

Por Caio Possati
Atualização:

Destino de muitos brasileiros nas férias de julho, a Europa está imersa em uma onda de calor. Desde o fim de junho, os termômetros têm ultrapassado os 44ºC na região da Andaluzia, no sul da Espanha, por exemplo. As altas temperaturas também são registradas nos Estados Unidos.

Em junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o serviço de mudança climática europeu Copernicus publicaram relatório mostrando que a Europa apresenta um ritmo de aquecimento duas vezes mais rápido do que a média mundial desde a década de 1980, e que a temperatura no continente foi 2,3ºC superior em 2022 na comparação com a era pré-industrial (1850-1900).

Homem se refresca em parque de Madri, na Espanha; país já sofre os efeitos de temperaturas extremas Foto: Manu Fernandez/AP - 26/06/2023

“Tivemos duas ondas de calor na Índia e no México. Não é improvável termos alguma onda de calor na Europa também”, diz o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

De acordo Seluchi e outros especialistas ouvidos pelo Estadão, o retorno de um verão intenso na Europa pode ocorrer em razão de dois fatores principais: as mudanças climáticas provocadas pelo aumento do efeito estufa - e que podem tornar os eventos extremos, como ondas de calor, mais frequentes -, e a elevação das temperaturas ocasionadas pelo El Niño, fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e o desencadeamento de alterações climáticas em todo o mundo. Em anos de El Niño, as temperaturas tendem a ser acima da média.

Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Artaxo, que também é membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), destaca que a Europa já apresenta um aumento da temperatura entre 2,2ºC e 2,4ºC, enquanto a média mundial gira em torno de 1,2ºC. “Isso faz com que a frequência de eventos climáticos extremos naquela região, em particular, como ondas de calor, seja mais intensa por conta da questão do aumento das temperaturas e do aquecimento global.”

Em 2021, o ano mais recente com uma série completa de dados, a concentração dos três principais gases do efeito estufa (carbono, metano e óxido de nitrogênio) atingiu níveis recordes e continuou aumentando em 2022, apontou o relatório da ONU e do Copernicus.

Os efeitos já estão se manifestando. Tradicionalmente frios, os países escandinavos Dinamarca, Suécia e Finlândia começam a sofrer com as altas temperaturas e com uma seca incomum, que interfere negativamente na agricultura. Em Helsinque, na capital finlandesa, os termômetros bateram 30ºC antes mesmo do início do verão. E, segundo dados do Copernicus, 89,5% do território dinamarquês já se encontrava em situação de seca no final de maio.

Assim como no último verão europeu, onda de calor pode atingir Bruxelas, na Bélgica Foto: Yves Herman/REUTERS - 26/06/2023

Mudanças climáticas também estão interferindo na frequência e intensidade do El Niño

Marcelo Seluchi, do Cemaden, diz que, por causa do aumento das emissões de gases poluentes e o consequente aumento do efeito estufa, a temperatura do planeta já aumentou 1,1º C. “Parece pouco, mas é muito”, diz o meteorologista. “O aumento de um grau não significa que (a temperatura) aumente de forma uniforme, mas sim a variabilidade, ou seja, aumentam o frio extremo e o quente extremo.”

Seluchi diz ainda que pode haver uma relação do aquecimento do planeta e também da frequência do fenômeno do El Niño, responsável por uma série de mudanças climáticas no mundo, como alterações em regimes de chuvas, que elevam as temperaturas da Terra de forma geral. Segundo o especialista, o aquecimento do planeta, além de causar mais eventos extremos e em intervalos curtos de tempo, está diminuindo as distâncias da ocorrência de El Niños.

“O que se tem observado é que uma forma do planeta devolver esse calor para a atmosfera é a partir da água dos oceanos, como o Pacífico, que se aquece com El Niño”, explica. “E a frequência dos fenômenos do El Niño tem também aumentado nas últimas décadas. Não apenas em número, mas também na sua intensidade.”

Por isso, diz ainda o Coordenador do Cemaden, por 2023 ser um ano de El Niño, “diversas ondas” de calor, como as presenciadas na Índia e no México, são esperadas ao redor do mundo, inclusive na Europa. “Porém, não é possível prever e saber quando, onde e em qual intensidade elas vão acontecer”, afirma.

O El Niño deverá se formar por completo nos próximos meses e aparecer, de forma mais evidente, entre os meses de setembro e outubro, segundo o climatologista Carlos Nobre, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), e especialista em estudos sobre o aquecimento global. Estatísticas indicam que há 80% de chances de a intensidade do fenômeno ser de moderada a alta e 56% de ser alta.

