Os argentinos vão literalmente invadir as praias brasileiras a partir da próxima semana, depois das festas de Ano Novo. Por tradição, a maioria dos argentinos deixa o início de suas férias para depois do réveillon, já que se trata ainda de uma festa familiar no país, como a do Natal. Estimativas extra-oficias mostram que este ano pelo menos 1,8 milhão de argentinos irão passar as férias no Brasil. Pouco menos da metade desses turistas deve viajar de carro em direção às praias de Santa Catarina, principalmente Florianóplolis e Camburiú, e às do Rio Grande do Sul, entre elas Torres e Capão da Canoa. O restante dos argentinos deve dirigir-se às praias do Nosdeste, Norte e às do Rio de Janeiro. As águas mornas e transparentes das praias brasileiras, além dos preços pela metade, são ainda o melhor chamariz para atrair os argentinos, que podem gastar no Brasil cerca de US$ 2 bilhões apenas neste verão. "Mucha playa y poca plata" (muita praia e pouco dinheiro) é o slogan das agências de turismo para levar argentinos ao Brasil. No ano passado, de acordo com a Secretaria de Turismo da Argentina, cerca de 1,5 milhão de argentinos gastaram nos quase 8 mil quilômetros de praias brasileiras US$ 1,5 bilhão. Hoje, com os preços ainda menores e mais atrativos, os gastos devem crescer e aproximar-se de US$ 2 bilhões. Embora os preços estejam praticamente iguais há cerca de dez anos, um refrigerante em um bar de Buenos Aires custa entre US$ 2 e US$ 2,50 (entre R$ 4 e R$ 5). Um suco de laranja em bar mais ou menos badalado ou da moda não sai por menos de US$ 4 e um chopp por menos de US$ 5 ou US$ 6. O preço de um almoço ou um jantar é melhor deixar por conta da imaginação do leitor para não assustar. São esses custos que estão literalmente empurrando os argentinos para o Exterior. Cálculos conservadores mostram que pelo menos 10 milhões de argentinos saem em férias no período do verão (dezembro a março). Desse total, cerca de 2 milhões devem ir ao Brasil entre janeiro e abril do primeiro ano do novo milênio. Para não perder mais no turismo interno, os governos federal e provinciais (estaduais) iniciaram campanhas intensas indicando que veranear na Argentina custará este ano pouco menos em relação ao que custava cinco anos atrás. A idéia é atrair pelo menos 4 milhões de argentinos, acima dos 3,3 milhões que estiveram no verão passado nas praias de Mar del Plata, Villa Gesell e Miramar. A Argentina aposta ainda no turismo cultural em regiões como Córdoba e centros históricos em Mendoza. Além da Patagônia e bariloche, claro. Os hotéis cinco estrelas nesses lugares devem ficar entre US $ 90 e US$ 120 por pessoa. Os de quatro estrelas, entre US$ 45 e US$ 55. Topless - Os uruguaios, por sua vez, correm por fora e começaram a baixar seus preços. Punta del Este está reduzindo em 30% as suas tarifas. Os operadores uruguaios acreditam que reduzir preços e oferecer serviços renovados e diversificados é a fórmula mais eficaz para atrair os argentinos. Calcula-se que pelo menos 500 mil argentinos estarão "veraneando" no badalado balneário uruguaio. As maiores novidades, porém, são a autorização para o topless em quase todas as praias e a eliminação de restrições dos horários em bares e restaurantes. Até o verão passado, o horário-limite era as 5h da manhã.
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