Por Nathalia Molina*
A partir de 23 de julho, quando a Olimpíada 2020 finalmente começar, o noticiário no mundo terá imagens de atletas alternadas com cenas do dia a dia da capital do Japão. Eventos esportivos costumam inspirar muita gente a fazer turismo nos lugares mostrados, então vão aqui curiosidades e dicas de Tóquio, para uma futura viagem.
Sede dos Jogos Olímpicos pela segunda vez - a outra foi em 1964 -, Tóquio remonta a 1457, quando foi construído o Castelo de Edo, nome que também batizou a cidade inicialmente. Às margens do Rio Sumida, ela virou capital do Japão 400 anos mais tarde, no lugar de Quioto, em 1868.
A capital do Japão é bem essa mistura entre tecnologia e tradição. Foi o que vimos no episódio do podcast com Japão além de Tóquio contado por pessoas que conhecem o país.
Com pouco espaço e muita tecnologia, a metrópole se orgulha de ter mais placas néon do que qualquer outra cidade do mundo. A sequência de letreiros é de fato a imagem que muita gente tem da capital do Japão. Mas a cidade também guarda parques e jardins, como os do Palácio Imperial, residência oficial do imperador japonês. Nessa área verde, será disputada a marcha atlética nos Jogos de 2020, realizados neste ano por causa da pandemia.
Conexão dentro da cidade e trem-bala para o restante do país
A Estação de Tóquio no bairro de Chiyoda, região central da cidade, reúne linhas de metrô locais. Dali, o trem-bala (shinkansen) é o meio de transporte disponível até as principais cidades do país. O prédio histórico, com fachada de 1900, tem sua arquitetura inspirada na Estação Central de Amsterdã. No subsolo, dezenas de passagens subterrâneas concentram lojas e restaurantes. Tenha em mente que os trens param de circular perto da meia-noite e só retornam lá pelas 6 horas da manhã.
Um dos cruzamentos mais famosos do mundo
Tóquio concentra 37 milhões de habitantes em sua área metropolitana, e uma visita a Shibuya dá a medida dessa grandeza. O cruzamento localizado na saída da estação de trem do bairro é um formigueiro humano que une o movimento de cinco ruas e oito sinais de trânsito. O distrito na região oeste da capital japonesa é historicamente uma área de jovens, com bares e lojas.
Cultura geek, tecnologia e diversões eletrônicas
Akihabara, no centro da cidade, é território da cultura otaku, termo em japonês que classifica fãs de animes e mangás. Há bancas e lojas especializadas em animações e quadrinhos, além de restaurantes temáticos, como o Gundam Cafe.
Os cosplayers não são algo incomum à paisagem da região, que também é dominada pelo comércio de produtos eletrônicos, como smartphones, computadores e videogames. Apaixonados por jogos retrô se esbaldam por três andares da Super Potato, loja cheia de consoles antigos e fliperama com games das décadas de 1980 e 1990.
Do mar à terra, uma cozinha de sabores únicos
A versão de sushi mais popular no mundo nasceu em Tóquio. A cidade concentra em torno de 200 restaurantes estrelados pelo prestigiado Guia Michelin. Neles e em outros tantos estabelecimentos é possível encontrar da moderna culinária japonesa a receitas tradicionais, como fukagawa-meshi, sopa à base de mariscos, arroz, missô e alho poró, ou monjayaki, panqueca que leva repolho na massa, podendo ganhar polvo camarão ou carne de porco ao preparo final.
Um passeio pelo Mercado de Peixe de Tsukiji faz a alegria dos adoradores de produtos frescos, servidos na hora nos restaurantes locais. Do lado de fora, a pedida é explorar barracas que preparam tempura ou casas de lamen que ficam nas pequenas ruas do entorno.
Tradição milenar japonesa
Erguido em 628 no distrito de Asakusa, Sensoji é o templo mais antigo de Tóquio. Manteve-se de pé após o terremoto de 1923, mas não escapou das bombas da Segunda Guerra. Reconstruído com doações, abriga a estátua de Kannon, deusa da misericórdia, e um queimador de incenso procurado por quem acredita que a fumaça produzida por ele tem o poder de cura e melhora da saúde. Nesta região que remete à velha Tóquio, a rua Nakamise reúne lojas de doces típicos, quimonos e toda sorte de artesanato tradicional.
Flores de cerejeiras e festivais da primavera
A floração das cerejeiras e outras flores é uma das grandes atrações do Japão todo ano. A época também reúne festivais que celebram a estação em Tóquio e outras cidades do país. Na capital japonesa, a temporada florida vai do fim de março ao início de abril. Uma caminhada à beira do canal do bairro de Nakameguro mostra a explosão cor-de-rosa, que à noite ganha iluminação especial. São cerca de 800 cerejeiras em quase 3,8 quilômetros de extensão. Outros parques com floração e festivais são o Ueno e o Koganei.
Para ver Tóquio do alto
A tradição leva à Tokyo Tower, inspirada na Torre Eiffel e mais alta que o ícone de Paris: são 333 metros de altura e dois observatórios, o principal a 150 metros de altura e o segundo a 250 metros. Erguida em 1958, essa torre de transmissão foi superada pela Tokyo Skytree, que desponta na paisagem do bairro de Sumida e pode ser vista de vários pontos da cidade. Obra de 634 metros de altura. Além da paisagem local, dá para enxergar até o Monte Fuji em dias claros a partir dos dois pontos de observação: o primeiro a 350 metros de altura e o outro 100 metros acima. Para apreciar o skyline de Tóquio, outras duas opções são o Shibuya Sky (no Shibuya Scramble Square) ou o observatório do Tokyo Metropolitan Government No. 1 Building (edifício do governo da cidade no bairro de Shinjuku).
Agitada vida noturna de Tóquio
Quase todo bairro agitado segue animado quando os letreiros ganham vida. Roppongi é festivo por natureza e indicado a turistas estrangeiros. Nesse distrito e também em Shibuya e Shinjuku ficam bares e casas noturnas que funcionam até mais tarde. Do jazz ao punk, passando pelo hip hop, é difícil não haver estilo musical que não esteja contemplado na vida noturna de Tóquio, onde uma balada techno pode chegar até 8 da manhã de um fim de semana. Instituição nacional, o izakaya é o bar típico do happy hour japonês. Ponto de encontro de executivos e aos montes pela cidade, une bebidas com comidinhas. Izakayas debaixo dos trilhos de regiões como Ueno e Nakameguro são indicados para quem deseja se sentir como um local.
Gostou das dicas? Veja mais informações na página da capital japonesa do Japão.
* Sou jornalista de turismo e apresento o Como Viaja | podcast de viagem, com dicas e experiências no Brasil e no exterior. Me acompanhe também no Instagram @ComoViaja para novidades e curiosidades