“Nos anos de 2015 e 2016, tivemos o El Niño mais forte em 120 anos. A temperatura do planeta chegou a subir 1,28ºC. Em 2022, foi é um ano La Niña (quando as temperaturas na Terra tendem a ser mais frias) e o mundo estava 1,15ºC grau mais quente. Isso já é um indicativo de que, neste ano, devemos ter um El Niño de moderado a forte”, explicou Nobre.

Calor extremo na Europa também foi sentido em 2022

Em 2022, países como Inglaterra, Itália, França, Alemanha, Holanda e Polônia registraram máximas extremamente altas. Portugal, Espanha e Grécia, por exemplo, sofreram com diversos incêndios florestais.

O Corpo do Bombeiros de Londres, que em julho do ano passado teve a maior temperatura registrada de sua história (40,2ºC), viveu um dia comparável ao da Segunda Guerra Mundial em termos de número de chamados e ocorrências. Ainda no Reino Unido, trens tiveram que ser suspensos porque o calor foi tão elevado que danificou os trilhos do sistema ferroviário.

Também em 2022, a França sofreu a pior seca já registrada no país desde 1976 entre janeiro e setembro, enquanto o Reino Unido teve o período mais seco entre janeiro e agosto do ano passado.

De acordo com uma base de dados da Organização Meteorológica Mundial, os fenômenos meteorológicos, hidrológicos e climáticos que atingiram a Europa em 2022 afetaram diretamente 156 mil pessoas e causaram 16.365 mortes, quase todas por conta das ondas de calor. A Espanha registrou mais de 4.600 mortes vinculadas ao calor extremo entre junho e agosto do ano passado.

Ondas de calor na Índia e México não estão relacionadas com El Niño, diz climatologista

Entre os dias 17 e 18 deste mês, a Índia registrou 96 mortes em decorrência das ondas de calor de até 44ºC que atingiram o país asiático. O México, por sua vez, somou oito óbitos causados pelas altas temperaturas.

De acordo com o climatologista Carlos Nobre, o calor intenso que vitimou mais de cem pessoas nos dois países “não está relacionado com o El Niño” porque o fenômeno ainda não está formado por completo. Ele diz que as altas temperaturas estão sendo provocadas por sistemas meteorológicos estacionários de alta pressão que pararam sobre os dois países, bloqueando a chegada de frentes frias.

“As altas pressões podem permanecer por três semanas no México e um pouco menos na Índia”, diz Nobre. “Essas ondas de calor só permanecerão nessas regiões enquanto os sistemas de alta pressão continuarem. Depois que ele desaparecer, os sistemas de baixa pressão, que são associados com frentes frias, podem atingir esses países - ainda que no verão isso aconteça com menos frequência”, acrescenta.

Destino de muitos brasileiros nas férias de julho, a Europa está imersa em uma onda de calor. Desde o fim de junho, os termômetros têm ultrapassado os 44ºC na região da Andaluzia, no sul da Espanha, por exemplo. As altas temperaturas também são registradas nos Estados Unidos.

Em junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o serviço de mudança climática europeu Copernicus publicaram relatório mostrando que a Europa apresenta um ritmo de aquecimento duas vezes mais rápido do que a média mundial desde a década de 1980, e que a temperatura no continente foi 2,3ºC superior em 2022 na comparação com a era pré-industrial (1850-1900).

Homem se refresca em parque de Madri, na Espanha; país já sofre os efeitos de temperaturas extremas Foto: Manu Fernandez/AP - 26/06/2023

“Tivemos duas ondas de calor na Índia e no México. Não é improvável termos alguma onda de calor na Europa também”, diz o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

De acordo Seluchi e outros especialistas ouvidos pelo Estadão, o retorno de um verão intenso na Europa pode ocorrer em razão de dois fatores principais: as mudanças climáticas provocadas pelo aumento do efeito estufa - e que podem tornar os eventos extremos, como ondas de calor, mais frequentes -, e a elevação das temperaturas ocasionadas pelo El Niño, fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e o desencadeamento de alterações climáticas em todo o mundo. Em anos de El Niño, as temperaturas tendem a ser acima da média.

Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Artaxo, que também é membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), destaca que a Europa já apresenta um aumento da temperatura entre 2,2ºC e 2,4ºC, enquanto a média mundial gira em torno de 1,2ºC. “Isso faz com que a frequência de eventos climáticos extremos naquela região, em particular, como ondas de calor, seja mais intensa por conta da questão do aumento das temperaturas e do aquecimento global.”

