A Namíbia foi o ponto de partida do navegador Amyr Klink em seu primeiro grande desafio como explorador: a travessia solitária do Oceano Atlântico a remo. Em 1984, com 29 anos, ele zarpou com o barco I.A.T. do porto de Lüderitz, cidade vizinha à Costa dos Esqueletos, que tem esse nome em função dos ossos – humanos e de animais – espalhados pela praia. “A partir dali, a corrente de Benguela se afasta da orla e deflete para dentro do Atlântico; é o lugar onde começam os ventos alísios que sopram fortes e regulares até o Nordeste do Brasil”, descreveu no livro Cem Dias Entre Céu e Mar. Amyr virou um navegador respeitado, e a paixão pela Namíbia jamais cessou. “É segura e econômica”, analisa. “Voltei duas vezes e tenho planos de retornar ainda este ano.” Sua última viagem ao país foi em 2013, com a mulher e as três filhas, para uma empreitada de 4 semanas que incluía a África do Sul. “Voamos para Windhoek, alugamos um 4X4 e cruzamos o país por terra sentido litoral”, recorda Amyr. O interior guarda os bichos terrestres típicos dos safáris, enquanto o litoral das cidades de Lüderitz, Walvis Bay e Swakopmond é morada de focas, pinguins, flamingos e pelicanos. “Na costa, matei as saudades dos amigos que fiz e dos ótimos frutos do mar”. Estas cidades litorâneas têm arquitetura europeia e ventos que transformaram a região em um oásis para praticantes de esportes como kite e windsurfe. Em Shark Island, antigo campo de prisioneiros das etnias perseguidas pelos colonizadores alemães em Lüderitz, a Klink Plake homenageia o brasileiro na mesma praça em que hoje se vê a estátua de Cornelius Frederiks, que lutou contra a ocupação alemã.
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