Não desanime diante dos 42 metros e 242 degraus da torre de observação do Museu da Amazônia (Musa) – há espaços para descansar durante a subida. O mirante só perde em altura para o angelim-pedra, a maior árvore da Amazônia, aos pés da qual uma plataforma está disponível para os visitantes tirarem fotos.
A meia hora do centro histórico de Manaus, o Musa ocupa 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Inclui um pedaço de mata primária dentro da capital e tem especialistas em espaços como a sala de aracnídeos, o fungário e o serpentário. Além de ver a flora e a fauna, entrar em contato com a cultura indígena e contribuir com sua manutenção é um modo de interagir com a Amazônia. Outra é provar sabores regionais.
As compras na Galeria Amazônica, no Largo de São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, têm a renda revertida para artesãos indígenas, muitos deles moradores de aldeias ao longo do Rio Negro. Resultado de uma parceria entre a Associação Comunidade Waimiri Atroari (ACWA) e o Instituto Socioambiental (ISA), a loja vende os itens ali e na internet.
Quem define os preços dos produtos são os próprios artesãos. Se não puder colaborar comprando produtos mais caros, é possível comprar biojoias e pequenos itens de souvenir, com menos de R$ 5.
O conjunto de enormes luminárias indígenas de palha se destaca no centro do restaurante do Juma Ópera, hotel num casarão tombado no centro da capital, no trecho que ostenta a riqueza do Ciclo da Borracha, áureo período da virada do século 20. A decoração do empreendimento tem elementos da cultura amazonense, como fotos de natureza, gente e animais.
Alguns quartos dão vista para o rosa do Teatro Amazonas. Sua cúpula colorida pode ser apreciada de vários pontos, como do bar. Da cobertura do Juma Ópera, onde fica a piscina, o visitante vê a cena inteira, de um ângulo aberto.
Aliás, não dispense uma visita guiada ao teatro, entre os mais famosos do mundo. Curtinha, com cerca de meia hora, apresenta a arquitetura e a história da construção, que completou 125 anos em 2021.
Ingredientes amazônicos
O caldo de cogumelo Yanomami, criado pela chef Debora Shornik para o cardápio de seu Caxiri, pode ser degustado de colher ou tomado cuia, como se faz com o clássico tacacá. A junção de ingredientes locais e técnicas da cozinha contemporânea resulta em um dos melhores restaurantes de Manaus, instalado num casarão na lateral do Teatro Amazonas.
Os palitos de tapioca com queijo coalho e puxuri passeiam pelas bandejas no salão com frequência. Crocante e sequinha, a mistura acompanha melaço e arubé. Como prato principal, o tambaqui vem com macaxeira com queijo e é coberto por molho de ervas frescas. Na sobremesa, o sorvete de açaí combina compota de abacaxi, creme inglês de cumaru e crocante de castanha. Um jantar memorável.
Outro pode ser vivido no Banzeiro, restaurante do chef Felipe Schaedler. As formigas crocantes preenchem a boca, na primeira mordida, com um frescor que lembra capim-limão. Pirarucu e matrinxã, entre outros peixes feitos na brasa, vêm escoltados por pirão, queijo coalho e banana pacovan (como a da terra é chamada por lá).
Ela também é um dos ingredientes do x-caboquinho, típico sanduíche quente de queijo, que leva ainda o tucumã, fruto da Amazônia. Na feira da Avenida Eduardo Ribeiro, das 7 às 14 horas de domingo, ele é servido para muita gente que chega cedo, para tomar café da manhã amazonense, com mingau e vitamina.
Artesanato, itens para a casa e produtos de beleza elaborados com óleos essenciais da floresta também são vendidos nas barracas. Quem desce a avenida todinha, até a região do porto, visita os mercados municipais. Empresas locais como a Amazon Explorers oferecem tours por esses pontos turísticos da cidade e até o Musa.
O Adolfo Lisboa, conhecido como Mercadão entre os locais, é um cartão-postal arrumadinho, com restaurantes. Ao lado, o mercado de peixe é um vaivém de manauaras atrás do pescado mais fresco para o almoço do dia. É uma sinfonia de facões limpando e filetando peixes amazônicos. Nos dois, estão presentes as garrafadas e as ervas medicinais.
Quanto custa
A diária custa desde R$ 869 para duas pessoas, com café da manhã – entre fevereiro e junho.
Por menos de R$ 5, é possível comprar pequenos souvenirs. Há biojoias, camisetas e peças mais elaboradas, feitas por pelo menos 15 etnias. Os produtos estão à venda também pela internet. 8h/17h – fecha dom.
A visita custa R$ 30 – incluindo trilha com guias do Musa, sai por R$ 50. Em atividades como observação de aves, nascer ou pôr do sol na torre, o visitante paga R$ 50 cada. 8h30/17h (entrada até as 16h) – fecha 4ª.
A visita, a R$ 20, deve ser agendada pela página da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas. 3ª a sáb, 9h/17h.
Além do city tour por Manaus, a empresa oferece passeios para pontos turísticos como o Encontro das Águas e também visitas ao Museu da Amazônia (Musa).