Em 2021, o ano mais recente com uma série completa de dados, a concentração dos três principais gases do efeito estufa (carbono, metano e óxido de nitrogênio) atingiu níveis recordes e continuou aumentando em 2022, apontou o relatório da ONU e do Copernicus.

Os efeitos já estão se manifestando. Tradicionalmente frios, os países escandinavos Dinamarca, Suécia e Finlândia começam a sofrer com as altas temperaturas e com uma seca incomum, que interfere negativamente na agricultura. Em Helsinque, na capital finlandesa, os termômetros bateram 30ºC antes mesmo do início do verão. E, segundo dados do Copernicus, 89,5% do território dinamarquês já se encontrava em situação de seca no final de maio.

Assim como no último verão europeu, onda de calor pode atingir Bruxelas, na Bélgica Foto: Yves Herman/REUTERS - 26/06/2023

Mudanças climáticas também estão interferindo na frequência e intensidade do El Niño

Marcelo Seluchi, do Cemaden, diz que, por causa do aumento das emissões de gases poluentes e o consequente aumento do efeito estufa, a temperatura do planeta já aumentou 1,1º C. “Parece pouco, mas é muito”, diz o meteorologista. “O aumento de um grau não significa que (a temperatura) aumente de forma uniforme, mas sim a variabilidade, ou seja, aumentam o frio extremo e o quente extremo.”

Seluchi diz ainda que pode haver uma relação do aquecimento do planeta e também da frequência do fenômeno do El Niño, responsável por uma série de mudanças climáticas no mundo, como alterações em regimes de chuvas, que elevam as temperaturas da Terra de forma geral. Segundo o especialista, o aquecimento do planeta, além de causar mais eventos extremos e em intervalos curtos de tempo, está diminuindo as distâncias da ocorrência de El Niños.

“O que se tem observado é que uma forma do planeta devolver esse calor para a atmosfera é a partir da água dos oceanos, como o Pacífico, que se aquece com El Niño”, explica. “E a frequência dos fenômenos do El Niño tem também aumentado nas últimas décadas. Não apenas em número, mas também na sua intensidade.”

Por isso, diz ainda o Coordenador do Cemaden, por 2023 ser um ano de El Niño, “diversas ondas” de calor, como as presenciadas na Índia e no México, são esperadas ao redor do mundo, inclusive na Europa. “Porém, não é possível prever e saber quando, onde e em qual intensidade elas vão acontecer”, afirma.

O El Niño deverá se formar por completo nos próximos meses e aparecer, de forma mais evidente, entre os meses de setembro e outubro, segundo o climatologista Carlos Nobre, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), e especialista em estudos sobre o aquecimento global. Estatísticas indicam que há 80% de chances de a intensidade do fenômeno ser de moderada a alta e 56% de ser alta.

“Nos anos de 2015 e 2016, tivemos o El Niño mais forte em 120 anos. A temperatura do planeta chegou a subir 1,28ºC. Em 2022, foi é um ano La Niña (quando as temperaturas na Terra tendem a ser mais frias) e o mundo estava 1,15ºC grau mais quente. Isso já é um indicativo de que, neste ano, devemos ter um El Niño de moderado a forte”, explicou Nobre.

Calor extremo na Europa também foi sentido em 2022

Em 2022, países como Inglaterra, Itália, França, Alemanha, Holanda e Polônia registraram máximas extremamente altas. Portugal, Espanha e Grécia, por exemplo, sofreram com diversos incêndios florestais.

O Corpo do Bombeiros de Londres, que em julho do ano passado teve a maior temperatura registrada de sua história (40,2ºC), viveu um dia comparável ao da Segunda Guerra Mundial em termos de número de chamados e ocorrências. Ainda no Reino Unido, trens tiveram que ser suspensos porque o calor foi tão elevado que danificou os trilhos do sistema ferroviário.

Também em 2022, a França sofreu a pior seca já registrada no país desde 1976 entre janeiro e setembro, enquanto o Reino Unido teve o período mais seco entre janeiro e agosto do ano passado.

De acordo com uma base de dados da Organização Meteorológica Mundial, os fenômenos meteorológicos, hidrológicos e climáticos que atingiram a Europa em 2022 afetaram diretamente 156 mil pessoas e causaram 16.365 mortes, quase todas por conta das ondas de calor. A Espanha registrou mais de 4.600 mortes vinculadas ao calor extremo entre junho e agosto do ano passado.

