A tequila está para o México como a champanhe está para a França e a cachaça para o Brasil. Em 1974, o destilado recebeu a Denominação de Origem (DOT) e, por determinação do Conselho Regional da Tequila (sim, o órgão é oficial no país) apenas cinco Estados são autorizados a produzir a bebida ou cultivar o agave-azul, planta que deu origem à tequila. O principal é Jalisco, onde fica a cidade de Tequila, que concentra os principais produtores.O agave-azul é uma planta parecida com a babosa que só se desenvolve em terrenos de solo vulcânico e clima árido. É de seu miolo, de aparência semelhante a um abacaxi gigante (cujo peso pode chegar a 90 quilos) que se extrai a seiva que será fermentada e destilada, dando origem à bebida. Um agave-azul precisa de 8 a 12 anos para estar pronto para produzir - sete quilos dão origem a 1 litro de tequila. O curioso é que de toda a produção nacional (em 2011, foram 155,3 milhões de litros), 72% é exportada para os EUA.Fortemente aromática, a tequila apresenta diferentes graus de cor e sabor conforme o tempo de envelhecimento. Como o vinho, conhecer e apreciar essa bebida exige conhecimento e, para isso, já existem cursos que formam profissionais especializados, os chamados tequilieres. Para os apreciadores do destilado, vale agendar o Tequila Tasting, uma programação diária do The Ritz-Carlton para hóspedes e não hóspedes. Por US$ 81 (já com as taxas de serviços), a tequiliere Samantha Trujillo, formada em Administração de Hotéis e restaurantes pela Universidade del Valle do México e com certificação em tequila pela Universidade do Caribe, faz uma dissertação sobre a origem da bebida que termina na degustação de seis tipos diferentes. Acredite: não é raro alguém do grupo perceber que até agora tinha bebido apenas a pior delas.Não espere degustar o destilado no shot com sal e limão. O processo tem certa seriedade e termina com a saborosa experiência de comer trufa misturada a um gole de tequila. Indescritível. / S.R.C.