O turismo de aventura em Brotas é tão importante que a cidade é conhecida como “capital da aventura”. Entre as atividades oferecidas, uma das mais procuradas é o rafting, em que os participantes descem as corredeiras do rio em botes infláveis. A atividade pode parecer radical - e, de fato, é! - mas também pode ser praticada por aqueles que, como eu, não são tão aventureiros. Encarei o rafting em um pico de coragem. Com um leve medo de água e zero adepta a atividades radicais, mergulhei (literalmente) na aventura - e antecipo: foi uma das experiências mais incríveis que já vivi.
Realizado nas águas do rio Jacaré Pepira, o rafting tem duração aproximada de quatro horas, que envolvem todo o procedimento de segurança, orientações e percurso até o local. Na água, o passeio dura em torno de 1h20. Três empresas oferecem o desafio: Território Selvagem Canoar (R$ 138 se fechado na loja; online, o preço cai para R$ 124); pela Alaya, custa R$ 148; na EcoAção, o passeio com direito a trilha sai por R$ 160.
O passeio começa antes mesmo de chegar ao local. Em um ônibus dedicado somente aos turistas que entrariam na água, os profissionais da Território Selvagem se divertiam no percurso entre a agência de turismo e a beira do rio contando fatos da cidade, brincando entre si e interagindo com todos. De cara, isso quebrou o gelo e ajudou a aliviar a tensão de quem ainda estava com frio na barriga.
À beira do rio, um dos momentos mais importantes do passeio: as instruções de segurança. Dentre um grupo de aproximadamente 30 pessoas, um ou dois já haviam praticado o esporte. Sem deixar de lado as brincadeiras, os instrutores deram informações cruciais sobre como segurar o remo, sentar no bote e até as orientações para o caso de queda no rio. Em seguida, quando todos já estavam devidamente equipados com coletes salva-vidas e capacetes, tivemos nosso primeiro contato com o bote em uma parte tranquila do rio, onde não havia correntezas ou pedras. Ali, colocamos em prática todas as instruções recebidas em terra firme. Era hora de começar a aventura.
A ousadia da atração perde um pouco sua potência nesta época do ano. Entre os meses de abril e outubro, a escassez de chuva influencia no volume de água do rios. Consequentemente, a atividade fica menos ‘intensa’ e passa a se tornar uma opção interessante para os menos corajosos. Por outro lado, o verão reserva maiores aventuras devido ao grande volume de chuvas da época. Se você busca a experiência ‘de verdade’, o momento ideal para a prática é entre os meses de dezembro e fevereiro.
O fato é que, independentemente da época do ano, o rafting sempre será um esporte radical. A variação do nível da água, no entanto, influencia na descida dos botes infláveis pelas corredeiras. De acordo com os instrutores da Território Selvagem, fizemos o passeio em um dos períodos mais ‘tranquilos’ do rio, em que as correntezas não eram fortes e não havia um grande risco do bote virar. Além disso, por conta do baixo nível do rio, as pedras que ficam no fundo ajudavam a amenizar a velocidade dos botes e funcionavam como obstáculos para freá-lo. Tudo isso permitiu com que tivéssemos um experiência autêntica, porém de forma mais amena.
Vale avisar que, mesmo na versão "light", o passeio vai exigir algum esforço físico. Os menos “atletas” definitivamente ficarão cansados e terão dor muscular nos dias seguintes, por causa das remadas. E protetor solar é essencial. No dia, como o sol estava fraco e entre nuvens, dispensei a proteção. O resultado foram leves queimaduras, que podem ser muito piores no verão. Sem esses cuidados simples, sua aventura pode ficar mais radical do que deveria.