Ondas de calor na Índia e México não estão relacionadas com El Niño, diz climatologista

Entre os dias 17 e 18 deste mês, a Índia registrou 96 mortes em decorrência das ondas de calor de até 44ºC que atingiram o país asiático. O México, por sua vez, somou oito óbitos causados pelas altas temperaturas.

De acordo com o climatologista Carlos Nobre, o calor intenso que vitimou mais de cem pessoas nos dois países “não está relacionado com o El Niño” porque o fenômeno ainda não está formado por completo. Ele diz que as altas temperaturas estão sendo provocadas por sistemas meteorológicos estacionários de alta pressão que pararam sobre os dois países, bloqueando a chegada de frentes frias.

“As altas pressões podem permanecer por três semanas no México e um pouco menos na Índia”, diz Nobre. “Essas ondas de calor só permanecerão nessas regiões enquanto os sistemas de alta pressão continuarem. Depois que ele desaparecer, os sistemas de baixa pressão, que são associados com frentes frias, podem atingir esses países - ainda que no verão isso aconteça com menos frequência”, acrescenta.

Destino de muitos brasileiros nas férias de julho, a Europa está imersa em uma onda de calor. Desde o fim de junho, os termômetros têm ultrapassado os 44ºC na região da Andaluzia, no sul da Espanha, por exemplo. As altas temperaturas também são registradas nos Estados Unidos.

Em junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o serviço de mudança climática europeu Copernicus publicaram relatório mostrando que a Europa apresenta um ritmo de aquecimento duas vezes mais rápido do que a média mundial desde a década de 1980, e que a temperatura no continente foi 2,3ºC superior em 2022 na comparação com a era pré-industrial (1850-1900).

Homem se refresca em parque de Madri, na Espanha; país já sofre os efeitos de temperaturas extremas Foto: Manu Fernandez/AP - 26/06/2023

“Tivemos duas ondas de calor na Índia e no México. Não é improvável termos alguma onda de calor na Europa também”, diz o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

De acordo Seluchi e outros especialistas ouvidos pelo Estadão, o retorno de um verão intenso na Europa pode ocorrer em razão de dois fatores principais: as mudanças climáticas provocadas pelo aumento do efeito estufa - e que podem tornar os eventos extremos, como ondas de calor, mais frequentes -, e a elevação das temperaturas ocasionadas pelo El Niño, fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e o desencadeamento de alterações climáticas em todo o mundo. Em anos de El Niño, as temperaturas tendem a ser acima da média.

Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Artaxo, que também é membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), destaca que a Europa já apresenta um aumento da temperatura entre 2,2ºC e 2,4ºC, enquanto a média mundial gira em torno de 1,2ºC. “Isso faz com que a frequência de eventos climáticos extremos naquela região, em particular, como ondas de calor, seja mais intensa por conta da questão do aumento das temperaturas e do aquecimento global.”

Em 2021, o ano mais recente com uma série completa de dados, a concentração dos três principais gases do efeito estufa (carbono, metano e óxido de nitrogênio) atingiu níveis recordes e continuou aumentando em 2022, apontou o relatório da ONU e do Copernicus.

Os efeitos já estão se manifestando. Tradicionalmente frios, os países escandinavos Dinamarca, Suécia e Finlândia começam a sofrer com as altas temperaturas e com uma seca incomum, que interfere negativamente na agricultura. Em Helsinque, na capital finlandesa, os termômetros bateram 30ºC antes mesmo do início do verão. E, segundo dados do Copernicus, 89,5% do território dinamarquês já se encontrava em situação de seca no final de maio.

Assim como no último verão europeu, onda de calor pode atingir Bruxelas, na Bélgica Foto: Yves Herman/REUTERS - 26/06/2023

Mudanças climáticas também estão interferindo na frequência e intensidade do El Niño

Marcelo Seluchi, do Cemaden, diz que, por causa do aumento das emissões de gases poluentes e o consequente aumento do efeito estufa, a temperatura do planeta já aumentou 1,1º C. “Parece pouco, mas é muito”, diz o meteorologista. “O aumento de um grau não significa que (a temperatura) aumente de forma uniforme, mas sim a variabilidade, ou seja, aumentam o frio extremo e o quente extremo.”

Seluchi diz ainda que pode haver uma relação do aquecimento do planeta e também da frequência do fenômeno do El Niño, responsável por uma série de mudanças climáticas no mundo, como alterações em regimes de chuvas, que elevam as temperaturas da Terra de forma geral. Segundo o especialista, o aquecimento do planeta, além de causar mais eventos extremos e em intervalos curtos de tempo, está diminuindo as distâncias da ocorrência de El Niños.

“O que se tem observado é que uma forma do planeta devolver esse calor para a atmosfera é a partir da água dos oceanos, como o Pacífico, que se aquece com El Niño”, explica. “E a frequência dos fenômenos do El Niño tem também aumentado nas últimas décadas. Não apenas em número, mas também na sua intensidade.”

Por isso, diz ainda o Coordenador do Cemaden, por 2023 ser um ano de El Niño, “diversas ondas” de calor, como as presenciadas na Índia e no México, são esperadas ao redor do mundo, inclusive na Europa. “Porém, não é possível prever e saber quando, onde e em qual intensidade elas vão acontecer”, afirma.

O El Niño deverá se formar por completo nos próximos meses e aparecer, de forma mais evidente, entre os meses de setembro e outubro, segundo o climatologista Carlos Nobre, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), e especialista em estudos sobre o aquecimento global. Estatísticas indicam que há 80% de chances de a intensidade do fenômeno ser de moderada a alta e 56% de ser alta.

“Nos anos de 2015 e 2016, tivemos o El Niño mais forte em 120 anos. A temperatura do planeta chegou a subir 1,28ºC. Em 2022, foi é um ano La Niña (quando as temperaturas na Terra tendem a ser mais frias) e o mundo estava 1,15ºC grau mais quente. Isso já é um indicativo de que, neste ano, devemos ter um El Niño de moderado a forte”, explicou Nobre.

Calor extremo na Europa também foi sentido em 2022

Em 2022, países como Inglaterra, Itália, França, Alemanha, Holanda e Polônia registraram máximas extremamente altas. Portugal, Espanha e Grécia, por exemplo, sofreram com diversos incêndios florestais.

O Corpo do Bombeiros de Londres, que em julho do ano passado teve a maior temperatura registrada de sua história (40,2ºC), viveu um dia comparável ao da Segunda Guerra Mundial em termos de número de chamados e ocorrências. Ainda no Reino Unido, trens tiveram que ser suspensos porque o calor foi tão elevado que danificou os trilhos do sistema ferroviário.

Também em 2022, a França sofreu a pior seca já registrada no país desde 1976 entre janeiro e setembro, enquanto o Reino Unido teve o período mais seco entre janeiro e agosto do ano passado.

De acordo com uma base de dados da Organização Meteorológica Mundial, os fenômenos meteorológicos, hidrológicos e climáticos que atingiram a Europa em 2022 afetaram diretamente 156 mil pessoas e causaram 16.365 mortes, quase todas por conta das ondas de calor. A Espanha registrou mais de 4.600 mortes vinculadas ao calor extremo entre junho e agosto do ano passado.

Ondas de calor na Índia e México não estão relacionadas com El Niño, diz climatologista

Entre os dias 17 e 18 deste mês, a Índia registrou 96 mortes em decorrência das ondas de calor de até 44ºC que atingiram o país asiático. O México, por sua vez, somou oito óbitos causados pelas altas temperaturas.

De acordo com o climatologista Carlos Nobre, o calor intenso que vitimou mais de cem pessoas nos dois países “não está relacionado com o El Niño” porque o fenômeno ainda não está formado por completo. Ele diz que as altas temperaturas estão sendo provocadas por sistemas meteorológicos estacionários de alta pressão que pararam sobre os dois países, bloqueando a chegada de frentes frias.

“As altas pressões podem permanecer por três semanas no México e um pouco menos na Índia”, diz Nobre. “Essas ondas de calor só permanecerão nessas regiões enquanto os sistemas de alta pressão continuarem. Depois que ele desaparecer, os sistemas de baixa pressão, que são associados com frentes frias, podem atingir esses países - ainda que no verão isso aconteça com menos frequência”, acrescenta.

Destino de muitos brasileiros nas férias de julho, a Europa está imersa em uma onda de calor. Desde o fim de junho, os termômetros têm ultrapassado os 44ºC na região da Andaluzia, no sul da Espanha, por exemplo. As altas temperaturas também são registradas nos Estados Unidos.

Em junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o serviço de mudança climática europeu Copernicus publicaram relatório mostrando que a Europa apresenta um ritmo de aquecimento duas vezes mais rápido do que a média mundial desde a década de 1980, e que a temperatura no continente foi 2,3ºC superior em 2022 na comparação com a era pré-industrial (1850-1900).

Homem se refresca em parque de Madri, na Espanha; país já sofre os efeitos de temperaturas extremas Foto: Manu Fernandez/AP - 26/06/2023

“Tivemos duas ondas de calor na Índia e no México. Não é improvável termos alguma onda de calor na Europa também”, diz o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

De acordo Seluchi e outros especialistas ouvidos pelo Estadão, o retorno de um verão intenso na Europa pode ocorrer em razão de dois fatores principais: as mudanças climáticas provocadas pelo aumento do efeito estufa - e que podem tornar os eventos extremos, como ondas de calor, mais frequentes -, e a elevação das temperaturas ocasionadas pelo El Niño, fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e o desencadeamento de alterações climáticas em todo o mundo. Em anos de El Niño, as temperaturas tendem a ser acima da média.

Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Artaxo, que também é membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), destaca que a Europa já apresenta um aumento da temperatura entre 2,2ºC e 2,4ºC, enquanto a média mundial gira em torno de 1,2ºC. “Isso faz com que a frequência de eventos climáticos extremos naquela região, em particular, como ondas de calor, seja mais intensa por conta da questão do aumento das temperaturas e do aquecimento global.”

Em 2021, o ano mais recente com uma série completa de dados, a concentração dos três principais gases do efeito estufa (carbono, metano e óxido de nitrogênio) atingiu níveis recordes e continuou aumentando em 2022, apontou o relatório da ONU e do Copernicus.

Os efeitos já estão se manifestando. Tradicionalmente frios, os países escandinavos Dinamarca, Suécia e Finlândia começam a sofrer com as altas temperaturas e com uma seca incomum, que interfere negativamente na agricultura. Em Helsinque, na capital finlandesa, os termômetros bateram 30ºC antes mesmo do início do verão. E, segundo dados do Copernicus, 89,5% do território dinamarquês já se encontrava em situação de seca no final de maio.

Assim como no último verão europeu, onda de calor pode atingir Bruxelas, na Bélgica Foto: Yves Herman/REUTERS - 26/06/2023

Mudanças climáticas também estão interferindo na frequência e intensidade do El Niño

Marcelo Seluchi, do Cemaden, diz que, por causa do aumento das emissões de gases poluentes e o consequente aumento do efeito estufa, a temperatura do planeta já aumentou 1,1º C. “Parece pouco, mas é muito”, diz o meteorologista. “O aumento de um grau não significa que (a temperatura) aumente de forma uniforme, mas sim a variabilidade, ou seja, aumentam o frio extremo e o quente extremo.”

Seluchi diz ainda que pode haver uma relação do aquecimento do planeta e também da frequência do fenômeno do El Niño, responsável por uma série de mudanças climáticas no mundo, como alterações em regimes de chuvas, que elevam as temperaturas da Terra de forma geral. Segundo o especialista, o aquecimento do planeta, além de causar mais eventos extremos e em intervalos curtos de tempo, está diminuindo as distâncias da ocorrência de El Niños.

“O que se tem observado é que uma forma do planeta devolver esse calor para a atmosfera é a partir da água dos oceanos, como o Pacífico, que se aquece com El Niño”, explica. “E a frequência dos fenômenos do El Niño tem também aumentado nas últimas décadas. Não apenas em número, mas também na sua intensidade.”

Por isso, diz ainda o Coordenador do Cemaden, por 2023 ser um ano de El Niño, “diversas ondas” de calor, como as presenciadas na Índia e no México, são esperadas ao redor do mundo, inclusive na Europa. “Porém, não é possível prever e saber quando, onde e em qual intensidade elas vão acontecer”, afirma.

O El Niño deverá se formar por completo nos próximos meses e aparecer, de forma mais evidente, entre os meses de setembro e outubro, segundo o climatologista Carlos Nobre, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), e especialista em estudos sobre o aquecimento global. Estatísticas indicam que há 80% de chances de a intensidade do fenômeno ser de moderada a alta e 56% de ser alta.

“Nos anos de 2015 e 2016, tivemos o El Niño mais forte em 120 anos. A temperatura do planeta chegou a subir 1,28ºC. Em 2022, foi é um ano La Niña (quando as temperaturas na Terra tendem a ser mais frias) e o mundo estava 1,15ºC grau mais quente. Isso já é um indicativo de que, neste ano, devemos ter um El Niño de moderado a forte”, explicou Nobre.

Calor extremo na Europa também foi sentido em 2022

Em 2022, países como Inglaterra, Itália, França, Alemanha, Holanda e Polônia registraram máximas extremamente altas. Portugal, Espanha e Grécia, por exemplo, sofreram com diversos incêndios florestais.

O Corpo do Bombeiros de Londres, que em julho do ano passado teve a maior temperatura registrada de sua história (40,2ºC), viveu um dia comparável ao da Segunda Guerra Mundial em termos de número de chamados e ocorrências. Ainda no Reino Unido, trens tiveram que ser suspensos porque o calor foi tão elevado que danificou os trilhos do sistema ferroviário.

Também em 2022, a França sofreu a pior seca já registrada no país desde 1976 entre janeiro e setembro, enquanto o Reino Unido teve o período mais seco entre janeiro e agosto do ano passado.

De acordo com uma base de dados da Organização Meteorológica Mundial, os fenômenos meteorológicos, hidrológicos e climáticos que atingiram a Europa em 2022 afetaram diretamente 156 mil pessoas e causaram 16.365 mortes, quase todas por conta das ondas de calor. A Espanha registrou mais de 4.600 mortes vinculadas ao calor extremo entre junho e agosto do ano passado.

Ondas de calor na Índia e México não estão relacionadas com El Niño, diz climatologista

Entre os dias 17 e 18 deste mês, a Índia registrou 96 mortes em decorrência das ondas de calor de até 44ºC que atingiram o país asiático. O México, por sua vez, somou oito óbitos causados pelas altas temperaturas.

De acordo com o climatologista Carlos Nobre, o calor intenso que vitimou mais de cem pessoas nos dois países “não está relacionado com o El Niño” porque o fenômeno ainda não está formado por completo. Ele diz que as altas temperaturas estão sendo provocadas por sistemas meteorológicos estacionários de alta pressão que pararam sobre os dois países, bloqueando a chegada de frentes frias.

“As altas pressões podem permanecer por três semanas no México e um pouco menos na Índia”, diz Nobre. “Essas ondas de calor só permanecerão nessas regiões enquanto os sistemas de alta pressão continuarem. Depois que ele desaparecer, os sistemas de baixa pressão, que são associados com frentes frias, podem atingir esses países - ainda que no verão isso aconteça com menos frequência”, acrescenta.

Destino de muitos brasileiros nas férias de julho, a Europa está imersa em uma onda de calor. Desde o fim de junho, os termômetros têm ultrapassado os 44ºC na região da Andaluzia, no sul da Espanha, por exemplo. As altas temperaturas também são registradas nos Estados Unidos.

Em junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) e o serviço de mudança climática europeu Copernicus publicaram relatório mostrando que a Europa apresenta um ritmo de aquecimento duas vezes mais rápido do que a média mundial desde a década de 1980, e que a temperatura no continente foi 2,3ºC superior em 2022 na comparação com a era pré-industrial (1850-1900).

Homem se refresca em parque de Madri, na Espanha; país já sofre os efeitos de temperaturas extremas Foto: Manu Fernandez/AP - 26/06/2023

“Tivemos duas ondas de calor na Índia e no México. Não é improvável termos alguma onda de calor na Europa também”, diz o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

De acordo Seluchi e outros especialistas ouvidos pelo Estadão, o retorno de um verão intenso na Europa pode ocorrer em razão de dois fatores principais: as mudanças climáticas provocadas pelo aumento do efeito estufa - e que podem tornar os eventos extremos, como ondas de calor, mais frequentes -, e a elevação das temperaturas ocasionadas pelo El Niño, fenômeno que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e o desencadeamento de alterações climáticas em todo o mundo. Em anos de El Niño, as temperaturas tendem a ser acima da média.

Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Artaxo, que também é membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), destaca que a Europa já apresenta um aumento da temperatura entre 2,2ºC e 2,4ºC, enquanto a média mundial gira em torno de 1,2ºC. “Isso faz com que a frequência de eventos climáticos extremos naquela região, em particular, como ondas de calor, seja mais intensa por conta da questão do aumento das temperaturas e do aquecimento global.”

Em 2021, o ano mais recente com uma série completa de dados, a concentração dos três principais gases do efeito estufa (carbono, metano e óxido de nitrogênio) atingiu níveis recordes e continuou aumentando em 2022, apontou o relatório da ONU e do Copernicus.

Os efeitos já estão se manifestando. Tradicionalmente frios, os países escandinavos Dinamarca, Suécia e Finlândia começam a sofrer com as altas temperaturas e com uma seca incomum, que interfere negativamente na agricultura. Em Helsinque, na capital finlandesa, os termômetros bateram 30ºC antes mesmo do início do verão. E, segundo dados do Copernicus, 89,5% do território dinamarquês já se encontrava em situação de seca no final de maio.

Assim como no último verão europeu, onda de calor pode atingir Bruxelas, na Bélgica Foto: Yves Herman/REUTERS - 26/06/2023

Mudanças climáticas também estão interferindo na frequência e intensidade do El Niño

Marcelo Seluchi, do Cemaden, diz que, por causa do aumento das emissões de gases poluentes e o consequente aumento do efeito estufa, a temperatura do planeta já aumentou 1,1º C. “Parece pouco, mas é muito”, diz o meteorologista. “O aumento de um grau não significa que (a temperatura) aumente de forma uniforme, mas sim a variabilidade, ou seja, aumentam o frio extremo e o quente extremo.”

Seluchi diz ainda que pode haver uma relação do aquecimento do planeta e também da frequência do fenômeno do El Niño, responsável por uma série de mudanças climáticas no mundo, como alterações em regimes de chuvas, que elevam as temperaturas da Terra de forma geral. Segundo o especialista, o aquecimento do planeta, além de causar mais eventos extremos e em intervalos curtos de tempo, está diminuindo as distâncias da ocorrência de El Niños.

“O que se tem observado é que uma forma do planeta devolver esse calor para a atmosfera é a partir da água dos oceanos, como o Pacífico, que se aquece com El Niño”, explica. “E a frequência dos fenômenos do El Niño tem também aumentado nas últimas décadas. Não apenas em número, mas também na sua intensidade.”

Por isso, diz ainda o Coordenador do Cemaden, por 2023 ser um ano de El Niño, “diversas ondas” de calor, como as presenciadas na Índia e no México, são esperadas ao redor do mundo, inclusive na Europa. “Porém, não é possível prever e saber quando, onde e em qual intensidade elas vão acontecer”, afirma.

O El Niño deverá se formar por completo nos próximos meses e aparecer, de forma mais evidente, entre os meses de setembro e outubro, segundo o climatologista Carlos Nobre, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), e especialista em estudos sobre o aquecimento global. Estatísticas indicam que há 80% de chances de a intensidade do fenômeno ser de moderada a alta e 56% de ser alta.

“Nos anos de 2015 e 2016, tivemos o El Niño mais forte em 120 anos. A temperatura do planeta chegou a subir 1,28ºC. Em 2022, foi é um ano La Niña (quando as temperaturas na Terra tendem a ser mais frias) e o mundo estava 1,15ºC grau mais quente. Isso já é um indicativo de que, neste ano, devemos ter um El Niño de moderado a forte”, explicou Nobre.

Calor extremo na Europa também foi sentido em 2022

Em 2022, países como Inglaterra, Itália, França, Alemanha, Holanda e Polônia registraram máximas extremamente altas. Portugal, Espanha e Grécia, por exemplo, sofreram com diversos incêndios florestais.

O Corpo do Bombeiros de Londres, que em julho do ano passado teve a maior temperatura registrada de sua história (40,2ºC), viveu um dia comparável ao da Segunda Guerra Mundial em termos de número de chamados e ocorrências. Ainda no Reino Unido, trens tiveram que ser suspensos porque o calor foi tão elevado que danificou os trilhos do sistema ferroviário.

Também em 2022, a França sofreu a pior seca já registrada no país desde 1976 entre janeiro e setembro, enquanto o Reino Unido teve o período mais seco entre janeiro e agosto do ano passado.

De acordo com uma base de dados da Organização Meteorológica Mundial, os fenômenos meteorológicos, hidrológicos e climáticos que atingiram a Europa em 2022 afetaram diretamente 156 mil pessoas e causaram 16.365 mortes, quase todas por conta das ondas de calor. A Espanha registrou mais de 4.600 mortes vinculadas ao calor extremo entre junho e agosto do ano passado.

Ondas de calor na Índia e México não estão relacionadas com El Niño, diz climatologista

Entre os dias 17 e 18 deste mês, a Índia registrou 96 mortes em decorrência das ondas de calor de até 44ºC que atingiram o país asiático. O México, por sua vez, somou oito óbitos causados pelas altas temperaturas.

De acordo com o climatologista Carlos Nobre, o calor intenso que vitimou mais de cem pessoas nos dois países “não está relacionado com o El Niño” porque o fenômeno ainda não está formado por completo. Ele diz que as altas temperaturas estão sendo provocadas por sistemas meteorológicos estacionários de alta pressão que pararam sobre os dois países, bloqueando a chegada de frentes frias.

“As altas pressões podem permanecer por três semanas no México e um pouco menos na Índia”, diz Nobre. “Essas ondas de calor só permanecerão nessas regiões enquanto os sistemas de alta pressão continuarem. Depois que ele desaparecer, os sistemas de baixa pressão, que são associados com frentes frias, podem atingir esses países - ainda que no verão isso aconteça com menos frequência”, acrescenta.

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